Brasil tem os automóveis mais caros do mundo

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Re: Brasil tem os automóveis mais caros do mundo

#16 Mensagem por Carnage » 23 Jul 2011, 14:38

http://carros.uol.com.br/ultnot/2011/07 ... ti-la.jhtm
Margem, que embute lucro, pode passar de 100% no Brasil; é preciso discuti-la
PEDRO KUTNEY
Especial para UOL Carros


Muito se fala a respeito da competitividade da indústria brasileira (ou da falta dela). Depois de perderem a camuflagem que o câmbio favorável garantiu até meados dos anos 2000, com o dólar cotado acima dos R$ 2, os problemas afloraram, com consequente queda de exportações e aumento de importações. A desvantagem cambial atingiu em cheio o setor automotivo no Brasil, que reclama, fazendo aparecer o discurso da competitividade. Mas, como de costume, os empresários colocam todas as culpas de suas mazelas em fatores externos aos muros das fábricas -- custos altos demais para produzir no país, logística capenga, impostos que comem um terço do preço de um carro, os maiores juros do mundo.

Tudo isso é verdade. Contudo, há outras verdades não ditas. Se os custos de produção de veículos aqui são até 60% mais altos do que na China, como revela um estudo de competitividade feito pela PricewaterhouseCoopers (PwC) por encomenda da Anfavea (associação das fabricantes), o que dizer das margens praticadas no Brasil, de 40% a quase 100%, embutidas nos preços de fábrica dos veículos? Isso é competitivo? E os produtos feitos aqui inadequados para exportação? Como vendê-los?

O custo da mão-de-obra também não fica atrás: em dólares, segundo o mesmo levantamento da PwC, é na média 342% mais alto do que na Índia e 305% maior do que na China. Porém, esqueceu-se de informar que o valor da hora trabalhada por um brasileiro em uma montadora é 87% menor do que nos Estados Unidos e na Europa. Para sermos competitivos precisamos ter salários como os dos indianos e chineses? Se fosse assim, haveria mercado de consumo suficiente para sustentar, por exemplo, os preços cobrados pelas fábricas?

No estudo de competitividade da consultoria PwC, que foi entregue ao governo, estão todas as desvantagens de se produzir carros no Brasil, incluindo materiais e mão-de-obra, que fazem o Brasil parecer o pior lugar do mundo para se construir uma indústria. Tudo é ruim, tudo é mais caro. Seria essa a explicação para se fabricar aqui os piores carros mais caros do mundo, com preços muito altos em comparação a outros mercados e pelo conteúdo inferior que oferecem.

MARGENS ESTRATOSFÉRICAS

É verdade que o custo brasileiro não está competitivo no exterior. De acordo com dados do Aliceweb, sistema do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior que armazena preços de importações e exportações, o valor médio de embarque (FOB) de um automóvel made in Brazil com motor acima de 1,5 litro, exportado para países da América do Sul no período de janeiro a maio deste ano, foi de US$ 10,5 mil.

A título de comparação, um chinês Chery Face 1.3 desembarca no Brasil com preço FOB (sem incluir frete, seguro e impostos) de US$ 7,1 mil, muito próximo do conterrâneo "completão" JAC J3 Turin, que chega ao porto por US$ 7,7 mil. A diferença, como se vê, é grande. Contudo, para competir com a China, o Brasil teria de decretar uma ditadura, controlar o câmbio e pagar mal seus trabalhadores. Melhor esquecer isso.
MARGEM NA IMPORTAÇÃO DE CARROS AO BRASIL
MODELO
ORIGEM
PREÇO DE NACIONALIZAÇÃO
PREÇO FINAL
MARGEM
Chery Face
China
R$ 17.800
R$ 33.000
85%
Chery QQ
China
R$ 12.400
R$ 23.000
86%
Fiat Siena
Argentina
R$ 29.700
R$ 41.300
39%
Ford New Fiesta
México
R$ 27.000
R$ 51.400
90%
JAC J3 Turin
China
R$ 19.300
R$ 39.900
106%

O problema é quando esse carro nacional exportado compete com ele mesmo no mercado nacional. Partindo do preço FOB médio de exportação de um carro 1.6, de US$ 10,5 mil, após aplicar a carga tributária brasileira, a maior do mundo sobre automóveis, esse mesmo veículo custaria R$ 24,4 mil, considerando que o exportador já colocou seu lucro no valor. Pois no Brasil não se acha um modelo 1.6 por menos de R$ 33 mil (equivalente a um Volkswagen Gol "peladão"), valor 36% mais caro. A margem, portanto, ainda é bastante elástica para competir no mercado interno.

O que não se ouve dos dirigentes da indústria automotiva nacional, em nenhum momento, é a admissão de que os produtos feitos aqui não servem para ser exportados não só por causa do custo, mas também porque foram pensados e projetados para oferecer o menos possível pelo maior preço possível. Poucos mercados no mundo compram veículos assim, o que significa uma dificuldade de exportação maior do que qualquer desvantagem cambial.

E até os brasileiros querem coisa melhor: prova disso é crescente aumento no país da preferência por modelos mais bem equipados e com motorização superior a 1 litro, que pela primeira vez em mais de uma década superaram as vendas dos chamados "carros populares", com mais de 52% dos emplacamentos de novos.

ABISMO DE VALORES

Muitos desses carros (20%) são importados e alguns deles conseguem chegar ao Brasil custando menos do que os nacionais, mesmo pagando imposto de importação de 35%, como é o caso dos chineses. O estarrecedor é verificar como os importadores também praticam margens estratosféricas no Brasil.

Para ficar com os mesmos exemplos, o preço de nacionalização do JAC J3 Turin (após todos os impostos II, IPI, ICMS e PIS/Cofins) fica em R$ 19,3 mil para o importador, mas ele é vendido por quase R$ 40 mil, com margem de 106%. No caso do Chery Face esse porcentual é de 85%: o modelo salta de R$ 17,8 mil na importadora para R$ 33 mil nas lojas. O mesmo acontece com o carro mais barato à venda no Brasil, o Chery QQ, que chega com preço FOB de US$ 4,4 mil, é nacionalizado por R$ 12,4 mil e depois é vendido por R$ 23 mil, 86% mais.

Há também interessantes exemplos de montadoras importadoras. A Ford traz do México, sem pagar imposto de importação, o New Fiesta, com motor 1.6 feito no Brasil, pelo preço FOB de US$ 11,4 mil, nacionaliza o modelo por R$ 27 mil e cobra R$ 51,4 mil do consumidor (margem de 90%). A Fiat monta o Siena na vizinha Argentina, com motor e muitos componentes brasileiros, e traz a versão Essence por US$ 12,9 mil (FOB), que após aplicação de impostos ficaria em R$ 29,7 mil, mas vende por R$ 41,3 mil (39% de margem).

E qual o segredo para vender o carro relativamente mais caro do mundo? O crédito, que mesmo com os juros mais altos do mundo acomoda em suaves prestações que cabem no bolso todas as assimetrias de custos, preços e bobos do mercado brasileiro.

CUSTO VS. LUCRO

Por mais que nessas margens de venda estejam incluídas despesas comerciais, publicidade e marketing, lucro dos concessionários (dizem que não passa de 5% e pode ser zero), as diferenças parecem grandes demais. Cledorvino Belini, presidente da Anfavea, ao apresentar o estudo da PwC deu uma pista do porquê: "Os custos de remuneração de capital no Brasil são os maiores do mundo", disse. Ou seja, para compensar os investimentos feitos aqui e ganhar mais do que em aplicações financeiras, a rentabilidade de um negócio precisa ser também das mais altas do mundo.

A corporação que Belini dirige no Brasil, a Fiat Automóveis S.A. (Fiasa), sabe bem disso. Em 2010 a Fiasa reportou lucro líquido de R$ 1,6 bilhão, o que significa margem de 7,7% sobre o faturamento de R$ 20,7 bilhões. No mundo todo, montadoras ficam muito contentes quanto obtêm margem de 5%. O Grupo Fiat, por exemplo, contabilizou 3,9% no ano passado. (Das outras fabricantes instaladas no Brasil nada se sabe a respeito, pois os lucros apurados aqui são tratados como informações de caixa-preta e ficam escondidos no meio dos balanços globais; a Fiat é a única que publica balanço separado no Brasil.)

Portanto, se os custos são altos no país, os lucros também são. Uma mostra disso são as remessas de dividendos de fabricantes de veículos às suas matrizes. Segundo dados do Banco Central, de janeiro a maio deste ano foram remetidos US$ 2,3 bilhões, o dobro do que foi enviado no mesmo período de 2010. Com esse valor, a indústria automobilística é o setor que mais pagou lucros aos controladores estrangeiros neste ano.

Lucrar não é desonesto, mas as montadoras tratam disso como se fosse, pois escondem esse número aqui o quanto podem. Não seria por outro motivo que, apesar dos custos não competitivos, o Brasil continua bastante interessante, com um horizonte de mercado em mais três ou quatro anos de 6 milhões de veículos vendidos por ano com uma grande margem embutida em cada um deles. Tanto que mais de uma dezena de montadoras têm planos de ampliar a produção e construir novas fábricas no país -- como a Fiat em Suape (PE), a Chery em Jacareí (SP), a Hyundai em Piracicaba (SP) e a Toyota em Sorocaba (SP), só para citar os maiores investimentos.

Antes de reclamar do "Custo Brasil", seria interessante aumentar a transparência, colocar todas as verdades sobre a mesa, como a que diz respeito ao custo do trabalho no Brasil, de US$ 7,70 por hora, contra US$ 1,74 na Índia segundo a Anfavea, mas de no mínimo US$ 15 nos Estados Unidos (o salário mais baixo atualmente numa montadora), podendo chegar a US$ 60 na General Motors e US$ 55 na Toyota. Essa não é uma vantagem competitiva e tanto?

O que queremos ser passa necessariamente com o que queremos nos comparar. Seremos um país de baixo custo e, por consequência, de baixo consumo? É preciso discutir honestamente o quanto cada parte (indústria e governo) pode ceder, para que ninguém tenha que se passar por bobo na hora de negociar custos e preços. Assim o país pode evoluir para os melhores exemplos, não os piores.

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Pedro Kutney, jornalista, é editor do portal Automotive Business, onde este artigo foi publicado originalmente sob o título "Os custos, os preços e os bobos"

http://carros.uol.com.br/ultnot/2011/07 ... mprar.jhtm
Lei do mercado: os carros (ou carroças) não vão ficar mais baratos
JORGE MEDITSCH
Colaboração para UOL Carros


Em 1994, voltei para o Brasil depois de passar alguns anos nos Estados Unidos como correspondente. Foi um choque. O país vivia a festa do real, a nova moeda, supervalorizada e, aparentemente, abundante. Os salários da classe média brasileira estavam mais altos do que os dos americanos com funções semelhantes e os preços daqui, absurdamente mais altos do que lá.

De forma menos intensa, estamos vivendo uma época semelhante. A disponibilidade, seja de dinheiro no bolso ou de crédito a longo prazo, ajuda as vendas a aumentarem. Vendem-se mais carros, imóveis, roupas, viagens e até comida. E, como há milênios todo mundo sabe, maior a procura, maiores os preços.

Quando retornei ao Brasil, a indústria automobilística não estava conseguindo atender à demanda. O ágio reinava. Os carros populares, ainda uma novidade, que eram tabelados por volta dos R$ 8 mil, eram vendidos por R$ 11 mil ou mais. E ninguém deixava de comprá-los. Quem tinha um pouco mais de dinheiro pagava preços absurdos por importados, muitas vezes de qualidade baixa, apenas pela novidade.

Hoje, as vendas de automóveis continuam crescendo, mesmo que num ritmo menor que há um ano. A maioria dos fabricantes no Brasil trabalha no máximo de sua capacidade e continua a investir em novas instalações e na ampliação das já existentes. Com os consumidores dispostos a comprar, não dá para enxergar razões para que eles, seus revendedores e financeiras pensem em reduzir suas plácidas margens de lucro.

Ninguém discorda que, no presente, o Brasil é um dos países mais caros no mundo para se viver. A carga de impostos e a infraestrutura oferecida em troca chegam a lembrar o tempo do Brasil colônia, quando a maioria da arrecadação ia para Lisboa e, por aqui, faltavam estradas, segurança, saneamento e educação. Quem viaja para os Estados Unidos e Europa deveria dar um tempo nas suas visitas aos shopping centers para dar uma olhada nos supermercados -- neles, vai descobrir que pão, leite e outros alimentos básicos são mais baratos por lá do que aqui. Não é só o Big Mac.

O BARATO FICOU CARO

Além de pagar caro, nós, brasileiros, estamos condenados, pelo menos por algum tempo, a comprar veículos já superados tecnicamente. Nossos carros são menos confortáveis, consomem e poluem mais e são muito menos seguros do que os lançados no exterior nos últimos cinco ou dez anos. A razão é que os grandes grupos internacionais têm políticas globais e o Brasil foi escolhido para ser um grande fabricante de carros baratos, para serem vendidos por aqui mesmo ou para países de baixa renda.

O que está provocando reações da indústria é que o "Custo Brasil" disparou, inviabilizando a venda de nossas carroças motorizadas no exterior. Pelos preços que têm, os automóveis brasileiros competem com produtos muito mais modernos, econômicos, melhor equipados e mais seguros, fabricados em outros países. E a diferença já é tanta que, mesmo aqui, carros que pagam 35% de impostos de importação conseguem ser competitivos.

Economia é um campo muito complexo. Preços são regulados por vários fatores, além dos impostos e dos custos de produção. Concorrência é um fator que pesa muito: produtos melhores por menor preço ou produtos equivalentes por preço menor provocam redução nas margens de lucro e melhoria na qualidade dos automóveis. Pode ser que a chegada de novas marcas ao mercado brasileiro acabe ajudando nesse sentido.

O QUE INTERESSA É VENDER

É bom lembrar, no entanto, que a maioria dos carros importados é trazida pelos grandes fabricantes, que aplicam a eles margens de lucro ainda maiores que as obtidas nos nacionais -- uma forma de manter os produtos locais competitivos. Há uns cinco ou seis anos, fiz uma matéria sobre o Volkswagen Jetta, fabricado no México, um carro que, na época, era um derivado do Golf duas gerações mais novo que o fabricado no Brasil, mas custava pouquíssima coisa mais que a versão mais cara do hatch nacional. Mais potente, mais equipado, mais confortável e mais seguro.

Alfred Sloan, que comandou a General Motors por muitas décadas, disse uma vez que a razão de ser da indústria automotiva não é fabricar carros, mas vendê-los. Uma obviedade, mas que muita gente esquece: empresas existem para ter lucro. Enquanto os consumidores tiverem condições e estiverem dispostos a pagar caro e os cidadãos não pressionarem efetivamente para que os impostos diminuam, os preços não vão cair. Nem os dos carros, nem os dos imóveis, eletrônicos, leite, pão, carne, feijão e arroz.

Jorge Meditsch, jornalista, é editor do site AutoEstrada e colunista da revista Auto Esporte. Trabalhou nos Estados Unidos como correspondente de pubicações brasileiras.

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#17 Mensagem por Tricampeão » 23 Jul 2011, 14:47

Eu acho perfeitamente normal que os automóveis no Brasil sejam tão caros.
Carro é brinquedo de rico, o governo democrático progressista não tem que lutar para serem mais baratos. Tem é que cobrar imposto e destinar o dinheiro para melhorar a vida dos pobres.
E vocês, riquinhos ou aspirantes, que querem ter um, que paguem por isso, e achando bom. Afinal de contas, se fossem baratos e o boy da sua firma pudesse ter um carrão, como é que você, playboy cheio de espinhas na cara e que só entende de futebol e novela, ia pegar alguma garota?

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Re:

#18 Mensagem por Compson » 23 Jul 2011, 22:05

Tricampeão escreveu:Eu acho perfeitamente normal que os automóveis no Brasil sejam tão caros.
Novamente, por trás da máscara socialista, transparece a cobra mandada da Fiesp... Não critico as ideias da esquerda tradicional porque sou conservador, se não porque essas ideias, elas mesmas, tornaram-se consevadoras nas mãos de um certo industrialismo nacionalista que está sendo esmagado pelo sistema econômico mundial...

É claro que tudo pode ser revertido. A questão é: é desejável?
Tricampeão escreveu:E vocês, riquinhos ou aspirantes, que querem ter um, que paguem por isso, e achando bom. Afinal de contas, se fossem baratos e o boy da sua firma pudesse ter um carrão, como é que você, playboy cheio de espinhas na cara e que só entende de futebol e novela, ia pegar alguma garota?
Os riquinhos cheios de espinha não sei... Mas, com carro ou sem carro, eu não pego ninguém, cabacice esta que atesta minha isenção...

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#19 Mensagem por Tricampeão » 24 Jul 2011, 00:35

Compson escreveu:Novamente, por trás da máscara socialista, transparece a cobra mandada da Fiesp... Não critico as ideias da esquerda tradicional porque sou conservador, se não porque essas ideias, elas mesmas, tornaram-se consevadoras nas mãos de um certo industrialismo nacionalista que está sendo esmagado pelo sistema econômico mundial...
A industrialização é sempre desejável. O capitalismo financeiro-especulativo é um câncer que deve ser extirpado. Já o capitalismo industrial só precisa ser transcendido, não extirpado, pois ele tem uma face aproveitável. A indústria produz não apenas capital, mas valor de uso.
Compson escreveu:É claro que tudo pode ser revertido. A questão é: é desejável?
Você foi excessivamente elíptico. O que é que pode ser revertido? A industrialização do Brasil? Ou o esmagamento da indústria brasileira pelo sistema econômico mundial?

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Re: Re:

#20 Mensagem por O Pastor » 24 Jul 2011, 12:28

Compson escreveu: Novamente, por trás da máscara socialista, transparece a cobra mandada da Fiesp...

Gostei disso. :lol: :lol:

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Re:

#21 Mensagem por Compson » 24 Jul 2011, 12:42

Tricampeão escreveu:
Compson escreveu:É claro que tudo pode ser revertido. A questão é: é desejável?
Você foi excessivamente elíptico. O que é que pode ser revertido? A industrialização do Brasil? Ou o esmagamento da indústria brasileira pelo sistema econômico mundial?
O que pode ser revertido é o processo de internacionalização da produção, que jogou os programas de industrialização nacional, segundo o qual cada país deve desenvolver um parque industrial completo, "para o lugar que lhe convém: o museu de antiguidades, ao lado da roda de fiar e do machado de bronze", como diria o fiel escudeiro do bruxo de Trévis.

Minha pergunta é se é desejável retornar a um modelo de desenvolvimento que visava à implementação artificial pelo Estado do processo de industrialização que aconteceu na Europa sem considerar fatores de custo, acreditando que basta voluntarismo para que a indústria floresça...

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#22 Mensagem por Tricampeão » 24 Jul 2011, 17:42

Compson escreveu:O que pode ser revertido é o processo de internacionalização da produção, que jogou os programas de industrialização nacional, segundo o qual cada país deve desenvolver um parque industrial completo, "para o lugar que lhe convém: o museu de antiguidades, ao lado da roda de fiar e do machado de bronze", como diria o fiel escudeiro do bruxo de Trévis.

Minha pergunta é se é desejável retornar a um modelo de desenvolvimento que visava à implementação artificial pelo Estado do processo de industrialização que aconteceu na Europa sem considerar fatores de custo, acreditando que basta voluntarismo para que a indústria floresça...
Minha resposta é: a organização em nações está ultrapassada, e o internacionalismo comunista é a única resposta adequada ao desafio imposto pela globalização da Economia, mas o povão ainda não se deu conta disso, por isso, e só por isso, ainda não podemos tomar o poder e apagar todas as fronteiras. Neste breve período da História, precisamos lidar com a divisão do mundo em países imersos na competição imperialista, que é a situação concreta existente.
Sim, é desejável que nós brasileiros tornemos o Brasil mais competitivo no concerto (ou fuzuê, como queiram) das nações.
Sim, é preciso que o Brasil desenvolva sua indústria para se tornar mais competitivo no concerto (ou fuzuê, como queiram) das nações. Não queremos nos tornar mero apêndice de alguma outra potência, funcionando como fornecedores de artigos primários meros prestadores de serviços sujos, como são os paraísos fiscais.
Sim, é melhor que o parque industrial seja composto por elementos complementares (minério de ferro/aço/automóveis/petróleo), em vez de não complementares (minério de ferro, tênis, telas de iPad e panelas de barro), uma vez que assim se aumenta mais facilmente o valor agregado de cada produto.

Finalmente, devo acrescentar que, primeiro, nada há de condenável em medidas artificiais, sendo o artificial sinônimo de humano; seguindo, são justamente os fatores de custo que nos indicam que a via do parque industrial composto por elementos complementares é a mais indicada; terceiro, que o Brasil não conta apenas com voluntarismo, e sim com recursos naturais, energia, população expressiva e jovem, governo democrático popular comprometido com o desenvolvimento e o bem estar da população e, last but not the least, confiança dos investidores internacionais. O derrotismo dos playboys é apenas um sintoma da decadência das antigas elites patrimonialistas, não uma posição derivada da análise fria e racional da realidade. As únicas coisas que vejo que realmente nos faltam são, primeiro, educação ampla, e segundo, Reforma Agrária.

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Re: Brasil tem os automóveis mais caros do mundo

#23 Mensagem por Compson » 25 Jul 2011, 22:16

Tricampeão escreveu:Sim, é desejável que nós brasileiros tornemos o Brasil mais competitivo no concerto (ou fuzuê, como queiram) das nações.
Concordo... Sugestões?
Tricampeão escreveu:Sim, é preciso que o Brasil desenvolva sua indústria para se tornar mais competitivo no concerto (ou fuzuê, como queiram) das nações. Não queremos nos tornar mero apêndice de alguma outra potência, funcionando como fornecedores de artigos primários meros prestadores de serviços sujos, como são os paraísos fiscais.
É uma alternativa, mas precisa ser mais qualificada. O Brasil tem uma indústria desenvolvida!
O que o Brasil não consegue é ter uma indústria (economicamente) competitiva em nível internacional. É um bom objetivo. Sugestões?
Tricampeão escreveu:Sim, é melhor que o parque industrial seja composto por elementos complementares (minério de ferro/aço/automóveis/petróleo), em vez de não complementares (minério de ferro, tênis, telas de iPad e panelas de barro), uma vez que assim se aumenta mais facilmente o valor agregado de cada produto.
Concordo que há mais valor agregado. Mas qual o objetivo de se agregar valor? Por que é melhor?
Tricampeão escreveu:Finalmente, devo acrescentar que, primeiro, nada há de condenável em medidas artificiais, sendo o artificial sinônimo de humano;
Ok, minha expressão foi infeliz. Em economia, tudo é artificial. Deveria ter dito: “implementação induzida por políticas públicas que não prevêem meios para que o setor privado sobreviva sem essa indução e, pelo contrário, conforme esse setor privado se desenvolve e, com sindicados patronais ou de trabalhadores, aumenta seu poder político ou de lobby, a dependência fica cada vez maior, assim como a ineficiência produtiva, a falta de competitividade internacional e seu ônus sobre o setor público e o balanço de pagamentos”.
Tricampeão escreveu:seguindo, são justamente os fatores de custo que nos indicam que a via do parque industrial composto por elementos complementares é a mais indicada;
Por quê? Para que fazer aço se o Compsonquistão leva nosso ferro e nos devolve aço pela metade do preço de produção nacional? Não é melhor fazer outra coisa com esses recursos? Copa do Mundo, por exemplo, como quer o “governo democrático popular comprometido com o desenvolvimento”....
Tricampeão escreveu:terceiro, que o Brasil não conta apenas com voluntarismo, e sim com recursos naturais, energia, população expressiva e jovem, governo democrático popular comprometido com o desenvolvimento e o bem estar da população e, last but not the least, confiança dos investidores internacionais. (...) As únicas coisas que vejo que realmente nos faltam são, primeiro, educação ampla, e segundo, Reforma Agrária.
Concordo com tudo. Mas a educação ampla é decisiva, em nível fundamental, técnico e de pesquisa. Primeiro, porque não dá para colocar como operador de robô um cara que não consegue nem seguir um algoritmo de montagem de lanche no Subway. Segundo, porque somos um país já industrializado e, para nos desenvolvermos, precisamos achar nosso próprio caminho e não temos técnicos e pesquisadores em quantidade e qualidade suficiente para isso. Querer montar todo um parque industrial que dependa eminentemente de carvão no Brasil é o mesmo que tentar plantar cana na serra gaúcha...
Tricampeão escreveu:O derrotismo dos playboys é apenas um sintoma da decadência das antigas elites patrimonialistas, não uma posição derivada da análise fria e racional da realidade.
Foi a análise fria e racional da realidade que lhe levou a pensar que a estrutura tributária brasileira está armada para penalizar os ricos e melhorar a vida dos pobres?
Objetivo com o qual concordo, aliás...

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#24 Mensagem por Tricampeão » 28 Jul 2011, 22:33

Compson escreveu:
Tricampeão escreveu:Sim, é desejável que nós brasileiros tornemos o Brasil mais competitivo no concerto (ou fuzuê, como queiram) das nações.
Concordo... Sugestões?
Primeira sugestão: punir os latifundiários que invadem terras, contratam pistoleiros para assassinar líderes de trabalhadores rurais, financiam políticos para aprovar projetos de seu interesse no Congresso e compram juízes e delegados de forma a garantir sua impunidade.
Muito radical?
Compson escreveu:
Tricampeão escreveu:Sim, é preciso que o Brasil desenvolva sua indústria para se tornar mais competitivo no concerto (ou fuzuê, como queiram) das nações. Não queremos nos tornar mero apêndice de alguma outra potência, funcionando como fornecedores de artigos primários meros prestadores de serviços sujos, como são os paraísos fiscais.
É uma alternativa, mas precisa ser mais qualificada. O Brasil tem uma indústria desenvolvida!
O que o Brasil não consegue é ter uma indústria (economicamente) competitiva em nível internacional. É um bom objetivo. Sugestões?
Não concordo. A indústria brasileira não é mais protegida por barreiras alfandegárias, como no passado. Se tem sobrevivido no contexto atual, é porque é competitiva ao nível internacional. O que é preciso é expandi-la em todos os sentidos: na diversificação, no tamanho, na presença global, na concentração do capital, etc.
Compson escreveu:
Tricampeão escreveu:Sim, é melhor que o parque industrial seja composto por elementos complementares (minério de ferro/aço/automóveis/petróleo), em vez de não complementares (minério de ferro, tênis, telas de iPad e panelas de barro), uma vez que assim se aumenta mais facilmente o valor agregado de cada produto.
Concordo que há mais valor agregado. Mas qual o objetivo de se agregar valor? Por que é melhor?
Porque, com o mesmo custo, medido em tempo de trabalho socialmente necessário, chega-se a uma mercadoria de maior valor de troca.
Outra vantagem de ter um parque industrial composto por elementos complementares é que se promove o desenvolvimento de indústrias de serviços afins. Por exemplo, a indústria química passa a ter matéria prima disponível (por causa da existência da indústria do petróleo) e mercado (por causa da existência indústria automobilística), facilitando sua implantação.
Isso responde à pergunta "Para que fazer aço se o Compsonquistão leva nosso ferro e nos devolve aço pela metade do preço de produção nacional?".
Compson escreveu:Mas a educação ampla é decisiva, em nível fundamental, técnico e de pesquisa.
Sim, mas isso é fácil de fazer. Ninguém vai pegar em armas para tentar impedir a abertura de escolas e laboratórios. Já uma divisão das terras brasileiras, com a eliminação dos latifúndios, provocará muitas reações violentas.
Compson escreveu:Querer montar todo um parque industrial que dependa eminentemente de carvão no Brasil é o mesmo que tentar plantar cana na serra gaúcha...
Os japas e os coreanos conseguiram. Não vejo nenhuma dificuldade séria para o Brasil também o fazer.
Mas também vejo com simpatia a pesquisa de um caminho alternativo, mais sustentável ecológico holístico fashion, que não dependa do uso de combustíveis fósseis.

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Re: Brasil tem os automóveis mais caros do mundo

#25 Mensagem por Pro » 29 Jul 2011, 22:37

carro é caro pq:
para 99% da população brasileira,carro é investimento.

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Re: Brasil tem os automóveis mais caros do mundo

#26 Mensagem por Cara_do_Fliperama » 30 Jul 2011, 23:18

Tem os mais caros porque tem os impostos mais altos do mundo :evil:

Pior que eh para sustentar uma cambada de incompetentes que entram lah somente para beneficio proprio, com rarissimas excecoes, que se nao entram no esquema, dancam. Uma vergonha descarada.

Temos de tudo para sermos os primeiros do mundo, mas enquanto nao mudarem as leis (que beneficia e favorece a bandidagem , colarinho branco e desvio de dinheiro publico) temos de conviver com essa exploracao absurda de impostos com fins obscuros.

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Compson
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Re: Brasil tem os automóveis mais caros do mundo

#27 Mensagem por Compson » 05 Ago 2011, 10:48

Longe de mim imaginar que este humilde putanheiro tenha influência na pauta de decisões do governo.

Mas, se de repente for o caso, VOCÊS ENTENDERAM ERRADO: ::basta:: ::basta::

Corte do IPI não reduzirá preço de automóveis
http://www.parana-online.com.br/editori ... AUTOMOVEIS

Não é o aspecto contábil dos impostos que atrapalha; é o aspecto funcional!

Com a margem de lucro que as montadoras conseguem manter, um corte de impostos como esse só aumenta os lucros.

Tem que reduzir os impostos de importação, sacou?

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Nazrudin
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Re: Brasil tem os automóveis mais caros do mundo

#28 Mensagem por Nazrudin » 05 Ago 2011, 11:00

Compson escreveu:Longe de mim imaginar que este humilde putanheiro tenha influência na pauta de decisões do governo.

Mas, se de repente for o caso, VOCÊS ENTENDERAM ERRADO: ::basta:: ::basta::

Corte do IPI não reduzirá preço de automóveis
http://www.parana-online.com.br/editori ... AUTOMOVEIS

Não é o aspecto contábil dos impostos que atrapalha; é o aspecto funcional!

Com a margem de lucro que as montadoras conseguem manter, um corte de impostos como esse só aumenta os lucros.

Tem que reduzir os impostos de importação, sacou?
Entendo... (by Pelé)
Mas acredito que deveriam ocorrer as duas coisas juntas, por que o lobby da indústria é grande e ia ter muita choradeira de desemprego. Ainda mais com essa maré ufanista da Dona Dilma. Para ela pagar 30% a mais é um bom negócio... A super-viúva na mão da super...

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#29 Mensagem por Tricampeão » 05 Ago 2011, 17:17

Compson escreveu:
Tricampeão escreveu:Sim, é desejável que nós brasileiros tornemos o Brasil mais competitivo no concerto (ou fuzuê, como queiram) das nações.
Concordo... Sugestões?
Segunda sugestão: banimento dos automóveis de passeio, e permissão para meios de transporte motorizados unicamente quando se tratar de transporte coletivo ou de logística comercial. Quer passear, vá de bicicleta ou de patins.
Muito radical?

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Compson
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Re:

#30 Mensagem por Compson » 05 Ago 2011, 23:16

Tricampeão escreveu:
Compson escreveu:
Tricampeão escreveu:Sim, é desejável que nós brasileiros tornemos o Brasil mais competitivo no concerto (ou fuzuê, como queiram) das nações.
Concordo... Sugestões?
Segunda sugestão: banimento dos automóveis de passeio, e permissão para meios de transporte motorizados unicamente quando se tratar de transporte coletivo ou de logística comercial. Quer passear, vá de bicicleta ou de patins.
Muito radical?
Desumanidade! Tem que ter pelo menos uma cota de motoquinhas pros gordos!

Mas, afinal, em que isso tornaria o Brasil "mais competitivo no concerto (ou fuzuê, como queiram) das nações"? Em ciclismo?

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