A ampliação das marginais, obra com intensa propanda do governo do estado, teve alguns trechos inaugurados. Especialistas argumentam que as obras propostas, num valor nada módico, não vão resolver nada o problema do trânsito. A propaganda do governo afirma o contrário, alegando significativa melhora.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/coti ... 2458.shtml
23/10/2009 - 18h52
São Paulo registra 160 km de congestionamento; marginais têm piores trechos
da Folha Online
O trânsito em São Paulo era ruim nas principais vias da cidade no início da noite desta sexta-feira. Por volta das 18h50, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) registrava 160 km de congestionamentos, o que representa 19,1% dos 835 km monitorados. No horário, a região com o maior índice de lentidão era a zona sul, onde havia 62 km de filas.
A marginal Pinheiros tinha o maior trecho de lentidão, com 13 km de trânsito ruim no sentido Interlagos, desde a Castello Branco até a ponte do Morumbi, pela pista expressa. De acordo com a CET, um acidente envolvendo um carro e uma moto bloqueou parte da via das 17h às 17h40, prejudicando o tráfego na via, que tem 22,5 km de extensão. Uma pessoa ficou ferida.
Já na marginal Tietê, os motoristas enfrentavam mais de 7 km de congestionamento no Ayrton Senna, pelas pistas expressa e local, até a altura da ponte do Piqueri.
Outras vias congestionadas no horário eram a avenida dos Bandeirantes (ambos os sentidos); os dois sentidos do corredor norte-sul; e o sentido bairro da Radial Leste.
Ampliação da marginal Tietê
A Dersa (empresa estadual de transportes) inaugurou nesta sexta-feira os dois primeiros trechos da obra de ampliação da marginal Tietê, em São Paulo. Segundo a concessionária, são 3,4 km e extensão, de um total de 15 km que integrarão a nova pista central da via.
No início da semana, as pontes da Casa Verde, Freguesia do Ó e Vila Maria --que cruzam a marginal Tietê-- foram parcialmente interditadas para devido às obras de ampliação da via. As obras se estenderão até fevereiro de 2010.
Os novos trechos da obra de ampliação estão entre a ponte do Tatuapé e a saída da rodovia Presidente Dutra, e entre a ponte da Freguesia do Ó e a ponte da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).
http://sptv.globo.com/Jornalismo/SPTV/0 ... RADOS.html
Trechos da Marginal são liberados
Foram liberados, nesta sexta-feira, dois trechos da marginal Tietê que estavam fechados para reforma. São três quilômetros de pistas novas, no sentido Castelo Branco.
Mesmo sendo um trecho pequeno, a prefeitura espera reduzir os congestionamentos em 10%, mas nossos repórteres passaram a manhã na marginal Tietê e viram que o trânsito não está nada fácil.
Uma sexta-feira de trânsito típico pra quem passou pela marginal Tietê. Às 8h30, pista expressa parada e, na local, nada de alívio. Nem parecia que ali havia duas novas faixas.
“O trânsito está mais complicado. Ontem eu passei mais ou menos umas 10 horas aqui e não estava assim, não”, diz um motorista.
Às 6 horas da manhã, foi liberado um trecho de um quilômetro e 200 metros da região do Tatuapé até a saída da via Dutra. Os dois trechos liberados, nesta sexta-feira, são pequenos, apenas no sentido Castelo Branco, nas duas pontas da marginal. O outro tem dois quilômetros e 200 metros e vai da ponte da Freguesia do Ó até a ponte da CPTM.
O acesso às novas faixas pode ser feito tanto pela pista local quando pela expressa. Em vários momentos, a nova pista central na região do Tatuapé ficou vazia. Para os motoristas, ainda é pouco para aliviar as enormes filas.
“A gente tem que aguentar com terno, aqui. Agüentar esse trânsito de São Paulo. É complicado, difícil, um estresse total”, diz um motorista.
“Se for resolver o problema daqui a uns meses, vale a pena este caos que está causando por enquanto”, fala outro.
Um trecho da pista local, a pouco mais de 100 metros da ponte do Tatuapé, também sofreu uma alteração. Foi feito um recuo para os ônibus. O novo ponto de parada, por enquanto, está improvisado. Durante a manhã, os operários tiveram um outro tipo de trabalho. Com a calçada mais estreita, os postes também foram deslocados e eles arrumaram toda a fiação.
Vários ônibus passaram direto pelo ponto. Uma passageira teve que embarcar no meio da rua. Maria Cristina Moreiro tem uma loja, há mais de 30 anos, em frente a um ponto de ônibus da marginal. Ela está preocupada com as más condições da calçada e com a falta de iluminação.
“Bonito está sim, para quem vai andar de carro, mas com o povo ninguém está se preocupando”, reclama.
No momento da liberação, o processo foi bastante tranquilo. Muitos motoristas nem sabiam que o trecho seria liberado, então os primeiros carros que passaram no local seguiram um comboio puxado pela CPTM.
As horas foram passando e a situação foi se complicando. O trânsito ficou bastante carregado e com a lentidão, veio, também, o desrespeito. Durante a manhã, motoristas que estavam na pista central, nas novas faixas, começaram a atravessar para a pista expressa pelo canteiro.
Quando a pista central foi liberada, não dava para imaginar que a manhã terminaria tão complicada. Os primeiros cones começaram a ser retirados da pista local da marginal Tietê, na altura da ponte da Freguesia do Ó, com pouco mais de duas horas de atraso, por volta das 8 horas da manhã.
A demora foi porque ainda precisava terminar a pintura no asfalto, que separava as três faixas da nova pista. Os funcionários trabalharam a madrugada toda, até o último segundo. O maior trecho liberado tem dois quilômetros e 200 metros e vai da ponte da Freguesia do Ó até a ponte conhecida como Nova Fepasa. A velocidade máxima permitida na nova pista é de 80 quilômetros por hora.
Logo no início, poucos motoristas se arriscaram pelo novo caminho.
“Eu estou sabendo disso agora. Foi liberada a marginal?”, pergunta um motorista.
Quem teve coragem, logo cedo, se deu bem.
“Já é alguma coisa. Agora há pouco eu estava lá e observei”, diz outro.
A promessa é que o trânsito diminua 10% no trecho liberado, só que, nesta sexta-feira, não foi o que aconteceu.
“Horrível isso aqui. Não tem mais como trabalhar em São Paulo”, reclama um motorista.
Às 10h30 da manhã, mais de duas horas depois da liberação do trecho, o trânsito ainda estava praticamente parado, tanto na pista local quanto na pista nova.
“Eu, sinceramente, entrei meio perdido nessa pista nova, eu queria acessar a expressa. Acontece que acaba virando um funil. Joga todo mundo no meio, não tem saída, não tem alternativa e você fica preso do mesmo jeito”, diz Dirceu Leite, caminhoneiro.
“Faz 40 minutos que eu não saio daqui de dentro. Infelizmente é assim: um grande estacionamento”, diz um motorista.
Quem ia para a marginal, já começou a se estressar ainda no bairro.
“Eu estou parado aqui. Eu ia para o dentista agora e já perdi o horário”, diz outro.
Na avenida Inajar de Souza, o trânsito parou. Nos pontos de ônibus, mais sofrimento para quem depende do transporte público.
“Antes não demorava não, era rápido, mas, com a obra, está demorando um pouquinho”, diz uma mulher.
O secretário municipal de Transportes, Alexandre de Moraes, disse que quando terminarem as obras da marginal, o que está previsto para março do ano que vem, e quando for concluída a primeira etapa do Rodoanel, pode entrar em estudo uma restrição maior aos caminhões para circulação na marginal. Principalmente aqueles que não precisam passar pela marginal Tietê, já que têm como destino outras cidades.
A Dersa, que é responsável pela execução das obras na marginal, promete entregar, a cada 45 dias, um novo lote, como os dois que foram liberados nesta sexta-feira.
O Rodoanel também é a grande promessa do governo tucano, mas o projeto já estourou seu orçamento inicial por larga margem e no momento se encotra quase dois anos atrasado.