O problema aqui é o pessoal não gostar de ler; entender o que é tráfico de pessoas para fins sexuais e relacioná-lo com a prostituição e entender o assunto, demanda tempo e leitura.
De modo que eu vou resumir o seguinte: a lei instituída pelo "Protocolo de Palermo" considera traficada toda mulher que vai para o exterior trabalhar como puta por sua livre e espontânea vontade. Essa lei foi feita pelo Estado do Vaticano (leia-se igreja), que não admite que uma mulher queira e goste de trabalhar como puta; a igreja diz que isso não existe, que a mulher está lá, no puteiro, sendo coagida, explorada, esperando um putanheiro que é sempre um homem mau, pronto para estuprá-la sem piedade ou seja nós, todos os foristas aqui do GPGuia.
Assim, a polícia fica procurando os aliciadores, aqueles que chegam para essas mulheres e oferecem um bom emprego de puta no exterior. Esses aliciadores são os traficantes internacionais de pessoas. A polícia não quer saber se a mulher é pobre, nasceu em uma favela e tem a oportunidade de ganhar uma boa grana no exterior trabalhando como puta. Tinha um vídeo no Youtube que mostrava o dono de um puteiro na Espanha sendo preso no Paraguai como traficante, apenas que ele pegava as mulheres na favela (o vídeo mostrava as mulheres na favela, tudo pobre, miserável, nem comida tinham) e elas iam para a Espanha e ganhavam naquela época, antes da crise de 2008, uns 15.000 euros (R$ 61.399,50 mensais, câmbio de hoje) trabalhando em casas de alterne, que é como eles chamam o que seria aqui Clínicas de Massagem.
Então, quase todos os países ratificaram esse Tratado de Palermo e se algum país quiser abandoná-lo para legalizar a prostituição terá de fazer um aditivo. É sob a justificativa desse Tratado de Palermo que as polícias perseguem as putas, sob a desculpa de estarem procurando mulheres traficadas e os traficantes.
Mesmo a legislação interna brasileira adota esses princípios, assim, pela lei, uma mulher de outro estado que venha a São Paulo trabalhar como puta é considerada traficada.
Para entender, deve-se ler as duas partes. De um lado, os defensores do protocolo de Palermo:
O protocolo de Palermo em nosso ordenamento jurídico
Cartilha da procuradoria em Goiás
Cartilha do Ministério Público Federal
Observações: Na pesquisa do Google apareceu Goiás porque as mulheres goianas são muito bonitas e são as mais procuradas. O grosso do tráfico é prostituição, mas, para disfarçar e não dar na vista que eles estão perseguindo as putas, eles misturam outros crimes. No tráfico existem alguns casos de mulheres enganadas, mas é minoria das minorias, a maioria sabe que vai trabalhar como puta.
Agora, o outro lado:
Jo Doezema,
Aqui ela diz que é puta, mas ela é também Phd da Universidade de Sussex, United Kington.
Aqui, o trabalho dela cuja leitura é imprescindível (eu peguei uma cópia na Internet para não ter que comprar o livro, é só pesquisar no Google) . Nesse livro ela esmiuça e destrói totalmente a conversa do tráfico bancada pela igreja.
Aqui, ela discursando sobre o tema Heteronormatividade, eu achei ela muito gostosa, se viesse aqui para o Brasil eu iria atrás para comer, só que eu acho que ela não é puta porque não tem anúncio oferecendo.
Neste livro aqui que eu comprei, ela fala que quis participar desse Protocolo de Palermo, mas não deixaram e não quiseram ouvir nada do que ela tinha a dizer.
Ainda sobre a questão do tráfico, tem esse
Blog aqui que trata o problema de forma ironica.