A farra dos petistas encastelados no poder.

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#166 Mensagem por Roy Kalifa » 23 Nov 2009, 13:54

Chinelo Havaiana escreveu:
O CAPITAL É IMPRODUTIVO. Ponto Final.
O meu capital é muito produtivo. Paga as minhas contas todo o final de mês... :D

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Re: A farra dos petistas encastelados no poder.

#167 Mensagem por Carnage » 14 Mar 2010, 19:06

http://terramagazine.terra.com.br/inter ... salao.html
Sexta, 26 de fevereiro de 2010, 19h42 Atualizada às 20h34
MPF: "Não há nenhuma prova ligando Pimentel ao mensalão"

Claudio Leal


Por meio da assessoria do Ministério Público Federal, de Minas Gerais, o procurador Patrick Salgado Martins afirma que os fatos narrados pela revista IstoÉ "estão fora de contexto". O coordenador da campanha de Dilma Rousseff e ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), não foi denunciado no caso do mensalão.

Segundo o MPF, o procurador ressalta que os denunciados - Glauco Diniz Duarte e Alexandre Vianna de Aguilar - "cederam uma conta aberta por eles no exterior para o esquema do mensalão. Ou seja, eles fizeram parte do esquema. A ligação deles com Pimentel é a de que eles foram os empresários que venceram a licitação da Olho Vivo".

O procurador acrescenta: "Não há nenhuma prova ligando (Fernando) Pimentel ao mensalão. Obviamente, por essa razão, ele não foi denunciado. Se houvesse alguma prova, isso teria acontecido."

O MPF avisa que não vai se pronunciar sobre qualquer outro fato porque o processo encontra-se em segredo de justiça.

A revista IstoÉ que chegou nesta sexta-feira às bancas trouxe uma reportagem sobre o relatório final do que chama de "Mensalão do PT", com 50 depoimentos colhidos pela Justiça Federal. Na interpretação da revista, "ele (Fernando Pimentel) é apontado como um dos operadores da remessa ilegal de recursos para o Exterior, depois usados para pagamentos de dívidas do PT com o publicitário Duda Mendonça".
Aqui a reportagem da Istoé:
http://www.istoe.com.br/reportagens/535 ... ternalPage


http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/ ... -da-istoe/
01/03/2010 - 14:30
O Jornal Nacional e a acusação da IstoÉ


A falsa denúncia da IstoÉ contra o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, ia entrar no Jornal Nacional na sexta. Justo o JN que jamais repercutiu uma denúncia sequer da IstoÉ.

Pimentel foi entrevistado às 19:30, com perguntas bastante agressivas. Tipo, qual seu relacionamento com o publicitário Marcos Valério, com o doleiro fulano de tal.

Às 19:45, Pimentel foi informado que a Terra Magazine tinha conseguido falar com o procurador do inquérito, que desmentiu o indiciamento. Imediatamente alertou a redação do Jornal Nacional. Mas o JN continuou firme com a intenção de dar a matéria.

Apenas às 20:15, quando a Agência Estado repercutiu a nota, o JN percebeu que a unanimidade na cobertura havia implodido. E a matéria caiu.

O episódio é significativo para explicar os critérios jornalísticos atuais da velha mídia.

A matéria da Terra Magazine já tinha desmontado o factóide. Não era uma matéria em cima de hipóteses, mas de uma entrevista com o procurador do inquérito do mensalão. Em pouco tempo, a informação espalhou-se feito um rastilho pela Internet.

Só que a velha mídia é auto-referenciada, em seu mundo cada vez mais restrito. As matérias não são analisadas pela sua consistência ou não, mas pela capacidade ou não de manter a turma unida em torno de uma mesma versão – seja falsa ou verdadeira, pouca importa.

O curioso é que o pessoal do fechamento do Estadão não teve a mesma precaução do JN. A torcida foi maior que o jornalismo.

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Re: A farra dos petistas encastelados no poder.

#168 Mensagem por Carnage » 14 Mar 2010, 19:08

http://www.viomundo.com.br/voce-escreve ... o-de-2005/
Veja requenta "escândalo" de 2005

Atualizado em 06 de março de 2010 às 19:21 | Publicado em 06 de março de 2010 às 19:17

por Eduardo Guimarães, no Cidadania.com


Àté as 19h02m de 6 de março de 2010, sábado, nenhum dos grandes portais de internet (G1, IG, Terra eUOL ) havia destacado matéria de capa da revista Veja deste fim de semana.

Em contrapartida, os blogueiros Noblat, Josias de Souza e Reinaldo Azevedo repercutiram. Este último, aliás, pediu “prisão” para os acusados.

A razão da frieza que fez tardar a repercussão da mais nova “denúncia” da desacreditada publicação paulista, porém, não se deve só à bizarria que ronda uma tática que não surtiu quase nenhum resultado nas dezenas de vezes em que foi usada.

O caso Bancoop arrasta-se há pelo menos cinco anos. De vez em quando volta à mídia, quando esta acha que daquela vez, vai. Será agora?

Confiram o que diz a Wikipédia (juro por Deus, a denúncia é tão velha que já virou até verbete de enciclopédia) sobre o recorrente escândalo anti-PT do atucanado Ministério Público paulista.

*

Escândalo da Bancoop

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Escândalo da Bancoop foi o nome dado pela mídia brasileira ao suposto uso da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo) para beneficiar o caixa do Partido dos Trabalhadores (PT) nos anos de 2004 e 2005.

Histórico

Fundada em 1996 pelo deputado federal Ricardo Berzoini (atual presidente do Partido dos Trabalhadores), a Bancoop vem sendo investigada pelo Ministério Público desde 2007, por suspeitas de lavagem de dinheiro, superfaturamento e desvio de recursos. Um dos indícios da malversação é a situação financeira da empresa. Outrora uma das mais importantes construtoras de imóveis do estado de São Paulo, com mais de 15 mil cooperados, e mesmo tendo recebido vultosos aportes financeiros, somando mais de R$ 40 milhões a partir de 2003, por parte de fundos de pensão, transformou-se numa empresa com um déficit estimado em mais de R$ 100 milhões.

Entre os crimes atribuídos aos dirigentes da Bancoop (sindicalistas, em grande maioria) estão o da criação de empresas de fachada para desviar recursos da cooperativa. Uma destas empresas, a Mizu Gerenciamento e Serviços, efetuou pequenas doações ao PT em outubro de 2002, pouco antes do segundo turno das eleições. Segundo o promotor José Carlos Blat que comanda as investigações, este é um forte indício de que a Bancoop estava sendo usada para abastecer o Caixa 2 do PT muito antes do esquema montado por Marcos Valério e que resultou no Escândalo do Mensalão. Em 2004, por exemplo, empresas ligadas à Bancoop (Germany e Planner) contribuíram com R$ 120 mil para a campanha do PT em Praia Grande.

Notícias sobre as vinculações suspeitas da Bancoop com o Partido dos Trabalhadores pipocam na imprensa brasileira desde pelo menos 2005 Em 2006, foi aberta uma representação junto ao Ministério Público para apuração de inúmeras irregularidades, incluindo a criação por dirigentes da Bancoop de empresas de fachada que servem à própria cooperativa (entre elas, Conservix, Germany, Mirante, Master Fish e Vita), atrasos na entrega dos imóveis e cobrança de taxas espúrias, mesmo de cooperados que já haviam quitado suas prestações (sob pena de perder o imóvel). Um inquérito foi instaurado em junho de 2007 e a investigação ainda está em curso.

Defesa dos envolvidos

Acusado numa reportagem exibida pela TV Bandeirantes em 24 de março de 2008, quanto ao seu envolvimento no escândalo da Bancoop, Ricardo Berzoini defendeu-se em nota pública, afirmando desconhecer quaisquer doações ou vínculos financeiros da cooperativa com o PT e informando estar afastado da Bancoop desde dezembro de 2002.

A Bancoop também emitiu nota criticando a matéria exibida na TV Bandeirantes, declarando-se como entidade apartidária e que jamais financiou campanhas eleitorais. Foi negada igualmente qualquer possibilidade de insolvência da empresa. Conforme diz ipsis litteris a nota, caso ocorresse inadimplência de seus cooperados que deixassem de pagar à Bancoop, a conseqüência seria a paralização [sic] das obras, nada mais.

http://www.viomundo.com.br/voce-escreve ... a-de-veja/
Tesoureiro do PT e Bancoop rebatem matéria de Veja

Atualizado em 07 de março de 2010 às 13:15 | Publicado em 06 de março de 2010 às 19:57

Caiu a casa do tesoureiro do PT é a reportagem de capa de Veja desta semana. Eduardo Guimarães afirma: "A revista esquentou "escândalo" de 2005".

João Vaccari Neto, secretário de Finanças e Planejamento do PT, e a diretoria do Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo), citados na matéria, não foram ouvidos por Veja. Seguem as notas enviadas por ambos à imprensa.

16:0706/03/2010

Vaccari repudia matéria antiética de Veja


A respeito de matéria publicada pela revista Veja desta semana, esclareço:

1. Presidi a Bancoop de 2005 até a semana passada, quando me desliguei da cooperativa para assumir minhas funções como Secretário de Finanças e Planejamento do PT;

2. Nunca houve nenhum tipo de acusação contra mim e não respondo a nenhum processo, civil ou criminal

3. Em relação à investigação envolvendo a Bancoop, sempre nos colocamos à disposição das autoridades, agindo com total transparência, disponibilizando documentos e fazendo os esclarecimentos necessários à Promotoria e aos cooperados.

4. Repudio o tipo de jornalismo antiético praticado por Veja, que diz ter passado seis meses “investigando” o caso e em nenhum momento procurou ouvir a mim ou a Bancoop.

João Vaccari Neto
Secretário de Finanças e Planejamento do PT


NOTA DE ESCLARECIMENTO DA BANCOOP SOBRE A MATÉRIA DE CAPA DA EDIÇÃO DA REVISTA "VEJA"DE 10.03.2010, VEICULADA EM 06.03.2010.

1. A BANCOOP (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo) não foi ouvida em momento algum pelos jornalistas responsáveis pela matéria da revista "VEJA", em clara violação a princípio elementar de ética jornalística.

2. A matéria tem nítida finalidade política, já que não agrega praticamente nenhuma novidade às acusações que foram efetuadas no passado e devidamente rebatidas pela BANCOOP. Sua publicação com grande destaque se explica pela previsão de instalação dentro dos próximos dias de CPI sobre a BANCOOP na Assembléia Legislativa de São Paulo, requerida ainda em 2008 pela bancada de deputados do PSDB.

3. No que se refere à conduta do Ministério Público de São Paulo relativamente à BANCOOP, é preciso esclarecer que a BANCOOP celebrou com o Ministério Público em 2008 Acordo Judicial em Ação Civil Pública, no qual foram estabelecidos compromissos voltados ao aprimoramento da gestão da cooperativa, de modo a se gerar maior segurança aos cooperados. Vários desses compromissos correspondem a condutas que já vinham sendo adotadas pela cooperativa, como, por exemplo, a realização de auditoria contábil por empresa independente (o que vem sendo promovido pela empresa de auditoria Terco Grant Thornton desde as contas a partir de 2005).

4. Quanto à esfera penal, foi instaurado em 2007 Inquérito Criminal (1o. DP da Capital de São Paulo), que continua em andamento, sem que, até o presente momento, tenha sido promovida pelo Ministério Público qualquer medida judicial, Contraditoriamente, o Promotor José Carlos Blat procura sistemática a imprensa com o objetivo de fazer acusações políticas à cooperativa, como a de que "A BANCOOP é hoje uma organização criminosa cuja função principal é captar recursos para o caixa dois do PT e que ajudou a financiar inclusive a campanha de Lula à Presidência em 2002".

5. A matéria é extremamente fantasiosa quanto aos fatos, como demonstra a informação de que teriam sido emitidos, para saque em dinheiro, cheques nominais à própria BANCOOP em valor total superior a R$ 31 milhões. Na verdade, há uma intensa movimentação bancária entre contas da própria BANCOOP, já que cada empreendimento da cooperativa, por força inclusive do Acordo Judicial celebrado com o Ministério Publico, tem conta bancária específica, sendo necessária a transferência de recursos utilizados para o custeio das respectivas obras.

6. A BANCOOP, apesar de ter vivido dificuldades administrativas em 2003 e 2004, tem sido extremamente bem sucedida na disponibilização de imóveis a preço de custo destinado a moradia. Trata-se de alternativa no âmbito do mercado imobiliário que procura facilitar o acesso de trabalhadores à casa própria. Seguem alguns dados que refletem o desempenho da BANCOOP desde sua criação, em 1996, até dezembro de 2009:

a) Total de empreendimentos já concluídos ou em construção: 34.
b) Empreendimentos com todas as unidades entregues: 24.
c) Empreendimentos em construção: 10.
d) Empreendimentos que foram descontinuados por falta de interesse dos cooperados: 19.
e) Total de unidades já entregues ou em construção: 6.358
f) Total de unidades entregues: 5.337 (84% do total), sendo 4.152 em empreendimentos já concluídos e 1.185 em empreendimentos em construção.
g) Total de unidades em construção: 1021, sendo que, desse total, 502 pertencem a cooperados que aguardam a conclusão e o restante integra um estoque de unidades disponíveis.
h) Total de unidades com escritura liberada: 3.406.

7. A BANCOOP sempre esteve à disposição dos cooperados, das autoridades competentes e da imprensa para prestar informações sobre as atividades da cooperativa.

Diretoria da BANCOOP (06 de março de 2010)

http://www.viomundo.com.br/voce-escreve ... ao-e-blat/
PT vai à Justiça contra Veja, Estadão e Blat

Atualizado em 09 de março de 2010 às 21:03 | Publicado em 09 de março de 2010 às 21:01

Nota do Partido dos Trabalhadores


É com perplexidade e absoluta indignação que o Partido dos Trabalhadores vem acompanhando a escalada de ataques mentirosos, infundados e caluniosos por parte de alguns órgãos da imprensa a partir de matéria sensacionalista publicada na última edição da revista Veja.

O mais absurdo desses ataques se deu hoje, terça-feira (9), quando o jornal O Estado de S.Paulo usou seu principal editorial para acusar o PT de ser “o partido da bandidagem” – extrapolando todos os limites da luta política e da civilidade sem qualquer elemento que sustente sua tese.

O PT tem uma incontestável história de lutas em defesa da democracia, da cidadania, da justiça e das liberdades civis. Nasceu dessas lutas, se consolidou a partir delas e, nos governos que conquistou, tem sido o principal promotor da idéia de um Brasil efetivamente para todos, com absoluto respeito às instituições democráticas, às regras do jogo político e ao direito fundamental à liberdade de opinião e expressão.

Para nós, a diversidade de opiniões é a essência não só da democracia, mas também do próprio PT. Devemos a essa característica, em grande parte, o sucesso de nosso projeto de país, cujo apoio majoritário da população se dá em oposição aos interesses da minoria que nos ataca.

Nem o PT nem a sociedade brasileira podem aceitar o baixo nível para o qual parte da mídia ameaça levar o embate político às vésperas de mais uma eleição presidencial. O Brasil não merece isso. A democracia não merece isso. A liberdade de imprensa, defendida pelo PT mais do que por qualquer outro partido, não merece que façam isso em nome dela.

O PT não entrará nesse jogo, no qual só ganham aqueles que têm pouco ou nenhum compromisso com a democracia. Mas buscará, pelas vias institucionais, a devida reparação judicial pelas infâmias perpetradas contra o partido e seus milhões de militantes nos últimos dias.

Acionaremos judicialmente o jornal o Estado de S.Paulo, pelo editorial desta terça, e a revista Veja, pela matéria que começou a circular no último sábado. Também representaremos no Conselho Nacional do Ministério Público contra o promotor José Carlos Blat, fonte primária de onde brotam as mentiras, as ilações, as acusações sem prova e o evidente interesse em usar a imprensa para se promover às custas de acusações desprovidas de qualquer base jurídica ou factual.

José Eduardo Dutra
Presidente Nacional do PT


http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/ ... o-bancoop/
11/03/2010 - 23:46
Juiz nega bloqueio de contas do Bancoop
Por Marco Freitas

Fonte: Site do PT

Justiça nega bloqueio de contas da Bancoop e questiona procedimentos de Blat


A Justiça de São Paulo negou nesta quinta-feira (11) o pedido de bloqueio das contas da Bancoop e não autorizou a quebra do sigilo bancário do ex-presidente da cooperativa, João Vaccari Neto, atual secretário de Finanças do PT.

Os pedidos haviam sido feitos pelo promotor José Carlos Blat – que, sem base jurídica nem factual, tem usado a imprensa na tentativa de envolver o PT e seus integrantes no processo que investiga supostas irregularidades na na administração da Bancoop, uma cooperativa habitacional ligada ao Sindicato dos Bancários de São Paulo.

Em seu despacho, o juiz questionou porque o pedido de bloqueio só veio agora, passados mais de três anos do início da investigação. Quanto à quebra de sigilo, determinou ao promotor aponte, nos autos, os indícios que o levaram a fazer tal solicitação.

O juiz também negou o pedido de oitiva para ouvir Vaccari e outras pessoas. Segundo ele, para que eventualmente o inquérito chegue a essa fase, primeiro o promotor deverá prestar todos os esclarecimentos necessários.


Do Estadão
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje ... 3134,0.php
Justiça autoriza devassa em fundo da Bancoop

Na mesma decisão foi negado bloqueio de contas de cooperativa ligada ao PT

Fausto Macedo


A Justiça de São Paulo determinou ao Bradesco que forneça dados da movimentação do fundo Fdic-Bancoop relativa ao período entre 1º de janeiro de 2004 e 25 de maio de 2009, com identificação de resgates, pagamentos, transferências e outros repasses para contas correntes ou outros fundos de investimento. Na mesma decisão, o Departamento de Inquéritos Policiais, órgão da Justiça, impôs revés ao promotor José Carlos Blat, que requereu bloqueio das contas da Cooperativa Habitacional dos Bancários, medida indeferida.

A Justiça não deliberou sobre um outro pedido, relativo à quebra do sigilo bancário e fiscal de João Vaccari Neto – tesoureiro do PT e ex-presidente da Bancoop entre 2005 e 2010. O Ministério Público terá que informar precisamente o que há no inquérito que justifique o acesso às contas de Vaccari.

A ordem judicial acolhe apenas uma parte da série de pedidos de Blat, que investiga supostos desvios na Bancoop. Segundo Blat houve captação de recursos no fundo Fdic-Bancoop “sem a devida anuência dos cooperados em operações sem qualquer transparência”. Ao requerer acesso às movimentações do fundo o promotor afirmou que “mesmo com a quebra do sigilo bancário e fiscal determinada judicialmente em 2009 até a presente data não foi possível analisar a movimentação”. Ele quer identificar pessoas físicas e jurídicas “que participaram das movimentações”.

O advogado Pedro Dallari, que defende a Bancoop, considerou “uma grande vitória” a decisão judicial. “Todas as operações Fdic são auditadas pela Comissão de Valores Mobiliários”, ressaltou. “Os dados são públicos. Não há nenhuma preocupação com a abertura das informações. São fundos de pensão que fizeram aporte financeiro na Bancoop contra garantia que eram os recebíveis. Em 2009 a Bancoop quitou.”

Para Dallari, o promotor “revelou muita desinformação, sua conduta é um problema grave”. Na avaliação do advogado, ao não conceder o bloqueio das contas da Bancoop a Justiça evidenciou a “falta de consistência” do pedido do promotor. “Há três anos ele (Blat) investiga e não toma medida efetiva, apenas sustenta a retórica midiática. O promotor foi reprovado pelo juiz.”

Blat afirma que o inquérito aponta para “organização criminosa”. Ele calcula que “o prejuízo pode superar R$ 100 milhões”. Diz estar convencido que parte do dinheiro supostamente desviado foi destinado a campanhas eleitorais do PT e outra parte para enriquecimento de ex-dirigentes da cooperativa. Ele declarou que, ao fim da investigação, vai requerer indiciamento criminal de Vaccari.

“Essa decisão judicial é positiva”, declarou o criminalista Luiz Flávio Borges D”Urso, que defende Vaccari. “O bloqueio das contas seria um desastre porque tornaria impossível o cumprimento de Termo de Ajustamento de Conduta firmado com o Ministério Público.”

D”Urso recebeu com tranquilidade a abertura de dados do Fdic. “É bom para mostrar a lisura e a transparência de todas as operações.”

O advogado não se opõe à quebra do sigilo de Vaccari, mas não admite a extensão da devassa de Blat. “As contas de Vaccari são limpas, não há temor em abri-las. Mas como é medida excepcional o Ministério Público deve indicar exatamente o que pretende”, adverte.

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Re: A farra dos petistas encastelados no poder.

#169 Mensagem por Carnage » 23 Mar 2010, 22:30

http://www.viomundo.com.br/politica/mpf ... -veja.html
20 de março de 2010 às 9:15
Veja acusa, mídia repercute e factóides são abatidos em pleno vôo

por Luiz Carlos Azenha


Em reportagem de capa há duas semanas, a revista Veja acusou o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, de ter cometido uma série de irregularidades durante sua gestão na Bancoop, a Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo — baseando-se em investigação do promotor José Carlos Blat.

Vaccari negou as irregularidades, disse que Blat requentou acusações antigas e sustenta que se houvesse provas contra ele já teria sido denunciado formalmente pelo promotor.

A Bancoop nega que tenha feito doações a partidos políticos, como a revista Veja sustentou baseando-se no promotor Blat.

O juiz do caso, Carlos Eduardo Lora Franco, autorizou a análise da movimentação bancária da Bancoop, mas negou o bloqueio das contas da cooperativa e a quebra do sigilo de Vaccari Neto.

Em sua sentença, deu um puxão de orelhas no promotor Blat.

Na semana seguinte, a revista Veja veio com uma nova denúncia, tentando ligar o doleiro Lúcio Bolonha Funaro a Vaccari. De acordo com a revista, Funaro teria confirmado em depoimento transações irregulares do atual tesoureiro do PT.

As acusações da revista foram amplamente repercutidas pela mídia, num esquema muito parecido com o que aconteceu em 2005/2006: capa da Veja, reportagem no Jornal Nacional do sábado repercutindo a capa e os jornais “seguindo” as pistas nos dias seguintes, no estilo “dólares de Fidel para a campanha de Lula”:

[ external image ]

Agora, o Ministério Público Federal de São Paulo, em nota oficial, desmentiu a existência de tal depoimento:


http://www.prsp.mpf.gov.br/sala-de-impr ... eiro-do-pt
19/03/10 - Documentação do inquérito do mensalão sobre Funaro não traz informações sobre tesoureiro do PT

O corretor Lúcio Funaro responde em São Paulo a processo por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro


O corretor Lúcio Bolonha Funaro responde a ação penal 2008.61.81.007930-6, na 2ª Vara Federal Criminal de São Paulo, especializada em crimes financeiros e lavagem de dinheiro.

A denúncia que gerou a ação penal foi oferecida pelo Ministério Público Federal em São Paulo, em junho de 2008. Lucio Bolonha Funaro e José Carlos Batista respondem pelos crimes de quadrilha e por 33 infrações a artigos da Lei n. 9.613/98 (Lavagem de Dinheiro), em razão de fatos apurados nos autos da ação penal 470 (Mensalão), que tramita no Supremo Tribunal Federal.

Os documentos recebidos da Procuradoria Geral da República, que embasaram a denúncia, oferecida pela procuradora da República Anamara Osório Silva, em São Paulo, demonstram que, através da Garanhuns Empreendimentos, empresa de Funaro e Batista, se garantia a dissimulação da origem e do destino de valores que iam da SMP&B ao antigo Partido Liberal. As transferências chegaram ao valor aproximado de R$ 6,5 milhões.

São sobre essas operações de lavagem de dinheiro que trata o processo, que tramita normalmente perante à 2ª Vara Federal. A última movimentação processual constante é de fevereiro de 2010.

O MPF em São Paulo não pode confirmar se o depoimento de Funaro, concedido em Brasília, se deu sob o instituto da “delação premiada”. De toda forma, o MPF não revela informações, nem o teor desses depoimentos, em respeito à legislação pertinente.

Entretanto, tanto na documentação remetida pela PGR à São Paulo, que embasou a denúncia, quanto na própria acusação formal remetida à Justiça pelo MPF-SP, em resposta a inúmeros questionamentos da imprensa, é necessário esclarecer, não há nenhuma menção ao ex-presidente da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop) João Vaccari Neto, atualmente tesoureiro do Partido dos Trabalhadores.

Assessoria de Comunicação Social
Procuradoria da República no Estado de S. Paulo


http://www.consciencia.net/?p=4586
Caiu a casa do jornalismo político
Por Gustavo Barreto em 11/03/2010


Panfleto da VEJA - edição de 10/03/2010É no mínimo curioso que o promotor de Justiça José Carlos Blat, fonte primária da “reportagem” da VEJA contra o PT no último domingo (edição de 10/03/2010), já tenha pedido à própria VEJA ressarcimento por danos morais no valor de R$ 20 mil, alegando que a revista extrapolou o direito de liberdade de informação e violou a sua honra, ao qualificá-lo como “pioneiro da era dos promotores heróis”.

A matéria que causou o litígio entre Blat e VEJA é de 5 de fevereiro de 2006, sob o título “Intocável sob suspeita”, e sustento ser importante começar por este relato para chegar ao caso atual da BANCOOP. Abordava processos administrativos aos quais o promotor respondia no Ministério Público de São Paulo. Blat perdeu: “(…) Duarte Camacho [juiz da 4ª Vara Cível de São Paulo] entendeu que a revista apenas noticiou um inquérito verídico que envolvia uma figura pública”. Cabia recurso.

Relatou o juiz na sentença de dezembro de 2008: “Os procedimentos administrativos narrados na reportagem são verdadeiros. A reportagem divulgou a notícia dos procedimentos administrativos respondidos pelo autor porque o autor é um profissional que, freqüentemente, está na mídia em razão do seu trabalho”. E ainda: “O magistrado ressaltou que, assim como os grupos criminosos que o promotor combate estão expostos aos holofotes da mídia, Blat também deveria estar acostumado a ser notícia”. (Última Instância, via JusBrasil, dez/2008)

ACUSAÇÕES CONTRA BLAT

[ external image ]

[Revista VEJA, "Intocável sob suspeita", edição 1943, de 15/02/2006]

Na edição citada, os “procedimentos administrativos respondidos pelo autor”, segundo o juiz, são os seguintes:

ACUSAÇÃO 1: “(…) Em 1998, entrou para o Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do qual foi afastado em 2004, em circunstâncias confusas. A Corregedoria o investigava por uma tentativa de livrar-se de multas no Detran e por um episódio estranho em que um carro oficial do Gaeco foi apreendido fora da cidade de São Paulo – com um criminoso ao volante. No fim de 2004, a Corregedoria do Ministério Público decidiu levar essas investigações a fundo. Ouviu o depoimento de onze pessoas, entre elas quatro promotores. Com base nesses depoimentos e em documentos levantados, a Corregedoria disse ter encontrado indícios de crimes mais graves.”

ACUSAÇÃO 2: “(…) As primeiras investigações contra Blat colocaram em xeque suas ações contra desmanches de veículos roubados. Promotores afirmaram que uma seguradora de veículos indicava quais locais deveriam ser invadidos e quem deveria ser preso. Nessas ações três funcionários dessa seguradora apresentavam-se como peritos. Todo o estoque era apreendido e, em vez de seguir para a polícia, a maior parte das peças era desviada para um depósito de terceiros.”

ACUSAÇÃO 3: “(…) Blat também foi acusado de proteger o contrabandista chinês Law Kin Chong, preso em São Paulo. Em 2002, quando participou de uma força-tarefa antipirataria, ele teria dirigido o foco da investigação somente contra os pequenos contrabandistas, deixando Law livre para atuar. Uma advogada que trabalhava para o contrabandista visitava Blat periodicamente no Gaeco.”

ACUSAÇÃO 4: “(…) As investigações descobriram ainda que Blat mora num apartamento de Alfredo Parisi, que já foi condenado por bancar o jogo do bicho. Blat admite que, antes de se tornar promotor, foi sócio do filho de Ivo Noal, outro banqueiro do bicho, numa loja de conveniência – o que não é crime.”

ACUSAÇÃO 5: “(…) Os bens do promotor também entraram na mira da Corregedoria. Segundo os depoimentos, Blat comprou de uma só tacada dois carros importados e blindados. A Corregedoria recebeu uma denúncia de que um apartamento no Guarujá também seria de Blat. Mais tarde, descobriu-se que, na verdade, estava em nome do ex-sogro do promotor, René Pereira de Carvalho, um procurador de Justiça. Carvalho tentou pagar 200 000 reais em dinheiro vivo, mas, diante da recusa da vendedora, usou cheques administrativos. A origem dos recursos não foi esclarecida. Por isso foi aberto um inquérito específico sobre seu patrimônio.”


A Revista VEJA conclui:

“(…) Sobre Blat pesam também as seguintes suspeitas: usar veículos e pessoal do Gaeco para interesses pessoais, negociar com um delegado a liberação de seu pai, que teria sido preso em flagrante por armazenar bens roubados, abuso de autoridade, truculência e suspeita de enriquecimento ilícito. É possível que Pinho esteja correto, e que nenhum crime tenha sido cometido. No entanto, por muito menos, políticos e empresários são duramente investigados pelo Ministério Público paulista – é o caso do ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Enquanto seu destino no Ministério Público não é definido, Blat já traça outros planos. Disse a VEJA: “Eu me desiludi com o Ministério Público. Estou pensando em me candidatar a deputado federal”.

Isso foi em 2006. Blat estava pensando em virar político, oficialmente.

Agora, em 2010, Blat diz outra coisa, conforme nota no site Consultor Jurídico:

“Estou fazendo meu trabalho. Um trabalho técnico. E não tenho nenhuma simpatia por partido algum. Não sou tucano nem petista, nem nada (…) É sempre a mesma coisa. O que acontece é que quando você investiga um caso envolvendo um partido A, eles te acusam de trabalhar para o partido B. Na verdade, eu só trabalho para o Ministério Público”.

Resta saber por qual partido o promotor estava “pensando” em se candidatar. Ou então precisa avisar urgentemente que, para se candidatar, é preciso ter partido.

SOBRE A REPORTAGEM DO BANCOOP

A reportagem de VEJA é até engraçada ao deduzir que já é lugar comum petista saindo por aí com dinheiro na meia, na cueca etc.: “(…) Os depoimentos colhidos pelo MP indicam que o esquema de desvio de dinheiro da Bancoop obedeceu a uma trajetória que já se tornou um clássico petista. Começou para abastecer campanhas eleitorais do partido e acabou servindo para atender a interesses particulares de petistas.” (p.74)

O “clássico petista” é, entre outras expressões, uma das que me faz pensar por que pessoas com massa cinzenta (responsável por processar a informação no cérebro) ainda leem VEJA. Seria desinteresse pela política? A revista é inútil, um mero panfleto político, financiada por um segmento empresarial-partidário e que só age em prol de seus interesses particulares.

É óbvio que qualquer cidadão com senso ético deseja a punição de todo e qualquer corrupto e, especificamente neste caso, também a Justiça às famílias que investiram pesado no sonho de ter uma casa própria. Mas acreditar que a solução é transformar todo e qualquer problema em plataforma eleitoral é uma piada de mau gosto. Jornalismo marrom, nada mais do que isso.

A “reportagem” nem sequer ouviu os acusados. É absolutamente inacreditável. No mínimo, os leitores inteligentes (e não creio que são todos) da revista gostariam de saber o que falam os acusados. E por que VEJA não considerou entrevistá-los? Simples: por que a “reportagem” poderia cair. Por que VEJA teme o contraditório?

Eu fui atrás desta informação. A BANCOOP emitiu uma nota, disponível aqui.

O primeiro parágrafo é uma vergonha para os jornalistas, a classe: “A BANCOOP (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo) não foi ouvida em momento algum pelos jornalistas responsáveis pela matéria da revista “VEJA”, em clara violação a princípio elementar de ética jornalística (…)”. Ouvir isso de bancários dá um certo desconforto… corretíssimos, exigem ética.

Um dos trechos mais importantes para subsidiar a investigação jornalística (se tivesse ocorrido): “A matéria é extremamente fantasiosa quanto aos fatos, como demonstra a informação de que teriam sido emitidos, para saque em dinheiro, cheques nominais à própria BANCOOP em valor total superior a R$ 31 milhões. Na verdade, há uma intensa movimentação bancária entre contas da própria BANCOOP, já que cada empreendimento da cooperativa, por força inclusive do Acordo Judicial celebrado com o Ministério Publico, tem conta bancária específica, sendo necessária a transferência de recursos utilizados para o custeio das respectivas obras (…)”.

Além disso, segundo informa a BANCOOP (e ninguém questionou publicamente), já foram entregues 84% das unidades prometidas. Quanto às demais, a BANCOOP admite publicamente que houve problemas administrativos em 2003 e 2004. Depois que eu li, de curiosidade (devido à repercussão), a matéria da VEJA, fiquei com a sensação de que milhões de pessoas estavam morando debaixo das pontes, tudo por culpa da BANCOOP. A revista fala em “um dos mais espantosos esquemas de desvio de dinheiro perpetrados pelo núcleo duro do Partido dos Trabalhadores”.

O site Consultor Jurídico fez o mínimo: o dever de casa de ouvir os lados.

É muito importante que se apure a transferência dos 31 milhões de reais, neste caso em questão, ou outras supostas irregularidades encontradas. Sabendo que o promotor e a revista VEJA devem enfrentar a Justiça, caso seja um factóide ou uma jogada política.

No entanto, é preciso registrar que, quando o caso envolveu José Roberto Arruda – cujo Governo do Distrito Federal está com R$ 894 milhões sob suspeita -, a mesma revista VEJA decidiu estampar na capa uma mulher seminua, para ilustrar a matéria “O fim do efeito sanfona”, este terrível problema que atinge milhares de brasileiros.

O motivo? Já denunciamos aqui em outra oportunidade: parte do mensalão foi diretamente para a VEJA. Foram R$ 442 mil para a compra de exemplares da revista, sem licitação…

REFLEXÕES SOBRE O JORNALISMO POLÍTICO

A imprensa privada é tida, no discurso liberal, como a mais apta a praticar o jornalismo independente. Qual o argumento principal?

Segundo Judith Brito, presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), em artigo recente no Observatório da Imprensa:

“O modelo ideal de empresa jornalística é a que se sustenta por meio da venda dos exemplares e também, necessariamente, pela receita publicitária oriunda de uma carteira ampla e diversificada de anunciantes. Somente empresas jornalísticas financeiramente sólidas podem manter a desejável independência editorial em relação a governos ou a interesses privados, o que lhes permite eleger como prioridade absoluta o direito dos cidadãos de acesso às informações, e assim garantir a publicação de notícias e análises que podem contrariar interesses políticos e econômicos.”

Muito bonito. No caso de VEJA, com financiamento de craques da política como José Roberto Arruda e José Serra (imagem abaixo), fica um pouco mais complicado. E o pior é que toda a imprensa brasileira aumenta e “evolui” a gritaria político-partidária.

[ external image ]

ESPAÇO PARA O CONTRADITÓRIO

Ao contrário do que fez a VEJA, esta revista abre o seu humilde espaço para o contraditório, seja por meio dos comentários (abaixo), seja pelo envio desta matéria para o promotor José Carlos Blat, por email, para que possa se posicionar.

http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/ ... o-bancoop/
21/03/2010 - 19:04

A Previ e o Bancoop
Por Gilberto Marotta

Ainda sobre o padrão acusatório-eleitoreiro de Veja, no caso Bancoop…

Do site da Previ:

Denúncias requentadas e sem fundamento ressurgem de forma leviana


Alguns órgãos de imprensa voltaram a envolver o nome da PREVI em supostos esquemas de arrecadação de campanha ou pagamento de propina. O ressurgimento de denúncias e insinuações já utilizadas no passado ocorre novamente em ano eleitoral, e as notícias são baseadas em depoimentos antigos e imprecisos de pessoas investigadas pela Justiça.

Em função desta nova onda de velhas denúncias, vale a pena reafirmar algumas coisas que a PREVI já esclareceu em outros momentos, especialmente perante a Comissão Parlamentar de Inquérito dos Correios na sub-relatoria específica dos Fundos de Pensão realizada em 2005:

- Todos os investimentos realizados pela PREVI seguem os parâmetros determinados pela Política de Investimentos e passam pela análise das equipes técnicas e pela aprovação de instâncias colegiadas de acordo com a natureza e volume do investimento.

- No caso do FIDC da Bancoop, o investimento foi realizado seguindo os procedimentos normais, e os recursos aplicados já foram reembolsados à PREVI (assim como aos demais cotistas do Fundo), gerando a rentabilidade de IPCA + 6% ao ano. Estes esclarecimentos já foram prestados por ocasião da liquidação do Fundo.

- No caso das aplicações em CDBs em algumas instituições financeiras citadas em matéria da Revista Veja (edição 2156), a PREVI já esclareceu e demonstrou que estas operações foram realizadas dentro dos parâmetros normais de investimentos deste tipo e, sobretudo, foram realizadas através de leilão eletrônico em sistema da CETIPNet, onde as operações são fechadas em função das melhores taxas oferecidas. Tais operações foram objeto de intensa especulação durante a CPI já referida e ao final ficou demonstrado que a PREVI procedeu com total lisura e obteve lucros com tais operações, sem nem um centavo de perda.

- Os resultados da PREVI têm alcançado taxas expressivas e mostram a seriedade e a segurança dos investimentos. Eventuais problemas são tratados de maneira firme na preservação dos direitos da PREVI, de seus participantes e assistidos, e de forma transparente. Em função disso, estamos certos de que, mesmo com a leviandade de alguns órgãos de imprensa que periodicamente nos atacam com denúncias vazias, os associados saberão distinguir a verdade.

http://www.previ.com.br/portal/page?_pa ... ema=PORTAL


http://osamigosdopresidentelula.blogspo ... vista.html
segunda-feira, 22 de março de 2010
Corrupção da imprensa: Por que a revista Veja escolhe a versão de um doleiro preso na Operação Satiagraha contra a versão do Ministério Público Federal?


As últimas edições da revista Veja chamam a atenção pela escolha da revista em associar-se à opinião e versão extra-oficial de um doleiro preso na Operação Satiagraha, cujo nome aparece envolvido no mensalão do DEM, e que já é réu em processo por lavagem de dinheiro.

Chamou mais atenção quando a revista, confrontando a palavra do Ministério Público Federal com a do doleiro, não titubeou em ficar ao lado do doleiro.

As razões da revista ficar ao lado do doleiro, em vez de se fiar na versão do Ministério Público Federal, só a revista pode explicar ao distinto público.

Enquanto isso, relembremos o pronunciamento do então Senador Roberto Requião (PMDB/PR), no Senado Federal, em 24 de setembro de 1999.

Requião fôra vítima de uma "reporcagem" da revista Veja naquele ano de 1999. Nesta época o Senado fazia a CPI dos Bancos, e segundo ele, a CPI averiguou um volume de remessas ao estrangeiro de US$ 260 milhões de empresas do Grupo Abril, utilizando-se de contas CC-5. Então subiu à tribuna do Senado para denunciar a necessidade de averiguação destas remessas e, sobretudo, da origem do dinheiro remetido.

Segue o trecho do pronunciamento de Requião no Senado:

"... Apresentei à Mesa um requerimento nos seguintes termos:

... requeiro seja encaminhada a seguinte solicitação de informação ao Secretário da Receita Federal, por intermédio do Ministro de Estado da Fazenda:

1 - Existe origem declarável das remessas feitas ao exterior pelo Grupo Abril (TVA Participações; Abril Vídeo da Amazônia; Abril Coleções Ltda.; Editora Abril S.A; Televisão Abril SA; TVA - Sistema de Televisão SA; Tevecap SA e suas subsidiárias; MTV Brasil Ltda. (MTV Brasil)), a partir das chamadas contas CC-5? Qual?

Por que estaria o Grupo Abril utilizando as contas CC-5? Se a remessa é lícita, poderia ser feita naturalmente por um “doc”, por um documento, em qualquer agência de qualquer banco em funcionamento no País.

Por que a CC-5? A CC-5 é, sem sombra de dúvida, um instrumento de “lavagem de dinheiro” mal-havido.

E essas remessas que ultrapassam os US$260 milhões têm origem? Foram tributadas? É uma indagação que deve ser respondida pela Receita Federal.

Prossigo em meu requerimento.

2 - Houve a tributação devida nas remessas supracitadas? Qual a base de tributação e quanto foi recolhido pelas empresas do Grupo Abril nas remessas ao exterior?

A justificação do requerimento, Presidente, é a seguinte: A Comissão Parlamentar de Inquérito, instalada para analisar a situação do Sistema Financeiro (CPI do Bancos), deparou-se, durante as suas investigações, com enorme volume de recursos remetidos ao exterior a partir das contas dos não-residentes, contas CC-5.

Estas contas deveriam ser de titularidade de empresas multinacionais e de estrangeiros. Mas, de repente, são utilizadas, sem nenhuma explicação racional, por empresas que mandam recursos mal-havidos ao exterior.

O estudo dos dados referentes a remessa de recursos ao exterior, efetuado pelo Ministério Público Federal (conforme documentação em anexo) – anexo a relação do Banco Central das remessas da Abril para exterior por meio das CC-5 –, evidencia a grande participação das empresas do Grupo Abril na utilização das contas CC-5 (que monta a centenas de milhões de dólares).

Levando-se em consideração a audiência proferida na supracitada CPI pelo Secretário da Receita Federal, onde este afirmou que as contas CC-5 eram ostensivamente utilizadas por empresas em operações de “lavagem de dinheiro” ou fuga da tributação, o presente requerimento tem por objetivo averiguar como um dos grandes utilizadores das CC-5 tem se comportado frente às autoridades tributárias e, fundamentalmente, qual é a origem desse dinheiro..."

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Re: A farra dos petistas encastelados no poder.

#170 Mensagem por Carnage » 28 Mar 2010, 17:48

http://www.viomundo.com.br/diversos/ban ... -veja.html
13 de março de 2010 às 19:20
Bancoop desmente (de novo) a Veja

BANCOOP ESCLARECE INFORMAÇÕES ERRADAS DA EDIÇÃO DA REVISTA “VEJA”DE 17.03.2010 (VEICULADA EM 13.03.2010)


A investigação conduzida pelo promotor José Carlos Blat foi iniciada em 2007 e até agora não houve qualquer oferecimento de denúncia. Além disso, nem a BANCOOP (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo), nem seus dirigentes foram ouvidos em qualquer momento da investigação.

Na quinta-feira (11/3), o Juiz de Direito Carlos Eduardo Lora Franco, do Departamento de Inquéritos Policiais e Corregedoria da Polícia Judiciária da Capital (DIPO), negou os pedidos do promotor José Carlos Blat para que o Banco Central bloqueasse as contas correntes, poupança, fundos de investimentos e outras aplicações financeiras da BANCOOP. Também exigiu que o Ministério Público apontasse os indícios que o levaram a pedir a quebra de sigilo de diretores da cooperativa. (leia a íntegra da decisão)

Nesta semana, sem citar a referida decisão, a revista “Veja” volta ao assunto. No entanto, mais uma vez deixou de procurar a Diretoria da BANCOOP para redigir sua matéria, o que poderia ter afastado a revista do caminho da divulgação de informações erradas sobre a atuação da BANCOOP. Para evitar que tais informações sejam difundidas novamente, a Diretoria da BANCOOP esclarece que:

1. Os membros da Direção da cooperativa atuaram, sempre, estritamente dentro dos parâmetros de transparência e rigor no tratamento das contas da BANCOOP.

2. Todas as contas da BANCOOP são auditadas pela empresa independente Terco Grant Thornton, especializada no mercado imobiliário.

3. A “Veja” sugere que há saques em dinheiro, por meio de cheques, cujos destinos são desconhecidos. A BANCOOP informa que os cheques referem-se ao pagamento de obrigações e de serviços prestados à cooperativa. E reafirma: há uma intensa movimentação bancária entre contas da própria BANCOOP, já que cada empreendimento da cooperativa, por força inclusive do Acordo Judicial celebrado com o Ministério Público, tem conta bancária específica, sendo necessária a transferência de recursos utilizados para o custeio das respectivas obras.

4. Os pagamentos que a BANCOOP efetuou para a empresa Caso tratam-se de serviços de segurança patrimonial regularmente contratados, desde 2005, para todos os empreendimentos da cooperativa.

5. A BANCOOP jamais efetuou doações a partidos ou campanhas eleitorais.

A BANCOOP segue à disposição dos cooperados, das autoridades competentes e da imprensa para prestar informações sobre as atividades da cooperativa.

Diretoria da BANCOOP (13 de março de 2010)


http://www.viomundo.com.br/diversos/blo ... didos.html
16 de março de 2010 às 10:14
Contra Dilma, Veja apela para bandidos

por Altamiro Borges, em seu blog


A Casa Millenium, que reúne a lama da direita midiática nativa, deveria instituir um prêmio para os seus freqüentadores mais sádicos. A revista Veja já é uma forte concorrente. Logo após o seu convescote, ela já produziu duas capas espalhafatosas contra a campanha de Dilma Rousseff. Na primeira, utilizou como “fonte primária” o promotor José Carlos Blat, que foi desautorizado pela Justiça de chofre. Já nesta semana, ela acionou Lúcio Bolonha Funaro, famoso doleiro do rentista Naji Nahas e “sócio” do ex-governador José Roberto Arruda, que permanece preso em Brasília.

As denúncias requentadas do promotor não duraram uma semana. O juiz Carlos Eduardo Franco negou o pedido de Blat de bloqueio das contas da Cooperativa Habitacional dos Bancários e até recusou a quebra do sigilo bancário do ex-presidente da Bancoop, João Vaccari. No despacho, o juiz argumenta que as denúncias de Blat não podem ser “contaminadas” pelo ambiente eleitoral e nem servir à manipulação da sociedade. A revista Veja, que já havia arquivado a sua reportagem de fevereiro de 2005 com relatos dos podres de Blat, preferiu agora ocultar a bronca do juiz.

A ficha suja de Funaro

Mas a famíglia Civita não dará sossego a Dilma Rousseff e seguirá a estratégia traçada nas orgias da Casa Millenium. Para isto, usará os expedientes mais torpes, como ouvir notórios bandidos. A “fonte primária” da Veja desta semana, Lúcio Funaro, tem vastíssima ficha policial. No passado, esteve metido no escândalo do Banestado. Já na Operação Satiagraha, a Polícia Federal o acusou de doleiro Naji Nahas, responsável por remessas ilegais de dinheiro ao exterior. Só não foi preso porque Gilmar Mendes, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, deu-lhe habeas corpus.

Lúcio Funaro também se lambuzou no escândalo do “mensalão do DEM” de Brasília. Em duas investigações assumidas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, ele é citado como pivô da remessa de altas somas para contas de firmas de fachada. A Operação Tucunaré revelou que sacolas de dinheiro eram distribuídas em hotéis do Distrito Federal. A empresa Royster Serviços, de Lúcio Funaro, seria uma das beneficiadas no esquema de corrupção do ex-governador demo José Roberto Arruda – o badalado “vice-careca” do tucano José Serra.

Ligações do doleiro com Serra

Apesar da sua ficha suja, a Veja requentou as denúncias de Funaro contra a Bancoop. Temendo a prisão, ele as apresentou em 2005, mas elas foram rejeitadas pela Justiça. Segundo João Vaccari, que novamente não foi ouvido pela Veja, “passados cinco anos, nunca fui chamado para prestar esclarecimentos no Ministério Público Federal, que não propôs ação contra mim”. Para ele, a nova “reporcagem” é mais um ataque “sem fundamentos ou provas”, que visaria influenciar a eleição presidencial deste ano – conforme a tática traçada no convescote da Casa Millenium.

Mas o desespero da famíglia Civita pode respingar no seu próprio candidato. A “fonte primaria” da Veja pode reabrir antigas feridas de José Serra, que teria repassado informações privilegiadas ao doleiro Naji Nahas na venda de ações da empresa paulista de energia. Na ocasião, uma escuta telefônica da Polícia Federal ouviu o doleiro se jactando de que poderia ganhar “80 paus” (R$ 80 milhões) com a venda de ações. Sem papa na língua, ele revelou que “soube pelo próprio Serra a confirmação de que a Cesp seria privatizada”. Será que a Veja irá atrás desta história?


http://saraiva13.blogspot.com/2010/03/d ... -jose.html
Doleiro da Veja retoma escândalo José Serra/Naji Nahas, de 80 “paus” na CESP

Do Blog Os Amigos do Presidente Lula.


O doleiro da Revista Veja, fonte de sua reportagem de capa, Lucio Funaro, traz um efeito colateral devastador para a candidatura José Serra (PSDB/SP), ao trazer de volta ao noticiário a conexão com o escândalo sobre informações privilegiadas de José Serra para Naji Nahas, que daria lucro de 80 milhões com ações da CESP.

Nos autos da operação Satiagraha, Lucio Funaro (preso na operação), é apontado como suposto doleiro de Naji Nahas. Funaro aparece como suspeito de fazer operações ilegais conhecidas como “dólar cabo”, para fazer remessas de dinheiro para o exterior, por caixa 2 (confira aqui na nota anterior do blog).

A interceptação telefônica que consta do relatório da PF – Operação Satiagraha – página 192 (figura abaixo), mostra Nahas conversando sobre ganhar 80 “paus” (milhões de reais) com ações da CESP. Nahas diz, sem meias palavras, que “soube pelo próprio Serra, a confirmação de que a CESP seria privatizada”:

[ external image ]

O caso acima caracteriza crime do colarinho branco, pois Serra teria passado informações confidenciais sobre uma empresa com ações negociadas em Bolsa de Valores, a um investidor (Naji Nahas), antes de torná-la pública a todo o mercado.

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Re: A farra dos petistas encastelados no poder.

#171 Mensagem por Carnage » 28 Mar 2010, 17:57

http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/ ... -eleicoes/
21/03/2010 - 13:52
A bala de prata das eleições


A bala de prata da velha mídia, para ser disparada na reta final da campanha, será o episódio de Santo André, o assassinato do prefeito Celso Daniel.

O fato de, oito anos depois, o crime não ter sido elucidado, várias questões não esclarecidas – c0mo a fuga do criminoso do presídio, sua participação no crime e seu assassinato pouco depois -, o inquérito interminável, tudo isso contribuirá para criar um clima pesado de conspiração. Pouco importa que a responsabilidade pelas investigações seja do Ministério Público estadual e da Polícia Civil, de um estado governado pela oposição.

Se se quiser prevenir explorações políticas, o melhor a fazer é apertar as investigações agora, para que o inquérito chegue ao fim e o MP faça a denúncia.

A estratégia dos inquéritos intermináveis se presta a qualquer tipo de exploração – como demonstra o interminável promotor Blat.



Por Gilberto Marotta

Não concordo que o crime não tenha sido elucidado, Nassif. Na realidade ele foi, mas o elucidamento nunca foi aceito pela oposição e pela mídia, que tem sempre utilizado o caso, como todos os outros, para atacar o PT.

A questão é: houve 3 investigações. Duas da polícia civil de SP (que ninguém pode acusar de petista), em momentos diferentes, concluiram que foi crime comum. E uma da PF, que corroborou as demais investigações.

Ocorre que procuradores do MP de SP (ah, os procuradores!) não ficaram satisfeitos com os resultados, e tentaram levar adiante suas próprias investigações, animados com as acusações (um festival de ilações) dos irmãos do ex-prefeito assassinado. As reações dos irmãos tornaram-se mais contundentes depois que a mulher de um deles, uma das fundadoras do PT na região, foi demitida da prefeitura de Santo André.

Concordo se alguém disser que muita coisa aparenta estranha nessa querela toda, mas justamente porque a informação sempre foi deturpada pelo fla x flu político. Procurem as notícias, por exemplo, quero ver acharem uma, de algum grande jornal, dizendo claramente que já houve 3 investigações diferentes e que as três concluiram por crime comum. Há um enviezamento proposital no foco das notícias, que somado ao preconceito enraizado no senso comum dá nisso: um festival de conclusões precipitadas. Além do mais, não se pode condenar quem quer que seja por causa de “suspeitas” ou coisas estranhas, ou aparentemente mal esclarecidas. Sobretudo, é injusto fazer mal juízo de toda uma gremiação, de dezenas de milhares de pessoas, por causa de um caso mal esclarecido.

O fato é que as investigações concluiram por crime comum mas o julgamento final não ocorreu até hoje. O MP incluiu acusação ao Sombra, mas aí é que a porca torce o rabo, seus advogados entraram com pedido de HC alegando a inconstitucionalidade da ação dos procuradores. O caso foi ao STF e hoje é um marco na questão da autonomia investigativa do MP. A decisão desse imbróglio é que vai definir claramente o escopo de atuação do MP, e pode gerar uma onda de recursos.

O que se vê por aí, Nassif, e isso é o que mais me incomoda, como ser humano que tenta ser justo é que, assim como ocorre com Dirceu, a maior parte das pessoas que vejo acusar o PT nesse caso sequer sabem explicar detalhadamente o porquê, do que exatamente seria acusado e quais são as provas. Acusam genericamente, e com o apoio da imprensa, que generalisa e informa seletivamente, acabam criando um certo senso comum contra o PT e alguns personagens.

Mas concordo com vc em que a demora em se solucionar completamente o caso, incluindo esse julgamento pendente no STF, dá fôlego aos acusadores, à oposição. Daí a importância de o ministro Joaquim Barbosa estar tentando agilizar, de todo modo, a conclusão do julgamento do chamado “mensalão”, outro caso que a oposição tem utilizado até a exaustão.

No mais, o debate pode ser produtivo, mas convido os comentaristas a discutirem os fatos, evitando os clichês, que são muitos. Podemos achar o que quer que seja, mas não somos investigadores, somos apenas platéia.

http://www.jusbrasil.com.br/noticias/21 ... nanimidade
Ex-ministro da saúde Humberto Costa absolvido
por unanimidade
Extraído de: Tribunal Regional Federal da 5ª Região - 24 de Março de 2010
Réu era acusado de participar de fraudes ocorridas no Ministério da Saúde


O ex-ministro Humberto Costa, atual Secretário das Cidades de Pernambuco, foi absolvido em ação penal (APN 370/PE) julgada nesta quarta-feira (24), no Pleno do Tribunal Regional Federal da 5ª Região. Humberto era acusado de ter participado de quadrilha que fraudava licitações no Ministério da Saúde e superfaturava produtos destinados ao tratamento de hemofílicos, desde 1992. A denúncia foi apresentada em 2006 pelo Ministério Público Federal da 1ª Região (Brasília). Em 2007, o processo foi desmembrado dos outros acusados e deslocado para o Tribunal Regional Federal da 5ª Região, pela condição de secretário de estado do acusado. O MPF da 5ª Região já havia manifestado pela improcedência da ação, no dia 25 de fevereiro deste ano, por não ter encontrado elementos que comprovassem a participação do ex-ministro nas irregularidades constatadas no órgão. Esse posicionamento foi reafirmado na sessão desta tarde pelo Procurador Regional da República Joaquim Barros Dias que afirmou não ter sido produzida nenhuma prova contra o acusado. A defesa, representada na tribuna pela advogada Marilia Fragoso, defendeu a tese da não participação de Humberto Costa nos crimes apurados. Acrescentou que o próprio acusado havia encaminhado ofício à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal pedindo apuração dos fatos, já que tinha recebido carta anônima contendo denúncias contra servidores do ministério. O desembargador federal convocado José Maximiliano Cavalcanti, relator do processo, ressaltou da gravidade dos fatos e citou a relação profissional de Humberto Costa com Luis Cláudio Gomes da Silva, um dos acusados no esquema fraudulento, e preso em 2004, na Operação Vampiro deflagrada pela Polícia Federal. O relator finalizou dizendo que não havia prova certa e plena de que Humberto Costa solicitou ou recebeu qualquer tipo de vantagem da organização criminosa que atuava naquele órgão, por isso propunha a absolvição do acusado por ausência de provas contra o réu. No total foram dezenove testemunhas a prestar depoimentos sem que o nome do acusado aparecesse como integrante da quadrilha. Os autos resultaram em 34 volumes e 60 apensos, contendo juntos quase 200 mil páginas. O resultado do julgamento foi pela unanimidade dos votos. Apenas um desembargador discordou do relator em relação ao inciso do artigo 386 aplicado. Enquanto o relator entendeu inexistir provas, o revisor preferiu votar pela insuficiência de provas.
Aqui a capa da Veja que, como sempre, já tratava como certa a culpa do acusado:

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Re: A farra dos petistas encastelados no poder.

#172 Mensagem por Carnage » 11 Abr 2010, 16:58

http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/ ... ta-rapido/
31/03/2010 - 13:02
Juiz manda IstoÉ dar direito de resposta a ex-prefeito de Belo Horizonte

Da Redação – 30/03/2010 – 20h20


O juiz Wanderley Salgado de Paiva, da 30ª Vara Cível de Belo Horizonte, determinou que a revista IstoÉ dê direito de resposta a Fernando Pimentel (PT), ex-prefeito de Belo Horizonte. Na edição de 3 de março, a revista publicou matéria dizendo que Pimentel seria um dos envolvidos no esquema do Mensalão, afirmação que já foi negada pelo procurador Patrick Salgado Martins, responsável pelas investigações.

Segundo a decisão liminar, o site e a revista deverão publicar resposta “nos mesmos moldes e com o mesmo destaque e espaço” da matéria publicada no início do mês. O juiz entendeu que a IstoÉ veiculou “informações truncadas”.

A resposta deverá ser publicada em uma das próximas três edições impressas da revista e, em 48 horas, no site, sob pena de multa diária de R$ 5.000, limitada a R$ 150 mil. Ainda cabe recurso da decisão.

O procurador Patrick Martins já havia afirmado que os fatos narrados pela reportagem estão fora de contexto e que não havia provas que ligassem Pimentel, que não foi denunciado pelo esquema, ao Mensalão.

Na decisão, o juiz afirmou que é “dever do jornalista respeitar o direito à intimidade, à privacidade, à honra e à imagem do cidadão, não podendo o jornalista divulgar as informações de forma inadequada e sem, antes, certificar-se de sua veracidade”.

Salgado ainda lembrou que o fato de a Lei de Imprensa ter sido suspensa pelo STF (Supremo Tribunal Federal) não inviabiliza o direito de resposta. “As ações de natureza como a dos presentes autos têm por fundamento a legislação em vigor, Código Penal, Civil e, principalmente, a Constituição Federal”, disse o magistrado.

A Constituição da República garante direito de resposta, proporcional ao agravo, além de indenização por dano material, moral ou à imagem.
O Código de Ética do Jornalismo Brasileiro, aprovado em agosto de 2007, e ainda em vigor, também foi citado pelo magistrado. De acordo com o Código de Ética, a divulgação de informações deve se pautar pela veracidade dos fatos e o autor da matéria precisa estar seguro de suas fontes e das informações fornecidas.

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Re: A farra dos petistas encastelados no poder.

#173 Mensagem por Carnage » 21 Nov 2010, 15:58

http://colunas.epoca.globo.com/paulomor ... s-de-ouro/
Sérgio Sombra mataria sua galinha dos ovos de ouro?
ter , 16/11/2010
Paulo Moreira Leite

(Esta é a primeira de uma série de quatro textos sobre a morte de Celso Daniel. O julgamento dos acusados começa nesta quinta-feira).


Nesta quinta-feira, começa o julgamento dos acusados pelo sequestro e morte morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel. Ocorrida em fevereiro de 2002, a trágedia deixou o país em estado de choque. Abriu uma crise entre a Polícia Civil e o Ministério Público, que tem visões opostas sobre o caso. Nove anos depois, o crime inspira mais dúvidas do que certezas.

A tese do Ministério Público é que Celso Daniel foi vitima de um crime encomendado. Conforme a acusação, seu assessor e tesoureiro político, Sergio Gomes da Silva, batizado como Sombra pela imprensa que cobriu o caso, contratou um grupo de pequenos criminosos do ABC paulista para cometer o crime. Para não deixar pistas que pudessem levar ao mandante, os criminosos foram instruídos a agir como se tivessem cometido um crime comum, mais um sequestro entre tantos que ocorrem na violência brasileira.

Chamada para investigar o caso, a Polícia paulista concluiu meses depois que não havia elementos para sustentar a tese de crime encomendado — ou crime de mando, como dizem os promotores. A visão de crime comum está no inquérito conduzido pelo primeiro delegado encarregado do caso, Armando de Oliveira Filho. Alguns anos depois, a delegada Elizabeth Sato foi encarregada de fazer uma espécie de inquérito sobre o inquérito. Reabriu as investigações, examinou o trabalho anterior e concluiu que nada tinha a acrescentar diante do serviço de Armando de Oliveira Filho.

Nas primeiras semanas após a tragédia, eu estava convencido de que a tese de crime encomendado fazia mais sentido. Celso Daniel não era uma vítima qualquer e não me parecia razoável que tivesse sido morto num crime qualquer. O caso tinha implicações políticas muito além de Santo André. O prefeito acabara de ser nomeado para integrar a coordenação da campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, que as pesquisas já apontavam como favorito na sucessão de Fernando Henrique Cardoso. Eu já tinha ouvido os rumores sobre casos de corrupção em Santo André e achava que uma coisa poderia levar à outra.

Hoje estou convencido de que ao menos até o momento em que escrevo estas linhas não surgiram elementos sólidos para sustentar essa visão. Podem até aparecer novidades antes ou durante o julgamento mas, depois de quase uma década, não se conhece nenhum elo de ligação entre Sombra e os criminosos. Não há indícios de que tenha — mesmo remotamente ou através de terceiros — feito contato com aquela quadrilha de sequestradores para encomendar o crime Encarcerados há mais de oito anos, desde o momento em que foram presos, os bandidos sustentam a versão de que cometeram o crime por conta própria e não modificaram seus depoimentos de lá para cá. A policia apurou e investigou o relato dos criminosos e conseguiu reunir indícios de que podem estar falando a verdade.

A versão do ministério público se apoia em hipóteses promissoras, como raciocínio, mas que carecem de indícios consistentes. Os promotores sustentam que, depois que foi chamado para integrar a coordenação da campanha de Lula, Celso Daniel decidiu dar um basta no esquema de corrupção de Santo André, afastando-se de Sombra e de um grupo de assessores que intermediavam negócios com fornecedores da prefeitura. Inconformados, segue o raciocínio, decidiram sequestrar e matar o prefeito.

Não é uma possibilidade irracional, me disse um promotor ligado ao caso. Numa conversa em 2005, ele conta que estava convencido — embora não pudesse provar — que o próprio Celso Daniel mantinha grandes reservas financeiras num paraíso fiscal e que o sequestro seria uma forma de obrigá-lo a fornecer a senha de acesso a esta fortuna. Mesmo promissora, essa possibilidade não pode ser confirmada por indícios capazes de demonstrar a existência dessa conta. Não há papeis, nem mensagens, nem extratos que, mesmo de forma encoberta, pudessem indicar isso.

Outro ponto discutível é a visão de que Sérgio Sombra e Celso Daniel tiveram uma ruptura depois que o segundo foi nomeado para a campanha de Lula. Há muitos sinais na direção contrária. Os dois eram amigos de longa data. Sombra chegou a mostrar-se companheiro de Daniel até mesmo nas ocasiões em que o prefeito enfrentava crises em casamentos e relações mais passageiras. Nos meses anteriores à sua morte, Daniel estava ampliando as atribuições do amigo, federalizando sua atuação no partido. Comparecia em encontros fechados de dirigentes do PT, com Sombra a tiracolo, para falar de fornecedores e investimentos nas prefeituras. Para quem sabia do que acontecia nos bastidores do partido, Celso Daniel estava subindo — e ia levar o tesoureiro junto.

É um fato estabelecido que a amizade com Celso Daniel modificou o patrimonio de Sergio Sombra — para muito melhor. Ele era um agente de segurança. Virou empresário, com negócios e empresas que o olho clínico de quem conhece a corrupção política brasileira costuma associar a negócios com a adminstração pública.

Por parte de Celso Daniel, havia um sentimento de gratidão pela presença de Sombra. Um dirigente do PT recorda que o desembaraço de Sombra para procurar recursos junto a empresários do ABC salvou Daniel de uma derrota certa numa de suas últimas campanhas. Por parte de Sombra, havia um sentimento correspondente. Um policial que conheceu os dois, muito antes do crime, me disse que havia ali uma amizade verdadeira.

Mesmo ignorando este aspecto, e reduzindo toda a convivência a interesse, ambição e jogo baixo, há uma pergunta difícil de responder: por que Sombra iria matar sua galinha dos ovos de ouro?”

Confesso que até hoje não encontrei uma resposta aceitável para essa questão.
http://colunas.epoca.globo.com/paulomor ... -delegado/
Grampos não mostram assassinato encomendado, disse delegado
ter , 16/11/2010
Paulo Moreira Leite

(Este é o segundo texto de uma série de quatro sobre o julgamento dos acusados pela morte do prefeito Celso Daniel, de Santo André)


Quando eu era diretor do Diário de S. Paulo, um repórter recebeu a notícia de que uma testemunha teria visto Sombra próximidades do local onde se escondiam integrantes da quadrilha que sequestrou Celso Daniel. Não havia diálogo, nem encontro. Apenas proximidade. Mesmo assim, fomos apurar. Nunca se sabe. Quando a informação foi examinada com vagar, descobriu-se que naquele dia Sombra encontrava-se fora do Estado e que a suposta testemunha sofria de um disturbio mental que faz certas pessoas se colocarem no centro de grandes acontecimentos que só acompanharam pelos jornais e pela TV.

Ouvi pessoalmente mais de uma dezena de pessoas envolvidas nas investigações. Entrevistei um médico presente à autópsia do corpo do prefeito. Perdi a conta de entrevistas feitas com autoridades, fosse para entender sua visão global, fosse para esclarecer detalhes específicos. Ouvi dirigentes do PT que faziam oposição política a Celso Daniel e apontavam para aspectos condenáveis de sua gestão, fosse pela orientação política, fosse pelas irregularidades subterrâneas. Ouvi aliados e pessoas que acompanharam o prefeito desde seu tempo de militante estudantil no Movimento de Emancipação do Proletariado, o MEP, organização clandestina de esquerda nos tempos do regime militar. Fiz várias entrevistas, muitas gravadas, com promotores e delegados.

Também entrevistei familiares e pessoas próximas de Celso Daniel. Em 2005 encontrei parentes sinceramente convencidos da tese de crime encomendado e que se sentiam sob ameaça a ponto de pedir — e obter — direito de asilo em país estrangeiro. Mas tive uma imensa dificuldade em acreditar que estes familiares estivessem, de fato, em situação de perseguição, sob ameaça, por qualquer razão, política ou não. Passei uma manhã inteira com uma pessoa da família.

Tenho certeza de que se trata de uma pessoa digna, com um passado de luta contra a ditadura. Mas, encarregado de fazer uma reportagem sobre o caso para o jornal Estado de S. Paulo, tive de desistir da matéria por falta de dados objetivos. Tenho certeza de que não ouvi depoimentos dados de má fé. Mas não encontrei fatos que pudessem dar credibilidade ao que me diziam. Não havia uma narrativa. Era uma questão de fé, que me cobrava uma cumplicidade que ia além daquilo que se considera jornalismo. Mesmo a leitura de jornais que noticiaram o pedido de asilo não oferece um relato consistente sobre as ameaças que teriam sofrido.

Ouvi amigos do prefeito, fiz contato com a última namorada. Num esforço de apuração, compilei argumentos da polícia civil — para em seguida conferir com promotores. E vice-versa. Conversei com responsáveis da área de inteligência da polícia paulista. Fiquei frustrado quando tentei promover uma mesa redonda entre as partes. A polícia civil concordou. Um promotor me disse que o Ministério Público declinava do convite, naquele momento.

Alguns fatos me chamaram a atenção durante a apuração. Apos a morte de Celso Daniel, delegados da polícia paulista gravaram conversas entre os principais personagens da prefeitura de Santo André. Não fui autorizado a ouvir os diálogos mas tenho certeza de que, se acrescentassem alguma novidade, teriam sido incluídos no inquérito — ou requisitados por uma das partes ou ainda teriam sido vazados para algum órgão de imprensa.

Um delegado familiarizado com os grampos me assegurou, em tom de quem está cansado de repetir uma observação que nunca recebeu atenção devida dos jornalistas, que não se ouvia nenhum diálogo que podesse sugerir o envolvimento daquelas pessoas no sequestro e no assassinato. “Havia muita corrupção no PT de Santo André,” me disse. “As conversas eram essas. Mas não chegamos a nada que indicasse envolvimento no sequestro do prefeito.”
http://colunas.epoca.globo.com/paulomor ... so-daniel/
A pressão da política e da mídia no caso Celso Daniel
ter , 16/11/2010
Paulo Moreira Leite

(Este é o terceiro texto de uma série de quatro sobre o julgamento dos acusados pela morte do prefeito de Santo André)


Longe de mim querer estabelecer uma ligação forçada entre o julgamento dos acusados pela morte de Celso Daniel e o caso do capitão André Dreyfuss, oficial do Exército frances julgado e condenado a penas duríssimas em função de uma acusação — falsa — de que era espião a serviço do Exército alemão. No inicio do século passado o judeu Dreyfuss foi vítima do anti-semitismo dos comandantes militares de seu país, que o incriminaram sem provas de culpa. Mais tarde, quando o erro já havia ficado claro, montaram uma segunda operação para acobertar as próprias falhas e omissões.

Após uma luta demorada dos familiares para reestabelecer a verdade, Dreyfuss foi inocentado mas jamais recuperou seus direitos nem teve sua carreira militar recuperada. No pior de seus momentos, ele chegou a ser mantido acorrentado ao sol na ilha do Diabo, na Guiana francesa.

Autor de um texto obrigatório, conhecido pelo título “Eu acuso!”, o escritor Emile Zola entrou para a história universal da imprensa pela coragem de denunciar tamanha injustiça. O texto de Zola não se limitava a criticar os comandantes militares, porém. Ele também acusou a imprensa de seu país. Tinha razão: jornais franceses tiveram um papel decisivo para estimular a injustiça e impedir que o caso fosse debatido com a objetividade necessária, na hora em que isso era possível.

O ********* produzido pelo artigo de Zola no Aurore possui este segundo aspecto: era um texto que destoava da visão da maioria da imprensa. Politicamente alinhados com o comando do Exército, os jornais de Paris reproduziam as acusações contra Dreyfuss de modo acrítico, sem conferir nem questionar. Se até hoje a prática atual dos melhores jornais do mundo nos lembra que a isenção e a objetividade são objetivos nem sempre fáceis de se alcançar, imagine-se como era a coisa naquela época.

Os jornais exploravam o anti-semitismo de seus leitores, então um sentimento bastante popular, e competiam na divulgação de denúncias sem muito critério. Como os oficiais do exército, os jornalistas também permitiram que um aspecto subjetivo — uma visão preconceituosa sobre cidadãos judeus — determinasse o rumo de seu trabalho. Com manchetes barulhentas, que alimentavam conversas nas casernas, nos cafés e nos camarotes da Ópera, impediam que os argumentos da defesa fossem ouvidos e considerados. O saldo é que os dois acabaram derrotados.

Os militares franceses fizeram papel de bobos. Acabaram manipulados pelo governo alemão e seus agentes reais, que valiam-se do preconceito para proteger o verdadeiro espião. A imprensa permitiu que o rigor de seu trabalho fosse afetado por questões subjetivas que iam além da obrigação de investigar e relatar os fatos.

Penso nisso quando retorno a 2002. Apesar das óbvias diferenças entre os dois casos, a força dos aspectos extra-policiais e extra-jurídicos me parece considerável. Ocorrido num ano de eleição presidencial, envolvendo um personagem de primeira linha do partido que iria ganhar as eleições daquele ano para inaugurar uma série de três vitórias consecutivas, o episódio possui implicações políticas evidentes, o que sempre dificultou um exame distanciado e sereno dos fatos.

É bom recordar que, em vários momentos, as linhas de interesse político entre o PT e o PSDB se cruzaram no caso Celso Daniel. Em função do longo reinado tucano no governo de São Paulo, promotores ligados ao PSDB tornaram-se proprietários de uma imensa área de influência no Ministério Público paulista.

Eles tiveram uma atuação decisiva no processo, em especial para rejeitar as conclusões do inquerito policial e alimentar a imprensa de informações que mantiveram o caso em pauta por um período bastante longo. Quando a delegada Elizabeth Sato realizava um inquérito sobre o inquerito, foi levada a Brasília, onde ocorriam CPIs que emparedavam o governo Lula em função do mensalão e outras denúncias.

O fator político também determina o comportamento do PT no caso. Convencido de que toda investigação sobre o que se passou em Santo André só poderia desgastar o partido — no mínimo em função dos casos de corrupção — os petistas passaram a fazer o possível para ficar longe do assunto.

Do ponto de vista do interesse da legenda, quanto menos se falasse no caso, melhor.

Na verdade, a política estava no caso desde o início. Em 2002, nos dias seguintes ao assassinato do prefeito, só havia uma certeza no país: aquele não fora nem podia ter sido um crime igual a todos os outros. Isso porque Celso Daniel não era uma vítima qualquer. Acabara de ser indicado para integrar a campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, sinal de que teria lugar garantido no ministério, na hipótese de uma vitória que as pesquisas indicavam como muito provável.

Dias antes, o prefeito do PT de Campinas também fora assassinado em circustâncias igualmente misteriosas.

Ocorrida logo a seguir, a morte de Celso Daniel chegou a ser vista pelas lideranças petistas, perplexas diante de uma violencia fora dos horizontes racionais dos embates políticos num regime democrático, como um ato destinado a intimidar o partido. Só podia ser um “crime político”, argumentavam. A pedido do PT, o governo Fernando Henrique Cardoso garantiu acesso da Polícia Federal às investigações, para deixar claro que também se empanharia em chegar aos culpados.

O raciocínio “não pode ser crime comum” iria acompanhar e acompanha, até hoje, a maioria das discussões sobre o caso. Vamos ser francos: num país de tantos extremos sociais como o Brasil, é humanamente complicado imaginar que uma pessoa de prestígio, com direito a um tratamento social diferenciado e uma consideração muito acima daquela dispensada a eu, a você, e aquele sujeito na fila de ônibus, possa tombar como vítima de uma tragédia típica de um cidadão comum, como eu, você e o cidadão na fila de ônibus. É dificil acreditar mas a realidade demonstra que às vezes isso acontece.

Num universo cultural como este, as teorias conspiratórias tem grande chance de prevalecer e ganhar vida própria — tenham fundamento ou não. Elas refletem, em grande parte, a desconfiança de uma parcela da população sobre o trabalho da imprensa. Também espelham a dificuldade natural de compreender episódios que atravessam vários níveis de complexidade, desde a violência do submundo da bandidagem até a corrupção das esferas políticas, as ideologias políticas e as disputas pelo poder politico. Por fim, a capacidade de divulgar rumores e convicções que interessam a um dos lados faz parte do cotidiano de toda investigação relevante — pois fortalece grandes interesses em jogo.

Aos poucos, a tese de crime encomendado, muitas vezes batizada de crime político, foi ganhando corpo. Embora fosse um segredo de polichinelo no ABC paulista, o assassinato de Celso Daniel chamou a atenção do país para um universo de corrupção que funcionava na prefeitura, tão antigo e enraizado que sequer fora inaugurado pelas administrações petistas.

Empresários falavam sobre o pagamento de propinas cobradas para obter concessões na área de serviços públicos. Eram frequentes as denuncias que apontavam para o enriquecimento de assessores do prefeito. Não levou muito tempo para que os jornalistas começassem examinar a hipótese de um crime encomendado dentro do PT de Santo André. Havia outro elemento para alimentar essa hipótese.

A descoberta, já nos anos anteriores, de que o PT exibia, em algumas prefeituras, os mesmos vícios e problemas detectados em outras legendas começara a desconstruir aquela imagem de legenda ética que marcara os primórdios do partido. Havia, já, um certo desencanto. Na vida interna, o PT passava por um realinhamento político moderado do ponto de vista das opções políticas mas centralizador e burocrático no funcionamento. Adversários da direção hegemônica na legenda, cada vez mais fortalecida em seus direitos e prerrogativas, costumavam acusá-la de centralismo e autoritarismo.

Os críticos mais duros falavam em stalinismo. Desde as tragédias entre comunistas, anarquistas e trotskistas durante a Guerra Civil Espanhola se sabia que a esquerda era capaz de resolver suas divergências internas pela violencia. Será que essas práticas não haviam chegado ao Brasil?

Essas perguntas foram o combustível de boa parte das reportagens sobre o caso. As certezas sobre a corrupção ajudavam a alimentar as suspeitas sobre o assassinato. Não deixa de ser sintomático que, depois de ter sido rejeitada pela polícia civil, e quase esquecida, a tese de crime encomendado ganhou novo combustível político a partir de 2005, o ano do mensalão. Foi nesta época que o Ministério Público conseguiu que a polícia fosse obrigada a realizar um segundo inquérito, para apurar possíveis omissões e falhas que teriam ocorrido no primeiro, que não encontrara nenhum indício de crime encomendado.

A descoberta de que a base parlamentar do partido em Brasilia possuía um amplo esquema de distribuição de recursos ilícitos inspirou uma revisão de vários episódios dramáticos. O perfil de grandes lideranças do PT se modificou — para pior. Muitas biografias foram reescritas. Suspeitas se generalizaram e episódios que até então eram vistos como banalidade ganharam tonalidade criminosa.

Personalidades fugazes da história do partido, já esquecidos, foram retirados do anonimato para dar entrevistas, rememorar, projetar e acusar.

Responsável pela segunda investigação, a delegada Elizabeth Sato foi a Brasilia, quando a Capital Federal era um condomínio de CPIs. Para quem esperava novidades do trabalho da delegada, considerada uma profissional independente em relação aos diversos grupos e famílias da polícia civil de São Paulo, Sato foi uma decepção. Sustentou que não havia encontrado nenhuma omissão ou falha no primeiro inquérito. Até por este motivo, a conclusão do serviço despertou muito menos atenção do que a nomeação da delegada, no início dos trabalhos.

http://colunas.epoca.globo.com/paulomor ... so-daniel/
Uma testemunha importante do caso Celso Daniel
ter , 16/11/2010
Paulo Moreira Leite

(Quarto e último texto de uma série sobre o julgamento dos acusados pela morte do prefeito de Santo André)


O leitor mais atento sabe qual é a dúvida crucial da investigação sobre a morte de Celso Daniel.

Se houve um sequestro encomendado, Celso Daniel foi conduzido para uma armadilha onde seria retirado do automóvel, conduzido pelo amigo e assessor Sergio Sombra da Silva — aqui o mandante do crime — e conduzido para o cativeiro e morto. Se houve um sequestro casual, Celso Daniel estava a caminho de casa quando o carro em que viajava, em companhia do amigo e assessor Sérgio Sombra da Silva — aqui apenas dirigia o carro — foi abordado por um grupo de criminosos, que levaram o prefeito para o cativeiro, onde foi morto.

Ao serem apanhados, meses depois, oito bandidos disseram em depoimentos em separado que haviam cometido um crime por conta própria, típico de uma quadrilha em atividade na periferia paulistana.

Conforme sua versão, nas semanas anteriores à tragédia eles estavam de ôlho num comerciante de frutas do Ceasa, em São Paulo, e planejaram sequestrá-lo numa sexta-feira, dia em que se recolhe a féria da semana. Contaram que o comerciante foi seguido naquele dia — o mesmo em que Celso Daniel seria sequestrado — mas o perderam no meio do caminho. Sem querer voltar para casa de bolsos vazios, montaram um plantão num ponto da cidade e atacaram uma vítima que parecia promissora, a bordo de uma Pajero, sinônimo de luxo e riqueza até hoje, ainda mais naquele momento. Eles também disseram que não sabiam de quem se tratava.

No país dos figurões e espertalhões, de teorias conspiratórias e muita impunidade, uma narrativa desse tipo parece lenda grega. Após meses de investigação, contudo, a polícia encontrou o comerciante — ele vende melancias no Ceasa — ouviu o depoimento e descobriu que sua história se encaixa perfeitamente com aquilo que os sequestradores diziam.

Ele conseguiu escapar dos bandidos por acaso: naquele dia tinha uma fesa em família e resolveu ir para a praia em companhia da namorada e da mãe. Mudou o roteiro no meio do caminho e tirou os bandidos da pista boa.

Um delegado que participou da primeira fase das investigações recorda que a tese de crime encomendado tem o defeito suplementar de obedecer a um roteiro amadoristico. Sua opinião é que um criminoso capaz de encomendar a morte de um prefeito tão importante na estrutura do PT não iria ficar a seu lado, no automóvel, pronto para ser encontrado pela polícia logo após o crime para ser colocado sob suspeita no minuto seguinte. Conforme esta visão, seria prudente deixar a cena do crime e ir para um local distante, de preferência fora do país, para mandar condolencias à família assim que a TV divulgasse o ocorrido.

É uma boa tese. Mas não custa lembrar que amadores também cometem atos criminosos.

Apesar do depoimento do comerciante que ajuda a sustentar a tese de crime comum, alguns fatos pedem explicações. Várias pessoas que estiveram próximas de Celso Daniel e Sombra — inclusive o garçom que os serviu no restaurante Rubayat na noite do crime — tiveram mortes violentas. Embora os inqueritos policiais tenham concluído que os episódios não tem uma relação com o sequestro, um número razoável de observadores não acredita nisso. A dificuldade é que, mais uma vez, não surgiram fatos capazes de contestar a versão policial.

O mesmo legista que assinou um laudo médico sem anotar o mais leve sinal de tortura de Celso Daniel durante sua passagem pelo cativeiro, fez um segundo laudo, anos mais tarde — já na época do mensalão — alterando suas conclusões, um pouco antes de morrer, em circunstancias típicas de um suicídio.

A ocorrência de tortura é um dado que tem importância para quem sustenta a tese de crime encomendado: o prefeito teria sido torturado para revelar a senha de acesso à uma conta em paraíso fiscal onde teria guardado o botim resultante da corrupção na prefeitura. Como já observei em outro momento, uma dificuldade dessa versão é que não há provas da existência dessa conta secreta nem referências sobre paraíso fiscal.

Os registros de enriquecimento suspeito, em Santo André, envolvem a compra de imóveis e abertura de empresas em nome de laranjas — e já eram conhecidas antes do sequestro. A polícia encontrou, entre os livros do apartamento do prefeito, uma espécie de dossiê sobre essas denúncias, que fora entregue a Celso Daniel por Gilberto Carvalho, que era assessor da prefeitura, na época, e hoje é secretário particular do presidente Luiz Inacio Lula da Silva.

Ouvi um médico que foi convidado a assistir a autopsia de Celso Daniel. Mostrando os laudos, que havia guardado, ele me assegurou jamais ter reparado em marcas de tortura no corpo do prefeito — e que essa hipótese não foi levantada por nenhum dos presentes ao local. O corpo do prefeito apresentava manchas vermelhadas em alguns locais, mas não eram feridas nem machucados.

Procurei uma autoridade que sustentava que o prefeito sofrera tortura no cativeiro mas não ouvi um relato que fosse compatível com os laudos do IML. Para ter sido torturado do modo que se descreveu, Celso Daniel teria de ter sido levado para um segundo cativeiro em pouco mais de 24 horas, o que não foi confirmado pelas investigações.

A tortura e as mortes em paralelo podem reforçar convicções mas não alteram o núcleo da discussão — que é saber se houve um crime encomendado ou não.

Numa dessas reportagens publicada num dos oito aniversários da morte do prefeito, o jornalista João Gabriel de Lima, que hoje é diretor da revista Bravo!, chegou a seguinte conclusão num matéria de capa publicada pela Veja: os dados reunidos pelas investigações não permitem afirmar que Sombra encomendou a morte do aliado e amigo.

Para provar que Celso Daniel foi vítima de um crime de mando, como dizem os promotores, seria preciso a apresentação de relatos críveis de uma articulação destinada a sequestrar e liquidar o prefeito de uma das principais cidades brasileiras, uma das jóias da futura campanha de Lula e um provável ministro em caso de vitória. Até o momento, isso não foi feito.

http://www.cartacapital.com.br/politica ... e-politica
Corrupção, poder e política
Redação Carta Capital 19 de novembro de 2010 às 10:01h

Após nove anos, começa o julgamento dos réus no assassinato de Celso Daniel


Passados quase nove anos do crime, um júri formado por cinco mulheres e dois homens decidiu condenar Marcos Roberto Bispo dos Santos, o Marquinhos, por participação no assassinato do ex-prefeito de Santo André (SP), Celso Daniel. Condenado a 18 anos de prisão na quinta-feira 18, após quase seis horas de julgamento no Fórum de Itapecerica da Serra, ele é acusado de ter conduzido o veículo utilizado no sequestro do ex-prefeito do PT, encontrado morto com oito tiros em uma estrada de Juquitiba, interior paulista, em janeiro de 2002. Outros seis acusados deverão enfrentar o júri pelo homicídio, entre eles Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, apontado como mandante do crime.

Marquinhos foi julgado à revelia, está foragido. O advogado de defesa Adriano Marreiro dos Santos sustentou que o réu confessou participação no crime sob tortura da Polícia Civil. Ao pedir a condenação do réu, o promotor Francisco Cembranelli apresentou depoimentos de 21 testemunhas, incluindo alguns dos acusados, que permitem confirmar a participação de Marquinhos no assassinato.

De acordo com o promotor, o ex-prefeito morreu após descobrir que o dinheiro de um esquema de corrupção envolvendo empresas e a prefeitura estava sendo desviado em benefício dos mandantes do crime, e não para abastecer o caixa 2 do PT. “Na primeira gestão de Celso Daniel, o Sombra era apenas um segurança da prefeitura. Ele enriqueceu e passou a extorquir empresários e a direção do Partido dos Trabalhadores, fazendo um grande esquema de arrecadação ilegal com empresas que tinham contrato com a prefeitura”, afirmou Cembranelli.

Apesar da menção ao esquema de corrupção e arrecadação ilegal de recursos para a campanha, o promotor ressaltou que a acusação não tem interesse em prejudicar o partido do ex-prefeito. “O PT não é réu no processo”, afirmou diante do júri. Cembranelli recusou-se, no entanto, a considerar o caso um crime comum. “Para aqueles que almejavam o enriquecimento ilícito, Celso Daniel passou a ser um estorvo.”

Ao menos sete envolvidos no caso, entre testemunhas, investigadores e acusados de participação do crime, foram mortos ao longo da investigação. Por medo de represálias, familiares do ex-prefeito se mudaram para a França.

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Re: A farra dos petistas encastelados no poder.

#174 Mensagem por Carnage » 14 Mar 2011, 22:33

http://www.conversaafiada.com.br/brasil ... el-dantas/
Delúbio: PT tem que acertar contas com Daniel Dantas

Delúbio chama ele de "Dr. Carlinhos"

Saiu na Carta Capital, pág. 40, importante reportagem de Soraya Aggege:

“Unidos de A a Z – Uma impressionante unanimidade concreta as correntes internas do PT: o retorno ao partido de Delúbio Soares, símbolo do chamado mensalão”

Navalha

Como diz o Mino Carta, o mensalão ainda está por provar-se.

Tem cara de “Caixa Dois ” de campanha e, não, de mensalidade.

Porém, está claro que o PT tucanizou-se, DEMOnizou-se e entrou no jogo do financiamento ilegal de campanhas.

Como fez Eduardo Azeredo, em Minas, ex-presidente nacional dos tucanos.

E se repetiu nos escândalos do Arruda, do DEMO, de Brasília, aquele que, segundo Alexandre Maluf Garcia – clique aqui para ver o vídeo inesquecível – formaria com Cerra a chapa vitoriosa “vote num careca e leve dois”.

O que se impõe ao PT é fazer a mea culpa.

Errei, sim !

E só readmitir o Delúbio depois de julgado.

Delúbio e José Dirceu são o valerioduto pelo qual o dinheiro de Daniel Dantes engordou o PT.

As empresas de Dantas em Minas faziam contratos milionárias de publicitares no valerioduto e o dinheiro chegava ao PT.

Como, no passado, chegava ao PSDB.

O passador de bola apanhado no ato de passar bola contaminou todo o sistema político brasileiro.

E o PT não terá autoridade moral para falar em honestidade, transparência ou reforma eleitoral enquanto não abrir as contas do Delúbio com aquele a quem chamava, na CPI dos Correios, de “Dr. Carlinhos”.

Carlinhos, como se sabe , foi cunhado de Daniel Dantas e até hoje é seu abre-alas.

O Carlinhos é amigo íntimo do ex-Senador Heráclito Fortes, que o povo do Piauí preferiu desempregar.

(Nesta mesma Carta, pág. 34, aparecem as delirante denúncias do Senador Fortes ao Embaixador americano – que não o levou a sério, é claro.)

Se o PT readmitir Delúbio na reunião do diretório nacional, em abril, aplicará a Lei da Anistia a Daniel Dantas e a seu fiel escudeiro, o Dr Carlinhos.

E viva o Brasil !

Paulo Henrique Amorim










http://www.conversaafiada.com.br/pig/20 ... ar-a-veja/
Luciana Genro vai processar a Veja

Extraído do blog do Altamiro Borges:

Reproduzo nota publicada no blog RS Urgente, de Marco Aurélio Weissheimer:[]/b]

Luciana Genro envia nota em resposta à matéria publicada na Veja e anuncia que processará a revista por dano moral. A Veja acusou a ex-deputada federal do PSOL de “usar o prestígio” do pai, o governador Tarso Genro (PT), para obter privilégios e patrocínio para o projeto de uma escola preparatória para o vestibular e o ENEM. A nota afirma:

O Projeto Emancipa já é um sucesso. As incrições ainda não terminaram, mas já temos mais inscritos do que as 100 vagas disponíveis. O apoio que temos recebido é enorme. Este apoio se expressou inclusive na imprensa gaúcha, que através de vários comunicadores e jornalistas ajudou a divulgar o projeto pela sua relevância social, não se prestando a reproduzir as “denúncias” da revista Veja.

Todos sabem da lacuna existente na preparação dos jovens oriundos das escolas públicas que desejam entrar na universidade. Então, quem poderia querer detonar um projeto que oferece preparação para o vestibular e o Enem GRATUITAMENTE para estudantes de escolas públicas? Aqui no Rio Grande do Sul, só os “viúvos” de Yeda Crusius.

Entretanto, em respeito às pessoas que me apoiam e respeitam e que têm sido questionadas por quem não conhece a minha trajetória, esclareço:

- Vou processar a revista Veja por danos morais, visto que o jornalista que assina a matéria sequer me ouviu, publicando uma reportagem absolutamente fantasiosa sobre o Projeto Emancipa, coordenado por mim no Rio Grande do Sul.

- A Secretaria de Educação não me concedeu nenhum privilégio como insinua a reportagem. A direção do Colégio Júlio de Castilhos, assim como outras escolas estaduais, proporciona a execução de diversos projetos nas suas dependências. O Emancipa é um deles e paga à escola R$ 600,00 por mês pelas duas salas.

- Os (as) professores(as) não serão “bem remunerados” como maliciosamente diz a reportagem. Receberão R$ 20,00 a hora aula. Como são apenas duas turmas, a média de remuneração de cada professor deverá ser por volta de R$ 300,00.

- A cota de patrocínios do Emancipa está fechada com 5 empresas e não estamos em busca de mais patrocinadores como mentirosamente afirma a reportagem.

-Sobre a Icatu Seguros, um empresa que atua no mercado gaúcho através do Banrisul há mais de 10 anos, muito me estranha que somente agora, para me atacar, a Veja levante suspeitas sobre esta relação. Eu não respondo pelas atividades de nenhuma empresa, mas a verdade é sempre útil: basta verificar o balanço 2010 do Banrisul, disponível na internet, para comprovar a mentira. A seguradora Icatu não tem contrato de exclusividade com o Banrisul. Além disso esta empresa apóia diversas OSCIPs e ONGs, não apenas o Emancipa.

- Quanto à afirmação de que “Luciana, que na política criticava o pai, na vida empresarial usa de seu prestígio para lucrar”, quem terá que se explicar é a Veja. E terá que fazê-lo no Justiça. Primeiro, porque não estou “lucrando” e nem sequer estou na “vida empresarial”. O Emancipa não é uma empresa e não pode dar lucro. Não é por que deixei de ser deputada que vou abrir mão de realizar atividades socialmente relevantes, mesmo que de forma privada, mas que respondam a interesses coletivos. Quanto ao suposto uso do prestígio do meu pai, Tarso Genro, minha trajetória me autoriza a ter certeza que os parceiros do Emancipa avaliaram em primeiro lugar o meu próprio prestígio para decidir pela participação no projeto.

* Luciana Genro – Coordenadora do Projeto Emancipa-RS.

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Carnage
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Re: A farra dos petistas encastelados no poder.

#175 Mensagem por Carnage » 03 Set 2011, 19:55

A quem interessar...

http://www.cartamaior.com.br/templates/ ... a_id=18388
Uma apuração feita nas sombras
Como uma matéria da revista Veja virou caso de polícia e confundiu Civita com Murdoch. Em entrevista à Carta Maior, José Dirceu avalia o episódio e diz que a revista se meteu numa empreitada muito arriscada, do ponto de vista jurídico. Para ele, trata-se de uma estratégia para separar, para a opinião pública, as imagens do PT e da presidenta Dilma Rousseff ("Dilma sim, o PT, não") e também a "preparação política" para seu julgamento no Supremo Tribunal Federal, no processo do chamado "mensalão".

Maria Inês Nassif, André Barrocal e Lourdes Nassif


Uma foto com óculos escuros e terno na capa da edição 2232 da revista Veja, para ilustrar o título "O poderoso chefão". Nas páginas internas, a exposição de imagens filmadas no corredor do hotel Naoum, em Brasília, onde o personagem ocupa duas suites como escritório. Elas datam do início de junho e são um desfile de autoridades e políticos que teriam acorrido ao hotel para conversar com uma sinistra figura, desenhada na abertura da matéria com óculos escuros, gravata vermelha e um fundo vermelho-PT.

A revista faz o cálculo de que o personagem da história teria gasto 45 horas em reuniões com aliados politicos para conspirar contra o chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, que caiu finalmente no dia 7 daquele mês. A matéria conclui com a frase: "a máfia não perdoa". Esse é mais um capítulo da conturbada relação de José Dirceu com a grande imprensa. Este episódio terminou numa delegacia de polícia e em inevitáveis comparações entre o estilo Veja e o modo Rupert Murdoch de fazer jornalismo, que levou à extinção do jornal britânico News of the World, do império do magnata das comunicações, depois que se tornou pública a prática do veículo de usar escutas ilegais e comprar informações de agentes de polícia.

Segundo boletim de ocorrência feito pelo chefe de segurança do Hotel Naoum, Gilmar Lima de Souza, a camareira Jôse Maia Medeiros foi abordada pelo repórter Gustavo Ribeiro, que dizia ser hóspede de um dos dois quartos usados pelo ex-ministro, por cessão do escritório de advocacia Tessele Madalena Advogados Associados. O repórter tentou convencer a camareira de que esquecera a chave dentro do quarto e pediu a ela para abri-lo. Jôse desconfiou e foi conferir o nome na relação de hóspedes. Não constava. Mais tarde, o repórter voltou ao hotel e hospedou-se na suite 1607, vizinha à de Dirceu. Era o dia 24 de agosto. A material saiu na edição que foi às bancas no dia 31, depois que o hotel registrou queixa na delegacia. Curiosamente, não há menção à matéria de capa na Carta ao Leitor, o editorial da revista.

No final da matéria, a revista dá a sua versão sobre o episódio policial por ela protagonizado: diz que Madalena, o advogado que aluga as suites usadas por Dirceu, "instou a segurança do hotel Naoum a procurar a delegacia de polícia para acusar o repórter da Veja de ter tentado invadir o apartamento que seu escritório aluga e, gentilmente, cede como 'ocupação residencial' a José Dirceu?. Segundo a revista, o repórter estava lá para investigar "as atividades de um personagem que age sempre na sombra".

Segundo o ex-ministro, a revista incorreu na violação de vários direitos garantidos pelo extenso artigo 5° da Constituição, como a inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas (item X); a inviolabilidade da casa do indivíduo (item XI) e o direito à reunião. O hotel ainda não sabe se incorreu em algum crime. Segundo apurou a Carta Maior, a direção do Naoum não tem conhecimento se as imagens publicadas pela Veja foram do circuito interno de segurança e vazadas por algum funcionário.

Ao contrário das matérias anteriores publicadas contra ele, quando o próprio PT evitou defendê-lo com grande estardalhaço, o episódio Veja terminou até em nota oficial de apoio do seu partido. E em inúmeros telefonemas de solidariedade.

Na quinta-feira, em seu escritório, localizado na avenida República do Líbano, o ex-ministro José Dirceu enumerou as razões pelas quais, a seu ver, a revista se meteu numa empreitada tão arriscada, do ponto de vista jurídico. Para ele, trata-se de uma estratégia para separar, para a opinião pública, as imagens do PT e da presidenta Dilma Rousseff ("Dilma sim, o PT, não") e também a "preparação política" para seu julgamento no Supremo Tribunal Federal, no processo do chamado "mensalão"?. Ele calcula que o STF pode ter o processo pronto para julgamento até fevereiro ou março. Se passar daí, deixa de ser interessante, tanto para o Supremo como para os implicados, bancar um julgamento ainda em 2012, devido a proximidade das eleições. "Daí o julgamento vai ser politizado". "Eu quero ser julgado", garante Dirceu, que na sua vida pública acumulou processos e hoje só tem pendente o julgamento no STF. Ganhou foro privilegiado sem querer.

Existiam cinco processos contra ele correndo em instâncias inferiores. Foi absolvido em primeira e segunda instâncias em todos eles. Responde a um, com seu filho, o hoje deputado Zeca Dirceu - ambos também foram absolvidos em primeira e segunda instâncias. Também passou incólume por uma devasssa de 18 meses da Receita Federal. "Recebi um atestado de idoneidade", avalia. E espera que o pleno do STF reconheça que o inquérito policial não tem nenhuma prova contra ele. "A instrução da PF me absolveu", garante. Hoje, Dirceu calcula que gaste 50% de seu tempo trabalhando na sua defesa. A outra metade, dedica em partes iguais à militância partidária, como membro do Duretório Nacional, e ao trabalho profissional. Não nega que ainda tenha prestígio no partido. Não admite, contudo, que tenha influência no governo.

O ex-ministro não abre mão de opinar sobre questões partidárias. E não esconde que é consultado sobre questões estratégicas para o partido. Na entrevista à Carta Maior, falou como dirigente partidário, ao defender que o PT assuma bandeiras que o governo petista, por força de suas alianças, não pode assumir, e tome para si o trabalho de convencimento da opinião pública. Uma das causas defendidas é a taxação do capital e das grandes fortunas. Veja trechos da entrevista.

O PT tem que colocar na agenda a taxação do capital, defende Dirceu

Carta Maior: Existe a possibilidade de o PT incluir em sua agenda a taxação de lucros bancários e remessas para o exterior, mesmo sendo governo?


José Dirceu: O Congresso do PT, neste momento, não discute apenas o apoio à Reforma Tributária, mas de uma Reforma Tributária progressiva, em que os que ganham menos paguem menos, os que ganham mais, paguem mais. Além da desoneração de investimento e produção, uma reforma que olhe as grandes fortunas e os lucros extraordinários do capital, como aliás está sendo discutido nos Estados Unidos e na União Européia. O Nicolas Sarkozi e a Angela Merkel falam de uma tributação de operações financeiras, e o Barack Obama, que é insuspeito, também pensa em taxar os ricos.

A discussão de se esse tipo de imposto é racional foi contaminada por 20 anos de conservadorismo nos Estados Unidos. Lá, houve uma desoneração das classes ricas e uma oneração das classes médias, do trabalhador americano. Os EUA têm que sustentar os investimentos sociais e, principalmente, os investimentos em pesquisas e inovação. Eu acho que, se para os Estados Unidos vale esse debate, e para a Europa também, vale mais ainda para o Brasil, onde os lucros financeiros são fantásticos e é grande a a concentracão de renda.

Carta Maior: Isso não pode afugentar capital, em um momento de crise como esse?

José Dirceu: Não vejo como. Vai fugir do Brasil por que se a taxa de retorno do país é a mais elevada do que em qualquer país do mundo? O Brasil, entre os Brics, é o melhor destino de investimento. Aliás, há uma corrida de investidores americanos para o Brasil nesse momento, e no setor produtivo.

Carta Maior: Como um partido de governo consegue assumir essas bandeiras mais progressistas sem desequilibrar o Executivo?

José Dirceu - Essa tarefa é do partido, não é do governo. Por certo, a agenda do governo depende da correlação de forças na sociedade e no parlamento. O partido tem que ser a vanguarda. Por exemplo, a regulação da mídia. É o partido que tem que assumir esta bandeira. O PT tem que esclarecer à sociedade que isso não tem nada a ver com censura, que existe desde Portugal aos Estados Unidos, desde a Austrália ao Canadá; que na Grã-Bretanha, inclusive, é uma regulação fortíssima. Se o partido não faz isso, quem é que vai fazer? Por exemplo, a Reforma Política, o partido é que tem que lutar por ela. O Lula apresentou um projeto, chamou o seu ministro da Justiça, o seu articulador politico, consultou a sociedade, a presidenta tomou posse defendendo a Reforma Política. Agora, cabe ao partido. O PT está na vanguarda dessa luta, fez propaganda, fez material, fez pesquisa.

O relator na Câmara, Henrique Fontana, é do PT e está fazendo grandes esforços para aprovar o projeto, mesmo com alguns recuos do partido, para viabilizar pelo menos o financiamento público com voto misto. É natural que o partido saia na frente. Assumir bandeiras é tarefa do partido. Há 10 ou 15 anos atrás, quem levantou as bandeiras dos direitos da mulher e dos homossexuais, a luta pela mudança da legislação para garantir espaço a quem tem necessidade especial, a legislação sobre direitos humanos, foi o o PT. O governo vai assumindo na medida em que cria condições na sociedade, inclusive para isso.

Carta Maior: Como você avalia o relacionamento da Dilma com o PT?

José Dirceu -
Muito bom. O relacionamento dela com o Rui Falcão (presidente do PT) e com a Executiva tem sido permanente, flui bem. Ela tem prestigiado o PT nos momentos mais importantes e assumiu a articulacão política. Nos primeiros meses de governo, é natural que um presidente não tenha como assumir a articulacyão. Dilma também enfrentou uma crise internacional gravíssima e depois toda essa situação de mudança de ministros. No ultimo mês, ela assumiu muito a articulação política.

Carta Maior: E isso é bom?

José Dirceu:
Acho que houve uma melhora na articulacão política do governo com uma presença maior da presidenta. A relação está muito boa. Aliás, acho que nunca houve uma relação tão boa como agora, pelo menos de presença, assiduidade, entre a presidenta e o presidente do PT. No governo Lula, a relação entre governo e partido fluiu bem apenas nos três primeiros anos. Depois do episódio dos "aloprados", ela ficou bastante comprometida.

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Re: A farra dos petistas encastelados no poder.

#176 Mensagem por Roy Kalifa » 04 Set 2011, 20:33

Este Jose Dirceu é mesmo único:

Conseguiu ser perseguido tanto na Ditadura quanto na Democracia.

Ou ele é muito injustiçado ou não presta mesmo...

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florestal
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A farra dos petistas encastelados no poder.

#177 Mensagem por florestal » 07 Set 2011, 14:08

O PT é a maior mentira jamais vista na história da humanidade. Leiam a entrevista de Roberto Freire, deputado pelo PPS de São Paulo, concordo com ele em gênero, número e grau.

Freire: "O Governo Dilma Rousseff envelheceu precocemente"

[ external image ]
Para Freire, Lula não passou de uma fraude


O experiente político, relata também que acreditava-se que o ex-presidente Lula era um homem de esquerda e que faria um governo diferente daqueles pelos quais o país já havia passado,mas que na verdade ele não passou de uma simples fraude que ajudou ainda mais o receituário neoliberal implantado no país pelas classes dominantes.



Socialista, humanista e libertário em suas próprias palavras, ao longo de seus já quase 28 anos de carreira pública ininterrupta, Roberto Freire se transformou em um dos símbolos, juntamente com tantos outros brasileiros, na luta pelo fim da ditadura e pela retomada da democracia. E nessa caminhada, sempre defendeu amplas alianças, criticava posturas de esquerdas excludentes, acreditava que a construção de um novo Brasil, obrigatoriamente, passa pelo exercício pleno da cidadania e a consolidação e ampliação da democracia. Freire sempre preconizou, nesta perspectiva, também a adoção de práticas de democracia direta – o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular de lei, princípios consignados na Constituição, tiveram a sua participação emocionada e eficaz.Liderou, com Teotônio Vilela e outros, a campanha da Anistia. Visitou presídios, participou de debates e comícios e negociou diretamente a elaboração de leis que pudessem tirar das masmorras permitindo a volta ao país de centenas de brasileiros perseguidos ou desterrados pelo arbítrio. É por exemplo o principal articulador da obra 'Anistia', que registrou em definitivo para a história a luta pela reconciliação entre os brasileiros.Como um militante na ilegalidade do PCB e como o líder da grande frente emedebista, Freire esteve ao lado dos grandes movimentos democráticos vitoriosos do nosso povo no último quartel do século XX. Deu apoio e participou do processo de reconstrução das entidades estudantis livres e da UNE, esteve em todos os congressos que discutiram a criação de uma central de trabalhadores, também freqüentou intensamente os movimentos grevistas e sindicais dos trabalhadores, em Pernambuco, no ABC em São Paulo e em quase todos os estados brasileiros.Freire colocou-se em oposição ao Governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,e faz o mesmo com atual Governo,comandado por Dilma Rousseff. Afirmou certa vez que os atuais detentores do poder no Brasil não possuem um projeto de governo, e que dificilmente essa meta vai ser alcançada durante o exercício do poder. Por vários meses, denunciou a aliança de Lula com as velhas idéias econômicas e com os velhos grupos políticos no Congresso, e sugeriu ao governo correções de rumos.Após 4 anos afastado das atividades parlamentares, Roberto Freire foi eleito em 2010 deputado federal por São Paulo com mais de 120 mil votos.Na entrevista a seguir,o parlamentar pernambucano diz que o socialismo real falhou e aponta quais os motivos reais da reforma política não sair do papel.


Panorama Mercantil - O socialismo real falhou?
Roberto Freire - Sim. Tanto é verdade que o sistema entrou em colapso. E a causa fundamental desse colapso foi a falta de liberdade, ou, para ser mais preciso, de democracia. Entretanto, não podemos negar sua importância histórica. A revolução de 1917 na Rússia dos czares, contribuiu para mudar o mundo, ao estabelecer um outro pólo de poder que se rivalizou, em nível de igualdade, com o capitalismo. Foi um fator importantíssimo para avançar e consolidar conquistas dos trabalhadores no mundo,derrotar o nazfascismo na 2º guerra, bem como na luta pela descolonização a que estavam submetidos países de África e Ásia. Sem falar do impacto cultural que propiciou por conta dos vários movimentos artísticos e críticos,frutos de intelectuais de esquerda, em todas as latitudes e nas suas mais variadas cores.


Panorama - Por que a reforma política não saiu do papel?
Freire - Porque vai de encontro a inúmeros interesses estabelecidos. Seja de alguns partidos, seja de alguns políticos muito influentes no Congresso e principalmente dos executivos que se beneficiam da fraqueza dos partidos políticos. Até agora, os setores mais atrasados da sociedade também no Executivo e no Congresso Nacional impediram mudanças no atual sistema político-partidário. Mas a reforma está tramitando na Câmara dos Deputados e no Senado. Já estão prontas para votação no plenário do Senado, três PECs (Propostas de Emendas Constitucionais), mesmo que saibamos que não há garantia de que elas sejam votadas ainda neste ano.Na Câmara, uma comissão especial para tratar do assunto está finalizando seu trabalho. O relatório para apreciação em plenário já está pronto, mas ainda há prazo para emendas. As principais mudanças apontadas até agora são: a instituição do financiamento público de campanhas e do voto pelo sistema proporcional misto, no qual o eleitor vota duas vezes, uma no candidato e outra em uma lista pré-ordenada pelo partido.


Panorama - O senhor é favorável ao financiamento público de campanhas?
Freire - Sim, mas não exclusivo. Somos terminantemente contrários à contribuição de pessoas jurídicas. Defendemos que seja permitida apenas contribuição de pessoas físicas, até o limite de R$ 2 mil por por CPF em cada pleito. Afinal, as eleições dizem respeito à cidadania, ou seja, a pessoas físicas, e não a empresas.


Panorama - A polarização PT/PSDB no governo federal não é prejudicial a longo prazo ao país?
Freire - Não. A polarização política é da natureza dos processos democráticos. Veja-se que este é um fenômeno que ocorre nas democracias,nos pleitos eleitorais.O que não pode é haver um pólo só!


Panorama - Hoje, político virou sinônimo de ladrão. Como mudar essa imagem perante a sociedade?
Freire - Existem políticos desonestos como existe desonestidade em todas as atividades. Na política isso se torna mais evidente por ser atividade pública e com maior transparência e é mais grave porque nela se lida não apenas com recursos públicos, mas com projetos de sociedade, que mobilizam milhares de pessoas. No entanto, nunca tergiversamos com ilícitos. Sempre defendemos investigações e punições quando ocorrem denúncias de casos de corrupção. Mas devemos ter presente que também a responsabilidade da cidadania se impõe. Cabe a cada eleitor refletir bem nas suas escolhas. Pensar e pesquisar sobre os candidatos antes de votar, pois é o voto que define o perfil do governo – presidência e ministérios, além das demais instituições – e também de seus representantes nas Casas Legislativas.


Panorama - Qual a análise que o senhor faz dos primeiros seis meses do governo Dilma Rousseff?
Freire - É um governo que envelheceu precocemente. Em um semestre, quatro ministros caíram; três deles por denúncias graves de corrupção e um quarto por incontinêcia verbal. Na economia, dá continuidade ao que seu antecessor vinha fazendo, ou seja, beneficiar fundamentalmente o setor financeiro, o grande capital como nunca antes se viu neste país. Por outro lado, inacreditavelmente, não deu aumento real ao salário mínimo, interrompendo uma prática que tinha 16 anos, desde o governo Fernando Henrique Cardoso, passando pelo governo Lula. Vetou o reajuste das aposentadorias e pensões acima de cinco salários mínimos. Péssimo sinal de que o ajuste a ser feito para enfrentar a crise econômica que se avizinha-e não é marolinha-vai penalizar trabalhadores e continuar subalterno aos interesses da banca nacional e internacional.E no entanto, decidiu colocar mais R$ 10 bilhões para pagar juros da dívida pública, e o corte de despesas não são aonde deveria se dar,por exemplo, na diminuição dos 39 ministérios,redução dos desmesurados cargos em comissão que servem para aparelhamento do Estado e gastar menos com propaganda,além de outros cortes nos desperdícios que são muitos. Melhorar os serviços públicos como por exemplo na saúde que seria bom não ocorre, vide, a não aprovação da emenda 29( que regulamenta os gastos dos três níveis de governo com o setor da saúde) que como candidata havia se comprometido a aprovar e não o faz.


Panorama - O ex-presidente Lula foi uma farsa?
Freire - Foi uma fraude. Acreditava-se que ele era um homem de esquerda e que faria um governo diferente daqueles pelos quais o país já havia passado. Ao não enfrentar as necessárias reformas democráticas do Estado, nem enfrentar os gravíssimos problemas de nossa infraestrutura humana e física, conservou o atraso do país, em relação aos seus concorrentes fundamentais na economia mundial, Rússia, China e Índia. Ele deu continuidade ao receituário neoliberal e optou por programas de cunho eminentemente conservador, como o Bolsa Família,que se melhora o presente e nada aponta para o futuro, e no qual o antigo coronel foi substituído pelo Estado.


Panorama - Pela sua experiência, nunca teremos um projeto de governo de Brasil?
Freire - Creio que teremos, sim. Podemos mudar o que não está bom com nossa mobilização,com maior participação e com o nosso voto, como já fizemos antes. Nosso país já viveu situações muito difíceis na sua história tal como recentemente com a ditadura militar de 64, e encontrou seu caminho. Encontrará novamente. O fundamental é ampliarmos e aprofundarmos o processo democrático, para que a cidadania exerça seu papel, e defina em que sociedade quer viver.


Panorama - A corrupção na vida pública é algo sem solução a médio prazo?
Freire - Não. Acredito no combate à corrupção e trabalho para isso na Câmara. Temos instituições sólidas e atuantes, como o Ministério Público, a Polícia Federal, o Supremo Tribunal Federal a que podemos recorrer. É o que o PPS faz em cada caso de corrupção denunciado pela imprensa: busca os órgãos competentes e usa os instrumentos jurídicos pertinentes para investigar os ilícitos. Cabe à sociedade cumprir o seu e não votar em quem tenha "ficha-suja", ou que seja mais conhecido por seu prontuário ou folha corrida que pelo seu currículo democrático e por sua ação republicana.


Panorama - 513 deputados não afeta a qualidade da Câmara, fazendo aparecer bobagens como, por exemplo, “O Dia do Orgulho Heterossexual”?
Freire - O problema não é de quantidade, mas de qualidade dos deputados que foram votados.


Panorama - Já temos atualmente, 27 partidos no Brasil e, futuramente, podem ser 30. Não é demais?
Freire - Não.Os partidos políticos são uma expressão da cidadania e não decisão tutelada pelo Estado.Não há um número cabalístico que indique qual o limite para que se possa limitá-los ou restringí-los. Quem fez isso foi a ditadura, que decidiu que só poderiam existir dois partidos, a Arena e o MDB, em boa hora limitação superada pela redemocratização do país em 1985.


Panorama - Como o senhor definiria o PPS no intrincado jogo da política nacional?
Freire - O PPS é um partido da esquerda democrática,que tem no poder local e na radicalidade democrática seus pontos fundamentais. Para nós, a liberdade é uma necessidade imposta pelas condições de desenvolvimento hoje. Assim como a equidade, a distribuição justa da riqueza socialmente produzida. O partido defende a transparência nos atos governamentais, a melhoria da representação política e o saneamento dos desequilíbrios enormes entre os poderes da República e os níveis da Federação, dentre muitos outros compromissos com o país. O PPS é um partido das reformas de que o Brasil tanto necessita para construir a sociedade mais justa e igualitária.


Panorama - Ser presidente da República ainda faz parte de seus sonhos?
Freire - Não podemos tratar esse sonho como algo de um indivíduo. Tem que ser minimamente de uma coletividade política, tal como ocorreu comigo e o PCB em 1989.

http://portal.pps.org.br/portal/showData/211815

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Re: A farra dos petistas encastelados no poder.

#178 Mensagem por Carnage » 07 Set 2011, 14:58

florestal escreveu:Leiam a entrevista de Roberto Freire, deputado pelo PPS de São Paulo, concordo com ele em gênero, número e grau.
Sério? Se você não falasse...


Repito uma pergunta, caro florestal, de outra forma:

Você não considera uma farsa um partido que se diz de esquerda, ou melhor, que se diz ser a verdadeira esquerda, se aliar intestinalmente com partidos de direita e centro direita como o DEM e o PSDB???

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Re: A farra dos petistas encastelados no poder.

#179 Mensagem por roladoce » 07 Set 2011, 21:13

Carnage escreveu:
florestal escreveu:Leiam a entrevista de Roberto Freire, deputado pelo PPS de São Paulo, concordo com ele em gênero, número e grau.
Sério? Se você não falasse...


Repito uma pergunta, caro florestal, de outra forma:

Você não considera uma farsa um partido que se diz de esquerda, ou melhor, que se diz ser a verdadeira esquerda, se aliar intestinalmente com partidos de direita e centro direita como o DEM e o PSDB???
Não adianta discutir com fanáticos politicos..

So tricampeão..outro fanatico pra ter paciencia!!

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A farra dos petistas encastelados no poder.

#180 Mensagem por florestal » 08 Set 2011, 21:31

Carnage escreveu:
florestal escreveu:Leiam a entrevista de Roberto Freire, deputado pelo PPS de São Paulo, concordo com ele em gênero, número e grau.
Sério? Se você não falasse...


Repito uma pergunta, caro florestal, de outra forma:

Você não considera uma farsa um partido que se diz de esquerda, ou melhor, que se diz ser a verdadeira esquerda, se aliar intestinalmente com partidos de direita e centro direita como o DEM e o PSDB???

Essa é uma pergunta tola e que pretende insinuar que a direita tem de ficar com a direita e a esquerda com a esquerda. Errado!!!

O PT é um partido que traiu toda a sua trajetória, uma vez no poder assumiu uma postura econômica de direita e um discurso populista de esquerda para enganar o povão, afora a corrupção, evidentemente. O PPS está onde sempre esteve e faz oposição de esquerda ao PT, enquanto o DEM faz oposição de direita (é preciso notar que o César Maia, presidente do DEM, esteve exilado durante a ditadura e originalmente pertencia ao PDT, hoje acredita no reformismo neoliberal). Já o PSDB possui uma fundação pregada na centro-esquerda, mas, por falta de militantes, fluiu para a direita. Simples assim.

Os coronéis nordestinos, a direita arcaica, todos estão com o PT: Sarney, Collor e outros.

O PT sempre possuiu um discurso de esquerda, mas sua prática sempre foi de direita e no poder passou a praticar e justificar a corrupção. HOJE, o PT quer apenas usufruir das benesses do poder e enganar o povão!

Assim, está plenamente justificada a posição do PPS. Esquerda é algo que precisa ser construído no Brasil!

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