A farra dos petistas encastelados no poder.

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Re: A farra dos petistas encastelados no poder.

#181 Mensagem por Carnage » 08 Set 2011, 23:23


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Re: A farra dos petistas encastelados no poder.

#182 Mensagem por Carnage » 10 Set 2011, 15:16

Novamente, se interessa a alguém:

Em alegações finais sobre mensalão, Dirceu nega que controlasse PT
http://www.estadao.com.br/noticias/naci ... 0139,0.htm

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Re: A farra dos petistas encastelados no poder.

#183 Mensagem por Roy Kalifa » 11 Set 2011, 18:45

Li na Veja desta seamana que o Marcos Valério, operador do mensalão disse que vai botar a boca no trombone se não for incluido na articulação junto a STF para livrar os petistas da condenação.
Segundo insinuações do mesmo, através do seu advogado e da revista, o Sr. Valério, dá a entender que Lula sabia de tudo, e era o coordenador do esquema.
Se for verdade, Color quando foi deposto, não passava de um pivete.

PAÍS RICO E PAÍS SEM CORRUPÇÃO.

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Re: A farra dos petistas encastelados no poder.

#184 Mensagem por Carnage » 11 Set 2011, 19:39

Para aqueles que lembrar como agia o Procurador na época do governo FHC. Uma coisas destas seria impensável contra um membro do PSDB naquele tempo.

http://www.jb.com.br/pais/noticias/2011 ... e-barbosa/
PGR reafirma Dirceu como 'chefe de quadrilha' e defende Barbosa
Portal Terra


O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, reafirmou nesta sexta-feira que o ex-ministro e deputado cassado José Dirceu foi o "chefe da quadrilha" do mensalão, suposto esquema de distribuição de propinas denunciado em 2005. Dirceu, que foi aclamado por petistas no último congresso nacional do partido na semana passada, entregou suas alegações finais ao Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando que a denúncia do Ministério Público não se sustentou durante o processo penal.

"A defesa continua a bater na tecla de que nada aconteceu, que é uma criação intelectual do MP, mas as provas apontam no sentido diametralmente oposto. Provou-se um esquema criminoso para assegurar apoio político no governo federal", disse Gurgel. Sobre José Dirceu, o procurador foi taxativo: "Sem dúvida alguma, como a denúncia diz, ele é o chefe da quadrilha."

Terminou na quinta-feira o prazo para os réus do mensalão entregarem a defesa final ao mensalão. A defesa do publicitário Marcos Valério, suposto operador do mensalão, questionou a ausência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre os réus da ação penal.

Nos autos, o advogado Marcelo Leonardo afirmou que ao contrário da ênfase a Valério, um "operador do intermediário dos repasses", "relevantes seriam as condutas dos interessados no suporte político 'comprado' (Presidente LULA, seus ministros e seu partido) e dos beneficiários financeiros (partidos políticos da base aliada), sendo o PT - Partido dos Trabalhadores o verdadeiro intermediário do suposto 'mensalão'".

Gurgel defende Barbosa

Relator do mensalão, o ministro do STF Joaquim Barbosa enfrentará uma ação de impedimento movida pela defesa de Valério. Para o PGR, a ação deverá ser facilmente afastada pelo Supremo.

A defesa de Valério alega que Barbosa prejulgou o publicitário durante a análise do processo contra o agora deputado federal Eduardo Azeredo (PMDB-MG), no âmbito do escândalo que ficou conhecido como "mensalão mineiro".

"Ao ver do Ministério Público, essa ação não tem qualquer procedência. Na verdade, ela se basearia que durante o julgamento, na oportunidade do recebimento da denúncia, ele teria feito juízos que comprometeriam sua isenção. Não, ele fez os juízos que não poderia deixar de fazer ao votar pelo recebimento da denúncia", disse Gurgel.

"A jurisprudência do Supremo é pacífica no sentido de que só poderia haver suspeição se ele tivesse feito esses juízos num tribunal inferior, mas, como ele fez no Supremo Tribunal Federal, tecnicamente me parece, com todo o respeito, sem a menor consistência essas alegações e acredito que o STF afastará facilmente."

O mensalão do PT


Em 2007, o STF aceitou denúncia contra os 40 suspeitos de envolvimento no suposto esquema denunciado em 2005 pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB) e que ficou conhecido como mensalão. Segundo ele, parlamentares da base aliada recebiam pagamentos periódicos para votar de acordo com os interesses do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Após o escândalo, o deputado federal José Dirceu deixou o cargo de chefe da Casa Civil e retornou à Câmara. Acabou sendo cassado pelos colegas e perdeu o direito de concorrer a cargos públicos até 2015.

No relatório da denúncia, o ministro Joaquim Barbosa apontou como operadores do núcleo central do esquema José Dirceu, o ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, e o ex- secretário-geral Silvio Pereira. Todos foram denunciados por formação de quadrilha. Dirceu, Genoino e Delúbio respondem ainda por corrupção ativa.

Em 2008, Sílvio Pereira assinou acordo com a Procuradoria-Geral da República para não ser mais processado no inquérito sobre o caso. Com isso, ele teria que fazer 750 horas de serviço comunitário em até três anos e deixou de ser um dos 40 réus. José Janene, ex-deputado do PP, morreu em 2010 e também deixou de figurar na denúncia.

O relator apontou também que o núcleo publicitário-financeiro do suposto esquema era composto pelo empresário Marcos Valério e seus sócios (Ramon Cardoso, Cristiano Paz e Rogério Tolentino), além das funcionárias da agência SMP&B Simone Vasconcelos e Geiza Dias. Eles respondem por pelo menos três crimes: formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

A então presidente do Banco Rural Kátia Rabello e os diretores José Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório foram denunciados por formação de quadrilha, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. O publicitário Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes, respondem a ações penais por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O ex-ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) Luiz Gushiken é processado por peculato. O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi denunciado por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) responde a processo por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia inclui ainda parlamentares do PP, PR (ex-PL), PTB e PMDB. Entre eles o próprio delator, Roberto Jefferson.

Em julho de 2011, a Procuradoria-Geral da República, nas alegações finais do processo, pediu que o STF condenasse 36 dos 38 réus restantes. Ficaram de fora o ex-ministro da Comunicação Social Luiz Gushiken e do irmão do ex-tesoureiro do Partido Liberal (PL) Jacinto Lamas, Antônio Lamas, ambos por falta de provas.
Quanto ao fato de dizerem que a defesa de Marcos Valério pediu a inclusão de Lula, me parece que quem diz isso não leu a defesa de Valério, ou se leu, não entendeu


http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia ... -do-mensal
Defesa de Valério diz que considerações finais não pedem a inclusão de novos réus no processo do mensalão
09/09/2011 - 19h00

Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil



Brasília – O advogado Marcelo Leonardo, que representa o publicitário Marcos Valério no processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), disse hoje (9), por meio de nota, que as alegações finais de seu cliente foram interpretadas de forma equivocada pela imprensa.

De acordo com o advogado, o único objetivo foi fazer uma crítica à dimensão exagerada dada ao seu cliente no caso e mostrar que, caso o mensalão fosse verdadeiro, outras pessoas teriam sido incluídas na ação penal.

"A defesa não fez nenhum pedido para incluir qualquer pessoa entre os acusados do processo. Quem diz o contrário [que a defesa quer incluir esta ou aquela pessoa na ação penal] é porque não leu a petição”.


O advogado ainda declara que seria ilógico querer que outras pessoas fossem responsabilizadas pelo que não ocorreu. “A defesa nega veementemente as acusações, inclusive e especialmente a existência do suposto mensalão, formulando, quanto mérito das acusações, pedidos de absolvição de Marcos Valério”.

Nas alegações finais do processo, encaminhadas na terça-feira (6) ao STF, a defesa tenta livrar o publicitário das acusações de formação de quadrilha, falsidade ideológica, corrupção ativa, peculato, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

Apesar de negar a existência do mensalão, a defesa de Marcos Valério declara nas considerações finais que o Ministério Público deveria ter atribuído ao PT, e não ao empresário, a responsabilidade de intermediar o esquema.
http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia ... ularidades

Edição: Aécio Amado

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Re: A farra dos petistas encastelados no poder.

#185 Mensagem por Carnage » 15 Set 2011, 23:37

Olha a piada....

http://www.conversaafiada.com.br/politi ... ai-chorar/
Jefferson agora nega o mensalão. O PiG vai chorar ?

Saiu no twitter da Hildegard Angel

“Jefferson declara que o tal mensalão não é fato é “pura retórica”, isto é, não existiu!Uma farsa.O “tenor” queria apenas as luzes da ribalta”

“Quem deu credibilidade ao inacreditável Jefferson? Uma imprensa e uns políticos preocupados com suas conveniências e não com fatos.Vergonha!”



A seguir, trechos da defesa de Roberto Jefferson ao Supremo
Certo é que as acusações contra o Defendente não se sustentam e são claramente improcedentes e destituídas de qualquer fundamento fático.

Com efeito e isso a todo tempo ficou dito e mostrado, sem contraste, que o Defendente andou sempre nos limites que a lei garante.

Como Presidente de partido político, o PTB, formulou acordo para a campanha eleitoral de 2004, eleição de vereadores, vice-prefeitos e prefeitos, com o Partido dos Trabalhadores – PT.

Não se tratava aí de apoio ao Governo Federal. A eleição era municipal.

No âmbito federal, o PTB apoiou, desde o 2º turno da eleição presidencial, em 2002, o candidato e a coligação que elegeu o Presidente Lula, detendo um ministério do governo, o do Turismo e compondo a base parlamentar de apoio, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.

Isso é notório.

O acordo político para as eleições municipais de 2004 com o PT, envolveram, sim, doação financeira deste para o PTB, da ordem de R$ 20 milhões.

Essa doação aprovada por ambos os partidos tem apoio em lei e, naquele pleito, estava regulada pelas Resoluções do egrégio Tribunal Superior Eleitoral.

Era a Resolução nº 21.609/04, art. 3º, parágrafo único, inciso I, que considerou recurso, dinheiro em espécie e, a Resolução nº 20.987/02, art. 10, inciso IV, que indica doação de partido político como fonte de arrecadação.

Assim, os R$ 4 milhões pagos pelo PT, como parte do dito acordo, nada têm de irregular, dirá criminoso.

A origem desse recurso, que não se poderia presumir ilícita - como, de resto, a própria denúncia afirma que “ainda não foi identificada” (fl. 10) - segundo o PT, é fruto de recursos próprios seus e de empréstimos bancários.

Não se trata, portanto, como dito na denúncia, de propina.

É recurso lícito, fonte de arrecadação prevista em lei e destinada à eleição municipal de 2004.

Com o governo federal iniciado com a eleição vitoriosa de 2002, de que fazia e faz parte o PTB, suas bancadas, na Câmara e no Senado, desde então sempre votaram e conformaram sua base parlamentar de apoio.

E isso é conceitual e rudimentar na prática parlamentar e política, que aqui se quer criminalizar.

Mas crime não é.

Assim, nada de incomum, estranho ou ilícito, do Defendente, então Líder do PTB na Câmara, defender e votar a favor da reforma da previdência - como já pregava desde a Constituinte e da indispensável e urgente reforma tributária.

Nem de novo, desde que essa é a postura programática do PTB e de notória defesa, antes mesmo da Constituinte de 1987.

E se não sabe o acusador a origem daquele recurso, como afirmar que é ilícito e, por isso, atribuir ao Defendente que empenhou-se no seu branqueamento ou lavagem ? Non sense !

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Re: A farra dos petistas encastelados no poder.

#186 Mensagem por Carnage » 19 Set 2011, 00:05

Durante as eleições a imprensa recorreu a um ex-presidiário para acusar Dilma e familiares de ter cometido um crime.

O PT processou o sujeito.

Passadas as eleições, o que acontece? No processo, o cara agora pede desculpas!!! :lol: :lol:

http://marcelosouzarn.com.br/blog/rubne ... audiencia/
Rubnei Quicoli pede desculpas ao partido em audiência na 9a. Vara Cível do TJDFT – Veja Ata da audiência -

Justiça
: Empresário se retrata por acusações feitas na imprensa contra o PT em 2010
Rubnei Quicoli pede desculpas ao partido em audiência na 9a. Vara Cível do TJDFT

Em audiência realizada nesta quarta-feira (14), em Brasília, na 9a. Vara Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, o empresário Rubnei Quicoli, que durante a campanha presidencial de 2010 fez acusações graves e sem provas contra o PT, se retratou perante o juiz das declarações feitas na época à imprensa e pediu desculpas à direção nacional do partido.

Na retratação, Quícoli afirma que “não teve intenção de imputar atividades ilícitas ao Partido dos Trabalhadores ou de atingir a honra do partido, pois apenas relatava contatos mantidos com terceiros”. Em setembro de 2010, em plena campanha que culminaria na eleição de Dilma Rousseff à presidência da República, o caso foi bastante explorado pela imprensa e pela campanha do então candidato tucano José Serra, que na época também foi processado pelo PT.

A direção nacional do PT entrou ações nas varas Cível ( ação de indenização por danos morais) e Criminal contra o empresário e solicitou imediatamente à Polícia Federal que investigasse o caso e apurasse todas as acusações feitas por Quícoli.

Clique aqui para ver a ata da audiência com a retratação
http://www.pt.org.br/arquivos/Ata.Audie ... li0001.pdf
Dá pra ser mais patético??

Na hora que a coisa aperta e ele tem que provar o que disse na justiça, o cara se arrepende!!

Alguém da imprensa vai dar atenção a isso? Depois de ter dado voz e extenso tempo a este cara nos jornais??
Que piada!

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Re: A farra dos petistas encastelados no poder.

#187 Mensagem por Carnage » 19 Set 2011, 00:08

Duas seguidas!

Quando as "denúncias", que a todos deixa indgnados, chegam nos tribunais e tem que ser provadas, os acusadores, a quem os jornais deram tanto espaço, voltam atrás o que falaram!!

O que será que isso significa?


Já sei que tem gente que vai vir dizer que foi o PT que comprou os caras pra eles calarem a boca...
Bem...
Deve ser isso mesmo.

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Re: A farra dos petistas encastelados no poder.

#188 Mensagem por Carnage » 19 Set 2011, 22:02

http://www.cartacapital.com.br/politica ... tam-provas
Como sempre, faltam provas
Mauricio Dias 16 de setembro de 2011 às 9:03h


Foi encerrada, dia 8 de setembro, a penúltima etapa desse tortuoso episódio do esquema de compra de votos de parlamentares, batizado de “mensalão”, que, em 2005, deu munição à oposição para tentar o impeachment do então presidente Lula.

Após as alegações finais dos réus, apresentadas até a data-limite de 8 de setembro, resta agora o voto de Joaquim Barbosa, relator do processo, e a decisão do Supremo Tribunal Federal. Há previsão de que isso ocorra no primeiro semestre de 2012.

O ministro Joaquim Barbosa tem uma batata quente nas mãos. Advogados de defesa dos dois principais atores desse processo, os ex-deputados Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, e José Dirceu, ministro-chefe da Casa Civil na ocasião, perguntam pelas provas capazes de sustentar o discurso da acusação de que o “mensalão” existiu. Eles garantem que não encontraram.

A defesa de Jefferson tem mais de 1,6 mil páginas. Nelas, ele reitera a denúncia do pagamento, em troca de voto, a parlamentares de partidos da base aliada. Exceto para o PTB, porque o partido não precisaria ser cooptado, “pois fazia parte da base aliada”. Se o argumento valer para Francisco, deve valer para Chico.

Foram denunciados nove parlamentares da base aliada e, estranhamente, um integrante da oposição, além de seis do PT. Por que esse grupo de petistas e aliados teria de ser cooptado?


Jefferson responde pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. No segundo caso, a defesa puxa o tapete da Procuradoria-Geral da República: “Se não sabe o acusador a origem daquele recurso, como afirmar que é ilícito e, por isso, atribuir ao defendente que se empenhou no seu branqueamento ou lavagem?”

Os advogados sustentam que “o acordo político para as eleições municipais de 2004 envolveu doação financeira” do PT para o PTB “da ordem de 20 milhões de reais”. Eles alegam que “é recurso lícito, fonte de arrecadação prevista em lei”.

Alegam, mas também não provam: “A origem desses recursos, em sua integralidade, ainda não foi identificada” e as acusações de Roberto Gurgel, procurador-geral da República (PGR), segundo eles, “são claramente improcedentes e destituídas de fundamento fático”.

A ausência de fatos é o problema. Muito pouco da acusação vai além do palavrório, derramado em mais de 45 mil páginas.

Seria a falta de fatos que teria levado a PGR, conforme a página 6 das alegações finais reveladas pelos advogados de José Dirceu, a um apelo patético ao STF: puna-se o ex-ministro para servir de exemplo?

O argumento é desqualificante. Mas não é o único apontado nas 162 páginas construídas para a defesa de Dirceu.

A denúncia garante que o núcleo central da quadrilha supostamente chefiada por Dirceu “firmou acordo com Roberto Jefferson, em 2004, para que este, mediante recebimento de dinheiro, votasse a favor do governo, em 2003, nas reformas da Previdência e tributária”.


A PGR comete mais um erro gritante na folha 2, item número 2, quando afirma que o STF também recebeu denúncias contra Dirceu por “crime de peculato”. Essa acusação foi rejeitada pelo Supremo em 2010.

Talvez o trabalho da acusação pudesse ser simplificado se o procurador-geral tivesse desistido da tese de “formação de quadrilha”, de grande efeito histriônico e nenhuma consistência, e procurasse provar um crime mais óbvio: formação de caixa 2 com dinheiro de origem ilícita para atender aos objetivos eleitorais do PT e aliados.
Ou seja, crime houve, mas foi caixa 2 de campanha. Já para mensalão, parece que não há um fiapo de prova...

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Re: A farra dos petistas encastelados no poder.

#189 Mensagem por Carnage » 20 Set 2011, 23:12

http://www.viomundo.com.br/politica/hum ... atida.html
Humberto Costa: Meios de comunicação não querem que a verdade sobre eles seja debatida

por Conceição Lemes

Na semana passada, três fatos tinham tudo para ser notícia na mídia. Porém, foram praticamente ignorados.

Roberto Jefferson nega ao STF a existência do mensalão

“Empresário” pede desculpas ao PT por mentiras no Jornal Nacional

Repórter da Veja realmente tentou violar o quarto de José Dirceu em hotel


Hoje, mais cedo entrevistei o senador Humberto Costa (PT-PE) sobre esses fatos.

Viomundo – O ex-deputado Roberto Jefferson, presidente do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), afirmou em sua defesa ao Supremo Tribunal Federal (STF) que não houve o mensalão, denunciado, em 2005, por ele à Folha de S. Paulo e que o restante da mídia corporativa embarcou. Foi só “pura retórica”, “modo de dizer”. O que o senhor acha dessa posição dele agora?

Humberto Costa —
Na verdade, é uma estratégia da defesa do ex-deputado. Naquele momento, muito marcado pela raiva que estava destilando contra o PT, contra o presidente Lula, ele apresentou aquela versão dos fatos, acabou produzindo muitos desgastes, inclusive a criação de uma CPI, que quase leva à derrubada do governo Lula.

Agora, seis anos depois, ele retira o que disse. Tudo isso como uma estratégia de defesa, mesmo porque ele precisaria provar à Justiça a defesa do que ele havia formulado.

Então, perde força a própria denúncia. E perde força ele como pessoa dotada de credibilidade, para se manifestar em relação a temas semelhantes.

Viomundo — Rubnei Quícoli pediu desculpas ao PT nos processos que a direção nacional move contra ele em Brasília. Quicoli é aquele “empresário”, todo vestido de preto que, durante a campanha eleitoral de 2010, apareceu no Jornal Nacional fazendo graves denúncias à então candidata Dilma Rousseff e ao PT. Na época, apesar da razoável ficha corrida – já havia sido preso por receptação de carga roubada, entre outros crimes –, foi levado às instalações da TV Globo, onde gravou seu “depoimento”. Qual a sua opinião sobre esse “pedido de desculpas”?

Humberto Costa –
Do ponto de vista de comunicação esse caso é ainda mais grave, pois uma emissora de TV deu ares de credibilidade a alguém que reconhecidamente não tinha credibilidade.

Houve manipulação, uma utilização desse cidadão, que, sem ter provas, acusou o PT. Isso gerou prejuízo eleitoral na campanha da presidenta Dilma.

Eu defendo que o simples pedido de desculpas não deva encerrar esse processo, porque os prejuízos, os danos à imagem do partido, à própria candidatura e à própria presidenta foram flagrantes. Esse processo tem de continuar.

Viomundo – O terceiro fato que foi notícia, mas a mídia ignorou foi a conclusão da Polícia Civil do Distrito Federal sobre a tentativa de invasão do quarto de José Dirceu. O delegado confirmou que o jornalista Gustavo Ribeiro, da revista Veja, realmente tentou violar o apartamento José Dirceu, no Hotel Naoum, em Brasília, no dia 24 de agosto. O que pensa sobre esse caso?

Humberto Costa –
Para mim, é um episódio também da maior gravidade. Quem quer que tenha sido espionado dessa forma, que tenha tido a sua privacidade invadida, sofreu um prejuízo expressivo. As próprias pessoas que ali estiveram — não cabe a ninguém fazer qualquer tipo de prejulgamento — também tiveram a suas imagens associadas a algum tipo de delito, que não aconteceu. Na verdade, ali, o delito foi praticado pelo jornalista e pela revista.

A conclusão de que realmente houve essa tentativa de invasão denota uma atividade ilegal. Isso macula muito a credibilidade de revista e coloca em debate a necessidade de a sociedade ter instrumentos para se defender em situações como essa, assim como das duas anteriores.

Viomundo – Senador, quem vai pagar a conta pelos prejuízos que o PT alega ter sofrido?

Humberto Costa —
Esse é um dos grandes problemas que nós temos em relação às leis brasileiras, especialmente as leis que dizem respeito ao funcionamento das empresas de comunicação.

Na verdade, quando se fala em democratização dos meios de comunicação muita gente quer passar a leitura de que se está falando em cerceamento da liberdade de imprensa, tentativa de intromissão no conteúdo das matérias jornalísticas. Quando, na verdade, não é nada disso.

Uma das razões pelas quais estamos propondo a democratização dos meios de comunicação é para que, em situações como essas, as pessoas e instituições que tenham sido caluniadas, que tenham sido vítimas de mentira, possam ter um espaço semelhante na mídia àquele que tiveram os seus detratores, os seus acusadores.

No caso do ” mensalão”, o prejuízo que tivemos não pode ser reparado totalmente. No entanto, nós vamos tentar dar divulgação à posição do ex-deputado. O próprio Supremo Tribunal Federal receberá e analisará essa defesa.Tenho certeza de que a sociedade saberá entender o que, de fato, aconteceu.

Viomundo – E no caso da Globo que deu a palavra a uma pessoa sem a menor credibilidade, como fica?

Humberto Costa –
O que acontece com uma instituição de comunicação que, sem o devido cuidado, leva aos seus estúdios dando áreas de credibilidade uma pessoa, sem provas e que se disponha a fazer acusações?

Sem dúvida, isso não dá mais para ser reparado . Por isso acho que os processos movidos contra o tal ‘empresário’ devam ser mantidos. Fica claro também que é preciso aperfeiçoar a legislação que trata dos órgãos de comunicação no Brasil.

Viomundo – Nos três episódios, a mídia esteve envolvida. Como levar essa discussão para a sociedade, já que mídia diz que a regulação dos meios de comunicação seria uma forma de cercear a liberdade de imprensa?

Humberto Costa –
Teremos de fazer todos os esclarecimentos à sociedade. Mas já sabemos que será uma tarefa difícil. Há uma tentativa clara de impedir qualquer discussão sobre a democratização dos meios de comunicação, tachando esse debate como cerceamento à liberdade de imprensa, quando na verdade não é.

Nós temos de discutir o que fazer em situações como essas apontadas por você, quando há calúnia ou quando uma notícia mal investigada se transforma em uma denúncia, acarretando prejuízos os mais diversos.

Nós temos de discutir como fica o direito de resposta. A indenização a pessoas e instituições que tenham sido vítimas desse tipo de atividade ilegal e criminosa, como no caso da tentativa de invasão ao quarto de José Dirceu, não deve ser simbólica; a indenização deve ser expressiva.

Outra coisa que faz parte dessa discussão é questionar se é justo, correto, que uma única empresa detenha a propriedade de rádio, televisão, jornais, redes sociais. Também se isso não representa uma concentração negativa em relação à democracia dos meios de comunicação.

É importante discutir também se é justo que políticos tenham direito a ter rádios e televisões. Eu acho que eles não deveriam ter, a legislação deveria coibir isso.

São essas questões que tem de ser discutidas e não nenhum tipo de proibição à expressão do pensamento, das ideias de quem quer que seja.

E isso não é fácil. A forma de se fazer esta discussão é por meio dos meios de comunicação e eles se fecham inteiramente à possibilidade de a verdade ser colocada nesse debate.

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Re: A farra dos petistas encastelados no poder.

#190 Mensagem por Carnage » 25 Set 2011, 18:24

http://www.tijolaco.com/o-globo-que-ser ... r-publico/
O Globo quer serviço público sem servidor público?

A manchete de O Globo – Governo Lula contratou três vezes mais servidores do que Fernando Henrique – serve para fazer “onda”, mas não serve para os leitores entenderem coisa alguma sobre a política do Governo Federal em relação ao funcionalismo.

Não conta que Lula deixou o Governo com menos funcionários que FHC recebeu de Itamar. Nem que gasta menos com eles do que FHC gastou no último ano de seu, digamos, governo. Quatro e meio por cento do PIB, contra 5% do último ano de FHC, como você vê no gráfico

Postei, no blog Projeto Nacional , uma análise dos números da pesquisa divulgada ontem à tarde pelo IPEA, de onde tirou a sua manchete.

Lá, pergunto o que aconteceria se a redução do número de funcionários fosse como FHC fazia e O Globo aplaudia:

“Imagine o caro leitor que a notícia fosse dada da seguinte forma: Polícia Federal tem menos agentes que em 2003 ou Universidades federais dobram matrículas mas não contratam professores ou Número de ações duplica, mas União tem os mesmos advogados que em 2003.”

O número de servidores públicos no Brasil, em relação ao número de trabalhadores no setor privado, apresentava, em 2006, proporção menor até do que os EUA e da maioria dos países latinoamericanos; 12,5%, contra 14,8% dos americanos.E como o número de funcionários federais crescei à modestíssima taxa de 1,5% ao ano no Governo Lula, enquanto o de trabalhadores em geral cresceu quase 3%, essa proporção ainda deve ter se reduzido ainda mais.

Mas o leitor de O Globo, não precisa saber disso, não é mesmo? Basta acreditar no dogma neoliberal de que não precisamos de serviços públicos. Só de um Banco Central para pagar juros à turma da grana.

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Re: A farra dos petistas encastelados no poder.

#191 Mensagem por Carnage » 09 Mar 2012, 00:02

http://www.brasil247.com/pt/247/poder/4 ... C3%A3o.htm
Waldomiro Diniz pega 12 anos por corrupção

Pivô do primeiro escândalo de corrupção do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência da República foi condenado por corrupção passiva e crimes contra a Lei de Licitação

Por Agência Estado

01 de Março de 2012 às 21:47 Agência Estado

Pivô do primeiro escândalo de corrupção do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-suchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência da República e ex-presidente da Loteria do Estado do Rio de Janeiro (Loterj), Waldomiro Diniz, foi condenado a doze anos de prisão por corrupção passiva e crimes contra a Lei de Licitação. A sentença da juíza Maria Tereza Donatti, da 29ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, foi proferida na última segunda-feira. Ele também foi condenado a pagar multa de R$ 170 mil.

Homem de confiança do então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, Waldomiro foi demitido em 2004, depois que foi divulgado um vídeo em que ele aparece cobrando propina do empresário de jogo e contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. As imagens foram gravadas em 2002. O então presidente da Loterj pedia dinheiro a Cachoeira para campanhas eleitorais do PT e do PSB naquele ano. O contraventor, que foi preso ontem pela Polícia Federal em operação de combate à exploração de máquinas caça-níqueis, também foi condenado na 29ª Vara Criminal. Vai pegar oito anos por corrupção ativa e fraude em licitação.

Na conversa filmada, Waldomiro e Cachoeira negociavam uma fraude numa licitação para a contratação de serviços de implantação, gerenciamento e operação do sistema de loterias do Estado do Rio - segundo o Ministério Público do Rio. De acordo com a acusação, em troca de uma propina de R$ 1,7 milhão - que representava 1% do valor do contrato entre a Loterj e a empresa de Cachoeira -, Waldomiro aceitou elaborar edital para favorecer os interesses do contraventor.

"Ficou suficientemente comprovado que a `negociata' entre os réus Waldomiro e Carlos Ramos visava interesses pessoais e também de políticos que seriam beneficiados com as tais `doações', muito embora a renda da Loterj devesse ser `destinada aos projetos de interesse social relacionados à segurança pública, à educação, ao desporto, à moradia e à seguridade social'", escreveu a juíza Maria Tereza em sua sentença.

Waldomiro e Cachoeira vão poder recorrer da decisão judicial em liberdade. O advogado Ary Bergher, que representa o ex-subchefe de Assuntos Parlamentares, não quis comentar a decisão, limitando-se a informar que vai apelar ao Tribunal de Justiça do Rio. O promotor responsável pelo caso, Felipe Rafael Ibeas, também anunciou que pretende recorrer da sentença, pois o ex-servidor e o contraventor escaparam da condenação por formação de quadrilha e outros sete réus no processo foram absolvidos.

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Re: A farra dos petistas encastelados no poder.

#192 Mensagem por Carnage » 02 Abr 2012, 23:12

Polêmico??

http://www.revistaforum.com.br/blog/201 ... erno-lula/
Quem armou para arrancar Zé Dirceu do governo Lula?
28 de março de 2012 às 17:04 17 Comentários


A história política é repleta de senões e detalhes é preciso ficar atento a eles. Há uma cena que sempre me vem à mente quando o caso do mensalão volta à tona. Ao fim da entrevista do presidente Lula com os “blogueiros sujos” foi sugerida uma foto oficial. Antes de fazê-la, senti Lula pegando-me pelo braço e ao mesmo tempo dizendo: “Deixa eu dizer uma coisa, deixa eu dizer uma coisa…”, o que fez com que os “sujos” se reunissem em torno dele. Sem que ninguém tivesse tocado no assunto, disparou. “Uma coisa que quero combinar com vocês é que depois que eu desencarnar vou contar tudo o que sei dessa história do mensalão. Sabem por quê? Porque o Zé Dirceu pode ter muitos defeitos, mas o que fizeram com ele nessa história foi um absurdo… Depois de desencarnar, quero dar uma entrevista para vocês para falar disso, combinado?”

Dito isto, falou: “Cadê o cloaquinha, vem cá cloaquinha, fica do meu lado”. Foi quando foi tirada a foto abaixo.

Hoje depois de ler algumas matérias relacionando o caso Demóstenes e Cachoeira ao episódio do mensalão, recordei-me de uma reportagem publicada no Jornal Nacional em março de 2004, mais precisamente no dia 30 de março.

Ela trazia o conteúdo de um grampo que envolvia Carlinhos Cachoeira e o subprocurador da República, José Roberto Santoro. Aliás, o mesmo subprocurador do famoso Caso Lunus, que atropelou a candidatura de Roseana Sarney.

Não estou aqui a fazer insinuações nem ilações. Mas nesse grampo da época Santoro diz textualmente como o leitor poderá ver mais abaixo, que:

“Ele (Cláudio Fontelles, procurador à época) vai chegar aqui e vai dizer o sacana do Santoro resolveu acabar com o governo do PT, e pra isso arrumou um jornalista (Mino Pedrosa, da Veja), juntaram-se com um bicheiro, e resolveram na calada da noite tomar depoimento. Não foi nem durante o dia, foi às 3h da manhã. (…) Ele vai vir aqui, e vai ver, tomando um depoimento pra, desculpe a expressão, pra ferrar o chefe da Casa Civil da Presidência da República, o homem mais poderoso do governo, ou seja, pra derrubar o governo Lula.”

Foi a partir desse episódio de Waldomiro Diniz que José Dirceu começou a cair.

Mais à frente, outro grampo, neste caso de Maurício Marinho, diretor dos Correios, publicado pela Revista Veja, detonou o escândalo do Mensalão. Roberto Jefferson, então presidente do partido de Marinho, o PTB, resolveu sair atirando e afirmando que o esquema tinha relação com uma mesada para deputados federais.

E escolheu José Dirceu como alvo.

A revelação de que Demóstenes era quase como um “sócio” de Cachoeira e de que o caso está na gaveta do procurador Roberto Gurgel desde 2009 são elementos suficientes para que essa história do mensalão comece a ser relida a partir de outros ângulos. Um deles:

“Quem armou para arrancar Zé Dirceu do governo Lula?”

Segue a degravação do JN do dia 20 de março, que revela depoimento de Cachoeira ao subprocurador da República José Roberto Santoro, antes de o caso se tornar um escândalo. Ao ler essa degravação a luz dos novos acontecimentos o leitor talvez imagine o tamanho da pulga que está atrás da orelha deste blogueiro sujo.

APRESENTADORA FÁTIMA BERNARDES : Surge uma nova fita do caso Waldomiro Diniz. Ela registra um depoimento extra-oficial que o dono de casas de jogos, Carlos Cachoeira, prestou ao subprocurador da República, José Roberto Santoro, antes de o escândalo vir a público pela revista Época.

APRESENTADOR WILLIAM BONNER : O objetivo do subprocurador era obter oficialmente, de Cachoeira, a fita em que Waldomiro pede dinheiro a ele. O depoimento teria durado quatro horas, mas somente 28 minutos foram gravados.

APRESENTADORA FÁTIMA BERNARDES : O Jornal Nacional obteve a fita, sábado passado, de um intermediário que se disse a mando de Carlos Cachoeira. Ao investigarmos o intermediário, constatamos que ele, de fato, tinha relações próximas com Cachoeira. A fita foi levada à perícia, que atestou que ela não apresentava montagem.

APRESENTADOR WILLIAM BONNER : Ontem, a Procuradoria da República, ao oferecer denúncia no caso do contrato da G-Tech com a Caixa, pediu o perdão judicial para Carlos Cachoeira, com a alegação de que ele estaria colaborando com a Justiça. Hoje, quando o Jornal Nacional finalmente conseguiu falar com Cachoeira, ele negou ser o autor da gravação, como o intermediário tinha dito. E disse nada saber sobre ela. O intermediário não soube explicar a atitude de Cachoeira.

APRESENTADORA FÁTIMA BERNARDES : Como a fita foi aprovada pela perícia, o Jornal Nacional decidiu divulgá-la. Procedendo assim, considera que está contribuindo para a elucidação de todos os aspectos que o escândalo tem. A fita teria sido gravada, segundo o intermediário, na noite do dia 12 de fevereiro. O procurador Santoro admite que os diálogos existiram, mas disse que o depoimento ocorreu no dia 8 de fevereiro. Dele, participaram, além de Santoro e Cachoeira, o procurador Marcelo Serra Azul, um delegado da Polícia Federal, Jácomo Santoro, um advogado de Cachoeira e a mulher dele.

APRESENTADOR WILLIAM BONNER : Na fita, o procurador Santoro se mostra preocupado com o adiantado da hora. Eram 3h da manhã. Diz a Cachoeira que seu superior hierárquico, o procurador Cláudio Fontelles, costuma chegar cedo ao trabalho. Que se o encontrasse ali, poderia estranhar a reunião e veria um subprocurador geral da República empenhado em derrubar o governo do PT.

REPÓRTER : A fita foi examinada pelo perito Ricardo Molina. No laudo, ele certifica que a gravação não apresenta indícios de montagem. O subprocurador José Roberto Santoro ouviu o depoimento de Cachoeira e pediu que ele entregasse a fita de vídeo em que o ex-assessor do Palácio do Planalto, Waldomiro Diniz, aparece pedindo propina, porque, segundo ele, seria uma prova lícita.

GRAVAÇÃO:
SANTORO : Faz o seguinte: entrega a fita, não depõe, diz que vai depor mais tarde pra ver o que que aconteceu, porque aí você acautela que você colaborou com a Justiça, entregou a fita, acautelou prova lícita o cacete a quatro. Então. E aí vem o cafofo

REPÓRTER : A fita de vídeo, a que se referia o subprocurador, foi gravada por Cachoeira em 2002.

GRAVAÇÃO:
Um por cento.
No total?

REPÓRTER : O subprocurador já tinha uma cópia dessa gravação, que segundo ele havia sido entregue pelo senador Antero Paes de Barros, do PSDB de Mato Grosso, mas queria uma cópia do próprio Cachoeira. Ele, porém, durante horas recusou-se a entregar espontaneamente a gravação. Como alternativa, Cachoeira propôs que a Polícia Federal fizesse uma busca para apreender a fita.

GRAVAÇÃO:
CACHOEIRA: Eu entrego o endereço, entrego tudo… Combino o local.
SANTORO: Você sabe o que vai acontecer com essa fita?
CACHOEIRA: Ham?
SANTORO: A busca e apreensão vai ser feita pela Polícia Federal, a Polícia Federal vai lá bater. É isso? A primeira coisa que vai ser, vai ser periciada e a primeira pessoa que vai ter acesso a essa fita é o Lacerda, o segundo é o ministro da Justiça e o terceiro é o Zé Dirceu. E o quarto o presidente.
CACHOEIRA: Ah, é desse jeito?

REPÓRTER : Em vários trechos da fita, Santoro procura encerrar logo a conversa. Diz que quer evitar o encontro com o procurador geral da República, superior dele. No diálogo, Santoro diz que o procurador poderia ver motivações políticas na investigação realizada naquelas condições.

GRAVAÇÃO:
SANTORO: Daqui a pouco o Procurador Geral vai dizer assim, porra, você tá perseguindo o governo que me nomeou Procurador Geral, Santoro, que sacanagem é essa? Você tá querendo ferrar o assessor do Zé Dirceu, o que que você tem a ver com isso aí eu vou dizer: não, eu não tenho nada, tô ajudando, porra, ajudando como, você é um subprocurador Geral, você não tem que ficar na madrugada na Procuradoria tomando depoimento dos outros.
CACHOEIRA: É claro.
SANTORO: Ele vai chegar aqui e vai dizer o sacana do Santoro resolveu acabar com o governo do PT, e pra isso arrumou um jornalista, juntaram-se com um bicheiro, e resolveram na calada da noite tomar depoimento. Não foi nem durante o dia, foi às 3h da manhã.

REPÓRTER :O jornalista a que se refere Santoro é Mino Pedrosa, dono de uma empresa de comunicação e que foi assessor de Cachoeira. Num diálogo, fica claro que Pedrosa foi uma das duas pessoas que tiveram acesso à fita com a conversa entre Waldomiro e Cachoeira. Em outro trecho, Santoro volta a mostrar preocupação com o tempo.

GRAVAÇÃO:
SANTORO: Daqui a pouco o Procurador Geral chega, que ele chega 6h da manhã. Ele vai ver o carro, ele vai vir aqui na minha sala. Ele vai vir aqui, e vai ver, tomando um depoimento pra, desculpe a expressão, pra ferrar o chefe da Casa Civil da Presidência da República, o homem mais poderoso do governo, ou seja, pra derrubar o governo Lula. A primeira coisa que ele vai dizer é o seguinte,o Santoro é meu inimigo, porque ele podia, como meu amigo, ter ligado pra mim e ter dito assim, olha, vai dar porcaria pro Zé Dirceu”. E eu não fiz isso. Não vou fazer mais, por quê? Porque chega. (ouviram?)

REPÓRTER : E adiante, mais uma vez, revela preocupação com a possibilidade da chegada do procurador geral, Claudio Fonteles.

GRAVAÇÃO:
SANTORO: Ó, estourou o meu limite, daqui a pouco o Cláudio chega, chega às 6h da manhã, vai ver teu carro na garagem, vai ser o que tem e vai ver um subprocurador geral empenhado em derrubar o governo do PT , você vê,3h da manhã, bicho…

REPÓRTER : O subprocurador José Roberto Santoro reconheceu que a conversa existiu, mas disse que a gravação é só de uma parte do diálogo, e que esse trecho está fora de contexto. José Roberto Santoro, o depoimento foi marcado à noite porque esse foi o horário escolhido por Carlinhos Cachoeira. Os outros depoimentos dados por ele também foram à noite. Sobre os trechos em que fala das conseqüências políticas e da possível reação do procurador-geral, Santoro disse que isso foi uma forma de pressionar Cachoeira, já que era tarde e ele se recusava a entregar a fita ou dar um depoimento consistente.
O subprocurador disse que insistiu para receber a fita de Cachoeira, porque a Justiça poderia ter dúvidas sobre a validade da cópia entregue pelo senador Antero Paes de Barros.

APRESENTADORA FÁTIMA BERNARDES :O procurador geral da República, Cláudio Fontelles, disse que não iria se manifestar porque, pela Constituição, todos os integrantes do Ministério Público têm autonomia e independência funcional. O jornalista Mino Pedrosa disse que teve acesso à fita, mas que devolveu a Cachoeira sem ter feito cópia ou ter entregue a gravação a outra pessoa.

APRESENTADOR WILLIAM BONNER : A revista Época, editada pela Editora Globo, informou que obteve a fita do senador Antero de Barros no dia 4 de fevereiro e que imediatamente mandou fazer uma perícia nela. Constatada a ausência de fraude, a revista ouviu os envolvidos. E obteve, em entrevista, a confissão de Waldomiro Diniz de que, de fato, tinha pedido dinheiro a Carlos Cachoeira para campanhas eleitorais e propina para um amigo. Diante disso, a revista Época publicou a reportagem que revelou ao Brasil o escândalo Waldomiro – como agora o caso é chamado – e cumpriu seu dever com os leitores e com o país, sua única motivação.

APRESENTADORA FÁTIMA BERNARDES : A direção da Caixa Econômica Federal entrou com representação no Ministério Público Federal, questionando o trabalho feito pelo procurador Marcelo Serra Azul no inquérito que investigou a renovação de contrato entre a Caixa e a GTech, empresa americana que opera o sistema de loterias no Brasil. O inquérito denunciou o presidente da Caixa, Jorge Mattoso, por gestão fraudulenta e corrupção na negociação de renovação do contrato. Jorge Mattoso negou que vá se afastar do cargo ou demitir funcionários também denunciados pelo promotor.

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Re: A farra dos petistas encastelados no poder.

#193 Mensagem por zoclos » 11 Abr 2012, 09:51

como parcelar ipva atrasado: http://ipvaspdicas.blogspot.com.br

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Re: A farra dos petistas encastelados no poder.

#194 Mensagem por Carnage » 11 Abr 2012, 23:37

TV Record melou o mensalão. CPI tem que ouvir o Ernani
http://www.conversaafiada.com.br/video/ ... -o-ernani/


http://www.jornalopcao.com.br/posts/rep ... o-mensalao
“Não houve o mensalão”
Ex-procurador-geral da República critica o MP, ataca a mídia, diz que não houve pagamento mensal a deputados federais da base aliada nem desvio de recursos públicos para os cofres petistas, mas admite a utilização de caixa 2

O ex-procurador-geral da República Aristides Junqueira faz, em Goiânia, a defesa do ex-tesoureiro nacional do PT Delúbio Soares de Castro

Renato Dias
Especial para o Jornal Opção


O ex-procurador-geral da República Aris­tides Junqueira diz ao Jornal Opção que o mensalão, escândalo detonado por Roberto Jefferson (PTB-RJ) que abalou a república petista em 2005, não existiu. “Não pode haver mensalão, já que não há repetição mensal de pagamento. Se houve um ou outro pagamento eles não foram contínuos durante meses”, afirma.

Após criticar o Ministério Público Federal, ele frisa que não houve desvio de recursos públicos para bolsos privados nem para abastecer os cofres petistas e de legendas aliadas. “A denúncia também não consegue provar isso. Não demonstrou nada disso. Evidentemente está provado nos autos que os recursos foram oriundos de empréstimos em bancos particulares”, explica.

Segundo ele, a denúncia do MP é improcedente.”Não se trata de uma crítica ao MP, mas um reconhecimento da improcedência dela quando se leva em conta a defesa feita por esse grupo de advogados, com relação a um réu apenas, já que são 40. Hoje, parece-me que são 38: um morreu e outro foi reconhecido que a denúncia contra ele era improcedente, que é o Luiz Gushiken”.

O advogado exorciza supostos pecados da mídia. “Ele já está condenado pela mídia. Aliás, não é só ele. É um grupo. Eu diria que eles já estão até demonizados. A defesa dele não quer que ele seja santificado, mas que não seja também demonizado eternamente. O fato é que com esse resultado todo falar em Delúbio Soares é um palavrão muito grande que a sociedade não pode admitir.”

Com ironia, o ex-procurador-geral de Justiça diz que o Ministério Público “coloca quadrilha em tudo”. Mais: avalia que não há risco de prescrição. “Não. Em pouco tempo não prescreve não. Isso não é interessante”, adianta. Ele ingressou no auditório do Bloco B da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) escoltado por Delúbio Soares e Marcus Vinícius de Faria Felipe, ex-presidente da Agecom.

Aristides Junqueira participou de fórum, na PUC, Câmpus 5, em Goiânia, ao lado do ex-prefeito de Goiânia Darci Accorsi, hoje secretário Legislativo do prefeito da Capital, Paulo Garcia (PT). O ato era para debater os aspectos jurídicos da denúncia do MP Federal e da defesa do matemático de Buriti Alegre Delúbio Soares, apontado como um dos chefes do mensalão do PT.

Qual é o objetivo do debate sobre a defesa jurídica de Delúbio Soares?
O objetivo do debate é saber se juridicamente a defesa apresentada pelos advogados de Delúbio Soares é uma peça satisfatória e que possa levar à improcedência da denúncia. Esse é o objetivo.

A defesa de Delúbio Soares diz que o mensalão não existiu. A tese tem fundamento jurídico?

Primeiro, eu quero saber o que é mensalão. Eu não sei. Nós temos de perguntar ao Roberto Jefferson, que inventou a palavra e não explicou direito o que é isso. E também ao Ministério Público. Para saber o que que é mensalão. A defesa do Delúbio, que não foi feita por mim, estou apenas apreciando, mas por um grupo de advogados capitaneado pelo advogado Arnaldo Malheiros Filho, de São Paulo, demonstra que não pode haver mensalão, já que não há repetição mensal de pagamento. Se houve um ou outro pagamento eles não foram contínuos durante meses.

Não houve pagamento regular pelo governo a deputados federais da base aliada?

Não houve. Não houve. Pelo menos dentro dos autos, a defesa diz que isso não está provado. Dentro dos autos ele não está provado. Não houve pagamento mensal a deputados da base aliada.

Houve desvio de recursos públicos para bolsos privados?
A denúncia também não consegue provar isso. Não demonstrou nada disso. Evidentemente está provado nos autos que os recursos foram oriundos de empréstimos em bancos particulares

Existem provas desse empréstimos?
Os empréstimos estão provados. Empréstimos de bancos particulares. Isso não é negado por ninguém.

Trata-se de uma crítica à denúncia do Ministério Público Fe­deral?

Não. Não diria que é uma crítica à denúncia do Ministério Público, mas um reconhecimento da improcedência dela quando se leva em conta a defesa feita por esse grupo de advogados de Delúbio Soares, com relação a um réu apenas, já que são 40. Hoje, parece-me que são 38. Já que um morreu e outro foi reconhecido que a denúncia contra ele era improcedente, que é o Luiz Gushiken.

A defesa de Delúbio Soares diz que os grandes conglomerados de comunicação querem condená-lo previamente...

Eu penso que ele já está condenado pela mídia. Aliás, não é só ele. É um grupo. Eu diria que eles já estão até demonizados. Penso que a defesa dele não quer que ele seja santificado, mas que não seja também demonizado eternamente como é hoje. O fato é que com esse resultado todo, falar em Delúbio Soares é um palavrão muito grande que a sociedade não pode admitir.

O advogado Luiz Eduardo Green­halgh admite a utilização de recursos não contabilizados.
E daí? Se forem ler a defesa que Arnaldo Malheiros faz de Delúbio Soares, ele confessa isso. Mas trata-se de um crime eleitoral cuja prescrição já ocorreu.

Há indícios de formação de quadrilha, como apontou o Mini­stério Público federal?
O Ministério Público Federal vê e coloca [formação de] quadrilha em tudo.

Existe risco de prescrição?
Não. Em pouco tempo não prescreve, não. Isso não é interessante.

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Re: A farra dos petistas encastelados no poder.

#195 Mensagem por Carnage » 07 Jun 2012, 20:42

Já vi um monte de gente animadinha porque o julgamento do mensalá teve sua data pra começar estipulada.

Só espero que não fiquem desapontados.

http://colunas.revistaepoca.globo.com/p ... -mensalao/
Verdades incômodas sobre o mensalão
07:07, 30/05/2012
Paulo Moreira Leite


O leitor que tiver paciência de ler esta nota até o fim terá elementos melhores para julgar o debate envolvendo Lula e Gilmar Mendes.

Escrevi em nota anterior que o pano de fundo deste conflito envolve o ambiente político em torno do mensalão.

Uma das partes tem interesses em politizar o debate no ponto máximo. A outra tem esperança de convencer os ministros a apoiar-se em argumentos de natureza técnico, no exame das provas.

A leitura do relatório do delegado da Polícia Federal Luiz Flávio Zampronha, disponível na internet, é rico em detalhes e bastante completo na abordagem.

Só para o leitor ter uma ideia da radicalização da situação. Tratado pela imprensa, o relatório já foi exibido como prova definitiva da existência do mensalão. Também foi apontado como prova do contrário.

Em suas conclusões, o relatório mostra que se o PT não pode estar feliz com as denúncias apuradas, a oposição não tem o direito de festejar por antecipação.

É por isso que o julgamento é aguardado com tensão. Todo mundo espera um proveito político mas ninguém sabe o que pode acontecer.

Ninguém quer prestar atenção ao relatório.

Zampronha juntou os fios dos empréstimos bancários e dos contratos de publicidade do Banco do Brasil e concluiu que houve sim desvio de dinheiro público para pagar os compromissos assumidos pelo PT. Os dados estão lá.

O PT pode alegar, corretamente, que o mensalão de Delúbio Soares é igual ao mensalão mineiro e até pode dizer que o esquema dos tucanos mineiros está melhor demonstrado. Tudo isso é verdade. Mas a culpa de Marcos Valério em Minas pode até ajudar a denúncia em seu devido lugar. Mostra que o esquema do PT tinha antecedentes.

Mas nada disso ajuda a demonstrar que ele era inocente quando se juntou ao PT.

Pelo relatório, petistas e não petistas que deixaram sua assinatura em algum documento oficial terão dificuldades muito grandes para demonstrar que são inocentes.

O problema, para a oposição, é que essas conclusões estão longe de demonstrar a culpa dos 38 réus. Pior ainda. Para quem transformou José Dirceu no cérebro e gênio do mal, a investigação da Polícia Federal é uma decepção.

Evitando mencionar hipóteses que estão na mente de muitas pessoas, mas não podem ser comprovadas com fatos, o relatório não apresenta uma linha contra Dirceu.

Embora Zampronha não dê entrevistas, é fácil concluir o que aconteceu.

A culpa de Dirceu não foi registrada pela equipe de policiais encarregada de apurar os fatos capazes de incriminá-lo. Não há provas contra ele.

Não há uma denúncia nem uma testemunha. O próprio Roberto Jefferson, que fez acusações políticas a Dirceu em 2005, não apontou um caso específico nem uma situação precisa. Aliás: quem voltar à entrevista de Jefferson a Renata Lo Prete, na Folha, irá encontrar palavras em que ele testemunha a reação de Dirceu de crítica ao próprio Delúbio. Jefferson contou a Lo Prete que, ao ser informado do que ocorria, Dirceu até deu socos na mesa. (Ele também disse que Lula chorou).

Puro teatro maquiavélico, você pode dizer. Coisa de tem treinados profissionais do crime. São todos farsantes, mentirosos…Esses políticos são todos iguais. Quem sabe?

Falando para os autos, Jefferson também não falou sobre o esquema de “compra de votos no Congresso” nem de “compra de consciências”. Jefferson repete nos vários depoimentos que deu à Polícia que jamais votou em projetos do governo em troca de dinheiro. Lembra que ele e sua bancada estavam de acordo com as propostas de Lula. Dá exemplos.

Fala que o problema é que os petistas combinaram e não entregaram recursos para a campanha de 2004.

Jefferson, neste aspecto, concorda com aquilo que Delúbio sempre disse. Era dinheiro de campanha.

Já estou ouvindo um grito do leitor do outro lado: “P…que p…!”

“Não é possível!”

“O PML enlouqueceu de vez!”

“Não percebe que a Polícia Federal faz o que o governo quer?”

Todos nós temos direito a uma opinião sobre o caso e seus protagonistas mas, acionada pela Procuradoria Geral da República, aquela que denunciou o governo pela montagem de uma “organização criminosa”, a Polícia Federal chegou a outro caminho.

Não demonstra o “mensalão”. Tampouco aponta para José Dirceu. Mas incrimina quem foi apanhado numa operação que implicava em desvio de recursos públicos. Não é pouca coisa, num país de altíssima impunidade. Mas não irá agradar quem acredita que estava tudo provado e demonstrado sobre a “quadrilha criminosa.”

Isso quer dizer que o Supremo irá seguir as recomendações da Polícia Federal? Nem de longe. Cada ministro tem o direito a suas convicções e próprias conclusões. O relatório da Polícia Federal pode inspirar alguns ministros, a maioria, a minoria, ou nenhum. Com certeza não será um julgamento unânime como a votação sobre cotas.

Não é inteiramente bom para nenhum lado. Nem totalmente ruim.

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