Poetas Malditos da Dinastia Tang

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Poetas Malditos da Dinastia Tang

#1 Mensagem por Tricampeão » 21 Set 2007, 21:59

Resolvi abrir este tópico em homenagem a esses que foram talvez os maiores da história da China.

O primeiro que vou abordar é Li-Po.

Para começar, duas traduções de um dos meus poemas favoritos, a primeira de David Hinton, a outra de Witter Bynner.

AVOIDING FAREWELL IN A CHIN-LING WINESHOP

Breezes filling the inn with willow-blossom scents,
elegant girls serve wine, enticing us to try it.

Chin-ling friends come to see me off, I try to leave
but cannot, so we linger out another cup together.

I can't tell anymore. Which is long and which short,
the river flowing east or thoughts farewell brings on?


PARTING AT A WINE-SHOP IN NAN-KING

A wind, bringing willow-cotton, sweetens the shop,
And a girl from Wu, pouring wine, urges me to share it
With my comrades of the city who are here to see me off;
And as each of them drains his cup, I say to him in parting,
Oh, go and ask this river running to the east
If it can travel farther than a friend's love.


Bynner soa mais fluido e ocidental; Hinton, mais exótico. Prefiro a deste último.

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#2 Mensagem por Maestro Alex » 21 Set 2007, 22:10

DINASTIA TANG

Onde tenho a minha casa?
Um pardieiro numa encosta
Dela guardo os Ancestrais.
O terreiro: cerca um covil de raposa
E diante da porta há um ninho de pega.

(in «Poemas Anónimos - Turcos, Mongóis, Chineses e Incertos».
por Gil de carvalho)

Dinastia Tang, China

(618-907)

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#3 Mensagem por Tricampeão » 23 Set 2007, 22:31

O nome Li-Po também aparece grafado como Le Pih, Ly Pe e Li Tai-pe. Ou Rihaku, em japonês.

Outro dos meus favoritos, também da juventude do poeta:


CH'ANG-KAN VILLAGE SONG

These bangs not yet reaching my eyes,
I played at our gate, picking flowers,

and you came on your horse of bamboo,
circling the well, tossing green plums.

We lived together here in Ch’ang-kan,
two little people without suspicions.

At fourteen, when I became your wife,
so timid and betrayed I never smiled,

I faced the wall and shadow, eyes downcast.
A thousand pleas: I ignored them all.

At fifteen, my scowl began to soften.
I wanted us mingled as dust and ash,

and you always stood fast here for me,
no tower vigils awaiting your return.

At sixteen, you sailed far off to distant
Yen-yu Rock in Ch’u-t’ang Gorge, fierce

June waters impossible, and howling
gibbons called out into the heavens.

At our gate, where you lingered long,
moss buried your tracks one by one,

deep green moss I can’t sweep away.
And autumn’s come early. Leaves fall.

It’s September now. Butterflies appear
in the west garden. They fly in pairs,

and it hurts. I sit heart-stricken
at the bloom of youth in my old face.

Before you start back out beyond
all those gorges, send a letter home.

I’m not saying I’d go far to meet you,
no further than Ch’ang-feng Sands.

(Tradução de David Hinton)


THE RIVER-MERCHANT'S WIFE: A LETTER

WHILE my hair was still cut straight across my forehead
I played about the front gate, pulling flowers.
You came by on bamboo stilts, playing horse;
You walked about my seat, playing with blue plums.
And we went on living in the village of Chokan:
Two small people, without dislike or suspicion.

At fourteen I married My Lord you.
I never laughed, being bashful.
Lowering my head, I looked at the wall.
Called to, a thousand times, I never looked back.

At fifteen I stopped scowling,
I desired my dust to be mingled with yours
Forever and forever, and forever.
Why should I climb the look-out?

At sixteen you departed,
You went into far Ku-to-Yen, by the river of swirling eddies,
And you have been gone five months.
The monkeys make sorrowful noise overhead.
You dragged your feet when you went out.
By the gate now, the moss is grown, the different mosses,
Too deep to clear them away!
The leaves fall early this autumn, in wind.
The paired butterflies are already yellow with August
Over the grass in the west garden—
They hurt me.
I grow older.
If you are coming down through the narrows of the river,
Please let me know beforehand,
And I will come out to meet you, As far as Cho-fu-Sa.

(Tradução de Ezra Pound)


No poema anterior, Li-Po assume uma postura bem masculina; neste, escreve a partir de um ponto de vista feminino.

A respeito da histórica tradução de Pound, que foi quem chamou a atenção dos escritores ocidentais para o trabalho de Li-Po no início do século XX, existe essa página:
http://www.english.uiuc.edu/maps/poets/ ... letter.htm

Apesar de ter escrito "From the Chinese of Li Po" ao pé do poema, Pound não traduziu do chinês, pois que desconhecia. Baseou-se na tradução que um amigo fez a partir de uma tradução japonesa do original chinês.

A distância entre Ch'ang-kan e Cho-fu-Sa (ou Ch’ang-feng Sands) é de cerca de 300 km.

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#4 Mensagem por Maestro Alex » 04 Out 2007, 01:51

Li Bai (chinês: 李白, pinyin: Lǐ Bái, Wade-Giles: Li Pai) (701-762) foi um poeta chinês, sendo considerado o maior poeta romântico da dinastia Tang.


--------------------------------------------------------------------------------

Incomparáveis as virtudes do vinho
Puro ou terno como os homens e o seu coração
Com três copos conquistamos a felicidade
Mais três copos:temos o universo na mão

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#5 Mensagem por Tricampeão » 04 Out 2007, 22:41

Maestro Alex escreveu:Li Bai (chinês: 李白, pinyin: Lǐ Bái, Wade-Giles: Li Pai) (701-762) foi um poeta chinês, sendo considerado o maior poeta romântico da dinastia Tang.
Não sabia que havia ainda essas variações do nome.

O sobrenome Li era o da família imperial. Acredita-se que o cara tenha inventado, pra se valorizar. Além disso, não era chinês de nascimento, e sim da Ásia Central.
Muitos poetas antes dele cantaram as virtudes do vinho e bebiam para buscar inspiração. Mas Li Po era diferente, o sujeito vivia era chapadaço mesmo. Seu amigo, admirador e também poeta Tu Fu (na Wikipedia, Du Fu) defendia-o, dizendo que o colega era, pelo menos, econômico: ditava cem poemas pra cada galão de cachaça que entornava.
Além de ser um bebum inveterado, Li Po também não parava com a bunda quieta em lugar nenhum. Passou a vida viajando pelo país, visitando lugares pitorescos e dilapidando a fortuna da família.

O poema que aparece na Wikipedia também é um dos meus favoritos. Ao contrário dos dois outros que havia citado, que são da sua juventude, este é da maturidade. Só parece a primeira das 3 partes do texto.

A CUP OF WINE, UNDER THE FLOWERING TREES
I drink alone, for no friend is near.
Raising my cup I beckon the bright moon,
For he, with my shadow, will make three men.
The moon, alas, is no drinker of wine;

Listless, my shadow creeps about at my side.
Yet with the moon as friend and the shadow as slave
I must make merry before the Spring is spent.

To the songs I sing the moon flickers her beams;
In the dance I weave my shadow tangles and breaks.
While we were sober, three shared the fun;

Now we are drunk, each goes his way.
May we long share our odd, inanimate feast,
And meet at last on the Cloudy River of the sky.

(Trad. Arthur Waley)


DRINKING ALONE BENEATH THE MOON

Among the blossoms, a single jar of wine.
No one else here, I ladle it out myself.

Raising my cup, I toast the bright moon,
and facing my shadow makes friends three,

though moon has never understood wine,
and shadow only trails along behind me.

Kindred a moment with moon and shadow,
I've found a joy that must infuse spring:

I sing, and moon rocks back and forth;
I dance, and shadow tumbles into pieces.

Sober, we're together and happy. Drunk,
we scatter away into our own directions:

intimates forever, we'll wander carefree
and meet again in Star River distances.

(Trad. David Hinton)

"the Cloudy River of the sky" = "Star River" = a Via Láctea

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#6 Mensagem por O Pastor » 05 Out 2007, 07:04

Tricampeão escreveu:
Maestro Alex escreveu:Li Bai (chinês: 李白, pinyin: Lǐ Bái, Wade-Giles: Li Pai) (701-762) foi um poeta chinês, sendo considerado o maior poeta romântico da dinastia Tang.
Não sabia que havia ainda essas variações do nome.


DRINKING ALONE BENEATH THE MOON

Raising my cup, I toast the bright moon,
and facing my shadow makes friends three,

though moon has never understood wine,
and shadow only trails along behind me.

Sublime!!!
Até onde eu sei, eu não sou BOP - Baba Ovo de POeta, mas esse tópico é muito interessante.
Parabéns pela idéia.

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#7 Mensagem por Maestro Alex » 19 Out 2007, 23:27

Dois
copos
de
vinho,
invoco
a
Li Po,
durmo,
sob
uma
lua
que
não
existe.

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#8 Mensagem por Maestro Alex » 07 Nov 2007, 01:17

Li Po

Vinho e Uva.
Taças de Uva.
Uma jovem que chega no seu belo cavalo.
Suas sobrancelhas pintadas de negro.
Suas botas de cetim vermelho.
Ela tropeça um pouco nas palavras, mas canta com meiguice.
No rico festim, embriaga-se nos meus braços.
-Que farei de ti, sob as cortinas de fino hibisco?

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#9 Mensagem por Maestro Alex » 20 Nov 2007, 11:30

no estilo do mestre...

Grita
a
lua sua
angustia de uva.

Líquido fio, descendo.

Uma gota de vinho

cai nocturna.

Bebo a noite,

e a solidão me habita.

Maestro Alex

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#10 Mensagem por General » 20 Nov 2007, 13:22

Tudo que eu sei de Li-Po é que a barriga de uma amiga minha ficou bem melhor depois desse negócio.

General

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#11 Mensagem por Maestro Alex » 20 Nov 2007, 13:33

GeneralNetto escreveu:Tudo que eu sei de Li-Po é que a barriga de uma amiga minha ficou bem melhor depois desse negócio.

General
que o dragão chinês te perdoe....

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#12 Mensagem por Maestro Alex » 20 Nov 2007, 19:53

Reunião de amigos (Li Po)

Para lavar velhas mágoas,
é preciso beber mil frascos.
As belas noites são feitas para as palavras puras.
A Lua branca deve impedir o sono.
Ébrios nos deitaremos na montanha deserta.
Céu e terra nos servirão de colcha e travesseiro.

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#13 Mensagem por Tricampeão » 22 Nov 2007, 09:49

Dois outros poetas da época foram Chang Hsü (Zhang Xu) e Huai Su, precursores do movimento da "caligrafia da grama": embebedavam-se, enfiavam os longos cabelos numa lata de tinta e começavam a escrever poemas freneticamente, com ideogramas que iam inventando na hora. Sua obra era, assim, ao mesmo tempo poesia concreta e pintura abstrata, e totalmente indecifrável.

Por motivos óbvios, não há tradução das mesmas. Mas os caras faziam muito sucesso na época, sendo citados em um célebre poema de Tu Fu: Os Oito Beberrões Imortais, uma referência aos Oito Imortais da lenda taoísta.
http://www.asianartmall.com/8immortalsarticle.htm

Chang Hsü era tão maluco que era capaz de tirar o boné quando em presença de nobres e de escrever poemas mesmo quando sóbrio. Huai Su era tão pé-rapado que plantava bananas no quintal de casa para escrever nas folhas, já que não tinha grana pra comprar papel.

Uma curiosidade: na época, o maior feriado chinês caia no dia 9 do nono mês. A comemoração padrão era subir no alto de uma montanha e encher a cara.

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#14 Mensagem por Maestro Alex » 20 Dez 2007, 19:40

ao estilo Li Po


E a noite
amplia o abraço das coisas luminosas
derrama
vinho na taça
de videiras quietas
vazias de uvas
nuas na nossa boca.

Maestro Alex

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#15 Mensagem por Maestro Alex » 22 Dez 2007, 17:47

Mais um ao estilo do Mestre Li Po

Bebo
a
totalidade
do
vazio,
continuo
com
sede...
Beberei
o
vazio
da
plenitude
também...

Maestro Alex

(do meu blog de BDSM-SSC)

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#16 Mensagem por Maestro Alex » 30 Dez 2007, 11:04

Maestro Alex - Dom - a Li Po


Quando
a
madrugada
derrame
a
última
gota
do
vinho
fugaz
do
novo
dia,
bebe
a
luz,
o
copo
pra
cima,
tentando
rir
da
tua
imbecil
vida...

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#17 Mensagem por Maestro Alex » 04 Jan 2008, 19:55

Ao Mestre do Vinho Li PO


Em lagos de vinho,
paraísos de Li Po,
flui livre
o pensar,
os medos dilui,
palavras nascem,
acumulamos alegrias
e destruimos tristezas...

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#18 Mensagem por Maestro Alex » 14 Jan 2008, 22:26

Seguindo com o estilo Li Po


Pelo
Licor
Profundo
Dos
Vinhedos
Que
Crescem
livres
em terras férteis
banhados
em luas
cuidadas
por dragões...
Agradeço
ao
Mestre Li Po
o
vinho
a
compartir
com meus
Amigos.

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#19 Mensagem por it » 15 Jan 2008, 00:57

Porra, Jurássico, tá bebendo uvas demais.

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#20 Mensagem por Maestro Alex » 15 Jan 2008, 08:51

Evocati escreveu:Porra, Jurássico, tá bebendo uvas demais.
Para aplacar a dor da certeza da vira da do meio século, e algumas outras que não é lugar por aqui, mas como vc sabe, sempre tentando manter meu azedo humor...

Não te preocupes, seu quais os meus limites... eu não bebo suco de uva claro, só bons derivados das mesmas... geralmente os que recomendo no setor gastronomia, fora o velho e bom malte escocês, que nunca deve faltar..., ou alguma caipirinha, ou uma Bohemia ou Original bem gelada...

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#21 Mensagem por Maestro Alex » 06 Fev 2008, 22:40

No estilo Li Po

Na
encosta
dos
Andes,
em meio
de vinhedos,
no
frio
da
noite,
longe
das muralhas
antigas
do
Oriente,
alçamos
as
taças
de
vinho
cor
sangue...
Aquecendo
o
corpo,
entorpecendo
o
pensamento,
liberando
o
espírito...

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#22 Mensagem por BetoPuc » 08 Fev 2008, 09:17

Hoje
vai
ser
uma
festa
Bolo
e
guaraná
muito
doce
pra
você
É
o
seu
aniversário
Vamos
festejar,
os amigos
receber

Mil
felicidades,
amor
no
coração

Que
a sua
vida seja
sempre
doce e
emoção

Bate,
bate palma
que é
hora de
cantar
Agora
todos juntos,
vamos lá!

Parabéns,
parabéns
Hoje é
o seu dia,
que dia mais feliz!
Parabéns, parabéns
Cante novamente
que a gente pede bis!

É pique,
pique
É pique,
é pique, é pique.
É hora,
é hora
É hora, é hora,
é hora

Rá, tim, bum...

Sds

BetoPuc

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#23 Mensagem por BetoPuc » 08 Fev 2008, 09:18

Tá na hora,
tá na hora,
tá na hora
de brincar
pula pula
bole bole
se embolando
sem para
Dá um pulo
vai pra frente
de peixinho
vai pra trás
quem quiser
brincar com a gente
podi vir nunca
é demais
Ilari lari lari e o o o(3x)
É a turma da
Xuxa que vai
dando seu alô

(bis)2 vezes

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#24 Mensagem por Maestro Alex » 08 Fev 2008, 09:43

Profundíssimo,
contra-ciltura,
post-modernidade na veia...
Isto é contribuição! :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :wink:

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#25 Mensagem por BetoPuc » 08 Fev 2008, 10:09

Eu fico felicíssimo com suas sinceras palavras Maestro Alex, porque vejo que eles está elogiando todo o esforço intelectual que foi exigido de para compor tamanha poesia.

Um grande abraço!

BetoPuc

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#26 Mensagem por Maestro Alex » 27 Fev 2008, 22:21

lembrando LI PO

Uma
taça
mais,
e
com
a noite
se
perdem os sentidos...
No silêncio
mais
uma taça,
corpos
que
dormem,
noite
quebrada,
e
o
sabor
do
esquecimento...

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#27 Mensagem por Maestro Alex » 27 Fev 2008, 22:39

seguindo o estilo Li Po

Hoje
bebo
o
vinho
do Universo,
tentando
encontrar a eternidade

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#28 Mensagem por Tricampeão » 02 Abr 2008, 21:52

Tu Fu, também conhecido como Du Fu, foi outro poeta ilustre e porra louca da época. Sua notoriedade foi um tanto prejudicada pela existência de Li Po, um pouco mais velho e já célebre quando Tu Fu despontou. E também pela guerra civil que devastou o país, a chamada Rebelião Lushan, que o atingiu em pleno esplendor da carreira. O bicho pegou de um jeito que a população do país baixou de 53 para 17 milhões em cerca de 10 anos.

Seus poemas, como os do colega, versam principalmente sobre a natureza, a amizade, as viagens e a birita. Os críticos dizem que a visão de Tu Fu era mais confucionista, e a de Li Po, mais taoísta. Além disso, devido às circunstâncias do momento, ele fala menos sobre a Lua e mais a respeito da guerra; um exemplo é a peça seguinte:

Spring View
Though a country be sundered, hills and rivers endure;
And spring comes green again to trees and grasses
Where petals have been shed like tears
And lonely birds have sung their grief.
...After the war-fires of three months,
One message from home is worth a ton of gold.
...I stroke my white hair. It has grown too thin
To hold the hairpins any more.
(Trad. W. Bynner)

Uma tradução literal que encontrei, bastante curiosa:
Spring View
Country damaged mountains rivers here
City spring grass trees deep
Feel moment flower splash tears
Regret parting bird startle heart
Beacon fires join three months
Family letters worth ten thousand metal
White head scratch become thin
Virtually about to not bear hairpin

O "hairpin", de acordo com as referências, era uma peça usada para fixar os chapéus na cabeça.

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#29 Mensagem por Tricampeão » 26 Mar 2009, 22:20

Ressucitando este tópico com um poema de Tu Fu sobre a velhice e, é claro, sobre consolar-se enchendo o rabo de comida e bebida. Como o tema é usual também em Li Po, dá pra ver melhor as diferenças da visão do mundo dos dois amigos.

Winter Dawn

The men and beasts of the zodiac
Have marched over us once more.
Green wine bottles and red lobster shells,
Both emptied, litter the table.
“Should old acquaintance be forgot?” Each
Sits listening to his own thoughts,
And the sound of cars starting outside.
The birds in the eaves are restless,
Because of the noise and light. Soon now
In the winter dawn I will face
My fortieth year. Borne headlong
Towards the long shadows of sunset
By the headstrong, stubborn moments,
Life whirls past like drunken wildfire.

(Trad. K. Rexroth)

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#30 Mensagem por Tricampeão » 12 Jan 2011, 22:13

Revisitando este fascinante tópico, também como homenagem ao amigo Alex, que tanto contribuiu, falemos agora de Wang Wei.
Wang Wei foi considerado pelos críticos como o terceiro nome sagrado da poesia do período Tang. Um budista, para contrapor ao taoísta Li Po e ao confucionista Tu Fu.
Nascido de família nobre, funcionário aprovado em primeiro lugar no concurso público, fingiu-se de doente para não colaborar com os insurgentes durante a rebelião "An Lushan". Mesmo assim, após a derrota destes, foi afastado do cargo. Depois de ficar viúvo, transformou sua casa em mosteiro e afastou-se do mundo.
O exemplo abaixo mostra como sua temática se assemelha à de Li Po e Tu Fu, e como esteticamente deles se afasta.

Taking Leave

After parting amid the mountains,
I shut my brushwood door: day ends.
In spring the greening grass will return.
Will you as well, my prince of friends?

(Trad. A.Z. Foreman)

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