Essa é para aqueles que ficaram defendendo tão ardorosamente a situação em Honduras, alegando que não houve nada de errado lá.
http://www.diarioliberdade.org/index.ph ... Itemid=156
http://www1.folha.uol.com.br/poder/8430 ... html%C2%A0
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WikiLeaks revela informe confidencial dos EUA um mês após o golpe de Honduras
teleSUR - [Tradução do Diário Liberdade] Um informe confidencial da embaixada de Washington em Honduras revelado neste domingo pelo WikiLeaks mostra que Washington não tem dúvida de que em Honduras houve um golpe de Estado contra o então presidente, Manuel Zelaya, e agrega que "os militares, a Corte suprema e o Congresso Nacional conspiraram no dia 28 de junho no que constituiu um golpe ilegal e inconstitucional contra o Executivo".
Do mesmo modo, no texto, a embaixada dos Estados Unidos em Honduras afirma que o governo de Roberto Micheletti foi completamente ilegítimo.
"Não há dúvida de que deste nossa perspectiva de que a chegada ao poder de Roberto Micheletti foi ilegítima", destaca o informe enviado desde a Embaixada dos Estados Unidos em Tegucigalpa, em nome de seu responsável, o embaixador Hugo Llorens.
A embaixada afirma nas mensagens que os argumentos esgrimidos pelos "defensores do golpe do dia 28 de junho" são "muitas vezes ambíguos", pelo que diz ter consultado a "experts em legislação em Honduras", mas acrescenta entre parêntesis que "(um deles não pode encontrar uma visão profissional não tendenciosa em uma Honduras com um clima politicamente pesado)".
No texto revelado pelo WikiLeaks, a embaixada estadunidense em Honduras reconhece que nunca foi demonstrado que o presidente Zelaya tenha burlado a lei e afirma que o argumento de que tentava se prolongar no poder era uma suposição.
No documento é revelado que os argumentos apresentados por Micheletti e pelos militares e políticos golpistas "não tem nenhuma validez substancial" e agrega que "algumas são abertamente falsas".
O informe considera que várias das medidas executadas pelos golpistas foram "aparentemente ilegais", desde o fato mesmo de que "os militares retiraram Zelaya do país sem autoridade pra fazê-lo", algo que "violou múltiplas garantias constitucionais, incluindo a proibição da expatriação, a presunção da inocência e o direito a um processo legal".
No último dos comentários, diz-se que "não importa quais sejam os pontos fortes do caso contra Zelaya, sua saída forçada do país por parte dos militares foi claramente ilegal, e o acesso de Micheletti como 'presidente interino' foi totalmente ilegítimo".
Entre os destinatários deste informe, aparece o embaixador dos Estados Unidos no Brasil neste momento, Thomas A. Shannon, e o assistente especial de Barack Obama e diretor para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Conselho de Segurança Nacional, Dan Restrepo.
A informação fornecida por estes documentos dão luz para entender declarações emitidas em agosto de 2009 pelo presidente de facto de Honduras, Roberto Micheletti, quando expressou seu desejo de que o embaixador dos Estados Unidos nesse país, Hugo Llorens, não volte a retornar ao cargo, logo após o Governo estadunidense ter decidido retirá-lo por supostos "motivos pessoais".
Os EUA foram o país que mais tardou-se em aplicar sanções após a derrubada de Zelaya, enquanto que outros Governos, como os da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América – ALBA, e do Mercado Comum do Sul (Mercosul), pronunciaram-se contra o golpe quase imediatamente.
Depois de transcorridos 73 dias de sucesso, os EUA decidiram suspender a ajuda da Cuenta Reto del Milenio (CRM) para o país centro-americano, estimada em 11 milhões de dólares.
Passado menos de meio ano do golpe, a secretária de Estado estadunidense, Hillary Clinton, restabeleceu as relações com Tegucigalpa e reativou novamente a ajuda financeira para o presidente sucessor do regime de facto de Porfírio Lobo.
"Acabo de escrever uma carta ao Congresso dos Estados Unidos notificando que vamos restaurar a ajuda financeira a Honduras", manifestou Clinton durante sua participação na II Reunião Ministerial Caminhos para a Prosperidade nas Américas, realizada em San José, Costa Rica, em março passado.
Zelaya sempre sustentou que os EUA interviram no golpe
O ex-presidente Zelaya comentou durante a entrevista com a teleSUR no mês de junho passado que, enquanto foi mandatário de Honduras, os Estados Unidos incomodavam-se quando ele se mostrava solidário ou mantinha relações com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez; o da Bolívia, Evo Morales; o do Equador, Rafael Correa, e outros Governos que discutem as ideias do país do norte.
"Os Estados Unidos me proibia, praticamente, que tivesse relações com Evo Morales, Hugo Chávez, Rafael Correa. Era um incômodo quando eu estabelecia estas relações de solidariedade com estes povos, com Cuba, precisamente quando defendíamos o direito que tem os povos e nossa sociedade de manter níveis de dignidade e democracia", sustentou.
Por último, agregou que a atual ingerência dos EUA cria obstáculos ao processo de reconciliação nacional.
"Se os Estados Unidos tirarem suas mãos de Honduras, nós hondurenhos podemos nos entender", enfatizou Zelaya.
O ex-presidente Manuel Zelaya foi derrubado em um golpe de Estado no dia 28 de junho de 2009, executado por efetivos militares de seu país.
Posteriormente, foi entregue à Costa Rica, mas retornou clandestinamente a Honduras alguns meses depois e refugiou-se na embaixada brasileira em Tegucigalpa até quando assumiu o poder Porfírio Lobo, em janeiro de 2010, momento no qual exilou-se na República Dominicana.
teleSUR - Periodismo Humano / FC/YR
Traduzido para o Diário Liberdade por Lucas Morais (@luckaz)
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Cadê o pessoal que defendeu o golpe em Honduras pra agora dizer que não foi um golpe??Telegrama mostra que Brasil estava certo em Honduras, diz Amorim
CLAUDIA ANTUNES
DO RIO
Wikileaks O chanceler Celso Amorim disse nesta sexta-feira que o telegrama em que o embaixador americano em Honduras, Hugo Llorens, afirma não ter dúvidas de que houve um golpe "ilegal e inconstitucional" no país mostra que o Brasil estava certo no episódio.
"Fomos criticados aqui por muitos e o embaixador americano reconhece que aquilo ali foi um golpe, que contrariava a democracia nas Américas."
O telegrama, vazado pelo site WikiLeaks, foi enviado a Washington em 23 de julho de 2009, quase um mês depois da deposição do presidente Manuel Zelaya.
No texto, Llorens analisa juridicamente o episódio e afirma que a ação dos militares, da Corte Suprema e do Congresso Nacional não teve respaldo na Constituição hondurenha.
O embaixador americano diz que a tese de que Zelaya violara a lei ao organizar um referendo sobre a convocação de uma Assembleia Constituinte "não foi provada" e que a acusação de que ele pretendia prolongar seu mandato é uma "suposição".
Llorens também chama de "ilegítimo" o governo de Roberto Micheletti, que assumiu após a expulsão de Zelaya de Honduras.
Para Amorim, será preciso esperar os vazamentos de documentos "de setembro ou outubro" de 2009 para ver por que os EUA, depois de condenarem o golpe, passaram a apoiar a eleição presidencial realizada sob os golpistas.
"Havia ligações grandes de setores do establishment norte-americano com o hondurenho, isso é público", disse o chanceler.
O governo brasileiro ainda não normalizou as relações com o presidente eleito em novembro de 2009, Porfirio Lobo, e mantém-se contra a revogação da decisão que suspendeu Honduras da OEA (Organização dos Estados Americanos), com base na Carta Democrática da entidade.
Amorim disse que o Brasil ainda espera que Zelaya possa voltar ao país e que o novo governo dê "garantias de direitos humanos, de liberdade de expressão". "Ele [Zelaya] devia ter voltado como presidente nem que fosse para passar o cargo, presidir as eleições. Do contrário seria fácil, você não gosta de uma situação, dá um golpe e depois faz eleição."
NUCLEAR
O ministro também comentou telegramas em que a embaixada americana em Paris relata preocupação do governo francês com a posição de Brasil, Turquia e China em relação ao Irã.
Um desses documentos, de janeiro deste ano, cita um conselheiro do presidente Nicolas Sarkozy segundo o qual o Brasil foi ingênuo ao desconhecer "os limites" da proposta de Obama de iniciar diálogo com Teerã.
"O assessor do presidente [Sarkozy] com quem mantive diálogo direto várias vezes nos estimulou a continuar [buscando acordo sobre a questão nuclear]. Não vou dizer que ele achasse tudo resolvido, nem nós achávamos", disse Amorim.
Para o chanceler, a França tinha interesse em que o Brasil resolvesse o problema da francesa Clotilde Reiss, que foi presa no Irã por dez meses, acusada de espionagem, e libertada por gestão do presidente Lula durante sua visita a Teerã, em maio deste ano.
"Aquilo habilitaria a retomar um diálogo entre a França e o Irã, o que ocorreu. O resto são comentários."
O chanceler brasileiro não criticou os franceses ontem, mas na época Lula ficou irritado porque Sarkozy demorou quase dois meses para telefonar ao iraniano Mahmoud Ahmadinejad e agradecer pela libertação, como havia sido combinado.
No Planalto, hoje existe a certeza de que Sarkozy jogava duplo. Seu interesse na libertação de Reiss estaria ligado às eleições regionais francesas de março deste ano, em que sua coalizão foi derrotada. A soltura ocorreu dois meses depois.