Compson escreveu:
Vejam que cretinice:
Muitos homens pagam prostitutas, e acabam abusando moralmente delas, até espancando. Acredito que essas mulheres merecem respeito, pois sem elas muitos homens não tão belos, não tão ricos ou até mesmo deficientes físicos, jamais teriam sexo não fossem essas mulheres que só vendem o que é realmente delas!
Imagine se um homem escrevesse: "Já eu acho que as bebidas merecem respeito, já que sem elas, muitas mulheres "nem tão bonitas" jamais teriam sexo".
Eu também acho que as bebidas devem ser respeitadas.
É uma pena as latinhas de cerveja não poderem reivindicar por um tratamento mais respeitoso. Felizmente para mim, como garota de programa, posso pedir encarecidamente que não me tratem como uma latinha de cerveja
Bom, brincadeiras à parte, a impressão que eu tive é que a autora do artigo demonstrou um visão muito limitada do papel social da prostituição. Pelo menos no meu caso, não atendo muitos homens que, provavelmente, só se relacionam com mulheres mediante um pagamento, já que uma grande parte dos meus clientes é casada. De fato, atender essas minorias é bem importante! Mas eu acho que a contribuição das garotas de programa é mais ampla, uma vez que auxiliam na manutenção de um convívio relativamente estável entre as pessoas na sociedade e mesmo no âmbito familiar. Não vou desenvolver muito essa ideia porque estou com preguiça
Compson escreveu:
Esse papo de "me visto como quiser, mas não sou vagabunda" é conservador e demasiadamente preocupado com a opinião alheia.
O sentido progressista da marcha seria: "sou uma vagabunda e não estou nem aí". O que importa é o comportamento, não a aparência.
Bom, o interessante desse movimento é que ele agrega várias discussões, e não apenas uma questão de identidade visual. Eu concordo que o princípio "Sou uma vagabunda e não estou nem aí", seja mais progressista. Mas poderíamos ir ainda além se mudássemos a premissa para "Dou para quantos eu quiser e não sou uma vagabunda".
Compson escreveu:O sexo não deveria ser pensado sob a perspectiva da propriedade individual valorativa do corpo, com a qual ainda estamos num processo econômico. O sexo deveria ser pensado nos modelos de uma generosidade paulina, isso é o socialismo!
Eu gosto de fazer essa comparação: o mercado da prostituição é muito parecido com a indústria fonográfica. Não é necessário comprar um CD, por exemplo, para consumir uma música; é possível ouvi-la nos meios de comunicação, baixá-la pela internet. Mesmo assim ainda tem muitas pessoas que compram CDs. Além disso, por se tratar de um bem cultural, é muito difícil estabelecer um valor financeiro para a obra de um artista. Bom, espero que já tenha dado para entender a minha "viagem"
Beijinhos a todos!