Tricampeão escreveu:"Roma, Cidade Aberta" é do Rosselini. Também gosto muito, apesar de não falar de putas.
E' verdade, ele co-escreveu o roteiro com o Rosselini.
Noites de Cabiria - belissima sacada. Encaixa em todos os anseios desse topico, deveria ser 'filmoteca' basica para todas as putas e putanheiros.
As putas da 'real' estao longe daquela ingenuidade. Embora, uma puta ingenua como Cabiria seria o ideal do putanheiro, O Pastor

. O estado sereno e de quase ausencia e' magnifico, um retrato da estupidez e da beleza humana.
Cabíria é enganada por todos os homens que encontra. Giulietta Masina é Cabíria, uma prostituta ingênua que acredita no amor perfeito e na sinceridade humana. Na primeira sequência, ela é atirada em um rio pelo namorado Giorgio (Franco Fabrizi), que sai correndo com a bolsa e o dinheiro. Ao ser resgatada, ela não consegue aceitar a crueldade e a sordidez contínua de sua condição, prosseguindo em um caminho de ascese através do sofrimento.
Depois do desencanto com o cafetão que a explora, Cabíria se envolve com Alberto Lazzari (Amedeo Nazzari), um astro de cinema que usa a prostituta para esquecer uma crise conjugal. Vira objeto de gozação de uma trupe mambembe, quando o "mágico" a hipnotiza e revela seus sonhos e desejos. Depois do show, Cabíria conhece Oscar D'Onofrio (François Perier), um espertalhão que se utiliza dos sonhos revelados para enganá-la.
A passagem vetada pela Igreja é bem mais inocente do que a profissão da protagonista supõe. É o encontro de Cabíria com um benemérito que sai pela cidade distribuindo alimentos aos mendigos em um saco. Para a Igreja, este tipo de caridade individual pressupõe a indiferença da instituição laica frente à miséria, uma passagem mais indecente que o ganha-pão da prostituta mais comovente do cinema.