"ESSE É O CARA"

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Tiozinho50
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#181 Mensagem por Tiozinho50 » 10 Jul 2009, 17:52

Caro locatário, creio que o Obama deva ter estagiárias melhores que as do Clinton.

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#182 Mensagem por Carnage » 15 Jul 2009, 10:19

http://noticias.uol.com.br/bbc/2009/07/ ... u2650.jhtm
09/07/2009 - 12h48
Obama pede que Lula ajude a convencer Irã a abandonar programa nuclear

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que use sua influência para tentar convencer o Irã a abandonar o seu programa nuclear.

Segundo o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, o assunto foi tratado no encontro de meia hora entre os dois presidentes na manhã desta quinta-feira em Áquila, na Itália, onde acontece a reunião anual da cúpula do G8, o grupo dos oito países mais industrializados do planeta.

Lula se encontrou com Obama no dia seguinte à sua reunião com membros do G5 (Brasil, México, China, Índia e África do Sul), na quarta-feira. Mais tarde, eles se reveem na cúpula do G8 (Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Japão e Rússia) com o G5.

O presidente americano teria afirmado que, como um parceiro comercial próximo do Irã, o Brasil teria condições de exercer uma influência para impedir que o país consiga desenvolver armas nucleares.

Os líderes do G8 afirmaram durante o encontro em Áquila que o Irã não deve buscar o desenvolvimento de armas nucleares.

O Irã, que não participa da reunião, argumenta que seu programa nuclear tem fins pacíficos e nega ter a intenção de desenvolver armas atômicas.

O assessor especial de Lula para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, confirmou que a questão do Irã foi levantada por Obama durante a conversa entre os dois presidentes, mas disse que não houve nenhum tipo de censura do líder americano sobre a relação próxima entre os governos brasileiro e iraniano.

Ele também disse que Obama não mencionou durante o encontro o convite brasileiro para a visita ao país do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad.

Uma visita programada para pouco antes das eleições presidenciais do mês passado, nas quais Ahmadinejad conquistou uma contestada reeleição, acabou sendo cancelada na véspera, mas o governo brasileiro diz que o convite para a visita do líder iraniano ao país ainda está mantido.

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Roy Kalifa
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#183 Mensagem por Roy Kalifa » 15 Jul 2009, 10:43

Acho que o Obama agiu certo, afinal de contas Lula é o cara, e está com bom cartaz internacionalmente.
Quem sabe ele amolece o líder iraniano.

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Carnage
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#184 Mensagem por Carnage » 17 Jul 2009, 11:40

Eu jamais achei que o Lula fosse tudo isso. Mas parece que o resto do mundo tem pensado diferente.

No começo, eu só ficava inconformado com as pessoas criticando o cara, dizendo que era um analfabeto incompetente, como se falar usando a concordância correta fosse a única prova de inteligência de uma pessoa.
Lula pode ser muitas coisas, até mesmo um nível de inescrupuloso, como demonstrou ao abraçar o Collor estes dias, mas burro ele nunca foi.

E se não fez um governo lá essas coisas, pelo menos fez um bem melhor que os medíocres que o antecederam. E se faz coisas que certamente nos envergonham de vez em quando, com certeza tem feito muito pra deixar o Brasil com orgulho. E isso não pode ser negado frente ao que tem acontecido lá no exterior e ao jeito como ele tem sido percebido pelo mundo.

E se erra na concordância, com certeza não tem errado assim no que fala, senão a matéria abaixo não teria nem sido escrita.

Agora é que o FHC, com sua impáfia, vai ficar tentando morder os cotovelos de raiva:

http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2 ... 3876-1.htm
A conquista do mundo
Prêmio e elogios dão a Lula vantagem para vislumbrar carreira internacional


Claudio Dantas Sequeira

CARISMA Lula, sob aplausos: de olho no Nobel da Paz

Vários presidentes sonham com uma carreira internacional ao final de seus mandatos. No Brasil, nenhum deles conseguiu realizar a façanha. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que nunca manifestou interesse em seguir este caminho e repete sempre que pretende voltar para São Bernardo do Campo, tem tudo para conquistar o mundo. Na terça-feira 7, ele recebeu da Unesco o prêmio Félix Houphouët-Boigny por sua gestão a favor da paz e da justiça social. Durante a cerimônia de premiação, em Paris, ganhava força nas rodas de conversas a indicação de Lula ao Nobel da Paz. (eu não sei exatamente porque isso, mas que é importante e muito bom para o Brasil, é) Embora a candidatura já tenha sido cogitada em outras ocasiões, é a primeira vez que o nome do presidente surge acompanhado de uma estatística: cerca de um terço dos homenageados com o "Félix" levou para casa meses depois o Nobel, como ocorreu com Nelson Mandela, Yitzhak Rabin e Yasser Arafat. Mas esta não é a única indicação da possibilidade de uma carreira no Exterior para Lula. Junto com a medalha e os US$ 150 mil do prêmio, o presidente colheu também elogios dos homens que realmente decidem quem ocupa os cargos importantes nos organismos internacionais.

"A crise econômica abriu uma agen da internacional que não estava nos planos do presidente", disse um ministro brasileiro à ISTOÉ. "Agora a decisão dele é aproveitar esse espaço porque ele projeta o Brasil lá fora e traz retorno político e econômico." Depois de ser chamado de "o cara" pelo presidente americano Barack Obama e do apoio explícito do francês Nicolas Sarkozy, vários outros líderes e chefes de Estado passaram a elogiar Lula. Presente à cerimônia da Unesco, o primeiroministro português, José Sócrates, alçou Lula ao rol dos estadistas. "Uma das personalidades mais admiradas e respeitadas do mundo", disse. Para Sócrates, o brasileiro se destaca por uma "obra concreta", e citou os programas Fome Zero e Bolsa Família.

Antigos rivais também se transformaram em aliados. O americano Robert Zoellick, presidente do Banco Mundial, resolveu apoiar a ideia de Lula de fortalecer a instituição dando mais poder aos países emergentes. Logo Zoellick, que, numa reunião da OMC em 2003, pediu aos países pobres que não fizessem discursos longos. Lula aproveita o assédio para emplacar o debate sobre a reforma das organizações internacionais e do sistema financeiro. Um aliado de primeira hora nessa empreitada é Sarkozy. Os dois se reuniram na quartafeira 8, em Paris. Conversaram sobre a parceria estratégica na área de defesa e acertaram uma posição comum para o encontro do G-8, no dia seguinte, em L' Áquila, na Itália.

Na discussão entre os presidentes, Lula disse que o G-8 já não tem legitimidade e que é preciso ampliá-lo. Ao que Obama respondeu com um tom conservador, alegando ser difícil convencer os demais países desenvolvidos a ceder espaço aos emergentes. Sarkozy então pediu a palavra: "Caro Obama, entendo perfeitamente que tenhamos dificuldade para mudar, pois não sabemos ainda o melhor formato. Mas acredito que seja bom começar com a inclusão de 2,5 bilhões de pessoas." O presidente francês se referia ao total da população do G-5, formado por China, Índia, Brasil, México e África do Sul.

Recentemente, durante a reunião da OEA, que decidiu pela reintegração de Cuba, Obama ligou para Lula para se aconselhar. Na quinta-feira 9, Lula presenteou Obama com uma camisa da Seleção Brasileira e falou sobre a partida em que o Brasil venceu os EUA por 3x2. Disse que, diante do risco de derrota, repetiu várias vezes o slogan da campanha de Obama: "Sim, nós podemos." E o jogo acabou virando. "Vamos dar o troco", rebateu o americano.


Lula também mantém uma relação amistosa com o premiê britânico, Gordon Brown. Dentre os emergentes, tem grande simpatia pelo indiano Manmohan Singh e pelo chinês Hu Jintao. "Quando está com Hu, Lula o pega pelo braço e o trata como se fosse um velho amigo", diz um assessor. Para Alcidez Costa Vaz, professor do Instituto de Relações Internacionais da UnB, a popularidade de Lula é resultado de uma agenda ajustada à nova dinâmica internacional, além do carisma e de uma diplomacia presidencial ativa.

"Quando deixar a Presidência, Lula deve levar consigo boa parte desse crédito", afirma Vaz.

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#185 Mensagem por Carnage » 21 Jul 2009, 11:58

http://tribunadonorte.com.br/ultimasnot ... 16628.html
Dilma Rousseff terá encontro com Barack Obama
20/07/2009 - 21h53 - TN Online

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, terá encontro reservado amanhã (21) com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em Washington, acompanhada da delegação brasileira, que participa da 4ª Reunião do Fórum Brasil-Estados Unidos de Altos Dirigentes Empresariais. O fórum será encerrado por Obama. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, também integra a delegação.

De acordo com nota da Casa Civil, eficiência energética e estímulos aos investimentos são alguns dos temas do evento. Criado em 2007, o fórum é composto por dez empresários de cada país. Do lado brasileiro, estão os dirigentes da Gerdau, Vale, Embraer, Coteminas, Odebrecht, Votorantim Participações, Sucocítrico Cutrale, Camargo Côrrea, Stefanini IT Solutions e do Banco Safra.

A última reunião do fórum ocorreu em outubro de 2008, em Brasília, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o anfitrião.

Fonte: Agência Brasil

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#186 Mensagem por Carnage » 22 Jul 2009, 15:59

http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/ ... ia-x-lula/
20/07/2009 - 23:43
Le Figaro e a guerra mídia x Lula
Por Pablo Simpson

Caro Nassif,

Saiu um texto sobre Lula no Figaro, jornal mais da direita francesa. Nele, o diagnóstico sobre nossa imprensa (os conflitos com o governo, a perda de credibilidade e de tiragem, etc) embora curto, é preciso. Envio-o em tradução que fiz rápido.

A fonte está aqui: clique aqui.

Lula, novo editorialista dos jornais brasileiros,
Lamia Oualalou - Figaro 20/07/2009


Os rumores mais disparatados correm sobre o futuro de Luiz Ignácio Lula da Silva. O presidente brasileiro, que goza de uma popularidade de mais de 80% em seu país, não pode se reapresentar às eleições em outubro de 2010. No Brasil, os eleitos não permanecem no posto mais de dois mandatos consecutivos. Diplomatas asseguram que ele estará à frente do Banco Mundial, tornando-se o primeiro não-americano a ocupar o posto. Outros já resolveram: ele será o próximo secretário geral da Organização das Nações Unidas, uma vez que não é certo que o coreano Ban Ki-moon se reengaje num segundo mandato. Enquanto isso, Lula abraçou uma carreira paralela, a de “super-editorialista” da imprensa popular brasileira.

Desde 7 de julho, o ex-trabalhador metalúrgico responde, cada terça-feira, a três questões de leitores sobre a gestão do país ou as condições de vida. Em torno de 115 jornais populares pediram para serem associados à operação. Distribuídos por 85 cidades, eles encaminham as questões de seus leitores e põem no papel as respostas como quiserem. Mas o texto final deve ser publicado integralmente, sem retoques. O título da coluna é igualmente imposto: “O Presidente responde”.

No último artigo publicado, João Paulo Passos, de 27 anos, interpela o chefe de Estado quanto à alta da carga tributária. Lula responde alternando pedagogia e paternalismo. Explica que a carga fiscal brasileira é “muito inferior a de países como a Bélgica, a Suécia e a Dinamarca, admirados pelos benefícios sociais que concedem”. Conclui que “os impostos servem para financiar os programas que geram o crescimento, o emprego e a inclusão social”.

O primeiro mandato de Lula (2003-2007) foi marcado pelas relações bem delicadas com os grandes jornais do país. A maioria deles adotou a causa da oposição carente de líderes, notadamente às vésperas da eleição de 2006. Sem jeito, Lula evitava o quanto podia dar entrevistas e coletivas de imprensa. “Isso mudou no segundo mandato, Lula fala, mas se concentra na imprensa popular e regional”, explica seu ministro da Comunicação, Franklin Martins.

Essa escolha parte da constatação de que a “grande imprensa” está em queda livre. Seus principais expoentes, o Estado de São Paulo, a Folha de São Paulo e O Globo no Rio de Janeiro perderam, respectivamente, 16,93%, 10,84% e 7,75% da tiragem entre abril de 2008 e 2009. A Folha, que vendia 430.000 exemplares em 2000, distribui hoje menos de 290.000. “Esses jornais circulam cada vez menos no seio de uma elite bastante reduzida”, analisa Venício Lima, professor de comunicação na Universidade de Brasília.

Os jornais populares e regionais vão, em contrapartida, de vento em popa. Aproveitam-se da alta dos salários e do nível de educação registrado nesses últimos anos. Mesmo nas mãos de caciques pouco favoráveis ao governo, levam à frente sua política e suas declarações, pois Lula faz vender papel. Para Israel Bayma, consultor da Câmara dos Deputados em Brasília, o alcance dessa mudança de rumo permanece no entanto limitado : “Na televisão e na rádio, Lula não fez nada para atacar os monopólios. Quantas pessoas lêem jornais nesse país?” Reconhece, contudo, que a medida deverá beneficiar Dilma Roussef, a herdeira de Lula. “Isso vai lhe permitir fazê-la conhecida dos movimentos sociais em todo o país”, continua. Os leitores ainda não perguntaram nada sobre isso.

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#187 Mensagem por Carnage » 24 Jul 2009, 10:42

http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/80-a-6/
80% a 6%

Atualizado e Publicado em 23 de julho de 2009 às 12:44

por Emir Sader, no Correio Brasiliense

O governo Lula é um horror, dos piores que o Brasil já teve. Surfou na estabilidade monetária que FHC implantou, nas políticas sociais que dona Ruth havia iniciado e numa situação internacional favorável para, com sorte, ter ventos favoráveis. Ainda assim, o Brasil cresceu menos do que a China e outros países emergentes, não aproveitou tudo o que podia naquela conjuntura. Ai chegou a crise, Lula subestimou-a, demorou para tomar medidas, apesar disso seguiu aumentando o gasto publico, quando deveria incrementar o ajuste fiscal, diminuir as despesas da administração, suspender ou cancelar os prometidos aumentos de salários dos funcionários públicos, suspender ou cancelar obras do Pac — em suma, reimpor a austeridade fiscal que FHC implantou.

O governo aparelha os cargos públicos, usa empresas estatais como a Petrobras para financiar projetos do PT e da CUT, acoberta a corrupção do PMDB para tê-lo como aliado nas eleições presidenciais de 2010, lança uma candidata sem experiência política, faz campanha em torno das realizações do governo.

O governo privilegia alianças com os países pobres — da América Latina e do Sul do mundo —, prefere ser líder dos atrasados, ao invés de privilegiar alianças com os países desenvolvidos. Faz concessões a países vizinhos como a Bolívia, a Venezuela, que desenvolvem políticas populistas, afetam nossos interesses, colocam em risco a democracia nesses países — como o que ocorre com a imprensa privada na Venezuela ou com os estados da meia lua na Bolívia.


Essas cantilenas ouvimos e lemos todos os dias nos jornais, rádios e televisões. Podem parecer coerentes a alguns. Mas somente 6% da população, mesmo em tempos de crise econômica, apoia essas posições. Baixíssima produtividade dos que produzem e reproduzem essas cantilenas. 80% acham outra coisa, apesar de não dispor dos argumentos favoráveis, porque a imprensa não reproduz as razões das políticas governamentais.

O povo não está de acordo com afirmações que se insiste fazer passar como consensos nacionais, mas que correspondem aos interesses de setores minoritários do país, como as de que “gastar dinheiro com pobre não vale a pena”, de que “o Estado deve cobrar menos impostos”, “o governo deve ter menos participação na economia”, “o governo não deve contratar mais funcionários”, entre outras .

O povo se dá conta de que os gastos com políticas sociais favorecem a grande maioria, promovem a justiça social, um Brasil para todos. O povo percebe que a tributação significa colocar dinheiro nas mãos do Estado para fazer essas políticas, que buscam compensar as desigualdades e injustiças produzidas pelo mercado. O povo sabe que o Estado intervém na economia para promover o desenvolvimento econômico, para distribuir renda, para defender os interesses nacionais. O povo se dá conta de que os funcionários públicos contratados pelo governo são, em sua grande maioria, professores para as escolas públicas, médicos, enfermeiras, dentistas, para o serviço público de saúde, fiscais para controlar as normas de funcionamento da economia e da sociedade em geral, são pessoas para atender aos serviços que o Estado oferece à população.

São duas concepções de Brasil que se chocam cotidianamente na imprensa e o povo tem se decidido, por 80% a 6%, a favor de uma delas, a de um Brasil para todos e não apenas para alguns, como tinha sido ao longo de tanto tempo.

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#188 Mensagem por Carnage » 29 Jul 2009, 14:52

http://www.observatoriodaimprensa.com.b ... =548IMQ003
DILMA EM WASHINGTON
A manchete que a imprensa escondeu

Por Maurício Caleiro em 28/7/2009

Imagine o seguinte acontecimento: dois ministros de Estado de um grande país latino-americano – um deles candidato a presidente nas próximas eleições – viajam a Washington para um fórum econômico de cúpula que reúne os assessores para Segurança Nacional dos EUA, Jim Jones, e o para Assuntos Econômicos Internacionais, Michael Froman, além de 20 representantes de algumas das maiores empresas e grupos financeiros dos dois países, como Coca-Cola, Motorola, Cargill e Citibank. O presidente norte-americano Barack Obama decide prestigiar o evento, dele tomando parte por cerca de meia hora.

À saída, não apenas o ministro-candidato anuncia o "forte apoio" de Obama à intensificação do comércio entre os dois países e ao combate mútuo ao protecionismo, mas o próprio presidente dos Estados Unidos, que a princípio não deveria se pronunciar (na verdade, sequer costuma participar de reuniões desse tipo), faz questão de dar uma declaração, na qual enfatiza a importância da relação bilateral entre os dois países.

Desnecessário dizer que, em linguagem diplomática, o "gesto espontâneo" de Obama tem significado claro: sinaliza a primazia do tal país latino-americano como parceiro regional. Como a confirmar tal significado, ato contínuo o influente Council on Foreign Relations divulga nota em que sugere olhar o tal país latino-americano "como intermediário em questões de segurança regional", pois ele "está aprendendo a equilibrar diplomacia comercial e política de modo sem precedentes".

No dia seguinte, obviamente, o assunto domina as manchetes dos grandes jornais e é explorado à exaustão pelo noticiário televisivo do país latino-americano. Nas edições imediatamente seguintes, economistas, cientistas políticos e experts em profusão debatem as implicações, imediatas e a médio prazo, do encontro de cúpula em Washington, avalizado por ninguém menos do que o presidente da (ainda) maior potência mundial.

A imprensa descompromissada

Acontece que o país latino-americano em questão é o Brasil, um lugar em que a imprensa, em sua maioria, tem simplesmente abdicado de seu papel de informar e questionar, preferindo agir como partido político. Para piorar, liderou a missão brasileira em Washington a ministra-candidata Dilma Rousseff, contra quem até fichas policiais falsas foram utilizadas na tentativa de infamá-la. Portanto, ao invés de manchetes, esquálidos parágrafos; no lugar de debates, um epifânico silêncio. A se basear na "grande imprensa" nativa, é quase como se os desdobramentos surpreendentemente positivos do Fórum de CEOs Brasil-EUA da segunda-feira, 21 de julho, não tivessem ocorrido.

Mas, além da imprensa norte-americana – que publicou dezenas de artigos e análises sobre o encontro –, boa parte da mídia internacional demonstrou-se muito mais atenta ao caso, fornecendo até detalhes do evento e estendendo a cobertura aos encontros de Dilma com o secretário do Tesouro norte-americano, Tim Geithner, com o assessor econômico de Obama, Larry Summers, e com o secretário de Comércio, Gary Locke, este ocorrido no encontro entre as Câmaras de Comércio dos dois países, pela ministra coordenado.

A imprensa latino-americana, em especial, revelou-se muito mais interesse do que os jornais brasileiros. O DiarioCritico, do México, publica uma alentada reportagem, com farta informação e direito a foto da ministra; o Buenos Aires Herald chega a ser mais específico, assinalando que "os CEOs recomendaram que os EUA eliminassem suas tarifas para importação do etanol, mudança que beneficiaria o Brasil, mas que enfrenta grande oposição dos plantadores de milho norte-americanos". De acordo com a agência de notícias Ansa Latina, um porta-voz norte-americano teria declarado que "Washington e Brasilia nunca tiveram uma relação tão `forte´ e que isso se deve à afinidade de opiniões entre os mandatários".

A declaração de Dilma Rousseff de que ambos países devem trabalhar com "ênfase especial" em áreas relacionadas a biocombustíveis e cooperação científica e tecnológica foi destacada em matéria do site Mendonza On Line, que também ouviu o secretário de Comércio Locke. Ele, por sua vez, ressaltou a "sociedade" entre os dos países, em particular para incentivar investimentos privados no Haiti e em várias nações africanas. Até a imprensa de países que não estão sequer na esfera geopolítica do tema, como França e Alemanha, deram mais atenção à cúpula do que a imprensa brasileira. O site informativo francês Autorecrute salientou na cobertura que "O comércio bilateral entre Estados Unidos e Brasil aumentou para 63,4 bilhões de dólares em 2008". Pelo jeito, atingimos um ponto em que, por vezes, devido a interesses essencialmente políticos, a mídia mundial interessa-se mais por questões brasileiras do que a própria mídia nativa...

Desinteresse ostensivo

No Brasil, o desinteresse foi ostensivo, Nos jornalões, nenhuma manchete de capa. Fotos? A única que este observador deve a oportunidade de ver – autêntica, e não referente ao encontro anterior entre Obama e Dilma, em que a ministra era parte da entourage de Lula, e que foi utilizada para ilustrar diversas matérias internacionais – estava, um tanto surpreendentemente, no portal Yahoo. O Estado de S.Paulo e os menos prestigiados Diário do Comércio e Correio do Povo ainda produziram uma matéria de uma lauda cada um, escondidas longe das manchetes.

A cobertura mais ardilosa foi, uma vez mais, da Folha de S.Paulo, que se valeu de um expediente editorial que se tem tornado recorrente no jornal quando quer "esconder" uma notícia: utilizar títulos que simplesmente não permitem ao leitor correlacioná-los ao tema que tratam. Desta vez, a titulagem não dá a mínima margem para que o leitor adivinhe que a matéria é sobre o evento de comércio binacional: "Petrobras pode assumir todos os blocos do pré-sal, diz Dilma". O texto do usualmente bem informado e eclético Sérgio Dávila é um primor de dissimulação e contradições. Vejamos:

"À tarde, enquanto o grupo se reunia na sala do assessor de Segurança Nacional obamista, James Jones, o presidente Barack Obama apareceu no local.

Segundo relatos, ele foi simpático, mas protocolar. Perguntou aos empresários as principais dificuldades nas relações bilaterais. Disse que o país era parceiro estratégico não só em questões bilaterais mas também em regionais e globais e ressaltou a intenção de aprofundar a colaboração em biocombustíveis, na ajuda à África e ao Haiti e no combate à mudança climática."

Relevemos que "assessor de Segurança Nacional obamista" e "assessor de Segurança Nacional dos EUA" – como a imprensa internacional se refere ao ocupante do cargo – sugerem coisas e posições hierárquicas consideravelmente diferentes, e que a duvidosa primeira denominação não permite, a priori, afirmar que Jones "ocupa uma das posições mais poderosas no país", como atestou, quando da nomeação de Jones, a Time Magazine. A denominação oficial do cargo é National Security Adviser, e não inclui, é claro, nenhuma referência a Obama. Parece-me lícito deduzir que seu ocupante, embora naturalmente nomeado pelo presidente, serve contratualmente ao país. O que vocês acham?


Boa vontade analítica

Como mais uma demonstração de boa vontade analítica, participemos também, como faz o colunista, da brincadeira de fazer de conta que Obama "apareceu" no local. Afinal, é divertido supor que o presidente dos EUA gosta de enlouquecer sua entourage e o Serviço Secreto, improvisando seus atos a todo momento.

Agora, a sério, vamos à pergunta que não quer calar: Obama teria sido "simpático, mas protocolar"? A descrição da performance do presidente norte-americano no encontro, perpetuada no próprio texto de Dávila, contradiz a afirmação que o jornalista faz na abertura do parágrafo. Senão, vejamos: um dos homens mais poderosos do mundo adentra, alegadamente por vontade própria, uma reunião de cúpula, enche os empresários de perguntas, ressalta a intenção de aprofundar colaboração com o Brasil em nada menos do que quatro áreas estratégicas e faz ainda questão de afirmar (em público, o que a matéria omite) que o país é "parceiro estratégico não só em questões bilaterais mas também em regionais e globais" – e tudo isso é ser protocolar? O que o colunista esperava, que Obama sapecasse uns beijos na Dilma?


A Folha oferece, ainda, uma sub-retranca que, uma vez mais, repete o truque da titulagem dissimulatória, dessa vez não permitindo sequer que se deduzisse qualquer interação com entes diplomáticos brasileiros: "Empresário dos EUA condenam tarifa ao etanol".

Mesmo na blogosfera a cobertura foi decepcionante, a ponto de Luís Nassif transformar em post o comentário do internauta Clovis Campos protestando: "Nenhuma informação em lugar nenhum". Nos 42 comentários que se seguem ao post, nenhum link para blog sobre o tema, com a exceção óbvia dos para-oficiais (intitulados "os amigos do presidente Lula" e, falta de imaginação, "os amigos da presidente Dilma"). No restante da blogosfera, há reproduções de despachos de agências e das matérias citadas acima, mas se encontram – com o perdão do trocadilho – virtualmente ausentes textos críticos. O Blog Por Simas ao menos conseguiu difundir a lista das empresas brasileiras que tomaram parte do encontro, ausente das reportagens: "Gerdau, Vale, Embraer, Coteminas, Odebrecht, Votorantim Participações, Sucocítrico Cutrale, Camargo Côrrea, Stefanini IT Solutions e Banco Safra".

Ciclo de omissões

É lícito lembrar, ainda, que esse ciclo de omissões ocorreu no meio de uma semana particularmente pobre de grandes assuntos, na qual, estivesse o jornalismo brasileiro funcionando em condições normais de temperatura e pressão, tais fatos diplomático-comerciais teriam tudo para ser manchete dos grandes jornais, com destaque para a tradicional fotografia dos protagonistas se cumprimentando – afinal, trata-se, no mínimo, de um momento histórico para o comércio entre os dois países.

Como explicar essa omissão da mídia ante um fato notório por si mesmo e que fornece tantos elementos para a discussão das relações Brasil/EUA e do realinhamento geopolítico do país em relação ao continente americano?


Há três hipóteses principais:

1. O fato não é relevante a ponto de merecer a devida atenção de nossa mídia, ocupada com denúncias mais sérias;

2. Nossa mídia é incompetente, e não foi capaz de avaliar a importância de um encontro de cúpula entre a nata do empresariado norte-americano e brasileiro com a alta burocracia dos dois países, nem de apurar que o presidente dos EUA participaria do encontro e a seu respeito se pronunciaria publicamente, conferindo-lhe importância diplomática incontestável;

3. Nossa mídia deliberadamente boicotou o evento por motivações políticas, preferindo omitir de seus leitores informações de extrema relevância para o futuro do país. Por quê? Por ser este comandado por uma ministra que é a principal opção eleitoral das forças políticas as quais, como se partido político fosse, essa mesma mídia tem sistematicamente repelido.

Passado condena grande imprensa

Vamos por eliminação: os caros leitores que têm fresca na memória as reportagens de capa (e com direito a fotos) dos grandes jornais com Pedro Malan e Armínio Fraga – de sobretudo, é claro – se reunindo com algum sub do sub do sub em Washington, que proliferaram durante as presidências de Fernando Henrique Cardoso, sabem que, devido ao número e à patente das autoridades envolvidas, o Fórum dos CEOs, vitaminado pela participação do presidente dos EUA é, comparativamente, muito mais importante. Mesmo porque significa o estabelecimento das bases para o redesenho das relações comerciais Brasil-EUA e o aval deste à estratégia de reposicionamento geopolítico do Brasil em relação ao resto do continente. Portanto, descartemos a hipótese 1.

Sobram, portanto, duas hipóteses, que não oferecem elementos para serem categoricamante descartadas a priori: a incompetência de nossa mídia ou sua omissão por razões político-eleitorais. Minha impressão pessoal é que, a despeito do atraso técnico e dos seguidos episódios de violação da ética jornalística (que não deixam de ser uma forma particularmente nociva de incompetência), esta última não é tão grave em nossa imprensa a ponto de ignorar um fato diplomático de primeira grandeza.

Mas deixo aos leitores a tarefa de julgarem por si mesmos, oferecendo, em contrapartida a tão dilacerante esforço, sábias reflexões do jornalista Perseu Abramo acerca da omissão na mídia, que ele interpreta como estratégia primordial dos grandes grupos de imprensa para desinformar e, assim, manipular o leitor/espectador. Em trecho citado no blog do de Altamiro Borges, trata-se, segundo Abramo, de "um deliberado silêncio militante sobre determinados fatos da realidade. Esse é um padrão que opera nos antecedentes, nas preliminares da busca da informação, isto é, no `momento´ das decisões de planejamento da edição, naquilo que na imprensa geralmente se chama de pauta... O padrão da ocultação é decisivo e definitivo na manipulação da realidade: tomada a decisão de que um fato `não é jornalístico´, não há a menor chance de que o leitor tome conhecimento de sua existência por meio da imprensa. O fato real é eliminado da realidade, ele não existe".

Se por leniente incompetência ou se por má-fé eleitoreira, o fato é que a cobertura acanhada e des-hierarquizada do encontro de Dilma e Obama, além de manter desinformado o público leitor que a mídia tem por obrigação informar, é indicadora de um estado de coisas e de uma perspectiva futura temerária. Pois, se para episódios aparentemente menos consequentes envolvendo Dilma Rousseff o método adotado foi esse – transformar uma possível manchete em um fato menor, quase um não-fato -, tem-se uma idéia do que pode vir a acontecer quando os ânimos se acirrarem ao longo do pedregoso caminho que leva às eleições de outubro do ano que vem.

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Roy Kalifa
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#189 Mensagem por Roy Kalifa » 01 Ago 2009, 10:32

Lula diz que quem critica o programa bolsa família é imbecil.

Como chefe de estado, este nosso presidente não tem postura para o cargo que ocupa.

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#190 Mensagem por FucaBala » 02 Ago 2009, 01:24

Roy Kalifa escreveu:Lula diz que quem critica o programa bolsa família é imbecil.

Como chefe de estado, este nosso presidente não tem postura para o cargo que ocupa.
Isto é relativo, caro Roy.
Não me esqueço nunca do comentário infeliz do FHC, em 1998, em relação aos que se aposentam antes dos 50 anos de idade, sendo que ele mesmo foi um.

Frases infelizes são ditas por todos eles. A cada dia que passa enxergo menos diferenças entre Lula e FHC.

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Roy Kalifa
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#191 Mensagem por Roy Kalifa » 02 Ago 2009, 12:30

FucaBala escreveu:
Roy Kalifa escreveu:Lula diz que quem critica o programa bolsa família é imbecil.

Como chefe de estado, este nosso presidente não tem postura para o cargo que ocupa.
Isto é relativo, caro Roy.
Não me esqueço nunca do comentário infeliz do FHC, em 1998, em relação aos que se aposentam antes dos 50 anos de idade, sendo que ele mesmo foi um.

Frases infelizes são ditas por todos eles. A cada dia que passa enxergo menos diferenças entre Lula e FHC.[/quote

É verdade. Até o modelo economico é igual...

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#192 Mensagem por Nazrudin » 02 Ago 2009, 13:40

Roy Kalifa escreveu: É verdade. Até o modelo economico é igual...
Ainda bem.

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#193 Mensagem por Roy Kalifa » 03 Ago 2009, 13:23

Os defensores deste governo sempre falaram que FHC privatizou tudo.

Só que o maior entreguista é o PT e o Sr. Lula: Entregou as refinarias da Petrobras em solo boliviano para a Evo Morales. Agora vai entregar mais dinheiro de Itaipu para aquele Bispo paraguaio safado....

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#194 Mensagem por Carnage » 03 Ago 2009, 16:01

Roy Kalifa escreveu:Agora vai entregar mais dinheiro de Itaipu para aquele Bispo paraguaio safado....
http://www.viomundo.com.br/voce-escreve ... -opinioes/
Itaipu: Algumas opiniões

Atualizado em 29 de julho de 2009 às 13:09 | Publicado em 29 de julho de 2009 às 13:06

22/04/2008 - 18h57
Da Folha de S.Paulo
com Folha Online

Entenda o tratado de Itaipu

A usina hidrelétrica de Itaipu é resultado de acordos entre Paraguai e Brasil, que ganharam impulso na década de 1960, entrando em operação em 1984.

A empresa pertence aos dois países em partes iguais. Pelo contrato de 1973, cada um tem direito a 50% da energia produzida. Caso uma das partes não use toda a cota, vende o excedente ao parceiro a preço de custo.

Como o Paraguai utiliza apenas cerca de 5% dessa energia --o que atende 95% da demanda do país--, o restante é vendido ao Brasil --no total, 20% da energia elétrica usada por aqui vem de Itaipu.

Pelo acordo, o Brasil paga atualmente US$ 45,31 por megawatt ao Paraguai, dos quais porém US$ 42,5 são abatidos da dívida que o Paraguai tem pela construção da usina, restando US$ 2,81 para uso do país vizinho.

Nessa operação, o Paraguai recebe, entre royalties e compensações, uma média de US$ 375 milhões anuais. Os paraguaios, porém, afirmam que, se vendessem a energia a valores de mercado, obteriam até US$ 1,8 bilhão.

O contrato tem essa forma porque o Brasil bancou sozinho a construção e, depois, a recapacitação da usina. Ao vender energia a preço de custo, o Paraguai está pagando a sua parte de Itaipu. A última "prestação" vencerá em 2023, quando está prevista a renegociação do contrato.

URL: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinh ... 4644.shtml

*****

28/07/2009

Para entender a oposição ao acordo sobre Itaipu

Por Zé Dirceu

A mídia e a retrógrada direita do Brasil praticamente não deram trégua ao governo brasileiro desde que o presidente Lula fechou no fim de semana passado, sem impasses e em negociações perfeitamente transparentes, acordo com o presidente Fernando Lugo em torno das demandas e reivindicações de nosso parceiro e sócio, o Paraguai, relativas à energia de Itaipu.

Desde então, nossa mídia pouco tem explicado sobre o acordo. Reduziu-o a pequenas notas no noticiário e concede-lhe espaço muito maior nas páginas editoriais e de opinião (artigos), mas numa linha de permanente crítica ao governo brasileiro.

Em nenhum momento reconhece os pontos positivos para o país obtidos na negociação - ela própria um avanço, em comparação com as tensões que marcaram os entendimentos no passado - e tenta passar a impressão de que nosso governo cometeu um crime de lesa-pátria contra o país.

Um editorial, o principal da página 3 do Estadão de hoje, sob o título "Em risco o Tratado de Itaipu", desnuda a questão. O editorial do jornalão paulista deixa claro: a questão não é Itaipu ou o tratado. Para eles, o problema é Lugo, é o Brasil ter conquistado um acordo com o chefe do governo paraguaio, um homem de esquerda com toda uma história de lutas progressistas em seu país.

Fica claro, então, por esse editorial de O Estado de S.Paulo, e por toda a postura seguida pela nossa mídia e pela direita, que se fosse um ditador de plantão, um corrupto e chefe do narcotráfico, estaria tudo certo. Mas fazer um acordo com o "conpañero" Lugo não pode, já que ele não responde aos interesses dos oligarcas e corruptos que sempre governaram o Paraguai.

Finalmente há a confissão e fica claro: nossa grande imprensa, a mídia conservadora, jornalões brasileiros à frente, está com saudades de Stroessner (o ditador militar, general Alfredo Stroessner que tiranizou o Paraguai durante décadas), que nunca reclamou dos termos do Tratado de Itaipu e nunca reinvidicou nada do Brasil, só o apoio à sua ditadura.

URL: http://www.zedirceu.com.br/index.php?op ... &Itemid=37

*****

Zero Hora, Porto Alegre
27 de julho de 2009

A cartola mágica, por Paulo Brossard

Semana passada foi fartamente divulgado que “O Brasil cede em Itaipu para beneficiar Lugo”. Ficou-se sabendo que seu presidente permitirá que o Paraguai venda livremente sua cota de energia de Itaipu no mercado brasileiro, quando pelo Tratado estava estipulado que a sobra não utilizada seria vendida à Eletrobrás. É de notar-se, outrossim, que os consumidores brasileiros, em suas tarifas de luz, pagam ao Paraguai cerca de US$ 200 milhões a título de royalties.

A proposta do presidente da República foi entregue ao governo paraguaio pelo nosso embaixador em Assunção e, segundo o governo, dispensaria ser submetida a exame do Congresso. Ocorre que o presidente se permitiu alterar cláusula do Tratado, quando este, entrando em vigor, se incorporou ao acervo legislativo do país. É lei. De certa forma a iniciativa era suspeitada, depois da sujeição aos abusos de Chávez da Venezuela, de Morales da Bolívia e de Correa do Equador. Ninguém ignora que o presidente tem sido generoso com seus hermanos e entre eles é cortejado.

Mas, no caso, há uma particularidade extremamente grave. Ao oferecer o que ofereceu a D. Lugo, o presidente Luiz Inácio pretendeu doar o que lhe não pertence, mas ao Brasil, e pretendeu dispor de cláusulas de um Tratado que, ratificado e promulgado, passou a fazer parte do direito positivo nacional, que o presidente não pode revogar a seu arbítrio; configura o que se chama “crime de responsabilidade”.

O fato em sua seca objetividade estampa que o presidente da República se permitiu, para mimosear o país vizinho, alterar unilateralmente o Tratado de Itaipu, em pontos maiores ou menores, pouco importa; o valor pago pela cessão de energia aumentará de US$ 120,3 milhões para US$ 360 milhões, e o Estado que custeou fartamente a construção da Usina se obriga a criar um fundo binacional e ao financiamento de uma linha de transmissão de Itaipu a Assunção, orçada em US$ 450 milhões. O presidente não pode fazer o que fez.

Assim procedendo igualou o Brasil a países em que a ordem legal não tem qualquer valor. Ainda mais! D. Lugo se contentará com o presente ou, digerido o regalo, voltará a reclamar o que lhe foi indeferido? Pode ser que sim, pode ser que não. Contudo, a posição do Brasil ficou debilitada. E o que é mais escabroso, porque quebrou a fé de um contrato. É um mau passo. Há mais, foi dito sem meias palavras que, se não atendido, D. Lugo não terminaria o mandato. É exato? Não é exato? Não posso responder.

O que me parece indúbio é que o presidente não beneficia o Brasil, com sua generosa complacência. Amigos do governo apressaram-se em acentuar que as inovações com que o Paraguai foi aquinhoado não alteraram o Tratado! Se os presentes oferecidos e aceitos não saíram do Tratado, teriam saído da cartola do Mágico? O presidente da República continua a distribuir presentes a seus confrades à custa de valores nacionais. O último ato de munificência é expressivo. O presidente pode fazer isso? Ele pode revogar dispositivo de lei federal? Ninguém o diria. Desenganadamente, não pode.

http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora ... ction=1012
http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/ ... de-itaipu/
27/07/2009 - 16:37
A geopolítica de Itaipu
Por Alberto Porém Jr.

Um contraponto ao massacre que vem sofrendo Lula e Lugo na questão sobre Itaipú vem do exterior. O NYT produz matéria com toda a seriedade que envolve o Brasil e seus parceiros na

América Latina.
Do Último Segundo
Acordo energético com Brasil impulsiona economia do Paraguai


27/07 - 08:28 - The New York Times

ASSUNÇÃO, Paraguai - Durante décadas, os paraguaios protestaram a respeito de sua parte do acordo advindo da construção de uma das maiores hidrelétricas do mundo ao longo da fronteira que compartilham com o Brasil, feito durante seu governo de ditadura.

Enquanto o Brasil utilizou a usina de Itaipu para ajudar a desenvolver suas cidades e indústrias, o Paraguai foi forçado a vender o excesso de sua capacidade para o país vizinho a preços preferenciais.
Fernando Lugo, ex-bispo católico que foi eleito presidente do Paraguai no ano passado, prometeu mudar isso, fazendo da renegociação de Itaipu uma de suas plataformas de campanha.

No último sábado, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, concordou em triplicar a renda do Paraguai de Itaipu ao permitir que o país venda sua energia ao Brasil a preço de mercado.

O acordo é uma transação enorme para o Paraguai, um dos países mais pobres da América do Sul. Além disso, é um impulso necessário para Lugo, que tem lutado contra a queda no apoio do Congresso e acusações de que gerou várias crianças quando era padre.

Para o Brasil, os cerca de US$ 240 milhões ao ano que concordou em pagar é um preço pequeno diante dos objetivos mais amplos de Lula em acalmar as tensões com seus vizinhos, enquanto reafirma a liderança do país na região e promove a integração regional.

“O Brasil não está interessado em crescer e se desenvolver se seus parceiros não crescerem e se desenvolverem”, disse Lula.

O Brasil há muito rejeitava a possibilidade de renegociação do acordo original da venda de eletricidade de Itaipu. Mas com Honduras em caos e o presidente Hugo Chávez da Venezuela continuando a espalhar sua influência política, Lula tentou administrar o desejo do Brasil de ampliar sua economia enquanto coordena as exigências nacionalistas de seus vizinhos, afirmaram políticos e analistas de risco.

“Todo o hemisfério está em jogo”, disse Riordan Roett, presidente do programa de Estudos Latino-Americanos da Universidade Hopkins. “Os brasileiros vão fazer de tudo para garantir os moderados e a esquerda democrática na América Latina. Eles claramente esperam que Lugo permaneça do lado brasileiro”.

O novo acordo também pede a construção de uma linha de eletricidade de alta capacidade à Assunção. A linha seria completada até 2012.

Lugo disse que a renda adicional financiará programas sociais, incluindo alívio de pobreza, cuidados médicos e nutrição para crianças em idade escolar. Ele espera que a aprimoração da infraestrutura criará empregos e atrairá investimento estrangeiro.


EU - Quando Luis Inácio ganhar o Nobel da Paz, vão dizer que a Onu faz parte do aparelhamento petista-chavista… rsrsrsrsrs….

Por Ronaldo Bicalho

Prezados colegas,

Há dois meses, eu coloquei uma postagem no meu blog no portal do Luis Nassif, no qual discutia as questões envolvidas na discussão sobre Itaipu e fazia um pequeno histórico sobre as dificuldades encontradas nas negociações iniciais sobre a construção da usina.

O texto chama a atenção sobre as dificuldades envolvidas na compatibilização da política energética com a política externa do páis. Este tema não é fácil para nós, principalmente quando a gente lembra da nossa tradição autárquica quando lidamos com o tema da garantia do suprimento.

O link é o seguinte:

Itaipu: uma questão que vai além do setor elétrico: http://blogln.ning.com/profiles/blogs/i ... ao-que-vai
http://ultimosegundo.ig.com.br/economia ... 53906.html
O Paraguai e a ajuda brasileira

29/07 - 07:00 - Luís Nassif, colunista do Último Segundo

É tolice misturar a atual ofensiva brasileira – aproximando-se do Paraguai através de concessões no Tratado de Itaipu – em qualquer arco de esquerda que eventualmente esteja em formação.
Não se trata de uma ação específica de Lula, mas da diplomacia brasileira. E tem como objetivo principal esvaziar a ofensiva diplomática do presidente venezuelano Hugo Chávez no continente. É um jogo com profundos significados futuros.

***

Historicamente a América Latina sempre foi área de influência dos Estados Unidos. Ao longo do século 20, à parte uns namoricos com o Eixo, Brasil e Argentina, Vargas e Perón disputaram influência junto ao governo americano.

De sua parte, a diplomacia norte-americana sempre tratou de preservar o equilíbrio entre os dois parceiros, para não estimular uma competição perigosa.

***

De uns anos para cá, houve uma conjugação de eventos que mudou o panorama geopolítico na região. Um, o próprio encolhimento da influência norte-americana, principalmente após o fracasso das chamadas experiências neoliberais no continente.

***

De sua parte, a Venezuela amargou um desastre neoliberal terrível, que lhe custou uma crise bancária enorme, o fracasso de uma tentativa social-democrata de reerguer o país, e o advento de Hugo Chávez e seu “socialismo do século 21”.

E aí se entra em um jogo complicado. O fracasso dos modelos neoliberais na distribuição de renda e na inclusão social abriu espaço para novas experiências no continente. Hoje em dia, estão claramente postas na mesa as alternativas venezuelana e brasileira.

***

A ofensiva de Chávez foi contida pela queda nos preços do petróleo, mas não desapareceu. Ele aposta no socialismo do século 21, criou o Partido Socialista Unido da Venezuela em 2004, os Conselhos Comunais em 2006, reforçou o nacionalismo, deu apoio amplo a países com governos de esquerda mais radical. Criou a Petrocaribe e a ALBA (Alternativa Bolivariana para a América Latina e Caribe).

***

Nesses anos todos, o governo Lula tem se constituído na alternativa democrática de quebrar paradigmas, de valorizar a estabilidade econômica e política, visando um processo lento porém consolidado de inclusão social.

É uma estratégia que enerva, especialmente na condescendência com a política monetária do Banco Central.

Mas, no âmbito do continente, a diplomacia brasileira tem sido fundamental para que a Bolivia de Evo Morales – e a própria Venezuela, de Chávez – não enveredem pelo populismo alucinado que destruiu tantas democracias latino-americanas. Com Morales, Lula tem se comportado como o irmão mais velho, ajudando, puxando as orelhas, impedindo atos heróicos inúteis. Na outra ponta, Chávez botando fogo.

***

Com a eleição de Fernando Lugo para presidente do Paraguai, esse conflito veio parar no quintal do Brasil.

A ajuda do Brasil não deveria se limitar a essa revisão do Tratado de Itaipu, mas a um programa que, contribuindo para desenvolver o país, o livrasse definitivamente do risco de aventuras populistas ou de continuar submetido ao crime organizado. E com contrapartidas que permitissem ganhos ao Brasil.
http://www.viomundo.com.br/opiniao/quem ... -o-brasil/
Quem ganha é o Brasil

Atualizado e Publicado em 27 de julho de 2009 às 17:46

por Luiz Carlos Azenha

Acabo de completar uma viagem de mais de 40 dias pela África. Comecei por Moçambique, passei pela África do Sul e por Botsuana e terminei na Namíbia.

A África do Sul desempenha, na África, um papel relativamente parecido com o do Brasil na América do Sul. É a potência regional. As grandes empresas sul africanas se expandem além fronteiras. O capital sul africano financia projetos em países vizinhos.

Mas a situação da África do Sul é menos confortável do que parece. Os governos pós-apartheid não deram conta de atender às demandas sociais, que são imensas. A renda continua altamente concentrada nas mãos da minoria branca. As terras, também.

No ano passado o país viveu espasmos de violência. As vítimas foram os imigrantes. Há mais de cinco milhões de imigrantes ilegais que vivem na África do Sul vindos da vizinhança, especialmente do Zimbábue, de Moçambique e do Malawi.

Temos, portanto, duas desigualdades embutidas na mesma realidade: uma, na África do Sul, entre brancos e negros; outra, regional, entre a África do Sul e os países vizinhos.

É essa a desigualdade que o Brasil deve ajudar a superar na América do Sul. O Brasil não pode crescer sozinho, deixando para trás especialmente o Paraguai e a Bolívia. Não se trata apenas de evitar a entrada, no Brasil, de milhões de imigrantes em busca de emprego e salário. Trata-se de apoiar o desenvolvimento de um mercado genuinamente regional, complementar ao brasileiro.

Um mercado que absorverá produtos e serviços brasileiros. Um mercado onde a vantagem competitiva das empresas brasileiras será imbatível contra produtos chineses, americanas ou indianos, seja pela proximidade geográfica, seja pela maior familiaridade dos empresários brasileiros com a região.

Além disso, nenhum país do mundo quer vizinhos politicamente instáveis. E o Brasil tem mais de 3 mil quilômetros de fronteira com a Bolívia e o Paraguai.

Portanto, é do interesse de todos os brasileiros que Paraguai e Bolívia cresçam, distribuam renda e se tornem democracias estáveis. Não dá para "precificar" isso.

Hoje, ao noticiar o acordo entre o Brasil e o Paraguai em torno da energia produzida em Itaipu, o New York Times disse que a diplomacia brasileira tenta combater a influência regional de Hugo Chávez.

É uma grande bobagem. Os americanos adoram dividir a América Latina entre "mais vermelhos" -- Venezuela, Bolívia e Equador -- e "menos vermelhos" -- Brasil, Chile e Uruguai.

Além disso, o jornalismo comercial tem uma necessidade cada vez maior de "dramatizar" a cobertura, dando a toda reportagem um tom épico. Talvez seja a saída consciente ou não que os jornais encontraram para enfrentar a perda de público e de credibilidade.

Seja como for, não existe nada de extraordinário nas concessões que o Brasil fez ao Paraguai ou à Bolívia. O Brasil não é "bonzinho" por isso. Ao "ajudar" os vizinhos, o Brasil está acima de tudo se ajudando.

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#195 Mensagem por Carnage » 03 Ago 2009, 16:22

http://www.paulohenriqueamorim.com.br/? ... ent-145295
Santayana: anatomia de um conflito. Que líder é Lula ?

29/julho/2009 14:30

O Conversa Afiada reproduz artigo de Mauro Santayana, hoje, no Jornal do Brasil:

A anatomia do conflito


Por Mauro Santayana

Se o senador Aloizio Mercadante assumiu a responsabilidade de redigir a nota em que pede o afastamento de Sarney, sem ouvir o presidente da República, revela-se o conflito entre a bancada do PT e o seu fundador. Se, no entanto, Mercadante comunicou sua intenção ao presidente, e dele não ouviu nítida recomendação contrária, os observadores podem concluir que há alguma coisa mais profunda na crise política destas horas.

Não se trata, aqui, de saber se Sarney é ou não culpado. É claro, e o presidente do Senado os admite, que houve erros de conduta, embora quase ninguém possa, nos três poderes republicanos, negar a prática de nepotismo. É o velho instinto de proteção do clã, que funciona em nossa e em outras latitudes, no nosso e em outros tempos. É sempre lembrado o pedido de Pero Vaz Caminha a dom Manuel em favor da transferência de seu genro, inserido no texto da carta em que anuncia a descoberta do Brasil. Espertíssimo, o escrivão da frota aproveitou o momento de júbilo, para defender seu interesse. O nepotismo é antirrepublicano, como sabemos, e a democracia o rejeita. As coisas, sem embargo das intenções e do ditame das leis, são assim, e a ação política dos cidadãos é o método correto de combatê-las.

Também pouco importa ao exame do quadro o fato de que à oposição parlamentar falte autoridade para investir contra o senador pelo Amapá, salvo, convém repetir, o caso de meia dúzia de senadores e duas ou três dúzias de deputados federais. O que está movendo tudo – denúncias, contradenúncias, intrigas, manipulação da imprensa, escutas telefônicas, invasão da vida privada, preparação de dossiês – é o processo sucessório. É inegável o mal-estar, em setores do PT, por ter o presidente Lula decidido, in pectore, pela ministra Dilma Rousseff como candidata do partido à sua sucessão. A senhora Rousseff é uma boa candidata. Começa por contar com a simpatia, natural, do eleitorado feminino. É também uma pessoa que sabe mandar, como se reconhece no entourage presidencial. Mas – à parte outros problemas – não fez vida partidária, nem carreira política usual, porque lhe falta a experiência das urnas. Ainda que dispusesse de todos os atributos, caberia ao presidente negociar, habilmente, com os outros aspirantes de seu partido à candidatura, e articular para que o seu nome partisse das bases do PT, começando pelo Rio Grande do Sul. O chefe de governo está usando da indicação pessoal, sem ouvir o partido. É sempre oportuna a máxima do mineiro Benedicto Valadares a propósito das decisões políticas: “reunião, só depois de resolvido o assunto”.

Há, na trajetória política do presidente Lula – excepcional e admirável, como reconhecem muitos de seus adversários – o esforço constante de afirmação de autonomia. Quando seu nome emergiu, poderoso, nas lutas sindicais do ABC, a ele se uniram setores importantes da esquerda. Os velhos comunistas, em seu instinto histórico, perceberam que ali estava, mais uma vez, a conhecida social democracia reformista, com um Kautský jovem e de barbas negras. A esquerda católica, desiludida de um partido democrata cristão que não emplacara, nele viu a grande oportunidade de se afirmar. Ao mesmo tempo, intelectuais que não se adaptavam às regras disciplinarias dos comunistas, supuseram que poderiam tutelar o jovem metalúrgico. Lula se foi desfazendo de uns e de outros, mas isso não significou que se desligasse dos setores sindicais. Ali se encontrava e se encontra sua base sólida, e de confiança. Ali ele lidera, e lá se encontra o núcleo forte de seu esquema de poder. Mas, também ali, o presidente começa a encontrar algumas arestas.

É provável que o presidente almeje uma liderança sobre as massas sem a intermediação de incômodos associados, embora ninguém saiba o que abriga o seu espírito. Os líderes são aqueles que vão à frente dos povos, não os que os arrastam acorrentados a um projeto, totalitário, ou não, a um carisma, legítimo ou não. Os movimentos políticos – e, deles derivados, os governos – são feitos da vontade plural dos cidadãos, e representam a busca do equilíbrio, difícil, mas exigido, entre o necessário e o possível. Nenhum homem, por mais dotado seja de inteligência e de fascínio, pode impor-se a todos os demais – a não ser por algum tempo, e com resultados impiedosos.

Lula sabe, no fundo da alma, que o homem elogiado por Obama é o menino de Garanhuns, e é a esse menino que ele deve prestar contas.

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