A Crise Econômica Mundial

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Vlad_Vostok
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#166 Mensagem por Vlad_Vostok » 15 Mai 2009, 23:26

Carnage escreveu:http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/ ... a-cambial/
13/05/2009 - 07:00
A volta do fantasma cambial
Coluna Econômica - 13/05/2009


Antes de ontem, finalmente, o presidenciável José Serra saiu da casca, venceu os temores que o atormentam, e definiu as críticas corretas contra o governo Lula. Não tem que criticar a Bolsa Família ou o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), programas que estão sendo bem sucedidos, como como o Plano Habitacional do governo. O calcanhar de Aquiles do governo Lula - e a maior ameaça à economia brasileira - é a política monetária do Banco Central.
Acho que esse jornalista "comprado" terá que rever os seus conceitos. Ou é mal informado ou mal intencionado.
CGU constata atraso e sobrepreço em licitação do PAC

Publicada em 14/05/2009 às 22h57m
Adriana Vasconcelos - O Globo; GlobonewsTV

BRASÍLIA E RIO - Fraudes, superfaturamentos e licitações irregulares em obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foram comprovados pela Controladoria Geral da União (CGU), órgão do governo federal. Das 123 obras do PAC escolhidas por sorteio para a auditoria, 84 ainda não tinham saído do papel (68% do total). E, entre as que já estão sendo executadas, foram descobertas graves irregularidades. Os recursos envolvidos totalizam R$ 328,7 milhões, nos 50 municípios com até 500 mil habitantes fiscalizados.

http://oglobo.globo.com/pais/mat/2009/0 ... 867028.asp
06/05/09 - 20h40 - Atualizado em 06/05/09 - 22h01
Mortos e políticos recebiam dinheiro do Bolsa Família, aponta TCU

Tribunal de Contas da União determina que governo investigue suspeitas.
Ministério nega irregularidades e diz que cadastros passam por atualização.

O TCU cruzou o cadastro do Bolsa Família com CPF, Renavam (reghistro de automóveis) e até informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os indícios envolvem 312 mil benefícios com irregularidades em fevereiro de 2008. Desse total, 106.075 benefícios foram pagos a famílias que possuem veículos.
http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0 ... A+TCU.html

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#167 Mensagem por Compson » 20 Mai 2009, 20:30

Se o momento recente de crise acabou mesmo (o que parece bastante razoável supor), até que foi bem branda.

No caso do Brasil, até o Plano Real, tínhamos crises internas com consequências bem piores do que as verificadas em 2008/9.

O problema é... Do ponto de vista das causas da crise, nada mudou. Houve um grande movimento especulativo entre 1999 e 2008 que fez a riqueza "virtual" disparar. Quando aconteceu o problema das hipotecas, todo mundo ficou com medo e quis vender seus ativos; não havia dólar para esse povo todo, então o governo dos EUA enfiou dinheiro goela abaixo do mercado.

Mas nada aconteceu para impedir que o ciclo de especulação volte novamente, inclusive no curto prazo. Resta saber:

(1) Pra onde vão (ou foram) esses bons trilhões de dólares que o governo dos EUA praticamente doou ao mercado?

(2) A recuperação de ativos mais líquidos (bolsa de valores, commodities etc.) é recuperação mesmo ou é só falta do que fazer com o dinheiro?

(3) Se for recuperação, é por que os EUA vão tentar de novo foder com o mundo, mantendo seu nível de consumo muito acima do possível, ou é por que vai surgir um trilhão de dólares em consumo anual (a queda prevista do consumo dos EUA) em algum lugar do mundo?

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#168 Mensagem por Compson » 22 Mai 2009, 15:06

Ó lá:
Roubini critica excesso de otimismo em evento com Mantega

Maurício Savarese
Em São Paulo
(Texto atualizado às 12h23)

O economista Nouriel Roubini criticou nesta sexta-feira, em seminário em São Paulo com a presença do ministro Guido Mantega (Fazenda), o excesso de otimismo no Brasil sobre a crise. "Notei que parte do otimismo no Brasil tem relação com a China, e isso parece ser injustificado, porque a China está exportando menos e tem excesso de investimento em produção, que já está saturada", afirmou.

"As coisas melhoram para os que concentram dois terços do PIB global [os países ricos], mas onde alguns veem um sinal verde, eu vejo um sinal amarelo. Afinal esses dois terços estão em recessão, e os emergentes estão em pouso forçado."

As declarações foram feitas durante o seminário "O Brasil e a Crise Econômica Mundial", promovido pela revista "Carta Capital".

Participam também do encontro os economistas Luiz Gonzaga Belluzzo e Delfim Netto, além do senador Aloizio Mercadante (PT-SP). A proposta é ver se as previsões catastróficas de Roubini se aplicam também ao futuro da economia brasileira.

A participação de Mantega não estava prevista originalmente, mas ele mudou sua agenda.

O ministro disse que a crise ainda não acabou, mas há mais confiança. "Percebemos uma melhora, uma recomposição do crédito. Porém isso não significa que a crise acabou, e sim que a confiança está voltando antes que todos os problemas tenham sido resolvidos."

Mantega discordou de uma das teses de Roubini, sem citar diretamente o economista. O ministro da Fazenda disse que a recuperação no Brasil será em forma de "V", não de "U".

Em "V", significa que a forte queda é seguida de uma rápida recuperação. Em "U", ocorre uma queda, e a recessão é prolongada, antes da volta ao crescimento.

Para Mantega, a economia brasileira deve crescer de 4% a 5% já em 2010 por conta dessa recuperação ligeira, em "V".

O ministro também criticou a desvalorização do dólar verificada nos últimos dias. "Isso atrapalha os setores produtivos, os exportadores e a agricultura."

As previsões de Roubini
Guru da crise, Dr. Apocalipse ou Cassandra (referência à profetisa desacreditada da mitologia grega). Todos esses apelidos servem para descrever o professor Nouriel Roubini, um dos raros economistas a antecipar a atual crise mundial.

Há cerca de quatro anos, quando os mercados se empolgavam com negociações em cifras inimagináveis até então, Roubini afirmou que os preços das moradias nos Estados Unidos estavam em uma espiral especulativa que acabaria afundando a economia global.

Ridicularizado na época por suas opiniões sobre o setor imobiliário, também porque os críticos se lembravam de seus prognósticos errados, ele foi ainda mais veemente nos comentários, o que acabou fazendo desse professor de 50 anos uma espécie de dono do monopólio dos alertas pré-crise.

Professor da Universidade de Nova York e economista-chefe do site de serviços financeiros RGE Monitor, um dos poucos na Internet que ganhou muito dinheiro com a turbulência financeira, Roubini já declarou que o crescimento do PIB do Brasil neste ano deve ficar em torno de zero, acompanhando em grande parte as expectativas do mercado.
http://economia.uol.com.br/ultnot/2009/ ... u2636.jhtm

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#169 Mensagem por Carnage » 22 Mai 2009, 16:35

http://br.noticias.yahoo.com/s/reuters/ ... pea_pobres
Número de pobres caiu no Brasil apesar de crise, diz Ipea

Ter, 19 Mai, 05h34

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Apesar da atual crise econômica global, cerca de 316 mil brasileiros saíram da linha da pobreza entre outubro do ano passado e março deste ano, segundo estudo divulgado nesta terça-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).


Segundo a pesquisa, nesses seis meses, 315.921 brasileiros deixaram a condição de pobreza nas seis maiores regiões metropolitanas do país --São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Salvador.

Pelos critérios do Ipea, órgão ligado à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, está abaixo da linha da pobreza quem tem rendimento domiciliar per capita menor que meio salário mínimo.

Segundo o Ipea, a taxa de pobreza nessas seis regiões em março deste ano ficou em 30,7 por cento, 1,7 por cento menor que a registrada em março do ano passado, o que representa uma redução de 670 mil pessoas na condição de pobreza.

"Pela primeira vez na história do país, o pobre não está pagando a conta numa crise", disse o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que participou da divulgação do estudo.

Para o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, a redução da pobreza durante a atual crise se deve à adoção de políticas anticíclicas pelo governo. Como exemplos, ele citou a ampliação de programas de transferência de renda e o reajuste neste ano de 12 por cento no salário mínimo, referência para a maior parte dos benefícios concedidos pela Previdência Social.

"De 1980 para cá essa é a primeira vez que estamos enfrentado a crise com políticas keynesianas", disse Pochmann a jornalistas.

"Nas crises anteriores em vez de se ter políticas anticíclicas, nós aumentávamos os juros, reduzíamos os gastos, reduzíamos os investimentos e o salário mínimo não crescia", acrescentou ao ressaltar que 35 por cento da população brasileira tem renda garantida independente do mercado de trabalho.

De acordo com o levantamento de outros períodos de crise, o contingente de pobres aumentava substancialmente no país.

Entre 1998 e 1999, por exemplo, o número de pobres avançou no Brasil em 1,9 milhão. De 1982 a 1983 a estimativa do Ipea é que a quantidade de pobres expandiu-se em 7,7 milhões nas seis maiores regiões metropolitanas e, na crise de 1989 e 1990, o número de pobres teve incremento de 3,8 milhões de pessoas.

(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)

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#170 Mensagem por Tiozinho50 » 22 Mai 2009, 17:38

http://oglobo.globo.com/economia/mat/20 ... 963127.asp


Taxa de desemprego no Brasil surpreende e cai


Plantão Reuters/Brasil Online

Publicada em 21/05/2009 às 09h13m


RIO DE JANEIRO (Reuters) - A taxa de desemprego no Brasil surpreendeu a expectativa de economistas e caiu em abril, para 8,9 por cento, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.

Em março, o desemprego nas seis regiões metropolitanas pesquisadas estava em 9 por cento.
Vinte e seis analistas ouvidos pela Reuters esperavam taxa de 9,3 por cento em abril, com os prognósticos variando de 9 a 9,8 por cento.

O rendimento médio real dos trabalhadores totalizou 1.318,40 reais em abril, queda de 0,7 por cento ante o mês anterior e alta de 3,2 por cento na comparação com igual período do ano passado.

A população ocupada somou 20,913 milhões de pessoas, praticamente estável sobre o patamar de março, de 20,953 milhões, e de abril de 2008, de 20,863 milhões.

A massa de rendimento real ficou em 27,9 bilhões de reais, recuo de 0,7 por cento mês a mês e alta de 3,7 por cento na comparação anual.

(Por Rodrigo Viga Gaier; Texto de Vanessa Stelzer)

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#171 Mensagem por Peter_North » 24 Mai 2009, 18:34

Carnage escreveu:http://br.noticias.yahoo.com/s/reuters/ ... pea_pobres
Número de pobres caiu no Brasil apesar de crise, diz Ipea
A verdadeira surpresa vai ser o dia em que o IPEA estudar algo que mostre incompetëncia do Lula. Não que esse estudo não seja verdade, provavelmente é, mas o ipea já sabe o que vai pesquisar. Por exemplo, eles nunca divulgarão um estudo comparando o preço da gasolina no Braisl com outros países produtores, não vai nunca publicar um estudo mostrando como o Brasil cresceu muito pouco comparado com os outros emergentes ou mostrando o quanto recebemos de serviço pelos impostos pagos.

O IPEA é um órgão infestado de petistas, liderados por um petista renhido (o Pochmann) e não vai fazer absolutamente nada exceto postar estudo após estudo com o assunto cuidadosamente escolhido de forma que dê suporte ao que o PT quer.

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#172 Mensagem por Peter_North » 24 Mai 2009, 18:48

Hoje ouvi no rádio que o governo acaba de refazer sua previsao de crescimento do PIB e que agora afirmam que cresceremos 1% no ano. Mesmo se isso for verdade, e como é do governo tende a ser otimista, é uma diferença brutal para os já raquíticos 3% ou 4% que marcaram os anos Lula. É absolutamente inacreditável que digam que a crise passou longe daqui ou que falem em marolinha. Ela nos pegou menos que outros países, mas ainda assim é uma queda e tanto.

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#173 Mensagem por Carnage » 25 Mai 2009, 10:53

http://www.viomundo.com.br/opiniao/um-p ... -trilhoes/
Um problema de U$ 681 trilhões

Atualizado em 24 de maio de 2009 às 11:18 | Publicado em 23 de maio de 2009 às 12:37

por Luiz Carlos Azenha

Conheço gente que torce o nariz ao ouvir falar da crise financeira internacional. Gente que não entende nada de economia, nem do linguajar aparentemente complexo usado pelos comentaristas picaretas da mídia corporativa brasileira.

Em primeiro lugar é preciso considerar que "eles" usam um linguajar complicado com o objetivo de PARECER mais inteligentes, mais preparados ou melhor conectados do que você, caro leitor. Daí as constantes referências a "falei ontem com o ministro fulano" ou "estive hoje com o executivo sicrano". É tudo uma tentativa de fazer com que você ouça tudo calado e aceite sem questionar.

Eles são AUTORIDADE. Você, um mané qualquer que está diante do altar (a tela da TV ou o jornal). Quando eles pontificam no jornal, na TV, no rádio, nunca deixam claro que estão expressando apenas um ponto-de-vista, nem revelam que esse ponto-de-vista resulta de uma visão de mundo muito particular. Em geral nossos comentaristas econômicos são neoliberais de carteirinha tanto quanto os patrões e refletem a visão de que tudo o que é relacionado ao estado é uma droga e tudo o que é ligado à iniciativa privada é maravilhoso. A não ser que o estado seja o estado de José Serra: esse, sim, é O estado, que pode cometer um erro ou outro no varejo, mas em geral SÓ ACERTA.

É por isso que admiro o Mike Whitney, do site estadunidense Counterpunch. Com ele não tem BS, o popular bullshit. Ele corta o papo furado dos analistas econômicos e enfia a faca direto no coração dos assuntos que pretende abordar. Ele não esconde sua posição no espectro político. É um cara de esquerda. E a Miriam Leitão? É de direita? É liberal? É patronal?

Na análise que reproduzo abaixo, o Whitney fala dos negócios que considera o veneno do mercado financeiro internacional, conhecidos como CDS, ou credit default swaps. Não se assuste com o nome. Grosseiramente, bem grosseiramente, é a mesma coisa que o "vale" emitido pela vendinha da dona Maria quando falta troco, só que com um nome pomposo e com a "garantia" das melhores firmas dos Estados Unidos. Leia o artigo do Whitney, com tradução do Viomundo e algumas explicações minhas (do Azenha) entre colchetes:

O veneno do sistema
May 22-24, 2009
Credit Default Swaps

por MIKE WHITNEY, no Counterpunch

Em pouco mais de uma década, os negócios com os Credit Default Swaps (CDS) incharam em uma indústria multibilionária que mudou o caráter fundamental do sistema financeiro e aumentou o risco sistêmico em várias ordens de magnitude.

[Lembre-se, é como se a vendinha da esquina da sua casa, em vez de dar o troco, resolvesse emitir "vales" de forma adoidada para toda a clientela, com a garantia de que eles seriam honrados a qualquer momento, em troca de mercadoria]

Os CDS, que foram criados originalmente para reduzir o potencial de perdas com dívidas não honradas, se tornaram uma vaca leiteira para os grandes bancos, gerando mega-lucros. No caso da seguradora AIG, as perdas com as transações em CDS já custaram 150 bilhões de dólares ao povo americano e, ainda assim, não houve uma tentativa séria do Congresso de baní-los de uma vez por todas. Pior ainda, os CDS são a causa-raiz de um risco sistêmico que liga centenas de instituições financeiras, numa conexão letal.

[As vendinhas de outros bairros também decidiram emitir "vales", em vez de devolver o troco]

Os contratos de CDS não passam por um mercado centralizado, nem são regulamentados pelo governo. Isso significa que ninguém sabe se quem emite os CDS pode pagar o que promete ou não. É um esquema de pirâmide de primeira ordem. A AIG [a maior seguradora dos Estados Unidos] é um bom exemplo de companhia que explorou esse sistema e depois fugiu com alguns milhões em lucros. Ela vendeu muito mais CDS do que poderia cobrir e então -- quando a dívida começou a acumular até os olhos -- correu para o Fed [o Banco Central americano] em busca de um resgate multibilionário.

[Quando os clientes das vendinhas foram resgatar os vales, trocar os papéis por mercadoria, as vendinhas de sua cidade ficaram sem mercadoria. E correram em busca de ajuda do governo para poder honrar os compromissos]

O presidente do Banco Central, Ben Bernanke, mais tarde se disse furioso com o fiasco da AIG, mas isso não o impediu de jogar as perdas nas costas do público, colocando o contribuinte como garantidor das apostas ruins da AIG. Tenha em mente que a AIG estava vendendo papel com garantia de capital ZERO, uma atividade equivalente a falsificar dinheiro. Ainda assim, ninguém foi indiciado ou processado pelo caso. Fraudar clientes e empurrar a conta para o Zé da Silva é uma regra de Wall Street.

[O governo Lula -- não seria o governo Serra, certo? -- pegou o dinheiro que você paga em impostos, comprou mercadoria e despachou para as vendinhas para tapar o rombo. Mas nada fez para ACABAR COM A EMISSÃO DE VALES]

Os CDS formaram uma teia que cobre todos os cantos do sistema financeiro, juntando bancos e outras instituições financeiras de uma forma que, se um falir, outros vão junto. É isso o que significa o "muito grande para falir", um eufemismo que se refere ao emaranhado de negócios com esses papéis que se espalhou -- apesar do risco -- de forma que um punhado de banqueiros pode acumular lucros obscenos. Os CDS se tornaram a galinha dos ovos de ouro do cartel de bancos; uma locomotiva geradora de lucro sem risco que transfere riqueza pública para especuladores de alto risco. Não fosse pelos lucros turbinados nas transações com os derivativos (o CDS é um dos derivativos), muitos dos bancos já teriam falido.

[Com a garantia de que o governo vai ajudar sempre que houver problemas, os donos das vendinhas continuam a emitir vales em vez de dar o troco. Como os clientes APARENTEMENTE não perderam nada, eles continuam aceitando os vales. Mal sabem os clientes que, na verdade, é o dinheiro do imposto deles que está sustentando a emissão de vales]

Do dr. Ellen Brown:

"Os CDS são o derivativo mais comum. São apostas entre duas partes se uma companhia vai ou não honrar os seus títulos. Num negócio típico, o "comprador de proteção" lucra se a companhia não honrar seus compromissos dentro de um certo período de tempo, enquanto o "vendedor de proteção" recebe pagamentos periódicos por assumir o risco".

[É como se as vendinhas apostassem entre elas e com terceiros se serão ou não capazes de honrar os vales que emitiram. Estes são os CDSs. Mas, lembre-se, as vendinhas lançam CDSs certas de que, se der confusão, poderão contar com o resgate do dinheiro público]

"Em dezembro de 2007, o Banco de Compensação Internacional (conhecido pela sigla BIS, em inglês) estimou em 681 trilhões de dólares os negócios com derivativos -- dez vezes mais o PIB de todos os países do mundo combinados.

(fonte: "Credit Default Swaps: Evolving Financial Meltdown and Derivative Disaster Du Jour", Dr. Ellen Brown, globalresearch.ca)

Os números são de confundir a cabeça, mas são reais, assim como as perdas, que eventualmente serão empurradas para o contribuinte. Sobre isso há certeza.

O secretário do Tesouro Timothy Geithner recentemente pediu maior regulamentação, mas é apenas relações públicas. Geithner é um representante da indústria (bancária) cuja maior qualificação para o cargo foi sua lealdade aos banqueiros. Ele não tem qualquer intenção de aumentar a regulamentação ou apertar a supervisão. Toda a conversa sobre mudança é uma forma de dar satisfações ao público enquanto ele tenta sabotar as tentativas do Congresso de re-regulamentar o mercado de derivativos.

Nas próximas semanas, Geithner provavelmente vai anunciar uma série de "novos produtos" da reforma, acompanhados do tradicional discurso sobre mercados livres, inovação e da "necessidade de proteger o interesse público". É tudo farsa. Afortunadamente, o pobre Geithner é o pior vendedor do mundo, o que significa que cada palavra do que ele disser será analisada por uma legião de blogueiros tentando entender o que ele quis dizer exatamente. Vai ser difícil para ele jogar um cobertor sobre os olhos do público novamente.

[Nos Estados Unidos, ninguém leva mais a sério os comentaristas econômicos da TV ou dos jornais, com algumas exceções. A mídia do país já se deslocou completamente para a internet, pelo menos aquela que é levada a sério em Wall Street. Os blogs do Wall Street Journal, por exemplo, são frequentados por analistas de mercado que, usando pseudônimos, contam todos os podres dos bastidores e deixam nuas as "otoridades" do governo]

Os swaps [operações que envolvem os CDS] se originaram nos anos 80 como forma de as instituições financeiras se garantirem contra variações repentinas de preços ou flutuações das taxas de juros. Mas os derivativos tomaram um caminho diferente quando o Congresso aprovou o Ato de Modernização do Mercado Futuro de 2000, no governo Clinton.

A lei causou uma grande mudança na forma como os CDS eram usados. A indústria descobriu fórmulas para expandir a emissão de papéis através de complexos instrumentos apoiados em quantidades cada vez menores de capital. Tudo para maximizar os lucros com dinheiro emprestado. Os CDS eram o veículo perfeito; afinal, sem qualquer regulamentação, é impossível saber quem tem o dinheiro para cobrir os papéis. Além disso, apostar no valor de papéis para os quais você não corre risco de perda é divertido; é como fazer uma apólice de seguro da casa de um rival enquanto você espera que ela queime.

Ainda assim, limpar o sistema financeiro não significa acabar completamente com todos os CDS. Existe uma solução e ela não é complicada. É preciso uma estrita regulamentação e supervisão de todos os emissores de CDS para ter certeza de que todos estão suficientemente capitalizados; e é preciso ter uma plataforma central onde são feitos os negócios. Só isso. (Nota do Whitney: Não pode ser a Bolsa Intercontinental, ICE, que é muito conectada aos bancos)

[Ou seja, o governo deveria regulamentar a emissão de vales das vendinhas para ter certeza de que todas tem estoque ou capital para comprar estoque e, portanto, honrar os vales emitidos.]

Geithner está tentando torpedear a reforma nascente ao propor consertos que preservam o monopólio dos bancos na emissão de derivativos. É o carregador de água dos banqueiros. Agora podemos ver porque a indústria financeira é a maior contribuinte das campanhas políticas.

"Muito grande para falir" é um slogan de relações públicas, mas acima de tudo é um mito. Nenhuma instituição financeira é muito grande para sofrer intervenção do governo; para que o governo leiloe os seus bens desvalorizados, para que mude os gerentes e reestruture a dívida. Isso já foi feito uma vez e pode ser feito de novo sem danificar o sistema como um todo.

O problema real é como separar as instituições financeiras saudáveis das insolventes, agora que o sistema está amarrado em uma rede complexa de negócios. Os CDS formam a maior parte dessas transações, o que os torna a principal fonte de risco sistêmico. Para consertar o problema, os contratos atuais deveriam ser desfeitos ou vencer sem renovação, enquanto os novos contratos deveriam ser fechados através de uma central na qual os inspetores do governo tenham poder de decidir se os vendedores estão devidamente capitalizados ou não.

[É o governo, não o dono da vendinha, que deveria decidir se a vendinha pode ou não emitir novos vales. Parece óbvio, mas isso tiraria dos banqueiros todas as "facilidades" para ganhar dinheiro mole]

A solução do Fed -- de garantir todo o sistema financeiro para evitar um novo fiasco como o da Lehman Brothers -- não ataca o problema fundamental; só coloca mais pressão sobre o dólar, que já começa a ceder. A questão agora é se o Congresso vai tirar a cabeça da areia por um tempo suficientemente longo para fazer o trabalho em nome do povo, aprovando leis para re-regulamentar o sistema. Existe uma saída, mas ela requer ação, e rápida. Sem uma correção de rota, a perspectiva de um derretimento do mercado de derivativos aumenta a cada dia.

Mike Whitney mora no estado de Washington. Responde a e-mails no fergiewhitney@msn.com

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#174 Mensagem por Carnage » 25 Mai 2009, 10:54

http://www.viomundo.com.br/voce-escreve ... dos-ricos/
O endividamento dos ricos

Atualizado e Publicado em 24 de maio de 2009 às 11:25

Endividamento de países desenvolvidos quase dobra devido à crise

Os países mais ricos vêm experimentando uma explosão de seu endividamento público

Com as medidas de socorro à economia tomadas desde o início da crise financeira, EUA, países da zona do euro e Reino Unido estão vendo subir rapidamente sua dívida pública, pois é dela que sai o financiamento para os pacotes de estímulo fiscal.

Projeção da Standard & Poor's mostra que a dívida pública como proporção do PIB (Produto Interno Bruto) nos EUA deve passar dos atuais 44% para 77% em quatro anos. Em dólares, isso significa que o endividamento deverá sair dos já sem precedentes US$ 6,3 trilhões e chegar a mais de US$ 10 trilhões --valor superior a seis PIBs do Brasil. Na Alemanha a dívida irá de 62% para 72%, e no Reino Unido praticamente dobrará de 49% para 97% do PIB.

A redução no nível de atividade da economia mundial neste primeiro trimestre foi a maior desde o final da Segunda Guerra. Neste segundo trimestre, foi sinalizada alguma recuperação, principalmente entre as economias emergentes. Nos países ricos, a melhora no ritmo da economia é muito mais lenta e acompanhada do endividamento.

Apesar de o mercado financeiro vir ensaiando o fim da atual recessão (desde março, a Bolsa de Nova York já subiu mais de 30%), alguns analistas dizem que é cedo para isso. Segundo o IIF (Instituto de Finanças Internacionais, na sigla em inglês), a economia mundial só deverá dar sinais de melhora real a partir de 2010.

URL: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinh ... 0644.shtml

Minha sugestão: Aumentar impostos, cortar salários do serviço público, aumentar tarifas. Estado zero neles.

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#175 Mensagem por Compson » 25 Mai 2009, 14:31

Carnage escreveu:http://www.viomundo.com.br/voce-escreve ... dos-ricos/
O endividamento dos ricos

Atualizado e Publicado em 24 de maio de 2009 às 11:25

Endividamento de países desenvolvidos quase dobra devido à crise
O endividamento dos países ricos só é novidade para a Europa e o Japão, os EUA têm déficits gigantescos faz tempo, mas o fato de pagarem a dívida com a moeda que eles mesmos emitem ajuda "um pouquinho" (para comparação, ver o exemplo do Zimbábue, que emitiu sua moeda para pagar dívida externa e entrou talvez na maior crise inflacionária da história, [irony]coisa que não importa muito, pois africano, como nordestino afogado, já sofre a vida inteira mesmo[/irony] - o preço de uma mansão, um ano depois, só dá para comprar um saco de limão).

Mas é também algo preocupante, não apenas do ponto de vista econômico, mas político. Afinal, os países ricos estão perdendo todos os mecanismos de controle mundial (econômicos, por causa da crise, políticos, por causa do enfraquecimento de seu poder nas instituições internacionais), menos um... o poder bélico.

Se os EUA resolverem dar um calote geral, alguém acha mesmo que eles vão respeitar a decisão do FMI, da ONU ou do caralho que for (como, aliás, nunca respeitaram, vide a segunda Guerra do Iraque)? E aí, como é que vai cobrar?

Pensando bem, talvez deveríamos estar fazendo testes nucleares como a Coréia.

O outro texto do Vi o mundo suscita alguns comentários depois.

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#176 Mensagem por Compson » 28 Mai 2009, 14:38

Texo brilhante da Maria da Conceição Tavares sobre a crise:
http://docs.google.com/Doc?docid=dgr2hb ... sxck&hl=en

Como certamente ela será desqualificada biográfica e teoricamente, a resposta já está dada aqui:
http://colunistas.ig.com.br/jpkupfer/20 ... e-a-crise/

(PS: eu não sou o Kupfer)

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Compson
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#177 Mensagem por Compson » 28 Mai 2009, 14:47

Em tempo: após a argumentação precedente, fico imaginando que tipo de má vontade ou mipia lógica faz um cidadão compreender isso literalmente:
Compson escreveu:Pensando bem, talvez deveríamos estar fazendo testes nucleares como a Coréia.
Como não quero dar munição aos que tentam encobrir as discordâncias de fundo pelo argumento confortável de que tudo que é "contra" tende ao autoritarismo da velha esquerda, por favor, onde se lê o acima, leia-se:

"O enfraquecimento político-econômico dos EUA colocará de novo a questão armamentista como um instrumento explícito de política internacional, tornando novamente justificável (o que não quer dizer que eu seja favorável) o desenvolvimento militar. A Coreia e o Irã não estão certos; estão apenas na 'vanguarda da catástrofe'."

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#178 Mensagem por Peter_North » 28 Mai 2009, 15:53

Compson escreveu:Texo brilhante da Maria da Conceição Tavares
Uau, tem coisa que a gente não vê todo dia. Uma delas é "brilhante" e "Maria da Conceição Tavares" na mesma frase. Essa brilhante mulher previu a crise? Não né? Mas ela agora comenta com a propriedade daquilo que se chama no futebol de "Comentarista de resultado".

Essa mesma Maria chorou de felicidade quando do lançamento do Plano Cruzado, um tremendo fracasso, e voltou a chorar de alegria quando do anúncio do confisco de boi no campo e do congelamento de preços. É "brilhante" como a Miriam Leitão, ou seja, não acerta uma.

E além disso, ela é petista. Como todo petista, adora botar a culpa de tudo nos EUA e santificar o Lula. Eu, pessoalmente, não dou um centavo pela opinião dela.
Compson escreveu:Como certamente ela será desqualificada biográfica e teoricamente
Adivinhão! Mas poxa, que previsão fácil. Afinal, nem todo mundo esquece o passado e presente dela. Tem previsão que é muito fácil: Por exemplo, prevejo que em breve o IPEA vai lançar um estudo completo sobre algo que melhorou ao mesmo tempo em que ignora totalmente algo que piorou. Pai Peter de Ogum proceis!

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#179 Mensagem por O Pastor » 28 Mai 2009, 16:47

Compson escreveu:Texo brilhante da Maria da Conceição Tavares sobre a crise:
http://docs.google.com/Doc?docid=dgr2hb ... sxck&hl=en

Como certamente ela será desqualificada biográfica e teoricamente, a resposta já está dada aqui:
http://colunistas.ig.com.br/jpkupfer/20 ... e-a-crise/

(PS: eu não sou o Kupfer)
A MCT foi minha mentora nos meus tempos de PT. Bons, tempos :lol:

Ela é meio exagerada mesmo, mas é uma pessoa muito honesta. Uma das melhores parlamentares que este país já teve. Merece meu respeito.

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Peter_North
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#180 Mensagem por Peter_North » 28 Mai 2009, 17:37

Estive vendo uma entrevista do Mantega onde ele afirma que o crescimento no primeiro trimestre de 2009 foi negativo, o que significa que tecnicamente estamos em uma recessão.

Ok, ok, eu sei que recessão é uma palavra forte e que não estamos tão mal assim o quanto a palavra recessão dá a entender. Mas o conceito de recessão é esse mesmo, seis meses de crescimento negativo. Tecnicamente, estamos em recessão. E teve quem acreditou no Lula quando ele falou em "marolinha". Bom, há atenuantes, quem fica lendo só o Viomundo ou PHA acha que estamos em uma explosão de crescimento econômico.

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