Vamos lá, então, discorrer sobre as boates...
Não curto flat. Posso contar nos dedos de uma mão as vezes em que estive nesses locais. Para mim, a maior parte das poucas visitas foi bem decepcionante.
Assim, no tocantes às free lancers, sobram as que atendem em bons motéis. Descarto, evidentemente, as que só atendem no Lido, Savoy, Metrópole e Prestige.
Nas boates, até mais ou menos 2005, bastava garimpar um pouco para encontrar companhia legal sem gastar muito. Atualmente, de fato, é muito mais fácil voltar para casa frustrado do que ter uma noite legal, salvo se o cidadão for endinheirado e estiver disposto a deixar milão com uma moça do Bomboa ou daquela outra ESCANDALOSA boate cujo nome não bem me recordo agora.
O moço que vive a procurar grelhos citou o Ilha da Fantasia.
Criticou tudo por lá.
Eu, que adoro também baianinhas, não teria como concordar com o rapaz, neste único aspecto da crítica.
Mas devo reconhecer que a qualidade despencou naquele local, assim como em outros, a ponto de não valer a pena para a maioria dos frequentadores, sejam homens ou mulheres.
Atentemos para algumas mudanças, ocorridas nos últimos meses, no referido local:
passaram a cobrar estacionamento;
elevaram o preço das bebidas, em 20% (meia garrafa de um vinhozinho – antes, R$40,00; agora, R$50,00)
elevaram o preço dos quartos, em 25% (antes, R$80,00; agora, R$100,00);
implementaram um distanciador entre o cliente e a recepcionista, logo na entrada (o cliente é abordado inicialmente por um segurança, vestido da clássica roupa preta – cafoníssima - não mais por recepcionistas que deveriam ser simpáticas);
Evidentemente, se tudo aumentou, podem as ingênuas garotas imaginar que há espaço também para elevação no valor de seus programas.
E, de fato, uma ou outra já teve a bárbara coragem de me dizer ali que seria R$200,00 por MEIA HORA ou R$300,00 por uma hora.
Aí está outra grande mudança. No tempo em que comecei a frequentar o Ilha o preço era fixo (R$160,00 – garota, com quarto incluso) e a gerência flexibilizava o tempo (uma hora, normalmente era uma hora e vinte ou uma hora e meia).
Acho inacreditável que muitas acompanhantes ainda não tenham percebido que, em regra, a última coisa que um putanheiro pede é a redução no tempo do programa. E, em boates, sempre predominaram programas de uma hora ou mais em relação aos de meia hora. Assim, seria inconcebível iniciar uma negociação falando em preço de meia hora, ainda mais no referido patamar.
Reina a ignorância: ou minha tese está totalmente errada ou os gestores dos puteiros perderam completamente as noções mais elementares.
O fato é que, na referida casa, apesar do grande número de clientes que estão ali quase todas as noites, bebendo e comendo carne ou pizza, o número de programas caiu radicalmente.
Na época da Fórmula 1, sobravam mulheres, mas poucas conseguiam fazer um programa.
Agora, no final de ano, havia muito mais homens do que mulheres.
Claro que uma ou outra, mais desinibida ou com outras qualidades de destaque, chegaram a fazer até 3 programas por dia – mas a maioria esmagadora ficou na expectativa frustrada.
E, se temos 200 homens e 50 garotas, 150 caras não fazem programa e a maioria das moças não faz sequer um programinha por noite (ou menos de 7 por semana) temos o pior dos mundos na putaria – quase todos insatisfeitos.
Aqui, então, devo discordar do Compson, pois ao menos no Ilha a taxa de ocupação dos quartos está bem longe de 100% em praticamente todos os horários da noite ou da madrugada. Situação bem diferente, por exemplo, do que encontrávamos em 2009.
E não há propaganda negativa pior do que essa. O sujeito perder seu tempo e seu dinheiro, por seguidas vezes, sem ter a contrapartida ideal. Repito: isso vale para as moças que ali trabalham e para os clientes.
Cheguei a fazer uma enquete, com algumas garotas que conheço no local, perguntando se achavam que a elevação do preço dos quartos era melhor ou pior para elas. Foram unânimes em dizer que era algo bastante negativo e uma delas apontou espontâneamente a falta de visão, de sensibilidade, de inteligência e até de respeito dos gestores, tanto com as garotas como com os clientes. Chegou a exemplificar que tentou obter, para um cliente, um desconto no valor da conta, mas em vão. E que o cidadão só fez o programa porque havia gostado muito dela. Ou seja, se dependesse de qualquer “incentivo” da casa, ela ficaria sem ganhar e o cliente sem o serviço.
A razão do fracasso está, portanto, novamente atribuída ao excesso de esperteza.
Os caras quiseram cobrar tudo e mais um pouco e ficaram com muito menos do que antes.
Lembro-me de um papo que levava outro dia com um fabricante de produto elétrico. Na Europa, produtos com mais de 70w tem corretor de potência reativa. Por aqui, isso ainda não colou. Os fabricantes dizem que, elevar R$5,00 no preço de um produto de R$100,00 pode ser a diferença entre vendê-lo ou não.
Na putaria, parece que não perceberam isso.
Cheguei a perguntar qual a razão da elevação dos preços. Responderam que “a concorrência havia adotado o mesmo procedimento”.
Ou seja, nota-se a carência total de informação sobre os princípios de formação de preço.
Querem afundar abraçados!
Não sei se há como reverter o quadro. Acredito que não. Janeirão tá chegando. E com ele os IPVAs, os IPTUs, os carnês deixados pelas farras de final de ano...
Quero ver como vão se virar aqueles que apostaram no “ticket médio” acima de R$300,00.
No fundo, é como bem salientou o outro colega. Não há milagres. O putanheiro tem uma conta certa para sustentar o luxo. Se o que era 200 passou a ser 300, não há outra alternativa que não seja fazer 4 programas no lugar de 6 ou buscar outros que operem normalmente nos 200!