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Feitiço do Tempo (R.20 de Abril com R. Senador Dantas)

Espaço para postadem de TDs e informações sobre acompanhantes da área trash do Rio de Janeiro.

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FILTRAR: Neutros: 0 Positivos: 3 Negativos: 0 Pisada na Bola: 0 Lista por Data Lista por Faixa de Preço
Faixa de Preço:R$ 0
Anal:Sim 2Não 1
Oral Sem:Sim 3Não 0
Beija:Sim 2Não 1
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-Dante
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Feitiço do Tempo (R.20 de Abril com R. Senador Dantas)

#1 Mensagem por -Dante » 19 Ago 2020, 00:48

POSITIVO
Nome da Garota:Dara

Fez Oral sem camisinha:SIM
Fez Anal:SIM
Beijou na Boca:SIM
Nota:10
Na remota década de 1990, eu namorava uma pernambucana que residia em uma espécie de cortiço nos arredores da Central, na Rua Barão de São Félix, próximo à Camerino. Praticamente, morei com ela naquela área, a ponto de quase ser renegado pela minha família, que se fazia repleta de preconceitos anacrônicos. Foi uma dessas paixões sexuais que me consumiram durante a vida. Posso afirmar a você, afeiçoado Forista, a paixão sexual é mais grave do que o amor romântico. O amor romântico pode causar depressão, mas a paixão sexual nos domina, subjuga todos os nossos sentidos. Recordei-me disso enquanto caminhava em busca de um bordel que eu havia conhecido na mesma rua Barão de São Félix um pouco antes do advento da pandemia, o puteiro foi batizado com um nome interessante: Feitiço do Tempo. Nada mais sugestivo para um estabelecimento que ficava aos pés da Central do Brasil, sob o imponente Big Ben carioca.

Andar pela região da Central é algo semelhante a um safári, uma empreitada cheia de perigos e surpresas. Quando alcancei o endereço da casa, encontrei a porta fechada e um pedaço de papel colado na madeira.

“A Feitiço do Tempo mudou para a Rua 20 de Abri com Rua do Senado, perto do Campo de Santana.”

Não era longe, mas também não ficava próximo de onde eu estava. Eu teria que atravessar aquela selva entre a Central e a rua Frei Caneca. Indiana Jones talvez tivesse desistido, eu não. Fim de tarde, me embrenhei pela rota habitada por camelôs, PMs hostis, guardas municipais entediados e uma multidão que vinha num contrafluxo de ansiedade para embarcar nos trens que a conduzia a lugarejos distantes. Algo muito mais eletrizante do que Frodo tentando chegar a Mordor em o Senhor dos Anéis. Quando alcancei a tal esquina da 20 de Abril com rua do Senado, reconheci o estabelecimento, ele existia antes da Feitiço do Tempo na Barão de São Félix. Deduzi que ocorreu uma fusão ou a casa foi comprada. Para não entrar de cara limpa, fui até um boteco na esquina da Frei Caneca e pedi uma dose de Salinas, a minha favorita. Não fiquei em uma única dose, alcancei a quarta, foi quando a vi, bela, vaporosa, fugidia: a Felicidade. Acredite, Forista sem fé, a Felicidade não é um estado de espírito, é um copo de cachaça.

Anoiteceu. Subi os degraus do sobrado da nova Feitiço do Tempo. No antigo endereço, a decoração se resumia a uns relógios de cartolina colados pela parede, fui esperando as piores cafonices imagináveis. Creia, estimado Forista, quando pisei na pista da boate estava tocando “Minha estranha loucura”, na voz de Alcione. Alguns clientes espalhados, acompanhados de baldes de cerveja, ousavam cantarolar a letra em paralelo com a Marrom. Cheguei a supor que aquele cenário pudesse ser uma reunião de suicidas, foi quando terminou Alcione e entrou Emílio Santiago com “Saigon”. Não foi a primeira vez que ouvi Emílio Santiago num puteiro, saber disso causava mais perplexidade a minha combalida alma libertina. Fiquei com receio que todos sacassem uma arma ao mesmo tempo e dessem um tiro na cabeça, deixando nas mesas do cabaré cartas de despedida do terreno inferno cotidiano. Talvez tivesse sido melhor esse desfecho do que testemunhar o fim de “Saigon” com Emílio Santiago e o começo de “Nada Além de uma Ilusão” com o Nelson Gonçalves. Definitivamente, eu não estava num puteiro, estava num flash back de doentes terminais. Após o impacto musical, passei a observar as mulheres presentes. Poucas mulheres, a maioria com pinta de figurante em filme do Zé do Caixão, nem a cachaça ajudou a flexibilizar as minhas expectativas. Foi quando começou a tocar José Augusto com “Aguenta Coração” que eu avistei uma das mulatas mais colossais que já encontrei na minha precária existência. Alta, com uma bunda imensa e de textura impecável, o rosto bonito, o cabelo cacheado, lábios carnudos, coxas torneadas e magníficas. A mulher era uma escultura em bronze. Ela me deu uma encarada e corri para me aproximar.

– Qual seu nome? – Perguntei.

– Dara. E o seu?

– Dante. Você bebe?

No que ela respondeu que sim, eu já providenciei dois latões de antártica e conversamos um pouco. Fiz a tradicional entrevista, todas as respostas me animaram. Chamei à alcova. Irei compreender se você considerar tudo o que é dito aqui como um exagero retórico, a fé é um privilégio da criatividade e não da dúvida. O que eu posso dizer é que quando a mulher tirou a roupa na minúscula cabine da Feitiço do Tempo, o tempo parou. O corpo da mulata era um oceano, olhar para aquela vagina depilada e dotada de um clitóris em relevo foi como ver o mar pela primeira vez. O cheiro de mofo do quarto ganhou status de aroma de maresia. Dara não me deu espaço para respirar, caiu em mim num boquete rapel que me causava a sensação ininterrupta de estar despencando num abismo de deleites. Depois disse que me daria um banho de gata e saiu me lambendo todo até me entregar a boca num beijo de cinema. A garota não era só corpo, era língua, saliva, mel uterino. Descomunal. Uma loucura. Incrédulo Forista, quando Dara ficou de quatro, perdi o fôlego olhando para aquele rabo que só pode ser medido em hectares. Respirei fundo e meti. Que delícia. A menina gemia como gata no cio, rebolava, empinava-se como se fosse quebrar a coluna cervical. Gozei. Gozei horrores. Gozei parte da alma naquele muquifo perdido entre o Campo de Santana e a Cruz Vermelha. Foi uma daquelas gozadas que parecem uma pequena morte. Estirei-me nocauteado naquele colchão recheado de ácaros.

Paguei a conta e não esperei a menina retornar ao salão. Quando comecei a descer as escadas, ouvi a voz de Dusek mandando "Nostradamus"...

“O dia ficou noite
O Sol foi pro Além
Eu preciso de alguém...”


Ganhei as ruas, onde qualquer aventura é possível...
Editado pela última vez por KARABOBO em 19 Ago 2020, 19:03, em um total de 1 vez.

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Re: Feitiço do Tempo (R.20 de Abril com R. Senador Dantas)

#2 Mensagem por -Dante » 17 Mar 2021, 22:18

POSITIVO
Nome da Garota:Ana

Fez Oral sem camisinha:SIM
Fez Anal:NÃO
Beijou na Boca:NÃO
Nota:7
Creia-me, estimado forista. Venho saindo com meninas que atendem por conta própria, dando preferência as que possuem local. A minha colheita tem sido de boas experiências, um saldo positivo e surpreendente para quem antes priorizava como preferência às termas. Apesar disso, nunca me sinto totalmente satisfeito, falta sempre algo que a minha natureza sexual exige desde que o sexo deixou de ser um mistério para mim. Sim, na juventude o sexo ainda guarda aquela aura de mistério, um elemento que contribui para a nossa excitação incontrolável, mas é na fase mais madura que precisamos encontrar um afrodisíaco que substitua o mistério que se extinguiu. No meu caso, eu substituí o mistério pela adrenalina, pela aventura, pelas fronteiras desconhecidas.

Se em tempos remotos a grande façanha humana foi cruzar oceanos em busca de novos horizontes, de novos continentes, para o homem moderno a maior proeza é se enveredar por experiências sexuais que nos renovem, que nos façam sentir o pulsar do corpo, do existir. Não nego, afeiçoado forista, tenho a necessidade de farejar mulheres como tubarões farejam sangue. É a caça que me excita, o desafio.

Estou trocando de carro, mas até que se formalize um desconto a que tenho direito para o meu novo veículo fiquei dependente de táxis, até duas semanas atrás. Um porteiro da minha rua, com necessidade de dinheiro extra, me ofereceu seu automóvel para alugar enquanto espero o desembaraço do meu imbróglio burocrático. Aceitei a proposta e aluguei a viatura do porteiro, um fusca bem cuidado, cor de vinho, com rodas de modelo antigo e rádio com toca-fitas e entrada para CD. Não sou afeito a luxos, prefiro ser prático. A verdade é que um fusca andando pelas ruas chama mais a atenção do que um BMW último modelo. É o que estou reparando nos meus rolés ocasionais.

Sábado à noite, beirando a madrugada. Fiquei na dúvida se seria conveniente sair durante este período de toque de recolher, mas a minha inquietação noturna me lançou às ruas. Para quem possuía um Corolla, entrar num fusca é um experimento quase claustrofóbico. O carro não tem ar-condicionado e o rádio é um provedor de estática. Como não possuo fitas cassetes dignas de utilização, levei uns CDs para não dirigir no silêncio. Encaixo a chave na ignição, piso na embreagem, aciono o acelerador e o fusquinha grita agudo, como se despertasse de um sono secular. Os pneus se movem e ganhamos o negrume do asfalto. A partir de agora, qualquer aventura é possível...

Ligo o rádio e introduzo um CD qualquer. A música invade a cabine, inunda meus ouvidos e faz meu coração acelerar empolgado. A voz de Annie Lennox faz o lobo velho e adormecido que me habita reagir a inércia que tenta domesticá-lo.

Sweet Dreams

O sangue ainda pulsa, eu estava de volta aos sete mares em busca de alimento para a minha alma sem direção. O roteiro noturno de um Rio interditado pelo vírus não nos deixa muitas opções. Peguei a Praça da Bandeira, entrei na Rua Ceará, a minha primeira visita seria ao território onde os homens que mijam em pé: A Vila Mimosa.

Senti dificuldade com a direção do Herbie (o fusca), em determinados momentos parecia que guiava uma carroça puxada por cavalos indomados. Aos poucos, fomos ganhando confiança um no outro, o afeto foi surgindo, até que deslizávamos em harmonia pelos recantos sombrios da cidade. Custei a conseguir estacionar o pequeno fusquinha. Rebelde e de volante pesado, as manobras me custavam um suadouro intenso. Assim que acomodei o carro, pisei com minhas botas gaúchas sobre os paralelepípedos da zona, território sagrado dos libertinos.

Fiquei em dúvida se estava na Mimosa ou no deserto do Saara. Havia tão pouca gente no lugar que era possível dizer que não havia ninguém. O único movimento vinha dos caminhões saindo e entrando do frigorífico. O céu cinza, o ambiente melancólico, tudo fazia com que eu me sentisse personagem de um romance policial, um detetive em busca da loira má. Não demorei muito na Vila, voltei para o fusca e partimos para a Lapa.

No caminho, o CD exala outro som que me empolga. Pitty cantando “Pulsos”. A guitarra faz meu envelhecido coração vibrar junto com os acordes, abro mais as janelas e não me seguro. Cantei.

“Tenta achar que não é assim tão mal, exercita a paciência, guardo os pulsos pro final. Saída de emergência...”

Pulsos

Você está certo, forista sem fé. O sentimento de existir me invadia, me puxava para fora do corpo, me ressuscitava. Direi algo que poderá parecer um clichê, mas a noite é mágica. Enquanto alguns dormem, outros acordam.

Alcancei a Lapa, me enveredei pela Rua do Rezende na esperança de avistar as mariposas no ponto em frente ao hotel Andorinha. Nada. Estacionei o Herbie, agora com mais facilidade. Deixei o carro e fui caminhar. O boteco da esquina estava com meia porta aberta. O silêncio no entorno encobria a atmosfera com um tom sepulcral. Imaginando que não cruzaria com nenhuma Lei Seca, pedi uma dose da Salinas. Sorvi a cachaça como os Deuses sorvem a ambrosia. Imediatamente, as luzes ficaram mais brilhantes, as vozes mudas se tornaram audíveis. Tomei outro gole e foi quando a vi, a mulher rara de despudorada, flamejante e fugaz: a felicidade.

Das caixas de som do botequim emergiu uma música que eu não escutava há anos: Summertime, com Janis Joplin. Os acordes fizeram a noite ganhar um clima underground naquele pé-sujo com lâmpadas florescentes e homens naufragados.

Summertime

Percebi que não conseguiria nada na Lapa anestesiada por estes tempos hostis. Retornei ao fusca e deslizamos para outros territórios. Pego a rua 20 de Abril e quando me aproximo da rua do Senado vejo balões e a entrada de um sobrado com circulação de vida inteligente. Veio-me a sensação de descobrir um planeta após vagar pela escuridão fria do universo. O Feitiço do Tempo desafiava decretos e imposições, estava aberto.

Alojei Herbie no meio-fio e caminhei em direção àquela colônia mundana. Recebo uma comanda e subo os degraus infinitos. Quando entro no salão, me deparo com um ambiente escuríssimo, as mesas iluminadas por velas, poucos clientes e um número razoável de meninas que eu não conseguia identificar se eram humanas devido ao breu que encobria o lugar. Um cenário de taberna da Idade Média. Sinto dificuldade para enxergar em locais pouco iluminados, fui tateando para encontrar um assento. Esbarro em uma menina que me explica a falta de luz elétrica.

— Bebê, senta ali. A Light cortou a luz, mas o dono já acertou e eles devem religar daqui a pouco.

Sentei-me. Como eu disse, não conseguia enxergar muita coisa, via vultos, alguns arredondados e outros esguios. Uma senhora quase idosa se aproximou, minhas pernas tremeram, perguntou se eu queria beber alguma coisa, pedi uma cerveja. No terceiro latão, uma magrinha jeitosa acomodou-se ao meu lado. Bonita de rosto, mas o corpo de faquir. Naquela altura do campeonato, não importava muito, tudo era divino, tudo era maravilhoso. Sim, forista sem fé, Belchior transbordava das caixas de som para explicar por que o nome do bordel é Feitiço do Tempo. E ao som de “Apenas um rapaz Latino-Americano, iniciei o diálogo comercial com a magrinha.

Feita a entrevista básica, decido subir à alcova. Quarto pequeno, estilo cabine, dava para escutar a trilha sonora que vinha da boate. Cauby Peixoto cantava “Bastidores”. A alcova mergulhada nas trevas absolutas. Como conseguiria transar sem enxergar meu combalido pênis e ouvindo Cauby como som ambiente? A magrinha disse que ia pegar suas “coisas” e voltava logo. Fiquei ali, jogado na escuridão, com receio de ser currado. A porta se abriu, só reparei por causa de um fecho de luz de vela que entrou junto com a magrinha. Ela tira a roupa e me espantei um pouco com as costelas salientes da garota, parecia uma daquelas fotos de figuras famintas da Etiópia. Tentei não me concentrar naquilo. A magrinha avançou para o ataque, foi tirando minhas roupas, beijando meu peito, apertando minha bunda, perguntando do que eu gostava com um tom meio satânico. Não nego, amigo forista, aquilo me assustou.

De repente, a vela apaga, fui lançado novamente à escuridão sem nem sequer saber onde minhas roupas estavam. Senti uma boca no meu pau, quis acreditar que era a magrinha, tentei apalpar a cabeça da menina e encontrei os cabelos. Talvez, haja quem goste, mas a sensação de trepar no breu absoluto não me foi muito agradável para mim. Eu tentava agarrar a magrinha e só abraçava o ar. Foi como sodomizar um fantasma. Comecei a sentir um comichão nas costas, havia alguma coisa no colchão. Formigas? Até hoje não sei. Do nada, senti a magrinha sentar no meu pau, era como se eu estivesse transando com a mulher invisível. Não enxergava nada. Só sensações. A garota se remexia em cima de mim e eu lembrei que poderia usar a lanterna do celular para clarear as trevas, o problema é que não fazia ideia onde teria ido parar as minhas roupas. A magrinha saiu de cima, senti novamente a boca no meu pau. Alguns segundo de boquete e ela me pede.

— Me come de quatro.

Eu ouvia a voz, mas sem saber de onde vinha. Parecia um filme religioso, em que o personagem ouve a voz de Deus, mas não o vê. Tentei achar a menina para comê-la de quatro, palmeei o colchão com receio de ser picado por algum inseto. Depois de uns quarenta segundos, esbarrei em algo que não sabia se era a perna ou o braço da garota, pois ambos tinham a mesma espessura. Fui acompanhando o contorno e finalmente esbarrei com alguma coisa que se assemelhava a uma vagina. Mais quarenta segundos para conseguir colocar a camisinha. Posicionei meu pau, já um pouco exausto da busca, e o introduzi naquela cavidade morna e úmida. Eu poderia estar fodendo com um melão que não saberia. Não havia uma ponta de luz dentro da cabine. Ouvi a menina gemer, imaginei que tinha acertado o alvo. Gozei e é provável que meus espermatozoides ainda estejam perdidos e assustados naquela escuridão.

Fui tateando pela cabine inteira até encontrar a minha calça, tirei o celular do bolso e acendi a lanterna. Foi quase uma reencenação bíblica da Gênese. Faça-se a luz! Eu me vesti e fui me guiando pelas sombras das velas que escorriam nas paredes. Ao pisar no salão, tocava “Como eu quero”, na voz da Paula Toller, algo um pouco mais contemporâneo. As putas, que mostravam saber de cor todas as letras, faziam coro.

“Longe do meu domínio, você vai de mal a pior. Vem que eu te ensino a ser bem melhor...”

Desci as escadas e reencontrei a rua. Respirei profundamente. Alegria de ver as lâmpadas de vapor de mercúrio, pálidas e tristes, se refletindo no Herbie. Acionei o motor, as luzes brilhantes do Relógio da Central serviram de bússola. Insiro um CD e a música transborda. Evanescence com Lithium...

Lithium

O sangue pulsava, o coração tocava ao ritmo da bateria e a euforia tomou conta de tudo. Não duvide, a partir de agora qualquer aventura é possível... O libertino vive.
Editado pela última vez por KARABOBO em 18 Mar 2021, 14:03, em um total de 1 vez.

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Re: Feitiço do Tempo (R.20 de Abril com R. Senador Dantas)

#3 Mensagem por -Dante » 18 Jul 2021, 14:03

POSITIVO
Nome da Garota:Laura

Fez Oral sem camisinha:SIM
Fez Anal:SIM
Beijou na Boca:SIM
Nota:10
Ontem me prometi não sair de casa, resistir à agonia de ficar enclausurado em um sábado à noite. Escolhi filmes, li um livro, comi uma pizza, mas nada disso foi suficiente para aquietar o espírito libertino. Eu precisava de alguma aventura ou, ao menos, da tentativa de me aventurar. Digo a você, afeiçoado forista, estou na fase da terceira idade em que durmo pouquíssimo, sou invadido constantemente por uma inquietude noturna que não me permite ficar aconchegado na atmosfera caseira. Vesti meu velho uniforme libertino (sim, libertinos são como heróis, usam uniformes), geralmente um vestuário em tons escuros, chamei um táxi (estou com a carteira de motorista vencida) e pedi para o piloto tocar para a rua do Senado. Passou-me pela cabeça ir para a Mosaico, na Vila Mimosa, mas fazia tempo que eu não visitava o Feitiço do Tempo. Decidi o meu destino.

Quanto mais o veículo se aproximava do Centro, mas a paisagem ia se tornando árida, deserta, silenciosa. As lâmpadas de vapor de mercúrio refletiam um cortejo de pálidas luzes amareladas, o asfalto nos conduzia pelo velório do vazio. Logo após a Praça da Cruz Vermelha, uma arena rodeada por velhos prédios carcomidos, pedi que o taxista parasse. Preferi ir a pé pelo resto do caminho. Finquei minhas botas na calçada, pisei firme e calmo, com a serenidade dos que conhecem os recantos furtivos e traiçoeiros da madrugada. Coragem não significa violência, mesmo porque violência muitas vezes significa covardia; coragem é sinônimo de ousadia e na maior parte das vezes é o contraponto à violência. Ninguém mais percorre tranquilo as ruas do Centro, mas a região da Cruz Vermelha é próxima à Lapa, também pontuada por bares e pés-sujos que compõe a fauna do local.

O Feitiço do Tempo é um inferninho que teve sua origem no entorno da Central do Brasil, depois o proprietário se uniu a um outro empreendedor e unificaram a firma nos arredores da rua do Senado. Neste último sábado, quando entrei na boate, tive uma surpresa que me deixou boquiaberto, o bordel está emplacando um perfil original, virando marca. Subi os degraus do antigo sobrado e quando entrei no salão tudo continuava iluminado à luz de velas, mas com velas estilosas. Do corte de luz, brotou a criatividade. A iluminação elétrica se restringia a umas poucas luzes coloridas colocadas em cantos estratégicos da pista. Avistei um grupo de quatro casais, provavelmente se aquecendo antes de partirem para o Swing do Mistura Certa. De puteiro, o Feitiço do Tempo pescou a ideia de se firmar como boate temática de flash back. Achei genial.

Quando ainda estava buscando uma mesa para armar o meu acampamento, começou a tocar uma música de um passado muito distante (1987), meu melhor passado. Admito, colega forista, quando sou pego de surpresa com esses elementos que nos lançam para trás, fico a beira de me emocionar. Reconheci a música, reconheci a voz, reconheci a época. Patrick Swayze cantando She's Like the Wind. Acredite, forista sem fé, foi neste ponto uma garota chegou perto de mim e me puxou para dançar. Morena, alta, corpo esguio que denunciava as curvas de uma falsa magra, cabelos longos presos com rabo de cavalo, um olhar intenso e sexy. A última vez que me lembro de ter dançado música lenta com uma puta foi na finada Discoteca Help, que fazia uma sessão romântica às 3h da madruga.

SHE'S LIKE THE WIND

Digo a vocês, foi foda. Que momento. Aquele corpo quente colado no meu, os passos lentos em que nos orbitávamos, as mãos dela acariciando a minha nuca, os acordes que transbordavam pelas caixas de som. O coração do velho precisou ser forte. De repente, do nada, ela me beija na boca. E aqui eu quebrarei toda a elegância do texto para poder descrever o pensamento que quase saltou nu da minha mente. Puta que pariu. Que beijo. Que cena. Nessas ocasiões é que me convenço de que a vida libertina é maravilhosa. Ainda existe magia, estimado forista. Permanecemos na pista quando o DJ emendou com Kate Bush.

KATE BUSH

— Dante, como você consegue lembrar desses detalhes? — Perguntaria o forista incrédulo.

Impossível é esquecer, meu cético camarada. E se algum forista se mostrar insatisfeito com este relato, se considerá-lo repleto de informações inúteis, descartáveis e afirmar que eu não falo do principal, o que poderei responder? Lamento pelo humano estéril que você se tornou, meu caro. O prazer está na percepção do abstrato.

Sentei-me com a mulher que me levou por uma viagem que irei me recordar até o último suspiro. Revelou-me que seu nome é Laura, tomamos umas cervejas, conversamos, namoramos e decidi convidá-la à alcova. Pedi que nos deixassem no quarto por uma hora e meia. O fim desta história resumo com sussurros, gemidos e orgasmos. Fui feliz.
Editado pela última vez por KARABOBO em 18 Jul 2021, 16:29, em um total de 1 vez.

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