Desde muito cedo, talvez aos 11 ou 12 anos, tive meus primeiros contatos com com livros de literatura policial noir, com muitas cenas passadas em becos escuros, ruas esfumaçadas e nos quais, frequentemente, os autores envolviam prostitutas e motéis baratos nas histórias. Essas prostitutas me causavam a impressão de serem mulheres que pertenciam a um outro plano, elas tinham curvas insinuantes, exalavam sedução, fumavam cigarros finos, enfeitiçavam os detetives ou comissários que já eram algo que, hoje, eu classificaria como putanheiros inveterados.
Isso me fez crescer com a mente enevoada por essas imagens idealizadas de meretrizes sedutoras, que entregavam seus corpos a homens comuns em troca de dinheiro.
Quando tive as primeiras oportunidades de me sustentar sozinho e seguir meu próprio caminho, não tive dúvidas ao procurar conhecer na pele esse mercado do sexo e tentar tornar realidade aqueles momentos que, quando mais jovem, apenas construía na imaginação.
Evidentemente que nem tudo foi como eu imaginava a partir das histórias que os autores de romances policialescos contavam, aqueles canalhas...
Descobri que nem todas as prostitutas exalavam luxúria como nos livros, nem todas fumavam cigarros finos, nem todas pareciam presenças hipnotizantes e que apenas com seu cheiro sedutor seriam capazes de levar todos os meus suados caraminguás.
Porém, também descobri que algumas das que eu conheci nos livros, de fato, existiam no mundo real, talvez apenas adaptadas aos cenários dos dias atuais. Ao longo de uma jornada que já superou 15 anos, encontrei cortesãs que domesticavam o meu pau como as putas feiticeiras dos livros, encontrei rameiras cujas bucetas me extraíram mais porra do que eu imaginava ser capaz de gerar, deparei-me com damas que ora estavam envolvidas em problemas policiais, ora estavam me proporcionando sessões de prazer extremo, muitas vezes as duas coisas na mesma semana, como se tivessem saído daquelas histórias que o meu eu juvenil lia.
Ou seja, as prostitutas geram em mim uma espécie de encantamento desde muito jovem, coisa que me fez procurá-las assim que pude e que me faz procurá-las ainda hoje tal qual um carcará sanguinolento.
Tenho verdadeira obsessão pelo sentimento de degeneração que toma conta de mim a partir do momento em que adentro a alcova de uma cortesã, sabendo que, dentro de instantes, estaremos entranhados em um frenesi sexual. Com o tempo, passei a preferir encontrar as cortesãs nos meios de tarde de dias úteis, pois notei que isso apenas aumenta minha satisfação por estar fazendo putaria enquanto o resto do Brasil trabalha.
Enfim, uma mente perturbada que não consegue e nem quer se afastar do meretrício. Vida longa às prostitutas.