Não me fiz de rogado e levei-o para casa. Comecei a ler Contos na noite de sábado e terminei na noite de domingo. Li suas 160 páginas numa tacada só, praticamente. Ler o livro foi como ler um pedaço de minha vida. Muitos dos ambientes e cenários descritos nele me eram familiares, porém as situações descritas não. Foi pertubador saber que a gente faz parte, ou melhor, entra em um universo violento e sujo e não se dá conta.
Felizmente ou infelizmente nossos olhos e sensações estão direcionados para aquilo que nos interessa. Quando vou ao Orion, por exemplo, só tenho olhos para as mulheres e não ouvidos. E nem olhos para coisas que acontecem ao meu que não me interessam, não fazem parte de meu seguro e tranquilo mundo. Vou lá para me divertir e nada mais. Não quero saber se a gp que dança pelada tem um marido que é assassino ou se ela fez aborto. Não quero saber disso. Não quero saber o que rola nos bastidores daquela imundice.
Mas as autoras desse livro queriam. E escreveram sobe o que viram e ouviram. O objetivo das autoras era tentar traduzir em palavras parte das relações humanas que são construídas e destruídas nesses lugares.
Então ler este livro foi como se eu fosse obrigado a ouvir aquelas mesmas gps medonhas que eu faço questão de passar longe. E, então, acabei descobrindo que essas gps tem uma história pra contar além de um mero ppp.
O livro foi escrito por três estudantes de jornalismo. Ele é baseado no trabalho de conclusão do curso de graduaçã em jornalismo realizado por elas. O resultado foi tão interessante que o trabalho escolar acabou se transformando neste livro.
Para que for ler o livro deixo a dica de que é interessante perceber que nós dispomos de uma capacidade de julgamento que as autoras do livro não tem. Então sabemos quando é ppp e quando não é. Ou pelos menos achamos que sabemos. Tente fazer este exercício de putanheiro
![Very Happy :D](./images/smilies/biggrin.gif)
Por isso que reabro este tópico. Acho "contos de bordel" leitura obrigatória para qualquer putanheiro que aprecie a leitua. Está dada a dica.
http://www.carrenho.com.br/catalogo/contosdebordel.htm