A legalização da prostituição

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Professor de sociologia norte-americano lança livro onde defende a legalização da prostituição.

#196 Mensagem por florestal » 28 Out 2012, 10:49

Eu discordo de alguns aspectos dessa lei do Jean Wyllys, um deles é a aposentadoria aos 25 anos de atividade, isso é populismo, todos sabem que nossa Previdência já é cheio deles; o que precisa ser feito é acabar com o populismo da previdência, cito como exemplo o fato dos servidores públicos não contribuírem com o salário que passam a receber quando aposentados. Não existe almoço grátis, a conta acaba sendo paga pela sociedade com os elevados impostos.

Outra questão é ele querer qualificar como exploração o fato de não pagar, isso precisa ser melhor discutido, na Alemanha se o cliente reclamar do atendimento e exigir não pagar ele obtém esse direito. Aqui no Brasil, mesmo sem a regulamentação, o cliente já é obrigado a pagar. Na Clínica em que eu frequento já fui vítima de golpe, a puta sobe com você e lá em cima inventa um atrito e fala para você procurar outra para ganhar na faixa aquela meia hora.

Eu sou a favor da legalização para introduzir a modernidade nesse que eu considero um segmento econômico: a puta trabalha bem, ganha bem e o cliente é bem atendido e a atividade econômica putaria recebe investimentos e é estimulada, de maneira a termos melhores bordéis e locais para ser atendido. O projeto do Wyllys, com esses quesitos, me parece um projeto populista para ganhar votos no segmento.

No link abaixo, as Filipinas recusam-se a legalizar a prostituição para combater a AIDS, a proposta foi feita pela ONU.

http://www.gmanetwork.com/news/story/27 ... ostitution

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florestal
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#197 Mensagem por florestal » 09 Nov 2012, 21:46

Começam a discutir a questão da legalização da atividade econômica prostituição, eu entendo que isso é um bom sinal. O que me parece é que uma reforma do Código Penal vinda de cima não será a mais adequada, mas melhor isto do que a situação atual.

Conforme já disse, esse projeto melhoraria substancialmente a vida das garotas mais pobres, aquelas de vintão teriam melhores condições de trabalho; já para as garotas de Flat, o estigma iria desaparecendo paulatinamente, tornar-se-ia uma profissão como tantas outras, e elas, com o tempo, poderiam ir assumindo a profissão com os seus familiares e pessoas próximas.

Para os putanheiros surgiriam estabelecimentos mais equipados e com serviços melhores, acabaria o risco jurídico do negócio.

Debatedores defendem regulamentação de prostituição


Um debate acalorado sobre a proposta de regularização das casas de prostituição, que foi aprovada por quase todos os debatedores, e um apanhado geral do projeto de reforma da Lei Penal encerraram o seminário que tratou durante três quartas-feiras, entre os dias 24 de outubro e 7 de novembro, de questões polêmicas contidas no novo Código (Projeto de Lei do Senado n º 236/2012). O evento foi realizado pela OAB/RJ em sua sede.

"A posição da OAB/RJ é publicamente crítica em relação ao projeto apresentado de reforma do Código Penal. Mas isso não nos impede de reconhecer validades nele, principalmente quando traz a tona discussão sobre temas polêmicos como esses", afirmou a presidente da Comissão de Bioética e Biodireito (CBB) da Seccional, um dos grupos responsáveis pela organização do evento, Maíra Fernandes.

Após falar sobre drogas, Direito Homoafetivo, aborto e eutanásia, entre outros tópicos de interesse público tratados no novo Código, o último dia do evento começou com uma mesa sobre a prostituição, mediada pela advogada e membro da CBB Sônia Correa e formada por Maíra; pelo juiz e vice-presidente do Fórum Permanente de Direitos Humanos da Emerj, Rubens Casara; pela socióloga e ex-prostituta Gabriela Leite; pelo deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ); pela antropóloga e membro da organização feminista Marcha Mundial das Mulheres, Alana Moraes; e pela presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/RJ, Margarida Pressburger.

Em uma das exposições mais aplaudidas pelos presentes, Casara afirmou que considera inconstitucional a tipificação das casas de prostituição como crime: "Esse tipo penal foi revogado quando a Constituição entrou em vigor, porque sua existência viola o projeto constitucional de tolerância e o principio da secularização, que enuncia que o Estado não se confunde com a Igreja e que o direito não se confunde com a moral".

Para Casara, o fato de o Estado continuar a considerar a existência desses lugares como criminosa se dá pelo que ele chama de uma "tradição autoritária da sociedade brasileira", uma "condição autoritária que faz com que a sociedade brasileira seja machista, sexista e acredite na pena para resolver os mais variados problemas sociais", segundo ele.

"Chega a ser irônico que uma sociedade que trata o sexo como mercadoria criminalize as casas de prostituição", afirmou, ainda, ponderando que não adianta mudar a lei se a tradição autoritária persistir.

Autor do Projeto de Lei nº 4211/2012, que visa regulamentar a atividade das casas, o deputado Jean Wyllys disse que um dos pontos principais da proposta é diferenciar exploração sexual de prostituição, a fim de combater o crime, principalmente contra crianças e adolescentes: "Não existe prostituição infantil, e sim, exploração sexual de crianças e adolescentes. Prostituição só se dá quando a prática for voluntária, praticada por um adulto com total noção do que quer fazer com o seu corpo", justificou.

Segundo ele, o projeto levará políticas públicas de trabalho e saúde para a prostituta, que não tem sua prática coibida judicialmente, mas "acaba tendo que viver na criminalidade por contra da ilegalidade das casas".

Uma das maiores líderes de movimentos pelos direitos da classe no país, Gabriela Leite, concorda: "Tudo o que é proibido e existe cria uma máfia. E nós, prostitutas, não temos escolha a não ser lidar com gente criminosa".

"Com a regulamentação, uma prostituta terá a quem reclamar quando trabalhar em ambientes precários ou quando presenciar casos de exploração de menores. Hoje em dia, ela não tem como denunciar esses casos pois corre até risco de morte. Não há quem fiscalize", exemplificou Gabriela.

Com opinião contrária aos demais integrantes da mesa sobre a regulação, a feminista Alana Moraes acredita que a chamada "baixa prostituição", das profissionais mais pobres e nos lugares mais carentes, ainda não será contemplada com os direitos que constam no texto: "Legalizar os prostíbulos vai ao encontro dos interesses dos empresários da prostituição e parece não ser uma resposta eficiente, pois as meninas pobres continuarão a ser a 'carne' mais barata do mercado".

O último painel do seminário, também realizado no dia 8, contou com juristas para discutir, em aspectos gerais, o projeto de reforma do Código Penal.

Membro da comissão do Senado que formulou o texto, o desembargador pelo Tribunal de Justiça do Rio (TJ/RJ) José Muiños, explicou o trabalho do grupo para formular o projeto e afirmou que, apesar de o texto vigente atualmente ser de 1940, não está completamente desatualizado: "O Código de 1940 já sofreu inúmeras reformas e temos, hoje, cerca de 126 leis e códigos tratando de tema penal".

Muiños explicou que, dessas leis, cerca de 110 foram incorporadas ao projeto, além das sugestões colhidas em audiências públicas por todo o país.

O desembargador destacou também a influência do Direito Internacional na elaboração da proposta: "Foi necessário saber como o mundo está lidando com certos assuntos antes de tratarmos deles".

Já a presidente da Comissão de Defesa, Assistência e Prerrogativas (Cdap) da Seccional e integrante da Subcomissão Especial de Crimes e Penas da Câmara dos Deputados, Fernanda Tórtima, que se mostrou "decepcionada" com o projeto, criticou a rapidez com que o texto foi elaborado: "Não me parece que oito meses seja tempo suficiente para a apresentação de uma reforma tão grande", disse ela.

Fernanda falou também sobre a ineficiência do aumento de penas: "Não se pode acreditar que a criação de leis possa, por si só acabar com determinada conduta penal. Isso é dar ao Direito Penal uma atribuição que ele não tem", salientou, observando que "o motivo para o aumento ou diminuição de penas deve ser a proporcionalidade do bem jurídico".

"Na questão do Jogo do Bicho, por exemplo, inserido no Código por violar a 'paz pública', não consigo visualizar um bem jurídico, pois não entendo como o jogo afeta a paz pública. O que afeta é o que está ao seu redor, e aí cabem outras tipificações", disse ela.

Participaram também da mesa, mediada pelo membro da Comissão Especial de Estudos do Direito Penal da OAB/RJ André Perecmanis, o membro da Comissão de Direitos Humanos Alexandre Tolipan e o professor e pós-doutor em Direito Penal Juarez Tavares.

http://www.oabrj.org.br/detalheNoticia/ ... uicao.html

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#198 Mensagem por florestal » 11 Nov 2012, 20:11

Enquanto isso nos Estados Unidos uma policial se fantasia de prostituta para prender os clientes.

É o fim da picada!

http://www.youtube.com/watch?v=1MesAsTUeuw

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#199 Mensagem por florestal » 13 Nov 2012, 20:57

Rosalina Sampaio é a presidente da Associação das Prostitutas do Ceará; só que sobre o assunto ela falou muito pouco, mesmo assim a reportagem é agradável, o vídeo é bom de se ver.



http://g1.globo.com/ceara/nosso-ceara/n ... ceara.html

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#200 Mensagem por florestal » 27 Nov 2012, 22:41

Francesa dirige o maior bordel de prostitutas em Genebra na Suiça, onde a prostituição é legal:

http://www.swissinfo.ch/por/sociedade/F ... d=34043834

*

Partido Liberal Russo quer legalizar a prostituição:

http://www.diariodarussia.com.br/fatos/ ... stituicao/

*

Já na Suiça, criaram um drive-in com médicos, seguranças e botão de pânico para as prostitutas trabalharem. Uma boa ideia fazerem isso aqui no Brasil:

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Mu ... 48&page=-1

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#201 Mensagem por florestal » 05 Dez 2012, 10:36

Uma boa iniciativa no sentido de legalizar a prostituição (atividade econômica); merece ser prestigiada. Aqui em São Paulo deveriam fazer um concurso de Miss Prostituta em algum Shopping e o pessoal aqui ir lá aplaudir.

Manaus vai sediar Miss Prostituta e Miss Drag Queen


[ external image ]


As inscrições para o concurso podem ser feitas até terça-feira (11), no setor administrativo do UAI Shopping São José.


Manaus - O UAI Shopping São José, em parceria com as Associações Garotos da Noite e das Prostitutas e Ex-Prostitutas do Amazonas, realizam no próximo dia 15 de dezembro o 'Dia Sem Preconceito'. Na ocasião, serão escolhidas a Miss Prostituta e a Miss Drag Queen 2012.

O evento será realizado no Complexo Booth Line, no Porto Flutuante de Manaus, Centro, às 16h, e dará às vencedoras R$ 3 mil.

Desfiles, palestras de conscientização pelos direitos humanos e shows de 'bate cabelo' serão apresentados ao público, gratuitamente.

"A gente quer acabar com os estigma que há em relação à essas categorias, principalmente com as prostitutas", destacou Dartanhã Silva, presidente da Associação Garotos da Noite, que ressalta que a capital amazonense é a segunda a realizar o concurso.

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Re: Professor de sociologia norte-americano lança livro onde defende a legalização da prostituição.

#202 Mensagem por Carnage » 12 Jan 2013, 16:35

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... ostituicao
Há muito preconceito histórico-cultural contra a prostituição

Preconceito


"A dificuldade de essa profissão ser reconhecida parece girar em torno da questão do preconceito. De acordo com o que vivenciamos ao longo do trabalho, o preconceito está presente em todas as relações: com o cliente, com a sociedade em geral, no meio acadêmico e inclusive partindo das próprias profissionais.

Todas fazem uso de um pseudônimo para se identificar dentro do local de trabalho e esse nome é trocado conforme a casa em que estão exercendo a atividade, facilitando assim o anonimato, que é considerado fundamental no ofício em função do preconceito vivido por elas.

Elas contam que às vezes acontece de serem xingadas na rua por clientes que já usufruíram de seus serviços. Apesar de serem uma minoria, há clientes que as maltratam verbal e fisicamente durante o trabalho e fora. As profissionais relatam esconder sua profissão da maioria das pessoas, principalmente de suas famílias: "meu filho não vai saber que eu sou garota de programa... eu não tenho vergonha, mas também não tenho orgulho... é um trabalho como outro, mas não é aceito". Apesar de dizerem que consideram essa uma profissão como outra qualquer, afirmam que não gostariam de ser registradas: "eu não quero uma carteira de trabalho escrito 'prostituta'".

A religião reforça uma ambigüidade de sentimentos, gerando culpa por exercerem uma atividade considerada pecaminosa: "tem até um dos dez mandamentos que diz 'não se prostituirás'". Outra frase marcante no sentido dessa culpabilização gerada pela religião é: "toda vez que um homem sai de cima de mim, eu rezo".

Há ainda o preconceito das próprias "garotas" contra um tipo que chamam de "a puta de paredão", referindo-se a mulheres que fazem sexo por prazer e com muitos parceiros, em suas palavras: "a mina que vai na balada e transa com qualquer um, acha o cara da balada bonitinho, vai com ele para o motel e não cobra". Essas não seriam profissionais, mas mulheres promíscuas.

Durante o estágio, sentíamos que estávamos adentrando um território muito delicado, tocando em alguns tabus da sociedade. Percebemos que o tema por várias vezes gerou discordâncias e incômodos. No meio acadêmico que freqüentamos, deparamo-nos com reações que variaram do interesse ou da curiosidade à repulsa.

No início da relação com as estagiárias, as "garotas" pareciam testá-las, perguntando se estavam preparadas para ser confundidas com uma delas ao saírem da boate. Ao mesmo tempo, valorizavam a presença das estagiárias ali. Ao final do trabalho, mostraram de maneira clara a segregação que vivenciavam, caracterizando "o mundo lá fora e o mundo aqui dentro", como se houvesse uma barreira entre elas e o resto da sociedade. A dona da casa disse que nunca havia visto uma intervenção desse tipo "em dez anos de noite" e que o fato de as estagiárias escutarem o que elas tinham a dizer sem julgá-las já era uma forma de romper com essa barreira, pois as conversas possibilitavam levar para "fora" um pouco do que a equipe vivenciou lá dentro, mostrando que elas são pessoas comuns, o que poderia ajudar a combater um pouco do preconceito."
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... ostituicao
O feminismo e a legalização da prostituição

Autor: Almeida


Foram quatro postagens aqui, que eu contei, nos últimos dias, sobre a prostituição. Notei, nessas postagens, pouca participação feminina opinando especificamente sobre o tema, então resolvi colher dois olhares femininos no assunto, que li e gostei bastante.

O primeiro é curtinho, a opinião da revolucionária, feminista e defensora do amor livre Alexandra Kollontai:

“A prostituição deforma todas as noções que nos levam a considerar o ato sexual como um dos fatos essenciais da vida humana, como o acorde final de múltiplas sensações físicas levando-nos a estimá-lo, em troca, como ato vergonhoso, baixo e grosseiramente bestial. A vida psicológica das sensações na compra de carícias tem repercussões que podem produzir conseqüências muito graves na psicologia masculina. O homem acostumado à prostituição, relação sexual na qual estão ausentes os fatores psíquicos, capazes de enobrecer o verdadeiro êxtase erótico, adquire o hábito de se aproximar da mulher com desejos reduzidos, com uma psicologia simplista e desprovida de tonalidades. Acostumado com as carícias submissas e forçadas, nem sequer tenta compreender a múltipla atividade a que se entrega a mulher amada durante o ato sexual. Esse tipo de homem não pode perceber os sentimentos que desperta na alma da mulher.”O segundo é mais atual e mais longo, um artigo da historiadora Tania Navarro Swain, também feminista, que aborda a legalização da profissão de prostituta:

Banalizar e naturalizar a prostituição: violência social e histórica*

Tania Navarro Swain

resumo:

A prostituição vem sendo apresentada pelo história como algo já existente desde os primórdios da organização social humana. Diferentes facetas do discurso social retomam esta idéia e justificam a prostituição, esvaziando-a de sua violência constitutiva. A prostituição transformada em profissão de fato legaliza a violência da apropriação material e simbólica dos corpos das mulheres.


A prostituição, ou seja, a venda de corpos, forçada ou não, é talvez a maior violência social cometida contra as mulheres. Esta violência é agudizada por sua total banalização; mais ainda, a profissionalização da prostituição, que acolhe adeptos mesmo entre as feministas, define a apropriação e a “mercantilização” total das mulheres como um trabalho, que seria tão estatutário e dignificante quanto qualquer outro.

A simples classificação “trabalho” promove a compra de mulheres – momentânea ou permanente, como no caso das meninas raptadas, violentadas e prostituídas – a um nível de mercado, de justificação monetária, de inserção nos mecanismos de produção e reprodução do social. De fato, a prostituição é um agenciamento social onde a classe dos homens, como bem definiu Christine Delphy (1998), se apropria e usa a classe das mulheres.[1]

Os mecanismos de inteligibilidade social integram a prostituição, no imaginário e nas representações sociais, como um estado prazeroso, tal como o apresenta, por exemplo, a literatura, dentre os discursos sociais. Por exemplo, Jorge Amado, em muitos de seus romances: apresenta o prostíbulo como um lócus de troca amorosa, de repouso e prazer..Assim, não paira sequer a questão: para quem as mulheres são colocadas à disposição, corpos e ouvidos complacentes, perpétuos sorrisos enganchados no rosto, caricaturas de uma relação de encontro?

Aspirar à dignidade de um trabalho, enquanto prostituta, é totalmente compreensível, sobretudo quando não existem condições materiais para uma transição ou o abandono de tal atividade. Afinal, quem não deseja o respeito e a consideração social? Entretanto, mesmo se a legislação confere um status trabalhista à prostituição, a linguagem popular mostra seu lugar na escala social. Ser “filho da puta” não é ainda o insulto maior?

Diversas asserções tentam justificar a violência da transformação de pessoas em orifícios, como por exemplo, “a prostituição é a mais antiga profissão do mundo”. Esta frase é dita e escrita à exaustão, criando sentidos sobre o vazio de sua enunciação. De fato, em História, nada existiu “desde sempre e para sempre”, a não ser em uma história positivista, enredada em premissas essencialistas e datadas, para a qual é “natural” a presença de prostitutas no social. Ao contrário, a pesquisa histórica vem mostrando que a prostituição é uma criação do social, em momentos épocas específicas; esta denominação encobre, inclusive, no discurso histórico, a presença de mulheres no social que destoam da norma representacional sobre as mulheres.

Esta proposição – a mais antiga profissão do mundo - cria e reproduz a idéia da existência inexorável da prostituição, ligada à própria existência das mulheres, parte de seu destino biológico; nesta asserção é mantida, no senso comum, a noção da essência maléfica e viciosa das mulheres, que através dos tempos se concretiza na figura da prostituta, o lado sombrio e negativo da representação construída sobre a mulher-mãe na historicidade discursiva ocidental. Por outro lado, fica materializada e generalizada a idéia da condição inferior das mulheres ao longo da história, despossuídos de seus corpos e de sua condição de sujeito, no social e no político.

Delimitada pela noção de essência e permanência, a prostituição vai perdendo sua historicidade e a própria variação semântica da palavra desaparece sob generalizações no mínimo insustentáveis. Por exemplo, a “prostituição sagrada” na antiguidade dos povos orientais é uma interpretação anacrônica, pois insere em valores do presente – o sexo mercantilizado – a análise de um ritual simbólico de renovação da vida (Stone, 1979)

Explica esta autora que o hierogamos – união sagrada entre a grande sacerdotisa e o futuro rei, ou entre uma sacerdotisa e um visitante do templo – era uma celebração do ritual místico da vida, reproduzindo, na Suméria, a união de Inana / Damuzi ou de Ishtar/Tamuzi, na Babilônia - fundamentou a idéia de "prostituição sagrada", ou seja, uma interpretação etnocêntrica, que confere ao rito uma desqualificação incompatível com a importância e o sentido conferido à cerimônia.

Merlin Stone historiadora e arqueóloga, explica que as sacerdotisas dos templos da Deusa, seja na Suméria, Babilônia, Cartago, Chipre, Anatólia, Grécia, Sicília, eram consideradas sagradas e puras; seu nome acadiano de gadishtu significa literalmente "mulheres santificadas" ou "santas mulheres" (Stone, 1979: 237).

Julgamento de valor, valores criadores de sentidos, sentidos instauradores do real na senda do imaginário social: assim se constrói a prostituição como atemporal, Se “o que a História não diz, não existiu”, como costumo afirmar, o que a história diz é certamente justificação para determinadas relações sociais. Nesta perspectiva, à asserção “prostituição, a mais velha profissão do mundo”, corresponde “as mulheres sempre foram dominadas pelos homens”, proposições construídas pelas representações sociais binárias e hierarquizadas dos historiadores, destituídas de fundamento. Mas isto assegura, no discurso e às condições de imaginação social, a representação das mulheres enquanto prostitutas e como seres dominados / inferiores, desde a aurora dos tempos conhecidos.

Sentidos múltiplos

Assim, a questão que se coloca é igualmente: o que é uma prostituta? Cada época tem sua definição e seus limites que vão desde a mulher que não é casada, daquela que tem um amante até a profissão que ela exerce, como até pouco tempo, no Brasil, as aeromoças, as cantoras, as mulheres que trabalhavam fora de casa. Se o termo contém uma suposta relação mercantil, a representação da prostituta atinge todas aquelas que não se enquadram às normas de seu tempo / espaço.

Simone de Beauvoir, que marcou a visibilidade dos feminismos no século XX com a publicação do “Segundo Sexo” (1949), assim analisa a condição da prostituta:“[...]a prostituta é um bode expiatório; o homem descarrega nela sua torpeza e a renega ”(Idem,376)e continua […] a prostituta não tem direitos de uma pessoa, nela se resumem , ao mesmo tempo, todas as figuras da escravidão feminina”.(idem) A pertinência desta análise nos aponta para a inversão que institui e classifica a prostituição no mais baixo nível social, que pune e persegue a prostituta e não o cliente. A violência simbólica desta inversão não pune ou rejeitado socialmente os agentes da violência, os criadores de mercado: os clientes. A quem serve afinal, a legalização da prostituição?.

Simone de Beauvoir considera que é na prostituição, onde:

“[...]a mulher oprimida sexualmente e economicamente, submetida ao arbítrio da polícia, à uma humilhante vigilância médica, aos caprichos dos clientes, destinada aos micróbios e à doença, é realmente submetida ao nível de uma coisa”(idem,389)

. Estas frases contém um sem-número de questões: a prostituição como o resultado de relações sociais hierárquicas de poder; como resultado igualmente de uma situação moral; como objetificação total do feminino nas instâncias sexual e econômica, submetido à ordem masculina ; como instituição partícipe do funcionamento do sistema patriarcal; como uma forma de violência e apropriação social das mulheres/ meninas/ crianças pela classe dos homens.

Meninas abandonadas pelos pais, pelos amantes ou maridos, falta de oportunidade de trabalho, falta de capacitação, sedução e exploração, escravidão sexual, medo, são causas arroladas por De Beauvoir (idem:279/380) para a prostituição. Podemos acrescentar o abuso sexual doméstico, na escola, no trabalho, nas instâncias de lazer. No caminho da prostituição, o abuso e o estupro estão quase sempre presentes. Sob o signo do social se coloca a existência da prostituição, num contexto de violência implícita ou explícita, desmascarando “a mais antiga profissão do mundo”. Como bem analisa Colette Guillaumin(1978), as mulheres padecem de não TER um sexo, mas de SER um sexo, no imaginário patriarcal.

De Beauvoir comenta ainda a respeito da prostituição:

“[...] gostaríamos de saber a influência psicológica que esta brutal experiência teve sobre seu futuro; mas não se psicanalisa “as putas”, elas não sabem se descrever e se escondem sob os clichês”(idem, 380).

Esta questão é bem ilustrativa da banalização e naturalização da prostituição: as mulheres violentadas são usualmente encaminhadas para um acompanhamento psicológico; mas e as prostitutas? Ou elas realizam a improvável operação da separação de seus corpos e mentes quando exercem esta atividade, ou são apenas robôs, destituídas de psique, de sentimentos, de emoções.

Dizer que a prostituição é um trabalho e ainda, voluntário, é, no mínimo, um insulto às mulheres, é um insulto ao trabalho, é o menosprezo total das condições que levaram tais mulheres a se submeter e mesmo defender a “profissão” que exercem. O que poderia levar uma criança, uma adolescente, uma mulher à este aviltamento senão a força, o poder, o estupro, a violência social que aceita a figura do “cliente” como seqüência de corpos profanados, usados e abusado, assujeitados, escravizados? Basta lembrar que o tráfico de mulheres só é superado em lucratividade pelo comércio das armas. Estariam todas estas mulheres e meninas nos bordéis e nas ruas, por sua livre vontade, presas de sua “natureza” perversa?

A naturalização e a profissionalização da prostituição não é também uma forma de convencimento para as meninas / adolescentes? Porque não ser prostituta, “trabalho” “fácil”, para se ganhar muito dinheiro? Não se explica a elas o que vão constatar: a perda de sua condição de sujeito, de ser humano, entre surras e pancadas, na total insegurança, sem falar nesta intimidade, nesta troca de fluidos corporais, de odores, texturas, hálitos, suores, a invasão e a despossessão de seus corpos por qualquer indivíduo do sexo masculino? Como se ousa dizer que alguém quer ou gosta de ser prostituta?

De fato, a prostituição é a banalização do estupro.

Um argumento bem atual é que a sedução exercida pela prostituta seria uma forma de poder sobre os homens: a mulher teria algo tão desejável que faria o homem se submeter a pagar por isto, diz a revista Nova em 1999. Mutatis mutandis, o patrão que paga um salário torna-se assim instrumento e posse de seu operário? Que estranha inversão é esta que torna o comprador tributário do vendedor? Que tipo de raciocínio é este que seria destruído em segundos por qualquer estudante de economia e se sustenta na análise da prostituição? De toda maneira, o dinheiro ganho pelas prostitutas raramente fica em suas mãos.

No estupro e na violência material e psicológica encontram-se raízes da prostituição; no aliciamento para o mundo artístico, inumeráveis jovens desaparecem no tráfico internacional de mulheres onde são vendidas e confinadas em bordéis; no apelo ao consumo e na falta de oportunidades de trabalho, na ausência de capacitação profissional e mesmo de alfabetização, outras passam a vender seus corpos, já que, afinal, não é este um destino “natural” para as mulheres?. Mas não só a ausência de condições materiais estimulam a venda de corpos: são as representações sociais sobre as mulheres, são as condições de imaginação social que asseguram a existência da prostituição, como algo banal e natural.

Estas são situações de fato, levadas em conta pelos feminismos quando se debruçam sobre a experiência singular das mulheres, colocando-se em sua defesa e proteção. Sob a égide da legalização da prostituição encontra-se, entretanto, um imenso mercado que mal disfarça seus interesses. A mercadoria é o corpo ou o sexo das mulheres e meninas. Por vários motivos, a prostituição não pode ser assimilada a um trabalho, a uma profissão: numa relação profissional ou mercantil, o que se vende é o trabalho ou o produto do trabalho. Na prostituição, o corpo das mulheres seria seu produto? Como ser força de trabalho e ao mesmo tempo seu produto? Isto é a re-naturalização do sexo feminino, a sua transformação de ser humano em carne , cujo destino é a satisfação do desejo de outrem.

Confundir prostituição e trabalho é dotá-la de uma dignidade que não possui no imaginário e na materialidade social – o linguajar popular exprime o desprezo social em relação à prostituta e nenhuma legislação irá modificar esta imagem: é a forma falaciosa de justificar o completo assujeitamento das mulheres a seu corpo sexuado, mergulhando-as na total imanência.

É a melhor maneira de perpetuar a prostituição, igualmente, na medida em que as próprias mulheres defenderiam sua profissionalização, para escapar ao opróbrio, às perseguições legais e à própria auto-representação, fincada num imaginário de degradação. Assim, descriminalizar é uma coisa e profissionalizar é algo muito diferente: descriminalizar é proteger as mulheres prostituídas do arbítrio legal e da exploração dos cafetões; profissionalizar é integrá-la ao funcionamento do mercado de trabalho, banalizando e normalizando a apropriação das mulheres pelos homens, na expressão paroxística da matriz heterossexual, na reafirmação do patriarcado enquanto sistema.

A prostituição é, portanto, uma instituição social que materializa a apropriação geral da “classe” dos homens em relação à “classe das mulheres”, (Guillaumin, 1978) historicamente constituída nas relações sociais e que tende a ser naturalizada. A prostituição enquanto “escolha” de uma “profissão” obscurece a profunda esquizofrenia do olhar lançado sobre as prostitutas, destituídas de toda perspectiva psicológica, capazes de cindir, no exercício da sexualidade, da “profissão”, seu corpo e sua mente, seu corpo e suas emoções.

Evidentemente, os consultórios de psicólogos e psicanalistas estão repletos de mulheres e homens com problemas sexuais; as prostitutas, entretanto, não são afetadas por estas disfunções, já que se trata de um “trabalho”, de uma “escolha”. As imagens que são produzidas pela televisão, pelo cinema, pela literatura, mostram os bordéis como casas de alegre convivência, de felizes encontros, de doces recordações – para os homens – escondendo a sombria realidade de seres despojados de seu corpo e de sua humanidade.

Pequena questão final

A materialidade das relações sociais apela para um posicionamento político e a análise crítica é um dos vetores que pode rasgar as tramas dos discursos e suas práticas. A História, enquanto discurso social também dotado de historicidade é uma das grandes veiculadoras de representações de mulheres naturalizadas: entre maternidade e prostituição, a escolha de um destino biológico. Os feminismos, atentos à sua própria produção do conhecimento, não podem senão negar a banalização da violência que prostitui as mulheres e afirma que elas assim o querem porque assim são feitas e constituídas.

Referências bibliográficas

DE BEAUVOIR, Simone. Le Deuxième Sexe. L’expérience vécue, Paris: Gallimard, 1966. (1a edição em 1949)

DELPHY, Christine. L´ennemi pprincipal. vol 1. Paris : Ed. Syllepse, 1998

GROULT, Benoite. Cette mâle assurance. Paris : Albin Michel, 1993

GUILLAUMIN, Colette. 1978.Pratique du pouvoir et idée de Nature, 2.Le discours de la Nature, Questions féministes, n.3, mai, p.5-28,

STONE, Merlin. Quand Dieu était femme. Quebec: Etincelle, 1979.

RICH, Adrienne. La contrainte à l'hétérosexualité et l'existence lesbienne, Nouvelles Questions Féministes, Paris, mars , n.1, p.15-43, 1981.

JODELET, Denise. Les représentations sociales, un domaine en expansion. In :___ (dir) Représentations sociales. Paris : PUF, 1989.

[1] Na linguagem marxista de relações de classes, Delphy (1998) identifica na associação dos homens uma classe, que como tal se apropria das mulheres, também enquanto classe

nota biográfica

tania navarro swain é professora do Departamento de História da Universidade de Brasília, doutora pela Université de Paris III,Sorbonne. Fez seu pós-doutorado na Universidade de Montréal, onde lecionou durante um semestre na Université du Québec à Montréal, (UQAM), onde foi professora associada ao IREF, Institut de Rechereches et d´Études Féministes. Ministra um curso de Estudos Feministas na graduação e trabalha na área de concentração com a mesma denominação na pós-graduação. Publicou recentemente um livro pela Brasiliense, “O que é lesbianismo”, 2000 e organizou um número especial “Feminismos: teorias e perspectivas” da revista Textos de História, lançado em 2002. Organizou igualmente um livro “História no Plural”, além de vários artigos em revistas nacionais e internacionais.Organizou igualmente o livro "mulheres em ação:práticas discursivas, práticas políticas", publicado em 2005. É editora da revista digital Labrys, estudos feministas"

* texto publicado na revista Unimontes Científica, revista da Universidade Estadual de Montes Claros, vol6,n2, julho/dez 2004.

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Re: Professor de sociologia norte-americano lança livro onde defende a legalização da prostituição.

#203 Mensagem por Carnage » 12 Jan 2013, 20:19

Não sei se alguém já postou este link em algum lugar do fórum, mas vale muito a pena ver:

http://www.youtube.com/watch?v=Rnaf81ey ... r_embedded

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Professor de sociologia norte-americano lança livro onde defende a legalização da prostituição.

#204 Mensagem por florestal » 14 Jan 2013, 12:45

O Luis Nassif ganha dinheiro para escrever, de maneira que eu não tenho muita paciência para ler as coisas dele, inclusive porquê ele somente escreve as coisas que estão de acordo com a orientação petista. Esse exemplo histórico eu já conheço, na extinta URSS existia a Academia de Ciências que somente escrevia o que fosse decidido pela cúpula do regime, ou seja, eram coisas totalmente sem qualidade, imprestáveis. Eu já acreditei nisso, tanto que estou vendendo pelo Mercado Livre diversos livros que tenho daquela época e sempre tem gente que compra.

Eu li por cima e pude notar que o que ele fez foi copiar/colar o texto da Kollontai sem se ater ao contexto histórico em que ele foi escrito. Ela não defendia o amor livre, quem fez isso foram os hippies, ela defendia o comunismo de mulheres e queria uma alternativa ao casamento monogâmico, então existiam outros motivos, além dos de ordem moral. No socialismo criado em 1917 não havia espaço para o mercado, portanto não poderia haver prostituição, algo regulado pelo mercado. Mesmo assim os bolcheviques erraram na questão sexual, a própria Kollontai foi posta de lado com o desenrolar da revolução e eles passaram a adotar uma política sexualmente conservadora; até mesmo o homossexualismo foi proibido por lei, um erro evidente. Fidel Castro até ontem chamava a prostituição de lacra, já a filha do Raúl Castro é mais sensível ao assunto e tem uma visão diferente.

Com relação ao artigo da feminista, esse movimento está dividido e essa mulher não entende nada do assunto, é daquelas mulheres que não metem e não gostam de quem mete, existem várias feministas assim. Citam a Simone de Beauvoir, mas nada dizem da vida dela, que ela também era contra o casamento monogâmico e saiu com diversos homens, isso elas omitem, escondem. É um artigo que não presta, não tem qualidade, não leva em consideração a realidade do mundo em que vivemos e essas feministas estão todas ancoradas no PT, um dos motivos que leva esse partido a ter essa posição contrária a legalização da prostituição. Elas repetem muito do discurso abolicionista, feito pelas igrejas.

Neste tópico, um apelo a todos: não percam o seu tempo lendo as coisas do PT, pois essas baboseiras já são publicados pela grande imprensa: Folhão, Estadão, BBC e outros. Leiam as coisas que eu publico, que são coisas sérias, de pesquisadores que foram a campo para melhor conhecer o assunto. A Adriana Piscitelli, por exemplo, foi para os puteiros, entrevistou as putas, quis conhecer o problema de perto; o mesmo aconteceu com esse professor de sociologia norte americano, ele foi conhecer o problema, tanto que em seu livro escreve que a maioria do que é publicado sobre a prostituição são coisas irreais, de gente que fica repetindo o que leu nos livros. Esses escrito têm qualidade.

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Re: Professor de sociologia norte-americano lança livro onde defende a legalização da prostituição.

#205 Mensagem por Mike Logan » 14 Jan 2013, 14:14

florestal escreveu:Neste tópico, um apelo a todos: não percam o seu tempo lendo as coisas do PT, pois essas baboseiras já são publicados pela grande imprensa: Folhão, Estadão, BBC e outros. (...)
Pô, que bola fora, hein? Se eu me informasse somente pelos meios de comunicação que você citou, certamente votaria apenas no PSDB e no DEM, jamais no PT. Sempre leio os textos citados pelo Carnage aqui nos AGs, de forma a conhecer todas as visões sobre os temas importantes para nossa sociedade. Não dá para acreditar que alguém tente convencer os outros simplesmente ignorando ou rechaçando sem critérios os argumentos contrários ao seu ponto-de-vista.

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Re: Professor de sociologia norte-americano lança livro onde defende a legalização da prostituição.

#206 Mensagem por Nazrudin » 14 Jan 2013, 15:08

Mike Logan escreveu:
florestal escreveu:Neste tópico, um apelo a todos: não percam o seu tempo lendo as coisas do PT, pois essas baboseiras já são publicados pela grande imprensa: Folhão, Estadão, BBC e outros. (...)
Pô, que bola fora, hein? Se eu me informasse somente pelos meios de comunicação que você citou, certamente votaria apenas no PSDB e no DEM, jamais no PT. Sempre leio os textos citados pelo Carnage aqui nos AGs, de forma a conhecer todas as visões sobre os temas importantes para nossa sociedade.
:shock: :lol:
Mike Logan escreveu:Não dá para acreditar que alguém tente convencer os outros simplesmente ignorando ou rechaçando sem critérios os argumentos contrários ao seu ponto-de-vista.
Tem uns leitores de Veja, uns até saem correndo na madrugada atrás do primeiro exemplar... que chamam de burro quem lê a revista.... Fróidis, expliquis, cacildes!

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Deputado quer aprovar até a Copa projeto de lei que regulariza a prostituição no Brasil

#207 Mensagem por japa.cp » 15 Jan 2013, 08:07

Fonte: http://noticias.uol.com.br/politica/ult ... brasil.htm

Em um prostíbulo, mulheres adultas são forçadas a prestar favores sexuais e a conviver com menores exploradas. O dinheiro fica para o cafetão e, se alguém denunciar, corre risco de morte. Embora criminosa, esta cena não é tão excepcional quanto parece --ela faz parte do cotidiano de muitas cidades brasileiras.

No Brasil, prostituição não é crime, é uma profissão legalizada. Ilegais são as casas de prostituição, o que dá margem aos mais diversos tipos de abusos e corrupção.

De olho no aumento da exploração sexual durante a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) protocolou um projeto de lei na Câmara dos Deputados para regularizar a profissão das prostitutas. Ele quer que a proposta seja aprovada até 2014, para evitar a proliferação de casos como o divulgado no último dia 10, quando uma jovem conseguiu fugir de uma casa onde era explorada sexualmente e mantida em cativeiro, em São Paulo.

Não é a primeira vez que uma iniciativa como a de Wyllys é levada a cabo no Brasil. O ex-deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) já havia protocolado um projeto semelhante durante seu mandato (1995-2011), mas o texto foi arquivado após ele deixar a Câmara. Agora, o diálogo com as prostitutas voltou a ganhar força, com a expectativa gerada por estes dois grandes eventos esportivos.

Em entrevista ao UOL, Jean Wyllys explicou a necessidade de um projeto como este, enfatizando sempre a urgência da regularização das casas onde são prestados serviços sexuais e a diferença entre prostituição e exploração sexual.

UOL - Por que um projeto de lei que regulamente o trabalho das prostitutas?
Jean Wyllys - Há uma demanda pelo serviço sexual das prostitutas e dos prostitutos, pois a prostituição não é só feminina. Essas pessoas existem, elas são sujeitos de direitos. As prostitutas se organizaram em um movimento político nos anos 70 e início dos anos 80, um movimento que no Brasil foi encabeçado principalmente pela Gabriela Leite, fundadora da grife Daspu e presidente da ONG Da Vida. O projeto é um esforço de atender à reivindicação deste movimento. Tais reivindicações estão em absoluto acordo com a minha defesa pelas liberdades individuais, pela defesa dos direitos humanos de minorias, ou seja, não é uma pauta alienígena ao meu mandato, ao que eu defendo, como os direitos sexuais e reprodutivos da mulher, a descriminalização das drogas e os direitos dos LGBTs. Já houve uma tentativa de atender à demanda deste movimento antes [com o ex-deputado Gabeira], e eu retomei. Então temos uma segunda tentativa agora, com um projeto mais bem-elaborado e construído em parceria com o movimento social. Antes de eu protocolar esse projeto, ele foi submetido a várias reuniões com lideranças do movimento das prostitutas e com feministas. Foi um projeto amplamente discutido.

UOL - Em que pé está a tramitação do projeto na Câmara?
Wyllys - O projeto está agora na Comissão de Direitos Humanos e Minorias, onde será relatado pela deputada Érika Kokay (PT-DF), que é favorável a ele. Em seguida, vai para a Comissão de Seguridade Social e Família e, depois, para plenário. Mas esse projeto tem um objetivo maior, que é garantir dignidade às profissionais do sexo, reconhecer seus direitos trabalhistas. Atualmente, elas não contam com dignidade, são exploradas por redes de tráfico humano, por cafetões e por proxenetas. Por que isso acontece? Porque a prostituição não é crime no Brasil, mas as casas de prostituição são. E são poucas as prostitutas que trabalham de maneira absolutamente autônoma, sem precisar de um entorno e de relações. Então, a maioria delas acaba caindo em casas que operam no vácuo da clandestinidade. O projeto quer acabar com isso. Garantir, portanto, direitos trabalhistas e uma prestação de serviço em um ambiente absolutamente seguro. Outro objetivo do projeto é o combate à exploração sexual de crianças e adolescentes. Um erro muito cometido pela imprensa, um erro comum, é falar em prostituição infantil. Não existe prostituição infantil. A prostituição é uma atividade exercida por uma pessoa adulta e capaz. Se uma criança faz sexo em troca de dinheiro, em troca de objetos, seja lá o que for, esta criança está sendo abusada sexualmente, e exploração sexual é crime. Atualmente, muitas crianças são exploradas em casas de prostituição, justamente porque essas casas são ilegais, elas não têm fiscalização. Quando a polícia consegue investigar uma casa, o policial acaba recebendo propina. E as prostitutas adultas não podem sequer denunciar. Se denunciarem, o proxeneta mata. É uma situação que não pode continuar. O que pode resolver este estado de coisas é um projeto que regulamente a atividade das prostitutas e torne legais as casas de prostituição.

UOL - Então o projeto está focado na legalização das casas?
Wyllys - Exatamente, porque a prostituição não é crime no Brasil. A prostituição é estigmatizada e marginalizada, mas não é crime o que a prostituta faz, ela não é uma criminosa. O que é crime, segundo o Código Penal, é a casa de prostituição. Só que, ao fazer da casa de prostituição um crime, a prostituta é taxada como criminosa, porque nenhuma prostituta é autônoma a ponto de trabalhar sozinha. E, embora a casa de prostituição seja crime, eu, você, toda a imprensa e a polícia sabe que há casas de prostituição funcionando. Se estão funcionando no vácuo da ilegalidade, alguém está permitindo que funcionem assim, alguém está recebendo propina para não denunciá-las. Temos aí o crime da corrupção policial como um crime decorrente da ilegalidade das casas. Então, é melhor para todo mundo que as casas operem na legalidade, que o Estado possa recolher impostos, fiscalizá-las, levar políticas públicas de saúde da mulher e, sobretudo, proteger as crianças e adolescentes.

UOL - O projeto de lei contempla apenas prostitutas mulheres acima dos 18 anos ou outras formas de prostituição, como a masculina e a de travestis?
Wyllys - Todas as pessoas adultas e capazes, incluindo as mulheres transexuais, as travestis e os garotos de programa. Então, a ideia é para todos, é um projeto que vai se aperfeiçoar na medida em que ele for sendo relatado, porque a cada relatoria novas questões vão sendo incorporadas. Num primeiro momento, eu ouvi muito mais as mulheres, é verdade, porque esse movimento está organizado desde o final dos anos 70. Os garotos de programa não se mobilizaram em um movimento político, eles existem como um coletivo disperso.

UOL - Há um prazo para o projeto ir a plenário?
Wyllys - Não, não há um prazo, porque tem a tramitação nas comissões. Eu vou colocar todas as minhas relações na Câmara para fazer o projeto tramitar, e é claro que eu vou contar com aliados, porque haverá uma bancada que provavelmente vai se opor ao projeto, e vai se opor por puro moralismo. A oposição que eu vou ter é esta, é uma oposição moral. Mas eu vou concentrar todos os meus esforços para fazer o projeto tramitar o mais rápido possível, antes da Copa do Mundo. Talvez converse com as lideranças da bancada do PT, que são prováveis aliados, com bancadas de esquerda e com a bancada feminina, que é uma bancada controversa, porque não há um consenso nesta bancada sobre a prostituição.

UOL - Quais as principais barreiras para a aprovação do projeto no Congresso?
Wyllys - Essa bancada moralista, a bancada conservadora que reúne evangélicos fundamentalistas, católicos fundamentalistas e conservadores laicos, que não são católicos nem evangélicos, mas são conservadores, hipócritas, moralistas.

UOL - E as principais barreiras na sociedade na luta pelos direitos das profissionais do sexo?
Wyllys - Eu não sei dizer, não vou falar em nome de toda a sociedade, detesto essa generalidade. A sociedade é muito diversa para eu falar em nome dela. O que posso dizer é que, desde que protocolei esse projeto, tenho recebido reações de apoio que me surpreendem, que vêm de pessoas que eu nem esperava que fossem apoiar. E, ao mesmo tempo, claro que apareceram vozes dizendo que o deputado Jean Wyllys quer incentivar a prostituição. É um discurso rasteiro. Eu não quero incentivar a prostituição, as prostitutas existem, elas estão aí prestando serviço, e, se há um serviço, há demanda. A sociedade que estigmatiza e marginaliza a prostituta é a mesma sociedade que recorre a ela. Eu não estou inventando este estado de coisas. Na narrativa mais antiga produzida pela humanidade, a prostituição já é citada. Não é à toa que dizem que é a profissão mais antiga do mundo. Eu quero dar dignidade a estas profissionais, sobretudo o proletariado. Pois aquela prostituta de classe média alta que divide um apartamento no Rio ou nos Jardins de São Paulo talvez seja menos vulnerável que o proletariado da prostituição, que depende das casas e de exploradores sexuais. Eu quero proteger os direitos delas, garantir a dignidade e combater a exploração sexual de crianças e adolescentes. Qualquer pessoa de bom senso entende isso e se coloca a favor do projeto. Quem tem se colocado contra é quem quer deturpar deliberadamente o projeto ou pessoas muito moralistas, que acham que a prostituição é um mal em si. E aí não adianta você argumentar que é uma questão de liberdade individual, que uma pessoa adulta pode escolher ser prostituta. Se as pessoas não compreendem isso, vão achar sempre que a prostituição é uma desgraça.

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DEPUTADO QUER APROVAR ATÉ A COPA LEI SOBRE REGULARIZAÇÃO DA PROSTITUIÇÃO !!!

#208 Mensagem por Fatblack » 15 Jan 2013, 08:12

De olho no aumento da exploração sexual durante a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) protocolou um projeto de lei na Câmara dos Deputados para regularizar a profissão das prostitutas. Ele quer que a proposta seja aprovada até 2014, para evitar a proliferação de casos como o divulgado no último dia 10, quando uma jovem conseguiu fugir de uma casa onde era explorada sexualmente e mantida em cativeiro, em São Paulo

Será q sai do papel o projeto ?

Reportagem completa:
http://noticias.uol.com.br/politica/ult ... brasil.htm

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Re: Deputado quer aprovar até a Copa projeto de lei que regulariza a prostituição no Brasil

#209 Mensagem por Compson » 15 Jan 2013, 21:06

O Wyllys foi a única coisa útil que saiu desses Big Brothers...

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Re: DEPUTADO QUER APROVAR ATÉ A COPA LEI SOBRE REGULARIZAÇÃO DA PROSTITUIÇÃO !!!

#210 Mensagem por Willy Falcon » 15 Jan 2013, 21:17

Pra nós será uma bosta. Vão querer cobrar 1000 pratas por hora sem privê e com taxa de anal de 300 reais.

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