srmadruga escreveu:Só falta o usuário florestal aparecer com suas idéias mirabolantes
Eu sou um comunista gramsciano
http://www.acessa.com/gramsci/ , e desejo no Brasil uma esquerda moderna e democrática nos moldes da que temos na Europa. Depois, em outro tópico, falarei mais das minhas idéias milaborantes.
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A popularidade do Lula é baseada no atendimento das pretensões da banca internacional; nunca os banqueiros ganharam tanto. No livro do Reinaldo Gonçalves, que ainda ontem estava folheando, ele diz que o Lula foi o governo que mais pagou juros/administração da dívida ao FMI.
Os grandes jornais, Le Figaro, Financial Times, Newsweek, outros, repercutem o atendimento das exigências do grande capital. Um governante brasileiro que atue no interesse do país e do povo brasileiro não seria tão elogiado pela imprensa internacional.
Mais uma vez estou colocando aqui a orelha do livro do Reinaldo Gonçalves e do Luiz Filgueiras, A economia política do governo Lula. É neste livro que, no capítulo II, ele fala que Lula foi o governante que mais pagou juros ao FMI. São dois economistas brasileiros renomados.
O leitor tem em mãos um livro demolidor. As políticas econômica e social do governo Lula são analisadas à luz de inovações metodológicas e conceituais concebidas com grande rigor, sem exageros, sem chavões e sem adjetivação. Surge uma imagem desoladora. A eleição de Lula à Presidência da República foi a operação política conservadora mais bem-sucedida da nossa história, pois deu novo fôlego a um modelo que estava esgotado. Seus resultados comprometem o futuro do Brasil. Isso tem sido parcialmente mascarado pelos efeitos de uma conjuntura internacional excepcionalmente favorável, que não persistirá para sempre. Quando essa conjuntura mudar, todos os nossos problemas estruturais estarão agigantados. Nunca antes neste país houve tanta mistificação. Não é verdade que a vulnerabilidade externa tenha diminuído, quando comparada com o resto do mundo; na verdade, aumentou. Não é verdade que o crescimento das exportações sinalize uma inserção internacional mais virtuosa, pois estamos vivendo mais um episódio de adaptação passiva e regressiva ao sistema econômico internacional. A indústria de transformação perde dinamismo, com fortalecimento dos setores intensivos em recursos naturais e desarticulação de cadeias produtivas. Na pauta de exportações, têm peso crescente os bens de baixo valor agregado. Há perda de eficiência sistêmica. Nossas taxas de crescimento são inferiores à média internacional. Estamos ficando para trás. Quando se consideram, em conjunto, as seis variáveis macroeconômicas mais importantes, Lula obtém o quarto pior índice de desempenho presidencial da nossa história republicana. E sua política social, centrada no Programa Bolsa Família, é uma grosseira mistificação. Ao contrário do que se diz, não está em curso um processo de distribuição de renda, pois os rendimentos do trabalho, vistos como um todo, continuam a cair sistematicamente, como proporção da renda nacional. Com a adesão do Partido dos Trabalhadores ao sistema tradicional de poder, chegou ao fim o impulso transformador que surgiu nas lutas pela redemocratização do país. A política brasileira apequenou-se ainda mais. Sem disputa de projetos, o sistema político faliu. Foi despolitizado, reduzido a doses cavalares de marketing e a um conjunto de pequenos acordos, tudo a serviço da conquista e da preservação de posições de poder. Nunca foi tão grande, na sociedade, o sentimento difuso de desimportância em relação à política institucional. O governo que, na origem, prometia mudanças tornou-se o governo do cinismo e da passividade.
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