salsicha escreveu:A pergunta é boa. Claro que dos milhares de foristas, muitos declaradamente querem que a moça meta, simplesmente.
Não é meu caso. Dizem que, por exemplo, para o Corinthiano, ganhar título ou não é mero detalhe... Para tais torcedores, o clube deles é o maior e pronto!
(NÃO IMPORTA SE TEM MUITO MENOS TÍTULOS DO QUE O SÃO PAULO - para eles, o clube ainda assim é muito maior...)
Para mim, por incrível que pareça, mesmo na putaria, o ato em si, é um detalhe!
Como os títulos para o Corinthiano.
O que importa é estar junto, em um envolvimento sem restrições (dentro do que não é nocivo à saúde), com alguém diferente, em uma troca boa.
Tem papo padrão de puta aquela que vive 24 horas por dia e 7 dias por semana como puta. Não faz mais nada da vida, não conhece ou não valoriza nada nem ninguém que seja fora deste mundo.
Ou então aquela que até tem sua vidinha, mas "separa muito bem as coisas". Não diz onde mora, nem do que gosta, não fala de si, não tem nada a dizer ou prefere não fazer! Só sexo, falar de sexo, dinheiro, sacanagem, "script" (oral sem camisinha, posições, anal com taxinha...); yes, no, yes, no...(como num filme pornô).
Rola um papo não padrão de puta quando a moça sente confiança no sujeito, passa a falar de si, passa a aconselhá-lo. Uma boa acompanhante, para mim, tem muito mais efeito do que uma psicoterapeuta sem noção, dessas que o mundo anda cheio.
Às vezes é legal ter uma psicoterap(e)uta!
Uma moça que tenha participado de boas rodas sociais, que saiba cuidar de si, que saiba valorizar as pessoas (inclusive os clientes) não apenas pela grana que rola no programa...
Alguém que, embora com suas fraquezas, sua vontade de fugir do mundo, seja capaz de se sentir tocada pela fragilidade emocional do outro, seja capaz de não se aproveitar dela e ainda de ajudar.
Putas fortes assim são aquelas para quem "ajudar não dói", embora elas também tenham suas fases de fraquezas.
Como por toda vida, são poucas as que a gente admira. Uma delas me falou que não conseguia cafetinar... jamais conseguiu explorar suas colegas tampouco conviver ao lado de quem faz isso. Dá prá entender a dimensão do caráter desta puta? Dito de forma sincera, corroborado por outras condutas, é exatamente o papo não padrão de puta! Uma moça que se sente mal com as loucurinahas dos outros, seja de sadismo ou lidando com este mala que ora escreve...
Sentir-se mal, para uma alma mais sensível é normal. E se ainda assim a pessoa consegue superar e fazer algo de bom para o sujeito é extraordinário.
A Bruna Surfistinha vendeu milhares de exemplares, com a proposta de dizer ao mundo "os segredos de uma garota de programa". Talvez os "segredos" (que ela nem colocou no livro, pois não são para o comércio!) integrem o repertório do que não seja o PPP, a melhor parte, aquela que a puta não pode entregar a todos, mas que reserva a alguns privilegiados (clientes especiais, pequenos flertes...), mesmo que por pouco tempo... (afinal, nada é eterno!)
Ao longo de anos, já revirei o GPGUIA. Dia destes, achei uma magrelinha ali, que tinha anúncio como se fosse namoradinha, intensa; parecia realmente diferenciada. Dois relatos apenas, e em um deles o colega dizia que ela tem bom papo - para quem gosta...
Ligo prá moça, pergunto se ela tem compromisso naquela noite. Ela pergunta por que estou falando do viva voz. Fico sem entender, digo que estou falando do telefone comum... Pergunto como podemos nos encontrar. Ela diz que eu tenho que ir a um hotel, ligar para ela de lá, para que ela confirme. Pergunto se não posso passar em algum lugar para buscá-la; diz que não. O que será que fizeram com esta moça? Que trauma!
(Num outro momento eu teria ido lá, só prá tentar ajudar... só que isto cansa! E não sou forte como as melhores putas!)
Por essas e outras, cada vez mais a relação entre puta e putanheiro vai se limitando ao PPP.
Felizmente, há ainda no mundo uma ou outra raridade... Mas sempre foi assim. Tá tendo uma exposição, na OCA, sobre "O Pequeno Príncipe". O clássico foi escrito há muito tempo - e lá já se falava da falta de pessoas no mundo. Anos se passaram, as pessoas tão cada vez mais raras no mundo, e no microssistema da putaria não é diferente!
O papo NÃO PPP é justamente este, entre dois seres humanos, em que só se fala em números no primeiro contato. Depois, no período em que estão juntos (nunca cronometrado!) o casal esquece que está em uma relação comercial... A puta tem que ter classe até para receber o dinheiro.
As melhores - e não devo estar sozinho nesta percepção - são aquelas que a gente quase esquece de pagar; e quando esquece, volta e entrega o dinheiro com gosto, porque gostou do espetáculo e sabe que o artista precisa da bilheteria, para continuar atuando... E ela recebe o dinheiro, mas com jeito de ter recebido aquilo como necessário, mas não suficiente, pois sabe que a melhor parte é a satisfação de ter dado algo bom; sexo e além disso! E recebido também algo até mais importante, além da grana.
Aliás, também por conta disso, nunca pergunto como será ou o que ela fará. Primeiro porque não me importa o que ela OFERECE, mas o que ela ENTREGARÁ. E depois porque sei que ela entregará a cada cliente algo diferente, e a cada dia algo diferente ao mesmo cliente (muito mais do que no dia anterior, muito menos, ou simplesmente deixará de entregar...- tudo a depender de ter ou não medos; da coragem!)
Talvez não tenha sido claro, mas ao menos tentei.
E foi bom ter a Rose, desde 2003 aqui, ainda querendo nossos pareceres...Isto, de certa forma, mostra vivacidade.