Uma a cada 50 pessoas tem HIV na região metropolitana do RS, diz estudo

[DozeBracas]

https://www.correiodopovo.com.br/not%C3 ... -1.1634879

Se cuidem.

[symphony from death]

Quantas putas devem estar infectadas hein, se essa pesquisa estiver correta, pois acho o número extremamente alto 1 a cada 50, é muito alto, é pandemia de aids novamente...imagina a população de risco. Tenho minha dúvidas, mas não dá para negar a ciência.

Inclusive não por acaso, chegaram a ver a vacina que foi liberada nos EUA, para prevenção do HIV, esse é um momento histórico no combate à aids, a vacina previne de você se contaminanar. Muito legal o avanço da Medicina.

No máximo 5 anos e a cura já estará aí.

[Tannhäuser]

Fui atrás desse artigo para verificar a veracidade das informações noticiadas:

Segundo o artigo 8.011 participantes foram inscritos, dos quais 5 indivíduos foram excluídos devido a questionários inválidos e 28 devido a testes de triagem de HIV ausentes. Restando os 7.978 participantes analisados que representam uma fração amostral de aproximadamente 0,001% da população elegível do Rio Grande do Sul.

Essa amostragem é tanto baixa para o total da população do estado do RS que é aproximadamente 10.882.965 habitantes (quase 11 milhões de habitantes isso considerando o Censo de 2022).

Não tô querendo dizer que a pesquisa é inútil, mas, precisaria de uma amostragem maior para cravar que a informação que está sendo noticiada.

Total: 7.978 (100%)
Região Não Metropolitana = 4.459 (56,5%)
Região Metropolitana e Capital = 3.519 (43,5%)

Dos 7.978 casos testados foram identificados 81 casos soropositivos para HIV, a prevalência de HIV na população do Rio Grande do Sul foi estimada em 0,99% (IC 95% 0,56-1,75).

O significa abaixo de 1% (que classificaria como epidemia sob controle segundo a OMS).

Já na região metropolitana abrigou a maioria dos casos de HIV amostrados (n=58), apresentando a maior prevalência de HIV (1,64% [IC 95% 1,59-1,70]), com a capital Porto Alegre concentrando mais da metade dos casos de HIV estimados para todo o estado.

Região Metropolitana e Capital = 3.519 (43,5%)

58 casos de HIV ÷ 3.519 entrevistados = 0,164 (x100) = 1,64% de prevalência do HIV na amostragem.

O significa acima de 1% (que classificaria como epidemia fora de controle na região metropolitana e capital segundo a OMS).

Entretanto, a interpretação correta aqui seria 1,64 casos para cada 100 habitantes, o que seria 0,82 casos para cada 50 habitantes. Obviamente que tem o desvio padrão para mais ou para menos, mas, não seria legal do autor do artigo arredondar para mais visando com isso chamar a atenção (Infelizmente se tratando de artigo científico muitas vezes o viés está mais em chamar a atenção e fazer proselitismo e não necessariamente em passar a informação correta)

Além disso, tem uma séria de variáveis que precisam ser analisadas aqui:

1) Amostragem pequena demais para o total de habitantes do estado e região metropolitana (no mínimo esse estudo deveria ser refeito de tempos em tempos e com um número maior de participantes para ter uma precisão mais confiável dos resultados levantados, do contrário, fica muito na estimativa disso e daquilo).
2) Na região metropolitana, maior prevalência de HIV foi especialmente em indivíduos que se declararam de cor de pele preta, aqueles pertencentes à classe social mais baixa e aqueles com menor nível de escolaridade.
3) O uso relatado de drogas ilícitas entre os identificados com HIV na amostragem (tanto na região metropolitana quanto nas demais regiões do estado).
4) A prevalência de HIV entre aqueles que tiveram relações sexuais com o mesmo sexo foi notavelmente alta, tanto para homens que fazem sexo com homens (6,26% [IC 95% 2,79-13,40]) quanto para mulheres que fazem sexo com mulheres (3,29% [IC 95% 1,57-6,79]).
5)Número elevado de parceiros sexuais no último ano.

Quanto ao número alto de parceiros cada um sabe da sua rotatividade sexual, mas, é fato que quanto maior a rotatividade maiores serão os riscos.

Contudo, também dá para tentar fugir dos grupos com maior incidência de HIV (praticamente todas as pesquisas realizadas até hoje concordam com isso de que existem grupos mais suscetíveis ao pegar HIV), conforme foi citado acima (isso já diminuiria consideravelmente as chances de dar algum BO, mas, lembrando... não reduz a zero as chances).

[symphony from death]

Existe uma outra pesquisa que diz que o bairro partenon, Aparício, São José, tuca, intercap e arredores são os bairros com maior incidência de DSTs em Porto Alegre.

[DozeBracas]

Entretanto, a interpretação correta aqui seria 1,64 casos para cada 100 habitantes, o que seria 0,82 casos para cada 50 habitantes.

Estes números aparecem na matéria. Eles apenas arredondaram (de um jeito besta) pq é o que se encontra por aí. A menos que tu considere uma pessoa pequena como 0,64 pessoa.

[Tannhäuser]

Daria para arredondar para menos também já que a pesquisa é uma ESTIMATIVA.

Estudos mais sérios não ficariam restritos a uma pesquisa apenas (tu repetiria o estudo várias vezes e excluiria os maiores e menores resultados e ficaria somente com os resultados centrais para assim fazer uma média da estimativa). Um estudo isolado desses não diz muita coisa... é mais alarde do que informação.

Esse seria um título mais honesto para a reportagem: APROXIMADAMENTE uma a cada 50 pessoas tem HIV na região metropolitana do RS, diz estudo

Detalhando mais a fundo o assunto, a meta 95-95-95 é um objetivo global para o combate ao HIV/AIDS, estabelecido pela ONU, visando que:

- 95% das pessoas vivendo com HIV conheçam seu status sorológico;
- 95% dessas pessoas estejam em tratamento antirretroviral;
- 95% das pessoas em tratamento apresentem carga viral indetectável, evitando a progressão da doença e a transmissão do vírus.

Segundo a matéria: No boletim, 37% das pessoas que testaram positivo não sabiam que tinha o HIV, não tinham o diagnóstico.

Se for assim o RS estaria abaixo da meta de 95% de pessoas vivendo com HIV e conhecendo seu status sorológico, estando com somente 63% ESTIMADO de pessoas vivendo com HIV conhecendo seu status sorológico e 37% desconhecendo como foi dito pela pesquisa/reportagem.

Sendo que em 2015 o percentual de ESTIMADO de detecção no nosso estado era de 84%:

“Hoje temos no estado 84% das pessoas com HIV diagnosticado. Temos 49% destes pacientes em tratamento, e ainda 71% com carga viral zerada”

https://saude.rs.gov.br/estado-e-munici ... tra-a-aids

Hoje, em números gerais, o Brasil possui, respectivamente, 96%, 82% e 95% de alcance.

https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos ... 013-e-2023

Segundo o estudo/reportagem, nosso estado estaria bem abaixo de média nacional de 96% de detecção do vírus, o que é bem estranho pois se realmente estivesse tão fora da curva assim isso já teria sido noticiado por outros estudos e notícias.

Mas, beleza... vamos trabalhar com esses dados, então:

4.167.025 milhões de habitantes na região metropolitana e capital (Censo de 2022)

Se 37% dos 1,64% identificados na pesquisa não sabem que estavam com HIV isso significaria que:

4.167.025 pessoas (100%)
68.339 pessoas (1,64%)

37% de 68.339 = 25.285 pessoas com HIV que não sabem que tem o vírus (63% = 43.043 habitantes com HIV caem fora do cálculo pois já sabem que tem HIV e, em teoria, não deveriam estar disseminando o vírus, embora, saibamos que tem alguns malucos que fazem isso).

Trazendo isso para a amostragem de 100% de habitantes da região metropolitana representaria aproximadamente 0,60% da população da região metropolitana e capital que efetivamente traria algum risco de propagar o vírus por não saberem que estão infectados (não chega nem a 1% da população dessa região).

Imagina a probabilidade do cara esbarrar com 1 dessas 25.285 pessoas durante o ato sexual num universo de mais de 4 milhões de pessoas espalhadas por várias cidades da região metropolitana e capital.

Se o cara evitar aqueles grupos que foram mencionados antes com maior incidência de detecção de HIV: Indivíduos pertencentes à classe social mais baixa, aqueles com menor nível de escolaridade, usuários de drogas ilícitas, bissexuais e homossexuais o percentual cairá ainda mais (diria que cairia pelo menos pela metade para umas 12 mil pessoas num universo de 4 milhões).

Daria para baixar ainda mais se considerarmos que desse número uma parte desses indivíduos são heterossexuais mulheres e a outra parte são heterossexuais homens, ou seja, para homens héteros somente uma parte dessa amostragem seria considerada de risco (a outra parte seriam homens héteros infectados que eles nunca irão fazer ato sexual). Diminuiria essa ESTIMATIVA para 8 mil mulheres com HIV que não sabem que estão infectadas num universo de mais de 4 milhões de habitantes (probabilidade extremamente baixa de esbarrar com alguém desse grupo e, mesmo que esbarre, é só não dar uma de Super Homem e usar proteção que as chances de BO caem ainda mais).

Daria para colocar também as profissionais do sexo como um dos grupos a evitar, mas, aí é não faria sentido já que profissionais do sexo são a válvula de escape de grande parte dos leitores daqui do fórum.

E outra, acho que as profissionais do sexo SÉRIAS fazem mais testagem de ISTs do que as civis, então, isso tem que ser levado em consideração já que se a puta pegar algo ela acabara sabendo que pegou muito antes e saindo do mercado para não propagar o vírus (se ela for uma pessoa e profissional séria), diferentemente de uma civil que pode ficar sei lá 1 a 2 anos ou talvez mais que isso sem fazer um teste de ISTs e transmitindo o vírus sem saber.

Se o cara selecionar bem com que se vai sair (dando preferência por GPs que tenham um grupo fechado de clientes fixos saindo com poucos clientes no mês, por exemplo) as chances de um BO são bem baixas.

Na minha visão não há motivo para alarde e essa notícia é muito sensacionalista, contudo, é essencial e importante ficarmos vigilantes sobre o aumento de casos seja na região metropolitana, no estado como um todo ou no Brasil, analisando outras pesquisas fora essa da notícia que mais quer chamar a atenção do que informar.