Alunos da USP em conflito com a PM

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Re: Alunos da USP em conflito com a PM

#151 Mensagem por oGuto » 17 Nov 2011, 21:42

Sem querer desmerecer o post anterior, mas basta apenas prestar atenção no que dele cito e ressalto ao final, para perceber que poucos realmente se dão conta do que sejam “autoridades” e, portanto, dos vários modos que esses abusos possam se dar.
Sendo mais direto, ingenuamente relacionam isso somente às forças policiais.
Além do mais, tem outra furada básica nisso tudo, que, em breve, algum forista advogado facilmente elucidará.
O que seria ótimo, porque um mínimo de entendimento seria muito benéfico ao bom aproveitamento desse assunto.
pepsicool escreveu: De acordo com o art. 5º., considera-se autoridade, para o efeito desta lei, quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração.

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Re: Alunos da USP em conflito com a PM

#152 Mensagem por Compson » 17 Nov 2011, 23:01

Arre, finalmente o oGuto se desencaramujou...

Pena que ele só faça isso na sua zona de conforto...

E pena que a zona de conforto dele seja absolutamente irrelevante...

Discutir direito em abstrato é a coisa mais inútil que há, como bem mostra a citaçãodo doutor Nucci (esse é doutor mesmo e provavelmente mandaria o oGuto à merda pela má utilização), segundo a qual a possibilidade/dever de revista depende de "fundada suspeita", ou seja, qualquer coisa que o policial diga na corregedoria, como: "não teve nada a ver com o cara ser negro e a amiga dele ser branca, foi a protuberância nas calças que me chamou a atenção".

Além disso, nunca instiguei ninguém a desrespeitar a polícia: apenas aponto que toda autoridade pode ser questionada, este sim um princípio básico de cidadania ou, pelo menos, de humanidade. Aproveitando novamente a citação, na próxima vez em que for abordado, cabe comentar: "o senhor queira explicitar a fundada suspeita que o leva a me revistar"...

Vale lembrar ainda que o Código de Processo Penal, ao qual a citação alude, embora posteriormente modificado, remonta nada menos que à ditadura Vargas, quando foi instituído por decreto, sendo uma vergonha que seu texto tenha sobrevivido a cinquenta anos de períodos ditos "democráticos".

De resto, o mesmo dogmatismo vazio de sempre, cacoete de jurista como já havia notado!

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Re: Alunos da USP em conflito com a PM

#153 Mensagem por oGuto » 18 Nov 2011, 02:08

Por ora ignorando certas recorrentes criancices, evidente que sempre me referi a atos legais.
Meus grifos comprovam isso.
Aliás, efetuados para permitir que leigos pudessem entender melhor.
O que exclui os idiotas.
Esses concordam ou discordam de algo segundo o nível momentâneo de sua imbecilidade.
O que se comprova pela naturalidade com que se desdizem.
Aos que não entenderam, porém tem interesse no assunto, sugiro que releiam.
Para que, assim como um certo forista, não deixem de perceber os diferentes aspectos jurídicos do ato, por mim devidamente mencionados, mas não aprofundados pelo excelente jurista citado, uma vez que, segundo suas palavras, “torna-se impossível e impróprio enumerar todas as possibilidades autorizadoras de uma busca”.
Obviamente, são com essas possibilidades autorizadoras do ato que lidam corriqueiramente as forças policiais.
Concluindo, patente que aqui somente há que se discutir “direito em abstrato” (sic), o que não ocorre no meu cotidiano (que de "dogmatismo vazio" (sic) nada tem), haja vista que nele vejo ser aplicado, normal e totalmente, o que foi sucintamente explanado.
No mais, penso que se há alguém que vai ser mandado à merda, todos sabem por qual nome atende.

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Re: Alunos da USP em conflito com a PM

#154 Mensagem por Compson » 18 Nov 2011, 09:34

Segundo nosso Miguel Reale, o ato policial é "imperativo e auto-executório" e "independe da concordância daquele a quem é dirigido", possui "presunção de veracidade e legitimidade", podendo sua desobediência implicar crime. Portanto, trata-se de uma autoridade a ser exercida incondicionalmente em relação ao desejo de quem está subordinado.
oGuto escreveu:Considerando que, constitucionalmente, à Polícia Militar compete o policiamento ostensivo e a manutenção da ordem pública, abordagens de indivíduos são atos inerentes e rotineiros na concretização de suas atribuições.
E atos policiais, por terem equivalência a qualquer outro ato administrativo, possuem suas mesmas características, entre elas, de serem imperativas e auto-executórias, ou seja, independem da concordância daquele a quem é dirigido.
Mais ainda, possuem presunção de veracidade e legitimidade.
Sendo a busca pessoal, consistente na revista do indivíduo (que pode ser, quanto ao aspecto jurídico, preventiva ou processual, e, quanto à menor ou maior restrição de direitos individuais, superficial ou minuciosa), um ato contínuo à abordagem e amparado por fundada suspeita, também ela é essencialmente coercitiva.
Por ser legalmente coercitiva, cabe ao indivíduo somente acatar a ordem policial, sendo que qualquer conduta diversa pode ser tipificada como crime.
Em seguida, nosso Pontes de Miranda traz uma citação que diz exatamente o contrário: o poder/dever de revista não é incondicionado, mas depende de uma tal de "fundada suspeita".
oGuto escreveu:
Fundada suspeita é requisito essencial e indispensável para a realização da busca pessoal, consistente na revista do indivíduo. Suspeita é uma desconfiança ou suposição, algo intuitivo e frágil, por natureza, razão pela qual a norma exige fundada suspeita, que é mais concreto e seguro.
Um comentarista apressado tenderia a apontar aí uma contradição. Na verdade, há apenas cinismo.

Ora, colocar uma condição vaga como "fundada suspeita" a uma autoridade cuja palavra possui "presunção de veracidade" é o mesmo que não colocar condição nenhuma... As pessoas não obedecem a polícia porque reconhecem nela uma autoridade legítima, mas porque não reconhecem instituições e direitos capazes proteger a resistência ao poder policial. A lei não se esgota em si mesma, mas tem sua eficácia e legitimidade (ambos os termos tomados como conceitos ético-sociais, não tecnicalismo jurídicos) condicionadas às instituições e ao jogo de forças que permitem ou restringem sua aplicação.

Que, como bem ressaltou nosso Clovis Beviláqua, esses coisas ocorram "normal e totalmente" (sick):
oGuto escreveu:haja vista que nele vejo ser aplicado, normal e totalmente, o que foi sucintamente explanado.
No mais, penso que se há alguém que vai ser mandado à merda, todos sabem por qual nome atende.
isso em nada lhes garante legitimidade ou justiça. Até o início de século XIX a escravidão foi aplicada "normal e totalmente" (sick) no mundo todo (comparação, aliás, cuja "infantilidade" apenas revela como é frágil o argumento de nosso Cneu Flávio).

A PM não é escrota porque tem autoridade policial, mas porque essa autoridade é mal determinada... E é exatamente por ter suas limitações mal definidas e, dentro das definições existentes, não haver instituições capazes aplicá-las com eficiência que a PM é um mal a ser rejeitado, ao máximo possível, por qualquer cidadão que mereça esse nome. Porque nossa legislação oriunda de ditaduras ilegítimas não exige que essas autoridades policiais, aqui tão bem representadas na figura de nosso Sobral Pinto, cumpram a lei, mas permite que tais autoridades riam da lei.

No mais, fico por aqui antes que eu seja acusado de fraude.

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Re: Alunos da USP em conflito com a PM

#155 Mensagem por Compson » 18 Nov 2011, 10:54

Compson escreveu:
bullitt escreveu:A enorme maioria dos quase noventa mil alunos da Universidade de São Paulo nem sequer soube de tal assembleia, e muitos não tiveram como comparecer devido ao tempo desprezível que tiveram entre o aviso e a própria assembléia.
E aí, quantos desses caras que reclamaram da maior assemblei secreta da história foram na assembleia devidamente marcada para quinta?
Olha a "assembleia" dos caras que reclamaram de falta de divulgação do DCE:

http://a3.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos- ... 7955_n.jpg

Eles querem que o DCE vá mobilizar os colegas deles também?

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Re: Alunos da USP em conflito com a PM

#156 Mensagem por ZeitGeist » 18 Nov 2011, 13:55

Compson escreveu:
Compson escreveu:
bullitt escreveu:A enorme maioria dos quase noventa mil alunos da Universidade de São Paulo nem sequer soube de tal assembleia, e muitos não tiveram como comparecer devido ao tempo desprezível que tiveram entre o aviso e a própria assembléia.
E aí, quantos desses caras que reclamaram da maior assemblei secreta da história foram na assembleia devidamente marcada para quinta?
Olha a "assembleia" dos caras que reclamaram de falta de divulgação do DCE:

http://a3.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos- ... 7955_n.jpg

Eles querem que o DCE vá mobilizar os colegas deles também?

Isso ai é o pessoal conversando, durante o intervalo!
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Re: Alunos da USP em conflito com a PM

#157 Mensagem por oGuto » 18 Nov 2011, 15:02

Se eu fosse um Pontes de Miranda ou um Clóvis Beviláqua (já Miguel Reale, melhor não ser), certamente eu apenas enxergaria em você sua grande ignorância sobre o tema e nada mais.
Como não sou e, além disso, percebo que ainda insiste em querer criticar aquilo que sequer conseguiu compreender (mais uma vez, tal e qual um garotinho da 5ª série fazendo uma sofrível interpretação de texto), farei o favor de mostrar a você a origem da não necessidade das baboseiras que tem escrito e o porquê de sua argumentação ser uma peça ridícula.
Portanto, pela última vez, repare na parte agora grifada, aumentada e em vermelho do meu post original.
Percebeu? Ou ainda não?
Basta prestar atenção, até para você é muito mais simples do que imagina.
Compson escreveu:Segundo nosso Miguel Reale, o ato policial é "imperativo e auto-executório" e "independe da concordância daquele a quem é dirigido", possui "presunção de veracidade e legitimidade", podendo sua desobediência implicar crime. Portanto, trata-se de uma autoridade a ser exercida incondicionalmente em relação ao desejo de quem está subordinado.
oGuto escreveu:Considerando que, constitucionalmente, à Polícia Militar compete o policiamento ostensivo e a manutenção da ordem pública, abordagens de indivíduos são atos inerentes e rotineiros na concretização de suas atribuições.
E atos policiais, por terem equivalência a qualquer outro ato administrativo, possuem suas mesmas características, entre elas, de serem imperativas e auto-executórias, ou seja, independem da concordância daquele a quem é dirigido.
Mais ainda, possuem presunção de veracidade e legitimidade.
Sendo a busca pessoal, consistente na revista do indivíduo (que pode ser, quanto ao aspecto jurídico, preventiva ou processual, e, quanto à menor ou maior restrição de direitos individuais, superficial ou minuciosa), um ato contínuo à abordagem e amparado por fundada suspeita, também ela é essencialmente coercitiva.
Por ser legalmente coercitiva, cabe ao indivíduo somente acatar a ordem policial, sendo que qualquer conduta diversa pode ser tipificada como crime.
Em seguida, nosso Pontes de Miranda traz uma citação que diz exatamente o contrário: o poder/dever de revista não é incondicionado, mas depende de uma tal de "fundada suspeita".
oGuto escreveu:
Fundada suspeita é requisito essencial e indispensável para a realização da busca pessoal, consistente na revista do indivíduo. Suspeita é uma desconfiança ou suposição, algo intuitivo e frágil, por natureza, razão pela qual a norma exige fundada suspeita, que é mais concreto e seguro.
Um comentarista apressado tenderia a apontar aí uma contradição. Na verdade, há apenas cinismo.

Ora, colocar uma condição vaga como "fundada suspeita" a uma autoridade cuja palavra possui "presunção de veracidade" é o mesmo que não colocar condição nenhuma... As pessoas não obedecem a polícia porque reconhecem nela uma autoridade legítima, mas porque não reconhecem instituições e direitos capazes proteger a resistência ao poder policial. A lei não se esgota em si mesma, mas tem sua eficácia e legitimidade (ambos os termos tomados como conceitos ético-sociais, não tecnicalismo jurídicos) condicionadas às instituições e ao jogo de forças que permitem ou restringem sua aplicação.

Que, como bem ressaltou nosso Clovis Beviláqua, esses coisas ocorram "normal e totalmente" (sick):
oGuto escreveu:haja vista que nele vejo ser aplicado, normal e totalmente, o que foi sucintamente explanado.
No mais, penso que se há alguém que vai ser mandado à merda, todos sabem por qual nome atende.
isso em nada lhes garante legitimidade ou justiça. Até o início de século XIX a escravidão foi aplicada "normal e totalmente" (sick) no mundo todo (comparação, aliás, cuja "infantilidade" apenas revela como é frágil o argumento de nosso Cneu Flávio).

A PM não é escrota porque tem autoridade policial, mas porque essa autoridade é mal determinada... E é exatamente por ter suas limitações mal definidas e, dentro das definições existentes, não haver instituições capazes aplicá-las com eficiência que a PM é um mal a ser rejeitado, ao máximo possível, por qualquer cidadão que mereça esse nome. Porque nossa legislação oriunda de ditaduras ilegítimas não exige que essas autoridades policiais, aqui tão bem representadas na figura de nosso Sobral Pinto, cumpram a lei, mas permite que tais autoridades riam da lei.

No mais, fico por aqui antes que eu seja acusado de fraude.
No mais, se ainda também não percebeu, quem está falando de ilegalidades é você.
Mas não faz mal, seria muito exigir que compreendesse que tenho tratado da legalidade do ato, exigência não somente jurídica, mas principalmente ética.

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Re: Alunos da USP em conflito com a PM

#158 Mensagem por Compson » 18 Nov 2011, 21:36

Só vou concordar com você, olha só:

Sim, você livrou a sua cara... Mas o que eu critiquei mesmo foi a lei (se alguém ainda está lendo isto, notem bem quem só olha pro próprio umbigo).

Ética nada tem que ver com legalidade... Legalidade é um formalismo... Até você começar com suas juridiquices, estávamos discutindo política real...

Ética tem que ver com a fundamentação da ação em si e para si ou, numa linguagem mais corrente, como o autor da ação consegue justificá-la conforme princípios morais explícitos.

A lei é apenas como determinados princípios foram registrados por uma autoridade legislativa num determinado momento... É pura estaticidade, contingência, subjetivismo; não contém necessariamente verdade nenhuma. A lei não é aquilo que o verdadeiro cidadão precisa obedecer, mas aquilo de que ele deve permanentemente desconfiar, criticar, resistir, derrubar, perverter...

Sim, eu estou falando de "ilegalidades", porque acredito que a lei pode fundamentar uma ação (já que toda decisão, no limite, é arbitrária), mas não pode fundamentar uma opinião, pois a lei só tem a capacidade de remeter a uma instância normativa previamente dada, não à verdade. Para entrar no debate, a lei precisa justificar a si mesma...

Mas você, representando a polícia, não está falando de "legalidades", mas do limite da lei, do ponto em que o cidadão não está sujeito à lei, mas à autoridade com o cacetete. A maior violência não é a que mantém a ordem, mas a que subordina a ordem à vontade de um indivíduo. Essa autoridade, na democracia, sempre vai ser uma excrecência, um resto de ditadura, não importa o que digam os códigos e seus sacerdotes!

E, sim, eu sou totalmente ignorante em legislação... Mas quem está sendo totalmente ignorante sobre o tema é você.

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Re: Alunos da USP em conflito com a PM

#159 Mensagem por bullitt » 18 Nov 2011, 22:53

Compson escreveu:
Compson escreveu:
bullitt escreveu:A enorme maioria dos quase noventa mil alunos da Universidade de São Paulo nem sequer soube de tal assembleia, e muitos não tiveram como comparecer devido ao tempo desprezível que tiveram entre o aviso e a própria assembléia.
E aí, quantos desses caras que reclamaram da maior assemblei secreta da história foram na assembleia devidamente marcada para quinta?
Olha a "assembleia" dos caras que reclamaram de falta de divulgação do DCE:

http://a3.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos- ... 7955_n.jpg

Eles querem que o DCE vá mobilizar os colegas deles também?

Ainda bem que ao menos houve tal "reunião de quinta" com dia marcado, melhor que nada, algum suposto lampejo de democracia, eu acho. Se existe falta de interesse da maioria dos alunos de exatas pelo debate seja lá qual for o motivo, melhor uma meia dúzia em tal reunião discutindo o assunto de forma democrática que um grupo menor e derrotado de pseudo-revolucionários como o rapaz da foto abaixo decidindo em segunda eleição-relâmpago para invadir a reitoria. Ou ainda, melhor uma pequena reunião que possa manifestar suas opiniões livremente do que um grande grupo acéfalo (o do simplório fora PM) que hostiliza qualquer opinião contrária, o mesmo grupo que se diz oprimido pela presença da PM mas que ao mesmo tempo age com violência e intolerância. Além do mais, meu saco de ficar respondendo neste fórum já se esgotou, não necessariamente só por causa deste tópico, mas pelo tempo que é gasto inutilmente quando não estou com insônia.

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Re: Alunos da USP em conflito com a PM

#160 Mensagem por Carnage » 19 Nov 2011, 01:22

Uma pergunta me passou pela cabeça esta semana.

No centro de São Paulo, em frente ao Largo do Paissandú, foi aberta a Galeria Olido, um centro cultural.

A alguns anos já, quase todo dia tem eventos nesse centro, em sala aberta, quase sempre de música, e lota de gente.
Sempre nestes eventos fica uma molecada, espalhada pela rua Dom José de Barros, na casa de dezenas, às vezes mais de 100 pessoas, batendo papo.

E praticamente um terço desta molecada está sempre fumando maconha.

Pertunta: porque a PM, ou a Guarda Municipal, neste tempo todo, nunca fez uma revista nesse pessoal?
Editado pela última vez por Carnage em 19 Nov 2011, 01:25, em um total de 1 vez.

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Re: Alunos da USP em conflito com a PM

#161 Mensagem por Carnage » 19 Nov 2011, 01:24

Pra jogar um pouco de lenha.

http://colunas.epoca.globo.com/paulomor ... ipocritas/
Os maconheiros e os hipócritas
09:18, 12/11/2011
Paulo Moreira Leite
Política Tags: drogas, PM, USP


É impressionante que até hoje se tente usar a maconha no xingatório político.
Isso era comum sob a ditadura militar. Sem a legitimidade que só as democracias oferecem, o regime e seus aliados evitavam argumentos políticos para criticar adversários.

Mulheres emancipadas eram chamadas de prostitutas. Mesmo oposicionistas que rejeitavam a luta armada eram acusados de terrorismo.

Glamourizada pela contracultura, que pregava uma forma de liberdade que produzia tensões no autoritarismo, a maconha era um dos alvos prediletos.

A ditadura acabou mas o estigma prosseguiu.

Em 1985, quando tentava desqualificar Fernando Henrique Cardoso, seu adversario na campanha pela prefeitura de São Paulo, o conservadorismo paulista contratou um jornalista inescrupuloso para distribuir um panfleto chamando-o de maconheiro.
Na verdade, o máximo que FHC admitira era ter experimentado maconha, como contou à jornalista Miriam Leitão em entrevista a Playboy. (Só para lembrar como certos argumentos se repetem. FHC também foi atacado em 1985 porque deu uma resposta ambígua sobre “Deus.” Não se podia admitir dúvidas nem hesitações nos reinos do absoluto. Isso lembra alguma coisa?)
É curioso que hoje se use a expressão “maconheiro” para rebaixar os estudantes que ocuparam — erradamente, a meu ver — a reitoria da USP.
Já disse em outras notas o que penso sobre a visão política desses estudantes. Para mim, é irracional. Mas não acho que isso tenha a ver com uso de maconha. (Piadinha….)
Em 2011, a maconha é uma droga consumida por um número imenso de pessoas e não só na USP e não só por pessoas “de esquerda”, “contestadoras”, “radicais”, “hippies”, “hippies velhos”, o que for…
Tenho certeza de que há usuários de maconha entre estudantes que ocuparam a reitoria e entre seus adversários. Com certeza vamos encontrar “maconheiros” entre aqueles que articulam uma chapa “apolítica” e até mesmo entre adultos que lhes servem de inspiração e que conservaram o costume da juventude.

Conheço aquilo que poderiamos chamar de famílias maconheiras, pois pais e filhos acendem um baseado num ritual semelhante ao que se vê em casas onde as pessoas se reunem para tomar uma taça de vinho.
Com um pouco de curiosidade, talvez se encontre uso de maconha na própria polícia que reprimiu os estudantes.

Não uso maconha e acho que há uma tolerancia excessiva em relação aos males que ela causa à memória e mesmo a saude psíquica das pessoas.
Mas ela está aí. Fernando Henrique Cardoso faz campanha por sua legalização e ninguém acha um disparate. Pelo contrário. O filme sobre a maconha – uma peça de propaganda, desequilibrada e unilateral – foi badalado com gosto e prazer, como se fosse sério.
Muita gente faz ar inteligente quando explica que é preciso aceitar a noção de que nenhuma sociedade vive sem drogas, que a guerra foi perdida para o tráfico e assim por diante. Fala-se de Portugal, da Suiça, da Holanda. Mostra-se imagens de clínicas equipadas, limpas, sem fila e com médicos de plantão…

Chiquérrimo.

Por que não fazer o mesmo ar inteligente quando a PM resolve levar para a delegacia três estudantes que enrolavam um baseado dentro do carro?
Por que esse coro da legalização não foi à rua falar de flexibilidade?

Por que não lembrar que, mesmo ilegal, o uso da maconha talvez não seja a irregularidade prioritária a ser combatida na USP?

Não vamos fingir que somos tão inocentes.

É evidente que temos uma visão utilitária, aqui. Quando é necessário fazer ar de moderno, fala-se em legalizar a droga.

Quando é necessário fazer ar de antigo, fala-se de “maconheiros.”

E ninguém acha estranho.
http://www.brasildefato.com.br/content/ ... -sociedade
O Reitor, a PM e a fascistização oculta da sociedade

Como comprova a pesquisa do Núcleo de Estudos da Violência da USP, a abordagem policial “reproduz um padrão arcaico e discriminatório de classificação dos indivíduos”

17/11/2011

Luisa Paiva e Lira Alli*


A Universidade de São Paulo é conhecida internacionalmente pela excelência acadêmica. Todos os anos, rankings internacionais situam a USP na lista das melhores do mundo. Se houvesse, no entanto, um ranking que apontasse o caráter antirepublicano e antidemocrático das universidades brasileiras, a USP certamente ficaria em primeiro lugar.

A USP é a universidade mais antidemocrática do Brasil. Antidemocrática porque é dirigida por um pequeno círculo de poder, que se perpetua nas instâncias de decisão na base da troca de favores. Antidemocrática porque restringe o acesso a milhares de jovens que vêm da escola pública, aptos a estudar na USP tanto quanto os jovens de classe média que nela estudam. Antidemocrática porque, salvo exceções, a pesquisa atende demandas privadas, alheias às reais necessidades da população. Antidemocrática porque nela o ensino é alienante e despolitizador.

Há quem argumente que uma universidade não pode ser democrática por causa do mérito acadêmico. No entanto, na USP, a eleição para Reitor não tem nada a ver com mérito acadêmico, mas sim com interesses pessoais de poder e prestígio. A eleição ocorre num colegiado onde têm direito a voto menos de 1% da comunidade universitária. O atual Reitor, João Grandino Rodas, sequer foi eleito nesse colegiado. Em 2009, ele ficou em segundo lugar. Tornou-se Reitor porque o então Governador José Serra o nomeou. Rodas é um interventor, representante de um partido político na Reitoria da USP.

Na condição de Reitor, Rodas teve a proeza de superar o autoritarismo de seus antecessores. Vale lembrar que Gama e Silva, Ministro da Justiça na ditadura e autor do AI-5, também havia sido Reitor da USP. Assim como Gama e Silva, Rodas foi diretor da Faculdade de Direito, cuja Congregação esse ano o agraciou com o título inédito de persona non grata, por todo o desserviço prestado e pelos atos arbitrários, tanto na diretoria da Faculdade como na Reitoria. Nem Gama e Silva recebeu tal título.

A lembrança de Gama e Silva é oportuna neste momento, na abordagem dos acontecimentos recentes. Ao contrário do que os grandes veículos de imprensa têm maliciosamente noticiado, a causa do protesto estudantil não é pelo direito de fumar maconha. Estigmatizar o movimento dessa maneira é mais do que anti-ético; é ridículo. A revolta surgiu de um sentimento de indignação contra os abusos e as arbitrariedades de uma estrutura de poder antidemocrática e antirepublicana, e que nas últimas semanas materializou-se para os estudantes, docentes e trabalhadores na prática dos “enquadros” policiais.

Como comprova a pesquisa de Denise Carvalho dos Santos Rodrigues, feita no âmbito do Núcleo de Estudos da Violência da USP, a abordagem policial “reproduz um padrão arcaico e discriminatório de classificação dos indivíduos”. Além de arbitrária, a abordagem policial é uma forma de tortura psicológica e é também a ante-sala da corrupção policial.

Embora a imprensa insista em apresentar dados manipulados, o fato é que, desde que a PM passou a fazer rondas ostensivas no campus butantã, a única coisa que mudou é que os “enquadros”, sempre truculentos e arbitrários, tornaram-se recorrentes. Enquanto isso, a insegurança persiste no campus, porque as reais causas de insegurança não foram resolvidas: o campus permanece fechado à comunidade, com áreas desertas e mal iluminadas; a Guarda Universitária e a guarda terceirizada sucateadas e desarticuladas.

A greve estudantil tem demandas e reivindicações concretas. Mas, se olharmos bem, veremos que existe algo na revolta dos estudantes que vai além das reivindicações. No fundo, o foco do protesto estudantil é o caráter inconcluso da transição democrática no Brasil. São as estruturas mesmas da sociedade que estão sendo questionadas.

Saímos da ditadura, mas as relações e as estruturas da ditadura não saíram da universidade, da sociedade e das consciências. Esse é o ponto. Afinal, se estamos num regime democrático, por que a estrutura de poder da universidade concentra as decisões nas mãos de um pequeno círculo de poder? Por que não há participação nas decisões? Por que o Reitor da USP é imposto por um partido político? Por que os conflitos são encarados como caso de polícia? Por que ainda existe a prática da abordagem policial? Por que a polícia é militar?

Essas questões apontam para o que Florestan Fernandes chamou em fins da década de 80 de “fascistização sem fascismo” da sociedade brasileira. Os estudantes tomaram consciência disso. Foram empurrados a questionar as estruturas arcaicas da sociedade e do Estado, da qual as maiores vítimas são os jovens pobres e negros que vivem nas periferias urbanas. Cabe agora ao movimento estudantil manter viva e levar adiante essa luta, em aliança com os movimentos sociais.


*Luisa Paiva é estudante de Direito e Lira Alli é estudante de Artes Cênicas

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Re: Alunos da USP em conflito com a PM

#162 Mensagem por Compson » 19 Nov 2011, 14:45

bullitt escreveu:Ainda bem que ao menos houve tal "reunião de quinta" com dia marcado, melhor que nada, algum suposto lampejo de democracia, eu acho. Se existe falta de interesse da maioria dos alunos de exatas pelo debate seja lá qual for o motivo, melhor uma meia dúzia em tal reunião discutindo o assunto de forma democrática que um grupo menor e derrotado de pseudo-revolucionários como o rapaz da foto abaixo decidindo em segunda eleição-relâmpago para invadir a reitoria. Ou ainda, melhor uma pequena reunião que possa manifestar suas opiniões livremente do que um grande grupo acéfalo (o do simplório fora PM) que hostiliza qualquer opinião contrária, o mesmo grupo que se diz oprimido pela presença da PM mas que ao mesmo tempo age com violência e intolerância. Além do mais, meu saco de ficar respondendo neste fórum já se esgotou, não necessariamente só por causa deste tópico, mas pelo tempo que é gasto inutilmente quando não estou com insônia.

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Respire fundo... Você estava indo bem até agora... Tô falando, os caras tentam se pansar por liberais modernosos, mas no fundo são os mesmos conservadores de sempre, é só dar um pouco de trela.

Você está muito mal informado.

Não houve "eleição-relâmpago para invadir a reitoria"; houve rejeição da proposta de ocupação pela Assembleia (aquela emergencial do dia da invasão da PM), rejeição que um grupo mais radical desrespeitou, ocupando a reitoria por sua conta e risco (o que obviamente não legitima o reitor a chamar a polícia, dado o histórico de negociação que tem marcado a universidade para resolver casos como esse)...

Sobre a Assembleia, não sei o que você entende por "ser hostilizado", mas o que ocorre é tomar umas vaias e perder votações. O problema é que temos uma concepção equivocada de democracia e achamos que ser democrático é só votar numa lista de opções previamente dadas. Na verdade o debate é muito mais democrático do que a votação e só chamamos "eleição" de democracia porque ainda não encontramos um modo melhor de organizar as escolhas públicas.

Enfim, por trás desse chororô de que o movimento estudantil está dominado por esquerdistas radicais e violentos, está sim a preguiça de se mobilizar e a falta de coragem de arriscar perder votações. Aí se vê quem são os verdadeiros "mimados"...

A Assembleia é aberta, mas não serão os grupos que estão no poder que irão sair pela universidade chamando os opositores.

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Re: Alunos da USP em conflito com a PM

#163 Mensagem por Compson » 19 Nov 2011, 15:09

Parabéns, ao Rodas... Por que não mandam o cara pra resolver o conflito entre israelenses e palestinos?

Skinheads colam cartazes com ameaças a estudantes na USP
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/ ... -usp.shtml

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Em tempo: os caras foram pegos pela PM dentro do campus e não foram presos!

Em tempo 2: com esses suspensórios fica difícil intimidar alguém... Parece uma conferência de covers do Curly dos Três Patetas.

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Re: Alunos da USP em conflito com a PM

#164 Mensagem por Dr. Zero » 19 Nov 2011, 16:20

Pra quê universidade se nem conseguimos alfabetizar os faxineiros?

Passem um trator e plantem milho e mandioca naquele terreno

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Re: Alunos da USP em conflito com a PM

#165 Mensagem por Compson » 20 Nov 2011, 10:23

Dr. Zero escreveu:Pra quê universidade se nem conseguimos alfabetizar os faxineiros?

Passem um trator e plantem milho e mandioca naquele terreno
Acho que o Dr. Zero poderia se candidatar a presidente do DCE se sugerisse plantar outra coisa... :mrgreen:

***

Em tempo: pensei, pensei, pensei e não entendi qual o problema do cara com agasalho da GAP...

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