Desabamento do "Roubanel", Mensalão do DEM e outras mazelas do jeito "cletptotucano" de governar

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Re: Desabamento do "Roubanel", Mensalão do DEM e outras mazelas do jeito "cletptotucano" de governar

#286 Mensagem por Carnage » 09 Dez 2011, 21:43

Até o momento passa totalmente me branco o assunto na mídia. Se alguém alguma vez achou que a história da mídia ser parcial era coisa de petista com mania de perseguição, depois desta se continuar achando eu não sei o que se passa...
Se o mesmo assunto fosse sobre qualquer um do PT, seria o fim do mundo.

http://www.blogcidadania.com.br/2011/12 ... ia-tucana/
Imprensa ‘independente’ esconde livro sobre privataria tucana
Eduardo Guimarães

Nos últimos anos, qualquer livro de autoria de desafetos ou adversários políticos do ex-presidente Lula e/ou do PT recebeu monumental cobertura da grande mídia. Tais obras costumam ser anunciadas em portais de internet, revistas semanais, jornais, televisões e rádios apesar de não conterem nada além de insultos e acusações sem provas.

Que interesse público ou meramente jornalístico pode ter um livro que chama o ex-presidente Lula de “anta” ou outro que chama de “petralhas” os mais de um milhão de filiados do Partido dos Trabalhadores? Apesar disso, esses livros, escritos por pistoleiros contratados para caluniar e xingar, são anunciados o tempo todo pelos grandes meios de comunicação.

Neste fim de semana, chega ao público um livro que, apesar de jamais ter sido sequer mencionado em um grande jornal ou em qualquer outro grande meio de comunicação, era aguardado por dezenas de milhares de internautas que dele souberam através da blogosfera e de uma única revista semanal, a Carta Capital.

O livro recém-lançado pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr., acusado no ano passado pela grande mídia de integrar complô para montar dossiê contra José Serra, pode não conter apenas acusações sem provas ou meros xingamentos. Segundo o autor, apresenta provas de roubo de dinheiro público no processo que o jornalista Elio Gaspari batizou como “privataria”.

É revelador como o livro A Privataria Tucana jamais recebeu um único comentário inclusive do autor do termo que resume o que foi o processo de privatização de empresas públicas durante o governo Fernando Henrique Cardoso, ou seja, um dos maiores saques sofrido pela nação em toda a sua história e que superou até a roubalheira da ditadura militar.

A imprensa que vive se dizendo “independente”, portanto, ao tentar esconder o livro “proibido” está dando a ele a maior contribuição que poderia.

Explico: se fosse uma obra fraca, com denúncias fracas, seria excelente alvo para veículos partidarizados como Globo, Veja, Estadão e Folha. Se a escondem, é porque seu conteúdo deve ser arrasador. E como quem se interessa por assuntos assim certamente tem acesso à internet e a blogs políticos, a censura aumentará o interesse.

Os grandes meios de comunicação fazerem de conta que não viram o livro, portanto, talvez seja tão importante quanto seu conteúdo, pois pessoas bem-intencionadas que têm dúvidas sobre o partidarismo político daqueles meios agora dispõem de prova incontestável desse partidarismo.

Ora, imprensa que se diz “independente”, se fosse mesmo não precisaria concordar com um livro considerado bombástico para noticiar seu lançamento ou para produzir análises de seu conteúdo. O lançamento da obra é um fato político saboroso para qualquer jornalista de verdade. Aliás, é escandaloso que o autor do termo “privataria” tenha se calado.

Este blogueiro AINDA não leu o livro, o que começará a fazer no fim de semana. Até aqui, portanto, não sabe se as denúncias são fundamentadas. Pelo tratamento que a obra está recebendo da mídia, é possível concluir que deve ter muito mais do que suposições e xingamentos.

Se assim for, a mera publicação da obra não desnudará tão-somente o partidarismo de uma máfia que se autoproclama “imprensa independente”; permitirá que os setores pensantes e decentes da sociedade descubram se o Brasil tem Poder Judiciário ou se são todos comparsas dos poderosos chefões midiáticos.

http://www.conversaafiada.com.br/politi ... a-em-cana/
Como o livro do Amaury bota o Cerra em cana
Publicado em 09/12/2011


O Gaspari de muitos chapéus vai se arrepender amargamente de ter inventado esse maldito termo “privataria”.

Logo ele, o único a que, de verdade, o Padim Pade Cerra dá ouvidos.

Os dois trocam receitas de veneno, nas conversas madrugada adentro.

É que o livro que vai levar o Cerra à PF Hilton tem esse título:

“A Privataria Tucana”, de Amaury Ribeiro Júnior, lançado pela Geração Editorial e a que a Carta Capital primeiro teve acesso.

O livro oferece ao Zé (vejam por que os amigos de Dantas chamam o Ministro da Justiça, carinhosamente, de Zé) Cardozo, e, portanto, à ex-Republicana Polícia federal, e ao brindeiro Roberto Gurgel, o guardião da sociedade, a oportunidade ímpar de botar o Cerra na cadeia.

Ele e o que o Amaury chama de “clã Serra”.

Vamos por partes.

O Amaury prova exaustivamente, já que tudo o que diz se acompanha de documentos:

- o genro de Cerra é um lavador de dinheiro e seus bens estão indisponíveis;

- a filha de Cerra é uma lavadora de dinheiro e violadora de sigilos fiscais e bancários; e, por isso, está indiciada num processo;

- Cerra e seu sócio e cunhado Preciado (o Fernando Rodrigues perdeu a oportunidade de entrar para a História do Jornalismo Investigativo …) fizeram uma tramóia com um terreno no Morumbi;

- seu cunhado e sócio Preciado operava o Banespa e, mesmo falido, comprou uma empresa na privatização;

- outro sócio de Cerra, o Rioli lavou dinheiro e operou uma empresa falida, a Calfat com dinheiro público; por isso, mereceu de Amaury o epíteto “Mandrake das privatizações”.

- Cerra escondeu da Justiça Eleitoral suas operações comerciais com Rioli e Preciado;

- Ricardo Sergio de Oliveira, chefe da tesouraria das campanhas do Cerra E DO FERNANDO HENRIQUE é um “manual da roubalheira”.

Ricardo Sergio, também chamado de “Mr. Big” fez de tudo:

- lavou dinheiro para a filha e o genro do Cerra;

- recebeu propina da Carlos Jereissati, sócio de Sergio Andrade na trampa da BrOi;

- ajudou a montar a trampa da privatização do Daniel Dantas – é aquele momento Péricles de Atenas do Governo Cerra/FHC: “se der m… estamos todos no mesmo barco”.

(Depois Jereissati, desinteressadamente, contribui para a campanha do Cerra com um valor infinitamente menor do que aparece no livro do Amaury. )

Ricardo Sergio foi apresentado ao Cerra pelo Clovis Carvalho, que o Fernando Henrique queria fazer Ministro da Fazenda do Itamar, quando saiu do Governo para ser candidato.

(Quem disse isso ao ansioso blogueiro foi o próprio Farol, dentro de um avião da ponte aérea Nova York – Washington.)

Um dia, no restaurante Massimo, quando este ansioso blogueiro frequentava o Massimo e falava com o Gaspari, o ansioso blogueiro contou que o Ricardo Sergio o processava.

Mr. Big foi um dos pioneiros nessa lista que enobrece o ansioso blogueiro – clique aqui para ler sobre as 41 ações que movem contra ele e, não perca !, a “Galeria de Honra Daniel Dantas”.

Gaspari disse assim: vou falar com o Cerra para acabar com isso.

(Quem acabou foi a Justiça. O advogado Manoel Alceu Affonso Ferreira, defensor deste ansioso blogueiro, botou o Ricardo Sérgio para correr.)

Tem a lavagem de dinheiro de diamantes, operação que contou com o brilho do Ricardo Sergio.

Ricardo Sergio foi quem criou o “business plan” – mostra o Amaury – para as operações subsequentes do banqueiro condenado, Daniel Dantas – e do genro e filha do Cerra.

Lá está, em todas as tintas, o doleiro Messer, que conhece a alma tucana ainda melhor do que o Ciro Gomes.

Ricardo Sergio aparece de corpo inteiro ao receber propina para privatizar a Vale.

A Vale, aquela que, segundo o Fernando Henrique, foi vendida a preço de banana a pedido do Cerra.

- Um último item deste roteiro para levar o Cerra ao PF Hilton seria acompanhar os documentos que o Amaury publica sobre suas relações com a empresa de arapongagem e montagem de dossiês, a Fence.

A Fence foi trabalhar para o Governo de São Paulo, jestão Cerra, sem licitação …).

A Fence, do “Dr. Escuta”, trabalha para ao Cerra desde os bons tempos do Marcelo Lunus Itagiba no Ministério da Saúde, onde a Roseana Sarney foi devidamente defenestrada da campanha presidencial de 2002.

A Fence voltou ao Governo de São Paulo, como Cerra, no âmbito da Prodesp, a empresa de processamento de dados (sigilosos, do Estado de São Paulo).

Um escárnio.

Ficou lá, a trabalhar para os altos desígnios eleitorais do Cerra, até que o Geraldo Alckmin rompesse o contrato.

Só a Fence e o “Dr Escuta” davam uns dez anos de cadeia ao Cerra (os mesmos dez que o corajoso Juiz Fausto De Sanctis outorgou ao banqueiro condenado).

Se o Zé Cardozo e o brindeiro Gurgel quiserem trabalhar …

Muita gente achava que, se os discos rígidos fossem abertos, a República parava por dois anos.

Foi por essas e outras que a Douta Ministra Ellen Gracie, em boa hora substituída, estabeleceu notável Sumula Vinculante, que rege muitas decisões pelo país afora: Dantas não é Dantas, mas Dantas.

Muita gente achou que a Satiagraha ia sacudir o coreto dos tucanos.

E vai mesmo.

A I e a II.

Por isso, foi um Deus-nos-acuda e teve quem chamou o Presidente “às falas”.

O Amaury tranquilizou todo mundo.

Deixa os discos rígidos, adormecidos, sob as doutas nádegas do Ministro Eros Grau, que os sequestrou do Juiz De Sanctis.

A Satiagraha I daqui a pouco ressuscita, apesar do Dr Macabu.

Mas, antes disso, as vísceras tucanos vieram à mostra.

Zé e brindeiro: ao trabalho !


Paulo Henrique Amorim

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Re: Desabamento do "Roubanel", Mensalão do DEM e outras mazelas do jeito "cletptotucano" de governar

#287 Mensagem por Carnage » 09 Dez 2011, 21:53

Matéria da revista Veja da época do governo FHC que fala sobre a saída de Ricardo Sérgio (um dos principais personagens no tal livro do Amaury) do BB.

Na matéria fala-se de desvios da ordem de centenas de milhões de reais, talvez até mais. E ainda dizem que a corrupção no governo atual é que atingiu um patamar nunca visto...

http://veja.abril.com.br/021298/p_044.html
Privatização
Bode expiatório berra

Com a saída de Ricardo Sérgio, Jair Bilachi, o homem da Previ, é o novo olho do furacão


Ele resistiu, esperneou, insistiu — mas acabou caindo. Na quinta-feira passada, o economista Ricardo Sérgio de Oliveira, 52 anos, tornou-se a quinta vítima do grampo no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, BNDES, e encerrou seu reinado no Banco do Brasil como diretor da área externa, responsável pelos negócios internacionais do banco e pelos grandes clientes no Brasil. Também deixou de ser o maestro de coxia da Previ, o poderoso fundo de pensão do Banco do Brasil, dono de um patrimônio colossal, de 22 bilhões de reais. Nas conversas grampeadas, Ricardo Sérgio comparece com o trecho mais sugestivo de irregularidade. Num telefonema com o então ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros, o diretor do banco afirma que acabara de conceder uma fiança altíssima, de 874 milhões de reais, e reconhece: "Estamos no limite da nossa irresponsabilidade". Mesmo assim, o diretor só deixou o cargo depois de receber recados de que o Palácio do Planalto gostaria muito de ouvir seu pedido de demissão. Na quarta-feira à noite, Ricardo Sérgio chegou a telefonar para seu amigo no Planalto, o ministro Clovis Carvalho, da Casa Civil. Na conversa, explicou por que não pediria demissão, dizendo que havia cumprido seu dever e nada fizera de errado. Clovis Carvalho, com sutileza, explicou-lhe que mesmo assim havia um problema político, um desgaste que precisava ser contornado. No dia seguinte, caiu a ficha. Ao meio-dia, Ricardo Sérgio ligou de São Paulo para o presidente do banco, Paulo César Ximenes, e avisou que estava indo embora.


Esquivo, avesso a fotografias e a qualquer tipo de exposição, Ricardo Sérgio de Oliveira já vinha saindo do anonimato em função do desembaraço com que atuava no Banco do Brasil e na Previ. Com sua influência na Previ, articulou a formação de consórcios que participaram dos leilões de privatização da Vale do Rio Doce e da Telebrás. No caso da Telebrás, chegou a ajudar o consórcio vencedor, o Telemar, chamado de "telegangue" pelo ex-ministro Mendonça de Barros, a pagar a entrada da compra da Tele Norte Leste, que reúne dezesseis teles. Acionou a Previ para que adquirisse 120 milhões de reais em ações de duas empresas do Telemar — o grupo La Fonte, do empresário Carlos Jereissati, e o grupo Inepar, de Atilano Sobrinho. Ricardo Sérgio também já levou a Previ a comprar prédios de um sócio e amigo seu, José Stefanes Gringo. O ex-diretor do BB e José Gringo são sócios numa corretora paulista, a RMC. Até já veio a público uma carta em que Ricardo Sérgio mostrava seu empenho em que o banco fechasse um negócio com uma empresa de TV por assinatura, a KTV, e censurava, em tom ríspido, os técnicos do banco que, em comunicado à diretoria, diziam que a transação era uma fria. Ele queria porque queria fazer o negócio.

Vontade e missão — Essas práticas hetedoroxas antecederam a história do grampo. E Ricardo Sérgio ficou na corda bamba. Seu amigo de três décadas, o ex-ministro Mendonça de Barros, era um que esperava ansioso pela demissão do diretor. "Não vou falar mal de um amigo, mas foi uma grande decepção", diz o ex-ministro. A decepção veio quatro dias depois da venda da Tele Norte Leste, quando o BNDES, pego de surpresa pela vitória acidental do Telemar, interveio no consórcio e ficou com 25% das ações. Ricardo Sérgio não queria saber do BNDES na jogada. Chegou até a reclamar da intervenção com o ex-presidente do banco, André Lara Resende. Nessa conversa de desavenças com o BNDES, Ricardo Sérgio levou consigo o presidente do Banco do Brasil, Paulo César Ximenes. É uma indicação de como Ricardo Sérgio e Ximenes tocavam de ouvido na direção do Banco do Brasil — ainda que Ricardo Sérgio fosse o único diretor do BB não indicado por Ximenes. Seu nome apareceu por sugestão do ministro José Serra, da Saúde, em cuja campanha eleitoral Ricardo Sérgio atuou como arrecadador, trabalhando com a mesma discrição com que marcou sua passagem pelo governo.

No plano formal, Ricardo Sérgio não tinha relação alguma com a Previ, mas logo que chegou ao Banco do Brasil recebeu orientação do governo para controlar os negócios do fundo e colocou um braço direito lá dentro. É João Bosco Madeiro, diretor da área mais sensível da Previ, a de investimentos. O fundo do BB é poderosíssimo, tem negócios em 159 empresas e, com seu caixa monumental, é hoje a maior fonte de financiamento do país, centro da romaria de todo empresário que ande atrás de investimento. A disputa para ocupar o espaço de Ricardo Sérgio começou antes mesmo de sua demissão ser formalizada. Na terça-feira passada, numa reunião da Previ no Rio de Janeiro, houve o primeiro quebra-pau. João Bosco Madeiro propôs que a Previ investisse 20 milhões de reais na construção de um shopping center em São Luís, no Maranhão. O presidente da Previ, o economista Jair Antônio Bilachi, bombardeou a proposta no ato.

O shopping em São Luís é um empreendimento de José Braffman, um homem muito ligado a Ricardo Sérgio e, também, sócio de Miguel Ethel, vice-presidente do grupo La Fonte — o mesmo do empresário Carlos Jereissati, do consórcio Telemar. As coisas, então, encaixam-se assim: João Bosco Madeiro, o braço direito de Ricardo Sérgio, leva para a Previ uma proposta que interessa aos amigos de Ricardo Sérgio, e Jair Bilachi se opõe. Até a semana passada, o homem escalado pelo governo para vigiar a Previ de perto era Ricardo Sérgio, o que fazia de Jair Bilachi uma versão masculina da rainha da Inglaterra, com a diferença que, ao contrário da rainha, Bilachi sempre quis mandar. Pois, agora, Bilachi luta para manter-se no trono, só que com o poder que nunca teve. O xadrez pode parecer estapafúrdio, mas é assim mesmo que se movem as peças no tabuleiro da Previ. No plano formal, as decisões são tomadas em colegiado por seis diretores — três indicados pelo governo e três eleitos pelos funcionários. Na prática, todos bicam, ou tentam bicar, na montanha de dinheiro do fundo. Mas o governo, na verdade, é que tem sido o grande regente por trás do espetáculo.

Irregularidades — Na semana passada, soube-se que Jair Bilachi, candidato a mandar de fato na Previ, é um homem muito enrolado. Ele é presidente da Previ desde novembro de 1996 e chegou lá por indicação de Manoel Pinto. Na época, Manoel Pinto era secretário executivo do BB, mas acabou mais tarde sendo rebaixado para a diretoria da Brasil Seguridade, uma das empresas do banco, porque onde Manoel Pinto andava sentia-se um cheiro de enxofre no ar. Bilachi foi gerente de agência do BB em Brasília, depois se tornou o superintendente do banco no Distrito Federal. Saiu dessa função para assumir a presidência da Previ, no entanto deixou para trás um colar de irregularidades. Desde 1995, Jair Bilachi está sendo investigado pelo Banco Central. Nessa época, informada de que poderia haver irregularidades no banco em Brasília, a fiscalização do Banco Central escolheu, aleatoriamente, 118 operações feitas em cinco agências do BB em Brasília. Os técnicos tomaram um susto: 90% das operações examinadas tinham problemas. E problemas cabeludos.

Numa dessas operações, Bilachi atuou como goleiro e atacante. Em 1994, como gerente de uma agência do BB em Brasília, concedeu três empréstimos no valor total de 99 milhões de reais à Encol, a construtora que faliu no ano passado, deixando 42000 famílias com seus apartamentos pagos e não entregues. A Encol já estava mal das pernas, mas mesmo assim Bilachi não apenas deu os empréstimos como aceitou que o avalista fosse o próprio dono da Encol, Pedro Paulo de Souza. Além disso, jogando como atacante, aceitou que a Encol apresentasse como garantia de pagamento debêntures da própria empresa — o que fere uma norma do Banco Central. Essa norma, aliás, proíbe que uma empresa apresente como garantia debêntures até de uma empresa coligada sua — imagine só se forem debêntures dela mesma. No ano seguinte, em 1995, já como superintendente do BB, Jair Bilachi assumiu a posição de goleiro. Passou a rolar os empréstimos da Encol sem que a empresa tivesse desembolsado um único tostão. Naturalmente, até hoje o Banco do Brasil não viu a cor desse dinheiro.

Como resultado das investigações, o Banco Central preparou um relatório de quarenta páginas narrando as 118 operações. Elas somam 140 milhões de reais e envolvem 72 empresas e pessoas físicas. Acionada, a auditoria do Banco do Brasil entrou em ação no final de 1997, dois anos depois de iniciada a investigação do Banco Central. Na auditoria, descobriu-se que Bilachi, como gerente e depois como superintendente, cometeu 31 irregularidades. Coisas como empréstimos sem garantia, rolagem indevida de débitos, fornecimento de créditos num valor acima de sua alçada e sem nenhum estudo técnico. Além disso, diz a auditoria, Bilachi deu empréstimos a empresas sabidamente quebradas, chegou a realizar operações contrariando recomendações técnicas, o que fere normas do próprio BB, e aceitou garantias sólidas como vento. Somando as operações auditadas pelo Banco do Brasil, Bilachi emprestou mais de 110 milhões de reais, sendo que a estrela desses empréstimos era a própria Encol. Se todas as suspeitas se confirmarem, Bilachi poderá ser punido. A pena para essas irregularidades vai desde simples advertência até a demissão do Banco do Brasil, do qual é funcionário de carreira e perderia, portanto, seu trono na Previ.

Carta-bomba — O estágio das investigações sugere que o presidente da Previ terá mesmo problemas em breve. Pelas normas do Banco do Brasil, quando se encontra uma irregularidade cometida por um funcionário, ele primeiro recebe uma carta com pedido de explicações. Se as respostas não forem convincentes, o banco manda uma segunda carta, soliticando novas explicações. Bilachi já está no terceiro estágio — há duas semanas encerrou-se o prazo para que ele envie suas explicações pela terceira vez. "Quando o Banco do Brasil chega a esse estágio é porque as desconfianças já são quase certezas", diz um alto funcionário do banco. Uma das perguntas insistentes que a auditoria tem feito para Bilachi é a seguinte: por que ele respondeu sozinho a uma carta do Banco Central, que lhe indagava sobre irregularidades em sua gestão, quando o próprio Banco Central pedia que sua resposta fosse também assinada ao menos por dois diretores do Banco do Brasil? Na prática, a auditoria suspeita que Bilachi agiu como o menino que, ao tirar notas baixas na escola, esconde o boletim do pai. Diante de tantos problemas, surge uma pergunta central: se estava com a vida tão complicada e soterrado por essa montanha de suspeitas, por que Bilachi foi premiado com o comando da Previ?

É aí que está o olho do furacão. Nas explicações que mandou para o Banco do Brasil em junho passado, Jair Bilachi insinua que fez tudo com o conhecimento da diretoria do Banco do Brasil. Diz, a certa altura, que os empréstimos à Encol, notoriamente um negócio de quinta categoria, só foram dados porque "as orientações emanadas dos escalões superiores da Casa eram no sentido de emprestar". Até as moedas do cofre do Banco do Brasil sabem que quem tinha ligações estreitas com a Encol era o diretor de crédito geral, Edson Ferreira, que chegou a comandar, ele próprio, as negociações da construtora com seus credores. Bilachi não fala das insinuações de envolvimento da diretoria do banco, mas elas estão todas impressas em sua carta, de 31 páginas, enviada para a auditoria do Banco do Brasil. E mais: avisa que assinou sozinho aquela carta ao Banco Central por sugestão — olha só — da própria auditoria do BB. E por quê? Para que os diretores do banco não aparecessem na história. É uma acusação grave. Na terça-feira passada, Bilachi escreveu uma carta-bomba ao presidente do banco, Paulo César Ximenes. Nela, pede a ele que encerre as investigações sobre seu passado recente no banco e, veladamente, diz que se está sentindo injustiçado. Até sexta-feira passada, Bilachi não havia tomado coragem para remeter a carta. Na hora em que a enviar estará dado o sinal. É mais ou menos assim: bom cabrito não berra, mas bode expiatório berra — e alto. Tormentas à vista.

Com reportagem de Consuelo Dieguez, do Rio de Janeiro

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Re: Desabamento do "Roubanel", Mensalão do DEM e outras mazelas do jeito "cletptotucano" de governar

#288 Mensagem por Carnage » 11 Dez 2011, 17:35

http://terramagazine.terra.com.br/inter ... canos.html
Livro de jornalista acusa Daniel Dantas de pagar propina a tucanos

Eliano Jorge


O livro A Privataria Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Jr, anuncia e promete, com documentos, comprovar pagamentos de propinas durante o processo de privatizações no Brasil, num esquema de lavagem de dinheiro com conexões em paraísos fiscais que, de acordo o autor, une membros do PSDB, como o ex-ministro da Saúde e ex-governador paulista José Serra, ao banqueiro Daniel Dantas.

As denúncias chegam às bancas neste fim de semana. No livro e como tema de capa da revista CartaCapital. Em entrevista a Terra Magazine, Ribeiro Jr afirma ter rastreado o dinheiro. "Esses tucanos deram uma sofisticação na lavagem de dinheiro. Eram banqueiros, ligados ao PSDB", acusa. "Quem estava conduzindo os consórcios das privatizações eram homens da confiança do Serra", acrescenta.

"É um saque (financeiro) que eles fizeram da privatização brasileira. Eles roubaram o patrimônio do País, e eu quero provar que eles são um bando de corruptos", dispara Ribeiro Jr. "A grande força desse livro é mostrar documentos que provam isso".

Durante a corrida presidencial de 2010, Ribeiro Jr foi indiciado pela Polícia Federal, acusado de participar de um grupo que tentava quebrar o sigilo fiscal e bancário de políticos tucanos.

Por três vezes, Terra Magazine fez contato com a assessoria de Serra na tarde e no início de noite desta sexta-feira (9) em busca de ouvir o ex-governador de São Paulo a respeito das denúncias. Às 20h, a reportagem recebeu a resposta de que Serra não se pronunciaria a respeito.

Confira a entrevista com o autor de A Privataria Tucana.

Terra Magazine - Seu livro denuncia um esquema de corrupção que teria sido comandado por amigos e parentes do ex-governador José Serra. No seu entender, como isso funcionava?
Amaury Ribeiro Jr - Eu tô há 20 anos, como diz o próprio livro, vendo essas contas, rastreando tudo. Eu apurava matérias de direitos humanos, depois virei um especialista (em lavagem de dinheiro). O tesoureiro do Serra, o Ricardo Sérgio, criou um modus operandi de operar dinheiro do exterior, e eu descobri como funcionava o esquema. Eles mandavam todo o dinheiro, da propina, tudo, para as Ilhas Virgens, que é um paraíso fiscal, e depois simulavam operações de investimento, nada mais era que internação de dinheiro. Usavam umas off-shore, que simulavam investir dinheiro em empresas que eram dele mesmo no Brasil, numa ação muito amadora. A gente pegou isso tudo.

E como você conseguiu pegar isso?

Não teve quebra de sigilo, como me acusaram. São transações que estão em cartórios de títulos e documentos. Quando você nomeia um cara para fazer uma falcatrua dessa, você nomeia um procurador, você nomeia tudo. Rastreando nos cartórios de títulos e documentos, a gente achou tudo isso aí.

São documentos disponíveis para verificação pública então?
Não tem essa história de que investiguei a Verônica Serra (filha do ex-governador), que investiguei qualquer pessoa ou teve quebra de sigilo. A minha investigação é de pessoa jurídica. Meu livro coloca documentos, não tem quebra de sigilo, comprova essa falcatrua que fizeram.

Segundo seu livro, esse esquema teria chegado a movimentar cifras bilionárias então?
Bilionárias, bilionárias. Esses tucanos deram uma sofisticação na lavagem de dinheiro. Eram banqueiros, ligados ao PSDB, formados na PUC do Rio de Janeiro e com pós-graduação em Harvard. A gente é muito simples, formado em jornalismo na Cásper Líbero, mas a gente aprendeu a rastrear esse dinheiro deles. Eles inventaram um marco para lavar dinheiro que foi seguido por todos os criminosos, como Fernando Beira-Mar, Georgina (de Freitas que fraudou o INSS), e eu, modestamente, acabei com esse sistema.
Temos condenações na Justiça brasileira para esse tipo de operações. Os discípulos da Georgina foram condenados por operações semelhantes que o Serra fez, que o genro (dele, Alexandre Bourgeois) fez, que o (Gregório Marín) Preciado fez, que o Ricardo Sérgio fez.

Está dito no seu livro que pessoas ligadas a Serra que teriam participado desse esquema?
Ricardo Sérgio, a filha (Verônia Serra), o genro (Alexandre Bourgeois), Preciado, o primo da mulher dele, e, acima, (o banqueiro) Daniel Dantas, o cara que comandava todo esse esquema de corrupção.

Em A Privataria Tucana, você afirma que faria parte das operações uma sociedade entre Verônica Serra, filha do ex-governador Serra, e Verônica Dantas, irmã de Daniel Danta
s.
É verdade, conta a história da Verônica Serra com a Verônica Dantas. Isso era um pagamento de propina muito evidente para o clã Serra. Inventaram essa sociedade entre elas em Miami. Quem investe nessa sociedade? Os consórcios que investiram e ganharam (na privatização): o Opportunity, o Citibank. Eles que dão o dinheiro, está no site deles próprios.
Em 2002, Serra era candidato a presidente do Brasil, o Dantas quis chantagear. Quem revelou isso aí? Fui eu, o jornalista investigativo? Foi a própria revista IstoÉ Dinheiro que revelou a sociedade de Dantas e o clã Serra. Porque ele tinha dificuldade em compor a Previ, do governo, do Banco do Brasil. Ele estava chantageando os tucanos para compor com ele. Você vê como o Dantas é manipulador nessa história toda.
Primeiro veio a matéria para justificar o dinheiro dessa corrupção, dizendo que a Verônica Dantas havia enriquecido porque era uma mártir das telecomunicações. Depois, veio uma matéria fajuta... Quando não o satisfazia, (Dantas) ele chantageou o Serra. Para compor com a Previ, que estava com problemas com a Telecom, naquele processo todo.
Descobri que a sociedade de Verônica Dantas e Verônica Serra não acabou, como disseram, foi para as Ilhas Virgens, sendo operada pelo Ricardo Sérgio. Para quê? Jogar dinheiro aonde? Pra própria filha do governador do Serra. Mapeei o fluxo do dinheiro, esses caras roubaram, receberam propina, e a propina está rastreada. O dia em que o Dantas deu a propina da privatização, peguei a ponta batendo no escritório da filha dele lá no (bairro paulistano do) Itaim-Bibi. O Dantas pagou pro Serra. A parte da propina do Serra está documentada.

Para que você acha que seria essa propina?
Quem estava conduzindo os consórcios das privatizações eram homens da confiança do Serra. Era o Ricardo Sérgio Oliveira. Foi caixa de campanha dele. Isso é um saque que eles fizeram da privatização brasileira. Eles roubaram o patrimônio do País, e eu quero provar que eles são um bando de corruptos.

No livro, você também diz que Serra espionava o então governador mineiro Aécio Neves (PSDB).
Está documentado. Eu trabalhava no jornal (O Estado de Minas), e me pediram para localizar. Eu descobri. Consegui a prova documental que ele contratou a Fence (Consultoria, empresa que faz varreduras contra grampos clandestinos), no Rio de Janeiro, onde ele fazia as maracutaias. O Serra gosta de espionagem. Ele contratou um dos maiores carrascos da ditadura, está documentado no livro.

Você publica ainda que Serra investigou a governadora maranhense Roseana Sarney (DEM) em 2002 e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) quando era ministro da Saúde...
Isso está documentado. Os caras trabalharam, está no Diário Oficial. O agente Jardim (Luiz Fernando Barcellos), ligado ao Ricardo Sérgio. Isso está documentado, não é mentira. É porque essa imprensa defende o Serra e não divulga. O Serra montou a espionagem, ele manda espionar todos os inimigos dele.

Sua apuração mostra que essa espionagem do PSDB viria desde o governo FHC.
Justamente. O Serra gosta de espionar. Fui acusado de araponga? E o Serra, muito antes, quando era ministro, ele contratava espiões para espionar os caras do próprio partido, está documentado. A grande força desse livro é mostrar documentos que provam isso.

E de onde você tirou esses documentos?
É o contrato que ele pegou e contratou uma empresa de um coronel baixo nível da época da ditadura. O pretexto era que fazia negócio de contra-espinagem. O doutor Ênio (Gomes Fontenelle, dono da Fence) trabalhou na equipe dele. Estava em 2008 para quê? Para espionar o Aécio. Por que ele contratou, com dinheiro público do Estado? Por que contratou para fazer contra-espionagem no Rio de Janeiro? Todo mundo sabe que o Aécio vai pro Rio de Janeiro. A espionagem está documentada.

Seu livro mostra que, acreditando estar sendo espionada, a equipe de campanha de Dilma Rousseff teria tentado contra-atacar com arapongas também?

Não foi contratando araponga. Você fala minha pessoa?

Em geral.
Não. As pessoas que trabalhavam na campanha da Dilma eram pessoas de bem, ligadas ao mercado financeiro. Me chamaram porque estavam vazando tudo. Os caras faziam uma reunião, no dia seguinte estava na imprensa. Eu achava que era coisa do (ex-deputado tucano Marcelo) Itagiba ou do (candidato a vice-presidente, deputado do PMDB, Michel) Temer. Aí vem a surpresa: era o fogo-amigo do PT.

De quem?
Rui Falcão (atual presidente do PT e deputado estadual).

Mas você foi indiciado pela Polícia Federal, acusado pela quebra do sigilo fiscal da filha de Serra...
Claro. Por quê? Quebra de sigilo fiscal. É um crime administrativo que só se imputa a funcionário público. O inquérito todo da Polícia Federal é uma fraude, não tem foco. Abriu para apurar quebra de sigilo fiscal e abrange tudo. Nunca vai atingir a mim. Mas precisavam ter um herói, e me jogar pro público.
A imprensa queria o último factoide para jogar a Dilma no segundo turno. O que fizeram? Deturpar meu depoimento na Polícia Federal. Eu nunca disse que quebrei sigilo de nenhuma pessoa, mas o cara da Folha disse, ele deturpou, induziu todo mundo a dizer que confessei ter quebrado o sigilo fiscal. Ele mentiu sobre um depoimento na Polícia Federal, e a mídia toda espalhou isso. Era a única arma dessa imprensa carrasca, que mostrou seu lado. Eu nunca disse isso, meus quatro depoimentos são coerentes, têm uma lógica. A imprensa foi bandida.

O que você sabe sobre aquela história de dossiês do PT sobre tucanos, inclusive sobre o ex-presidente FHC?

Não sei nada disso.

Não conseguiu descobrir se realmente fizeram e quem fez?
Não sei nada desse assunto.

Você tem tomado precauções com sua segurança? Terá que aumentá-las agora, após as denúncias do livro?

Não, eu sigo minha vida como sigo desde que comecei, há 20 anos. Eu tenho uma trajetória muito bacana na profissão. Andei nos principais jornais do Brasil. comecei violação de direitos humanos, ganhei muitos prêmios, denunciei muitas violações. Hoje, eu investigo a lavagem de dinheiro.
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... -da-decada
A reportagem investigativa da década
Enviado por luisnassif, dom, 11/12/2011 - 12:24
Autor: Luis Nassif


Fui ontem à coletiva do repórter Amaury Ribeiro Jr, sobre o livro que lançou.

Minha curiosidade maior era avaliar seu conhecimento dos mecanismos do mercado financeiro e das estruturas de lavagem de dinheiro.

Amaury tem um jeito de delegado de polícia, fala alto, joga as ideias de uma forma meio atrapalhada – embora o livro seja surpreendentemente claro para a complexidade do tema. Mas conhece profundamente o assunto.

Na CPI dos Precatórios – que antecedeu a CPI do Banestado - passei um mês levando tiro de alguns colegas de Brasília ao desnudar as operações de esquenta-esfria dinheiro e a estratégia adotada por Paulo Maluf. Foi o primeiro episódio jornalístico a desvendar o submundo das relações políticas, mercado financeiro, crime organizado.

No começo entendi os tiros como ciumeira de colegas pela invasão do seu território por jornalista de fora. Depois, me dei conta que havia um esquema Maluf coordenando o espírito de manada, no qual embarcaram colegas sem conhecimento mais aprofundado do tema.

Minhas colunas estão no livro “O jornalismo dos anos 90”, mostrando como funcionavam as empresas offshore, o sistema de doleiros no Brasil, as operações esquenta-esfria na BMF e na Bovespa, as jogadas com títulos estaduais.

Repassei parte desse conhecimento ao meu amigo Walter Maierovitch, quando começou a estudar esse imbricamento mercado-crimes financeiros e, depois, na cerimônia de lançamento do Sisbin (Sistema Brasileiro de Inteligência).

Mesmo assim, persistiu a dicotomia na cobertura: jornalistas de mercado não entravam em temas policiais e jornalistas policiais não conheciam temas financeiros. E a Polícia Federal e o Ministério Público ainda tateavam esse caminho.

Aos poucos avançou-se nessa direção. A Sisbin significou um avanço extraordinário na luta contra o crime organizado. E, no jornalismo, Amaury Ribeiro Jr acabou sendo a melhor combinação de jornalismo policial com conhecimento de mercado.

Quem o ouve falar, meio guturalmente, não percebe, de imediato, sua argúcia e enorme conhecimento. Além de ter se tornado um especialista nas manobras em paraísos fiscais, nos esquemas de esquentamento de dinheiro, tem um enorme discernimento para entender as características de cada personagem envolvido na trama.

Mapeou um conjunto de personagens que atuam juntos desde os anos 90, girando em torno do poder e da influência de José Serra: Riolli, Preciado, Ricardo Sergio, Verônica Serra, seu marido Alexandre Burgeois. É uma ação continuada.

Entendeu bem como se montou o álibi Verônica Serra, uma mocinha estreante em Internet, naquele fim dos anos 90, com baixíssimo conhecimento sobre tendências, modelos de negócios, de repente transformada, por matérias plantadas, na mais bem sucedida executiva da Internet nacional. Criou-se um personagem com toque de Midas, em um terreno onde os valores são intangíveis (a Internet) para justificar seu processo de enriquecimento. Mas todo o dinheiro que produzia vinha do exterior, de empresas offshore.

Talvez o leitor leigo não entenda direito o significado desses esquemas offshore em paraísos fiscais. São utilizados para internalizar dinheiro de quem não quer que a origem seja rastreada. Nos anos 90, a grande década da corrupção corporativa, foram utilizados tanto por grandes corporações – como Citigroup, IBM – para operações de corrupção na América Latina (achando que com as offshores seriam blindadas em seus países), como por políticos para receber propinas, traficantes para esquentar recursos ilícitos.

Ou seja, não há NENHUMA probabilidade de que o dinheiro que entrou pelas contas de Verônica provenha de fontes legítimas, formalizadas, de negócios legais.

Ao mesmo tempo, Amaury mostra como esse tipo de atuação de Serra o levou a enveredar por terrenos muito mais pesados, os esquemas de arapongagem, os esquemas na Internet (o livro não chega a abordar), os assassinatos de reputação de adversários ou meros críticos. É um modo de operação bastante tipificado na literatura criminal.

No fundo, o grande pacto de 2005 com a mídia visou dois objetivos para Serra: um, que não alcançou, o de se tornar presidente da República; o outro, que conseguiu, a blindagem.

O comprometimento da velha mídia com ele foi tão amplo, orgânico, que ela acabou se enredando na própria armadilha. Não pode repercutir as denúncias de corrupção contra Serra porque afetaria sua própria credibilidade junto ao universo restrito de leitores que lêem jornais, mas não chegam ainda à Internet.

Ao juntar todas as peças do quebra-cabeças e acrescentar documentos relevantes, Amaury escancara a história recente do país. Fica claro porque os jornais embarcaram de cabeça na defesa de Daniel Dantas, Gilmar Mendes e outros personagens que os indispuseram com seus próprios leitores. (Só não ficou claro porque o PT aceitou transformar a CPI do Banestado em pizza. Quais os nomes petistas que estavam envolvidos nas operações?)

E agora? Como justificar o enorme estardalhaço em torno do avião alugado do Lupi (independentemente dos demais vícios do personagem) e esconder o enriquecimento pessoal de um bi-candidato à presidência da República?


Mesmo não havendo repercussão na velha mídia, o estrago está feito.

Serra será gradativamente largado ao mar, como carga indesejada, aliás da mesma forma que está ocorrendo com os jornalistas que fizeram parte do seu esquema.


A CPI dos Precatórios

No PDF, o livro “O jornalismo dos anos 90”. A partir da página 147, minhas colunas sobre a CPI dos Precatórios, onde já se revelava todo o imenso esquema do crime organizado no país, os doleiros, a operação em Foz do Iguaçu, as concessões do Banco Central etc.

A ironia da história é que, em determinado momento, consegui convencer o banqueiro kkkkkkkkk Nahoum – testa de ferro do Maluf – a passar informações ao relator da CPI, senador Roberto Requião. Como testemunhas do encontro, a repórter Mônica Bérgamo – que teve um comportamento impecável quando Requião e alguns colegas de Brasília tentaram desqualificar minhas revelações – e o então senador José Serra.

Não podia imaginar que um dos esquemas que operava na região era do próprio Serra.

http://www.advivo.com.br/sites/default/ ... nos_90.pdf

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Re: Desabamento do "Roubanel", Mensalão do DEM e outras mazelas do jeito "cletptotucano" de governar

#289 Mensagem por Carnage » 12 Dez 2011, 20:48

http://www.minassemcensura.com.br/conte ... lhe&ID=365
Entenda A PRIVATIZAÇÃO TUCANA

O que é e que não é o livro de Ribeiro Jr.?

Há grandes expectativas no ar. Lançado em entrevista coletiva, dada a um seleto grupo de blogueiros "sujos" (apelido posto por Serra a quem dele discordava, na blogosfera em 2010), o livro de Amaury Ribeiro Jr., "A Privataria Tucana", Geração Editorial, criou muitas especulações e merece ser, antecipadamente, definido naquilo que é e que não é.

O Minas Sem Censura esteve presente, com muita honra, a esse momento histórico do jornalismo investigativo brasileiro, junto com os jornalistas/blogueiros Altamiro Borges (Blog do Miro), Conceição Lemes e Luiz Carlos Azenha (Viomundo), Fernando Brito (Tijolaço), Luis Nassif (Blog do Nassif), Renato Rovai (Blog do Rovai) e Escrevinhador (Rodrigo Vianna).

Juntos com centenas de blogueir@s e twiteir@s como PHA, Stanley Burburinho, Beto Mafra, Zé de Abreu, dentre tantos que fazem a mídia comercial estremecer, e que foram responsáveis pela difusão do lançamento mundo afora e por esgotar a tiragem de 15 mil exemplares num único dia. A mídia comercial, por sinal, acompanhou avidamente a Twitcam. Além dela, não foram poucos os escalados nos palácios governamentais para acompanhar o evento. Alguns provavelmente dando gargalhadas, outros com justificada preocupação.

Antes de mais nada, é bom informar: a fama prévia da obra em tela não advém de um plano diabólico dos blogueiros fedorentos e das blogueiras sujas. Não. Foram os inimigos tucanos de Amaury Ribeiro Jr. que o impeliram ao trabalho de consolidar o livro, quando o atacaram na campanha eleitoral do ano passado. E foram seus próprios inimigos que deram notoriedade à obra, antes mesmo que estivesse impressa. Coisas da dialética e do mercado.

Mas, o que "A PRIVATARIA TUCANA" (em caixal alta mesmo) especificamente é?

É a descrição de um dos ramos da "privatização das privatizações" ocorrida em ninho tucano. Ou seja, tivemos as nefastas privatizações de patrimônio público, concretizadas nos anos FHC. Destas, várias subespécies tucanas articularam seus modos de levar vantagem em cada uma delas, certo? A subespécie focada por Ribeiro foi a "serrinus-preciadus" (que inclui a "verônicus" bill gates ), com seus primos "ricardus-sergius" etc. Tal subspécie interagiu tranquilamente com outras: com a "daniel-veronica-dantus", com a "jereissatus" e outras mais. E todas elas, citadas ou não citadas no livro, bicaram o patrimônio público a tal ponto que, como meros indivíduos das várias sub-espécies, sem tradição e sem patrimônio significativo antes das privatizações, tornaram-se milionários da noite para o dia. Vivem seus nababescos estilos de vida, custeados pela drenagem de percentuais significativos de um dos maiores processos de depleção de patrimônio público, ocorridos no auge do tesão neoliberal em todo o planeta.

O livro descreve e documenta - fartamente - os descaminhos da internalização de parte do dinheiro das privatizações, cuja função foi remunerar as quadrilhas de operadores do tempo dos leilões: paraísos fiscais, brechas legais, títulos podres superfaturados, falências fraudulentas, empresas-caixas postais, deságios imorais de dívidas com o Banco do Brasil, tudo isso é encaixado, com maestria, pela letra viva do jornalista mineiro.


Portanto, ainda que bombástico e denso, o livro do Amaury é a história de apenas uma linhagem da subespécie tucana. Falta ainda a "Mendonças-de-barrus", que lidera o que se chamou de núcleo duro do tucanato, sempre sob a batuta de FHC. Onde a subspécie "andrea-aecius" se encaixaria?

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Re: Desabamento do "Roubanel", Mensalão do DEM e outras mazelas do jeito "cletptotucano" de governar

#290 Mensagem por Carnage » 12 Dez 2011, 20:52

KKKKKKKKKKKKKKK :lol: :lol: :lol:

http://www.brasil247.com.br/pt/247/pode ... -bomba.htm
Serra tenta comprar estoque de livro-bomba
Serra tenta comprar estoque de livro-bomba Foto: ZUHAIR MOHAMAD/AGÊNCIA ESTADO
Ex-governador ligou para a loja da Livraria Cultura no Conjunto Nacional, em São Paulo, para reservar todo o estoque; o pedido foi negado, mas os 50 exemplares chegaram e foram vendidos na noite de sexta-feira

10 de Dezembro de 2011 às 21:02


247 - O ex-governador José Serra telefonou ontem à noite para a loja da Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo, pedindo para reservar todos os 50 exemplares do livro "Privataria Tucana", do jornalista Amaury Ribeiro Júnior, que tinham acabado de chegar. O pedido foi negado, segundo uma fonte da livraria que preferiu não se identificar. Mas os livros sumiram das prateleiras da loja mesmo assim. Foram todos comprados ontem mesmo. "O Serra ligou ontem à noite pedindo para reservar, porque ele iria comprar todos", disse a fonte. "Foi ele mesmo quem ligou, mas nós não pudemos reservar. A gente quer vender o livro e parece que ele quer vetar a venda".

A funcionária assinalou que é esperada a chegada de mais exemplares na segunda-feira, após as 14h, à loja da Avenida Paulista. Mas a disponibilidade do polêmico livro não é garantida, mesmo para quem ligar reservando, como muitos já estão fazendo, segundo ela. "Não é garantido que receberemos mais lotes, porque se ele (Serra) pedir para a editora não vender, também não receberemos mais."

Na tarde de sábado, ainda havia alguns exemplares em outras lojas da rede, informou a vendedora. Mas eles não deveriam durar até o fim do dia. "O estoque está muito dinâmico, hoje de manhã vi 50 em outra de nossas lojas, e agora só restam 12", assinalou.

Lançado ontem pela Geração Editorial, do jornalista Luiz Fernando Emediato, "Privataria Tucana" traz revelações importantes sobre a era das privatizações, expõe o tráfico de influência comandado por Serra e revela ainda como uma guerra interna no ninho tucano deu origem a toda essa história.

Ex-repórter do Estado de Minas, que tentava emplacar Aécio Neves como presidenciável, Amaury recebeu a encomenda de investigar a vida de José Serra. O resultado está nas 343 páginas do livro.
kkkk
A chamada é meio forte e exagerada, é claro. Eu também creio que é lógico que a intenção de comprar todos os livros não foi impedir que as pessoas lessem. A menos que o Serra tenha ficado xarope de vez.
Imagino que ele queria um grande número de livros pra passar pra várias pessoas analisarem e pensarem em contramedidas.


Mas também:

http://www.brasil247.com.br/pt/247/pode ... %80%9D.htm
Serra sondou editor para barrar “Privataria tucana”
Serra sondou editor para barrar “Privataria tucana” Foto: Divulgação
Em entrevista ao 247, Luiz Fernando Emediato, dono da Geração Editorial, revela como o ex-governador paulista agiu para barrar o livro; num dia, 15 mil exemplares vendidos; em breve, ele estará na lista de “Mais Vendidos” até da Veja

12 de Dezembro de 2011 às 11:43


Leonardo Attuch_247 – “A Privataria Tucana”, de Amaury Ribeiro Júnior, é um livro polêmico, escrito por um jornalista não menos polêmico, mas certamente competente no que faz. Ex-repórter especial da revista Istoé e do jornal O Globo, Amaury já faturou vários prêmios Esso, que foram celebrados por seus colegas e patrões. Na campanha presidencial de 2010, Amaury caiu em desgraça, acusado de tentar comprar dados de familiares de José Serra protegidos por sigilo fiscal. Neste fim de semana, o jornalista vive sua redenção pessoal. É ele o autor do maior fenômeno editorial brasileiro dos últimos anos. Um livro, que, embora boicotado pelos veículos tradicionais de comunicação, vendeu 15 mil exemplares em um dia, sendo disputado nas livrarias como pão quente.

Por trás desse sucesso, há o dedo de um editor não menos polêmico e também muito competente. É o jornalista Luiz Fernando Emediato, dono da Geração Editorial, que tem estendido a mão a repórteres dispostos a contar boas histórias. Recentemente, ele emplacou grandes sucessos de cunho político, como “Memória das Trevas”, sobre Antônio Carlos Magalhães, vulgo Toninho Malvadeza, e “Honoráveis Bandidos”, sobre a família Sarney, escrito por nosso nobre colaborador Palmério Doria.

Emediato falou ao 247 sobre o desempenho comercial de “A privataria tucana”. E também revelou que o ex-governador paulista agiu para evitar a publicação.

247 – Você esperava esse desempenho de um livro sobre privatizações que aconteceram há tanto tempo?

Luiz Fernando Emediato – Nunca vi nada igual. Foram 15 mil livros vendidos num único dia. É um fenômeno.

247 – Como foi a estratégia de divulgação?

Emediato – Nós tínhamos receio de alguma ordem judicial que impedisse a distribuição. E não mandamos para nenhuma redação. Apenas o autor enviou um exemplar para a Carta Capital, mas todo o barulho foi feito na internet, inclusive por vocês que anteciparam o lançamento. O sucesso prova que há uma grande transformação na sociedade brasileira e revela a força da blogosfera.

247 – A Geração já mandou rodar uma nova edição?

Emediato – Estamos imprimindo mais 15 mil. Subestimamos a demanda, mas o erro não foi só nosso. Algumas livrarias não estavam acreditando. Mas em uma semana o livro estará, de novo, em todos os pontos comerciais.

247 – Você sofreu alguma pressão para não publicar o livro?

Emediato – Eu não diria pressão, mas há alguns dias fui procurado por uma pessoa que propôs uma conversa com o ex-governador José Serra.

247 – Quem foi?

Emediato – Era o Antônio Ramalho, um sindicalista do PSDB que é vice-presidente da Força Sindical.

247 – Você se sentiu intimidado?

Emediato – Não foi exatamente uma intimidação, até porque a abordagem do Ramalho, de quem sou amigo, foi muito elegante. Sentamos, tomamos um café, ele disse que o Serra queria conversar, eu disse que não e pagamos a conta. Num país democrático, quem se sentir incomodado tem o direito de me processar. Teve uma vez que o Guilherme Afif (vice-governador de São Paulo) veio me atacando aos berros, mas eu não dei muita bola.

247 – Você espera muitos processos?

Emediato – Pode ser, mas os nossos advogados dizem que a chance de perdermos é muito pequena. O livro é muito bem documentado. E não há ataques pessoais. São fatos concretos.

247 – Serra é tido como uma pessoa vingativa.

Emediato – Dizem que o Serra não tem adversários, tem inimigos. Eu acho até que já fui vítima dele, numa matéria da Veja, chamada “O lado negro da Força”, onde me enfiaram sem que eu tivesse nada a ver com aquilo. Mas não foi isso que me levou a publicar o livro. E eu, que me senti ofendido pela Veja, processei a revista. Acho que vou ganhar.

247 – Com esses dados de vendas, o livro certamente entrará na lista de mais vendidos. Você acha que entra na Veja?

Emediato – Tem que entrar, se não vai ficar muito feio para eles. A velocidade de vendas da “Privataria Tucana” é superior à do “Honoráveis Bandidos”, que começou em quarto, subiu para terceiro, segundo e depois ficou várias semanas em primeiro. Se a Veja não colocar vai ficar feio, porque o livro certamente entrará na lista da Folha, do Estadão, da Época...

247 – Como foi 2011 para a Geração Editorial?

Emediato – Foi nosso melhor ano. Éramos uma editora pequena, que faturava R$ 3 milhões/ano. Ainda somos pequenos, mas vamos chegar a uns R$ 7 milhões ano.

247 – Qual é o papel deste livro no momento de “faxina ética”?


Emediato – Talvez seja um remédio contra a hipocrisia.

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Re: Desabamento do "Roubanel", Mensalão do DEM e outras mazelas do jeito "cletptotucano" de governar

#291 Mensagem por Carnage » 12 Dez 2011, 20:57

http://www.brasil247.com.br/pt/247/pode ... ataria.htm
Guerra Aécio/Serra abriu a caixa preta da "privataria"

Livro “A Privataria Tucana” nasceu do pedido de Aécio Neves para que o jornal Estado de Minas investigasse o rival José Serra; escrito pelo jornalista investigativo Amaury Ribeiro Júnior, o livro revela como o ex-governador paulista, seus operadores, seu genro e até sua própria filha enriqueceram com a venda de estatais

09 de Dezembro de 2011 às 16:53

247 – O livro mais anunciado, comentado e aguardado por aqueles que se intitulam “blogueiros sujos” está nas livrarias. Escrito pelo jornalista Amaury Ribeiro Júnior, a obra “A Privataria Tucana” vem sendo anunciada desde a campanha presidencial de 2010, quando Amaury se tornou personagem da história, ao ser acusado de quebrar o sigilo fiscal de Verônica Serra, filha do então candidato José Serra. O episódio fez com que Fernando Pimentel, hoje em seu inferno astral, perdesse espaço na campanha para os paulistas liderados por Rui Falcão e Antonio Palocci. Amaury submergiu e se dedicou a concluir seu livro, lançado nesta sexta-feira pela Geração Editorial, do jornalista Luiz Fernando Emediato. É um trabalho que traz revelações importantes sobre a era das privatizações, expõe de forma clara o tráfico de influência comandado por Serra e seus operadores, especialmente o tesoureiro Ricardo Sérgio de Oliveira, e revela ainda como uma guerra interna no ninho tucano deu origem a toda essa história. Ex-repórter do Estado de Minas, que lutava para emplacar Aécio Neves como presidenciável, Amaury recebeu a encomenda de investigar a vida de José Serra. O resultado são as 343 páginas de “A Privataria Tucana”.

Em 2009, Aécio e Serra disputavam a indicação tucana para concorrer à presidência. O mineiro defendia prévias e o paulista se colocava como “o primeiro da fila”. Amaury, que vivia em Belo Horizonte, foi chamado por seus patrões para a missão quando o Estado de S. Paulo publicou um texto intitulado “Pó pará, governador?”, um tanto estranho para os padrões austeros da família Mesquita, pois, já no título, insinuava que Aécio seria um cocainômano – e que, portanto, não poderia sonhar com a presidência. A partir daí, veio a resposta mineira. Segundo Álvaro Teixeira da Costa, dono do Estado de Minas, São Paulo não deveria mexer com Minas, pois os mineiros também saberiam lutar.

Amaury recebeu a encomenda e disse aos patrões que a fragilidade de Serra residia nas privatizações. E assim começou a investigá-lo, bem como a seus principais operadores: Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-diretor do Banco do Brasil, e Grégorio Marin Preciado, casado com sua prima. No meio do caminho, Amaury descobriu as contas usadas por Ricardo Sérgio, Gregório e até pela filha de Serra, Verônica, e por seu genro, Alexandre Bourgeois.

Eis algumas das revelações do livro:

• Carlos Jereissati, dono da Oi, usou sua empresa Inifinity Trading, sediada em paraísos fiscais, para pagar propina a Ricardo Sérgio de Oliveira, na empresa Franton Enterprises.

• A propina pela compra da Oi, segundo o autor do livro, seria próxima a R$ 90 milhões. Jereissati e seus parceiros chegaram ao leilão sem recursos e foram socorridos por fundos de pensão, comandados por Ricardo Sérgio de Oliveira e seu braço direito João Bosco Madeiro.

• Ricardo Sérgio de Oliveira, que era chamado de “Mr. Big” e se tornou amigo de Serra por intermédio de Clóvis Carvalho, comprou prédios inteiros em Belo Horizonte, que depois foram também vendidos a fundos de pensão estatais. O livro traz documentos e procurações usadas por Ricardo Sérgio e seus laranjas.

• Na privatização da Vale, vencida por Benjamin Steinbruch com recursos dos fundos de pensão, num consórcio organizado por Miguel Ethel e José Brafman, a propina teria sido de R$ 15 milhões.

• Gregório Marin Preciado, “primo” de Serra, organizou o consórcio Guaraniana, que, também com dinheiro dos fundos de pensão, comprou várias distribuidoras de energia no Nordeste, hoje pertencentes ao grupo espanhol Iberdrola.

• Preciado e Ricardo Sérgio jogavam juntos. Boa parte dos depósitos recebeidos pela Franton Enterprises, de Ricardo Sérgio, eram feitos pelo “primo” de Serra. As movimentações da dupla, documentadas no livro de Amaury, somam mais de US$ 20 milhões. Preciado e Serra também aparecem como sócios num terreno em São Paulo. Também na era Serra, o Banco do Brasil teria reduzido uma dívida de R$ 448 milhões de Preciado para míseros R$ 4,1 milhões.

• O livro também aborda a sociedade entre a empresa Decidir.com, de Verônica Serra, filha do ex-governador tucano, com o grupo Opportunity, de Daniel Dantas. A Decidir.com, voltada para leilões na internet, recebeu cerca de R$ 10 milhões em investimentos, mas nunca apresentou resultados. Em abril de 2002, a empresa foi dissolvida.

• Tanto Verônica Serra como Ricardo Sérgio de Oliveira utilizaram a mesma empresa, a Citco, para abrir suas contas no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas.

Além disso, o livro também revela como Serra teria usado o governo de São Paulo para contratar a empresa Fence e espionar adversários políticos – era essa, aliás, uma das encomendas iniciais do Estado de Minas: descobrir por quem Aécio vinha sendo seguido em suas constantes noitadas cariocas. Por último, depois de se dedicar à guerra interna dos tucanos, Amaury escreveu sobre a guerra interna do PT, na campanha de Dilma, entre os grupos de Fernando Pimentel e Antônio Palocci.

O que talvez comprove que PT e PSDB têm muito mais semelhanças do que diferenças. Uma boa sugestão para o répórter seria um lviro sobre a "privataria" petista, com recursos do BNDES, dos fundos de pensão e até do FGTS.



http://www.brasilwiki.com.br/noticia.ph ... icia=48160
O último suspiro do serrismo...

Publicado em 11/12/2011 pelo(a) Wiki Repórter Johan, Fortaleza - CE


Para bom entender tucano o que significa o livro A Privataria Tucana é o sepultamento do serrismo, o livro que denuncia o esquema de espinoagem serrista contra adversários internos e externos. Não é de hoje que o PSDB se contorce para se livrar do serrismo, os cardeais (FHC, Tasso, Aécio, Sergio Guerra, Alckmin, etc) agora se articulam para concentrar energia contra ele e sua influência regressiva nos valores social-democratas do PSDB, mas mesmo conseguindo desarticular todos os seus tentáculos dentro do partido, o serrismo permanence aparelhando a grande mídia tucana, sobretudo, os oligarcas do Instituto Millenium: Veja, Folha, Estadão, Globo, etc.

Se havia alguma dúvida, o livro de Amaury Jr. vem para deixar patente ao PSDB de que subestiman o poder de Serra. No PSDB não haverá fim o stalinismo serrista se não reconhecerem, agora com a demonstração documentada da Gestapo serrista, de que a mídia é a última trincheira do serrismo.

O PSD foi um trunfo serrista, mas foi devidamente neutralizado pelo PSDB. A dubiedade permanecerá no PSD até que naufraguem em seus poucos minutos de TV, mas chantageam esquerda e direita por ser uma grande bancada no congresso, por isso Serra luta para recriar a divisão Kassab x Alckmin afirmando que o PSDB não tem nenhum candidato viável e deve apoiar o PSD. Há muitas variáveis em jogo. Se o PT vencer, Serra pode virar uma Cassandra admirada para a mídia tucana, mesmo perdendo seu consulado com o Kassab fora. O pior cenário é PSDB ganhando, ele perde duplamente por desacreditar o PSDB e por Alckmin tomar seu espaço na capital (é isso o que ele mais teme). A resposta do PSDB ao serrismo é ridícula, pressionar para que o Serra seja candidato a prefeito (isto é, abandone a candidatura a presidência), com as pesquisas indicando alta rejeição de Serra, a proposta pode perder seu ridículo e se tornar solução genial para livrar o PSDB do stalinismo serrista.

A luta pela liderança do PSDB não está mais na máquina partidária, mas nas mídias. A dubiedade do PSD irá a deriva em favor dos ventos de quem as mídias soprarem. O PSD remando contra a corrente será governista, o PSD remando na corrente será midiático, o vencedor da luta pela liderança do PSDB nas mídias.

O aparelhamento serrista nas mídias é muito óbvio, é fácil identificar aqueles colunisas que não temem questionar alguns tucanos ou mesmo lançar algumas críticas, mas jamais tocam em certos políticos. O Reinaldo Azevedo é o Serra da Veja e a Veja é o Serra da grande mídia, e a grande mídia é o Serra do PSDB. Eis a questão. Mesmo que o PSDB entre de cabeça nas denúncias sobre a Gestapo serrista encastelada no PSDB, ele não irão além do que desagravos dos tentáculos serristas na imprensa, acusando os acusadores de "desestabilizarem a oposição", de estarem "favorecendo o PT", ou qualquer outro recurso que evitem tratar dos crimes de Serra e transformem as vítimas tucanas que denunciam os demandos serristas em culpados de alguma coisa que desvie do conteúdo das acusações.

Em outras palavras, os jornalistas serristas são a verdadeira tropa SS de José Serra, enquanto houver jornalistas serristas na imprensa tucana, não haverá tucanismo sem Serra, e enquanto não houver tucanismo sem Serra, o PSDB pode esperar para 2014 o que Serra fez com Alckmin em 2006. Será Serra-2014 no PSDB (escanteando o Aécio) ou Serra-2014 no PSD.

Eu indicaria Aécio a trilogia de Isaac Deutscher sobre Trotsky, justamente na parte do dilema sobre o testamento de Lênin aonde Trotsly tinha em suas mãos a chance de acabar politicamente com Stalin. Trotsky escolheu o "apaziguamento". O resultado foi que anos depois ele teria seu crânio perfurado por uma picareta de um agente stalinista, completamente difamado pela propaganda stalinista e todo experimento soviético sofreria irreversivelmente a corrupção stalinista que jamais conseguira se libertar, apesar de duas tentativas (Krushev e Gorbatchev).

Se Aécio esperava um momento para o golpe de misericórdia contra o serrismo, agora ele o tem: o livro Privataria Tucana, livro que denuncia a rede de espiões que Serra articulou dentro do PSDB contra seus adversários externos e internos. Porém, como bem lembrou o professor Vladimir Safatle, citando Buffon, "o estilo é o próprio homem". Aécio é de estilo "apaziguador". Isso é bom para democracia, mas ruim para combater o serrismo, como mostra as várias agressões que Aécio vem sofrendo nas grandes mídias tucanas (G4: Veja, Folha, Estadão e Globo) sem direito de resposta, algo que só petistas sofriam.

Tal com Trostky contra Stalin, o PSDB tem uma única chance contra o Serra. É preciso coragem, mas parece que os únicos corajosos tucanos são aqueles que participam da KGB serrista. Com a palavra, o PSDB....

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Re: Desabamento do "Roubanel", Mensalão do DEM e outras mazelas do jeito "cletptotucano" de governar

#292 Mensagem por Carnage » 12 Dez 2011, 21:02

Agora, não pensem os senhores que essa história fica só no colo do Serra não....

http://www.tijolaco.com/do-paraiso-fisc ... citco-phc/
Do paraíso fiscal ao Paraíso, SP. A conexão Citco-PHC

Não, não é FHC, de Fernando Henrique Cardoso. É mesmo PHC, de Paulo Henrique Cardoso, filho do ex-presidente.

É o primeiro dos fios do novelo obscuro puxado pelo livro “Privataria Tucana” que, nós dissemos, iam começar a ser puxados.

Aos fatos, sem ilações e com documentos.

O livro de Amaury Ribeiro mostra que as empresas de fachada offshore de Ricardo Sérgio Oliveira, Verônica Serra e seu marido Alexandre Bourgeois foram abrigadas no Citco Building, edifício-sede de um grupo de companhias que, além das Ilhas Virgens onde se situa, se espalha pelos ancoradouros piratas de Aruba, Curaçao, Bahamas, Ilhas Cayman, Barbados e por aí …

Eles foram para a sede da Citco B.V.I. Limited, em Tortola, como está documentado no livro de Amaury.

[ external image ]

Foram longe, porque a Citco tem um escritório de negócios no Brasil. Bem ali em São Paulo, na Avenida Bernardino de Campos, 98, 14° andar, no bairro – se podemos perdoar a ironia – do Paraíso, onde funciona a Citco Corporate Serviços Limitada, uma “pequena empresa” – com capital registrado de apenas R$ 10 mil – dirigida pelo senhor José Tavares de Lucena, representante plenipotenciário da Citco Corporate Services, situada no 26° andar do número 701 da Brickell Avenue, em Miami, Flórida.

O décimo-quarto andar do nosso Paraíso paulistano é também a sede de inúmeras empresas. O senhor Lucena é um homem polivalente, que administra um uma plêiade de empresas dedicadas a negócios imobiliários (a Select Brasil Investimentos), de telecomunicações( BBT do Brasil), informática (Torex International Sistemas de Informática), de embalagens (Dixie Toga, a dos copinhos plásticos) e muitas outras.

[ external image ]

Nessa árdua tarefa ele tem a ajuda de outro contador, Jobelino Vitoriano Locateli, ambos muito atarefados com suas tarefas de representar oficialmente instituições de grande porte, como o JP Morgan e Citibank.

Mas sobra um cantinho no amplo andar do prédio da Bernardino de Campos para empresas menores,tão pobres quanto a pobre Citco Corporate Serviços Limitada e seus R$ 10 mil de capital social.

É o caso da Radio Holdings SA , que tem capital social neste valor, dos quais 98,6% (R4 9.860,00) pertencem a PHC, Paulo Henrique Cardoso, como demonstra certidão da Junta Comercial de São Paulo. Lucena e Jobelino revezam-se como administradores da empresa de PHC.

[ external image ]

Esta pobre microempresa do filho do ex-presidente Fernando Henrique comprou, por R$ 2,98 milhões - 300 vezes seu capital social – a Rádio Itapema FM, que pertenceu ao grupo Manchete e ao RBS. E o fez como sócia majoritária de ninguém menos que a Walt Disney Company, sob o nome de ABC Venture Corp, no endereço nos famosos estúdios de Burbank, Califórnia.

A rádio, claro, certamente por economia, também foi para efeitos fiscais, para o Paraíso paulistano da Bernardino de Campos, no mesmo lotado 14°andar.

[ external image ]

Mas nada disso vai para os jornais.

Sobre os temas tucanos, o jornalismo investigativo brasileiro não aguenta sequer uma manhã de Google.

Será que o Ministério Público é melhor que ele?

http://www.tijolaco.com/se-interessar-a ... ais/[quote]

Se interessar aos jornais…

Este blog publicou os documentos que mostram que o filho do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é dono ( com 71%) de uma sociedade com o grupo Walt Disney, através da Rádio Itapema, comprada por sua empresa a Radio Holdings, da qual é diretor um cidadão que é também,pelo menos formalmente, também o representante plenipotenciário de uma empresa de paraísos fiscais do Caribe.

Tudo comprovado com certidões da Junta Comercial de São Paulo.
O ponto de ligação é, portanto, o senhor José Tavares de Lucena, doublé de contador e de responsável pela sede das três empresas, no mesmo 14° andar da Bernardino de Campos, 98, no bairro do Paraíso, em São Paulo.
O sr. Lucena é diretor, administrasdor, procurador ou conselheiro de inúmeras empresas.
Algumas bem grandes, como Select Brazil Investimentos Imobiliários, que tem três registros na Jucesp e soma um capital de mais de R$ 100 milhões, onde o Citibank sucedeu ao JP Morgan.

A Select III, inclusive, nasceu modestíssima, com capital social registrado de R$ 100, dos quais R$ 99 pertenciam à casa Morgan, que pelo mesmo valor repassou sua parte ao Citibank e, então, elevou-se para R$ 57 milhões seu capital.

Mas não se cometa a injustiça de achar que um homem tão confiável é um nababo.Tem como endereço uma casa modesta, na modesta Rua Rafael Correia Sampaio, em São Caetano do Sul.
Se os jornais se interessarem, quem sabe o Sr. Lucena possa contar qual é o seu papel nessa história.
[/quote]

Va no Google maps e veja só onde mora este sujeito que administra várias empresas de grande capital... Curioso...

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Re: Desabamento do "Roubanel", Mensalão do DEM e outras mazelas do jeito "cletptotucano" de governar

#293 Mensagem por Carnage » 12 Dez 2011, 21:04

http://www.blogcidadania.com.br/2011/12 ... por-que-2/
Famílias midiáticas estão na cola do Amaury. Saiba por quê
Eduardo Guimarães


Há anos que o senhor X, vez por outra, fornece informações de dentro do ventre do dragão midiático. Ele trabalha em um desses prostíbulos dos barões da mídia. Mas, como muitos que ali ganham o pão de cada dia, garanto que não faz “programa”, pois se dedica tão-somente a tarefas decentes, o que o obriga a se manter longe da cobertura política.

As notícias que tenho para o jornalista Amaury Ribeiro Jr. não são boas – ainda que ele ao menos já intua o que revelarei, se é que não sabe mais do que vou dizer a seguir: está aberta a temporada de caça ao autor de A Privataria Tucana.

As redações da imprensa golpista enveredaram por uma busca frenética de elementos que possam ser usados contra ele devido ao fato de que agora que se sabe que a filha de Serra também responde a inquérito a acusação de que o jornalista está sendo investigado por supostamente ter feito dossiê contra Serra no ano passado não basta para desqualificá-lo. É preciso mais. Bem mais.

Mas, enfim, o post não é só sobre isso. É, também, para explicar a razão pela qual a mídia quer distância do tema Privataria Tucana. E para que se possa entender por que, voltemos a diálogo travado em 1998 entre o então presidente Fernando Henrique Cardoso e o seu ministro das Comunicações, o Mendonça de Barros, no auge da privataria:

—–

Mendonça de Barros – “A imprensa está muito favorável, com editoriais…”

Fernando Henrique Cardoso – “Está demais, né? Estão exagerando, até.”


—–

A conversa, registrada em gravação, foi noticiada aqui quatro anos depois, na coluna da ombudsman da Folha.

Essa conversa foi gravada ilegalmente, mas veio à tona à época e foi largamente reproduzida pela imprensa, tendo levado à queda do ministro. FHC jamais foi cobrado pela imprensa que disse que lhe era tão “favorável” que até “exagerava”. E exagerava mesmo. O apoio da mídia ao governo FHC foi escandaloso.

Enquanto isso, a mesma mídia dizia que o PT, agora na oposição, era adepto do “Quanto pior, melhor”. Hoje em dia, diz que a oposição está apenas cumprindo com seu papel “republicano”. Ou seja: o PT era inaceitável para Globo, Folha, Veja e Estadão até quando era oposição. O PT, para esses veículos, simplesmente não deveria existir. Deveria ser posto na ilegalidade.

Mas por que a mídia defendia – e continua defendendo – tanto a privataria tucana? Simples, porque enquanto publicava editoriais aos quais FHC e Mendonção se referiram naquelas gravações, tratava de fazer bons negócios com o que estava sendo vendido a preço de banana.

Veja a seguir, leitor, cada negócio que esses barões da mídia tão zelosos com o dinheiro público fizeram na época da privataria tucana enquanto a defendiam sem informar aos seus leitores que tinham interesse direto no que estava sendo doado pelo governo ao setor privado.

A família Mesquita, do Estadão, saiu do processo de privatização como sócia da empresa de telefonia celular BCP (atualmente, Claro) na região Metropolina de São Paulo. O Grupo OESP (Estadão) ficou com 6% do consórcio, o Banco Safra com 44%, a Bell South (EUA) com 44% e o grupo Splice com 6%.

Já a família Frias, dona da Folha de São Paulo, aproveitou a liquidação da privataria para adquirir opção de compra de 5% do consórcio Avantel Comunicações – Air Touch (EUA) 25% e grupo Stelar mais 25% -, que ficou com 50% da telefonia paulistana, tendo a construtora Camargo Correa comprado mais 25% e o Unibanco os 25% restantes.

Finalmente, a família Marinho. Mergulhou fundo na Globopar, empresa de participações formada para adquirir parte da privataria, tendo comprado 40% do consórcio TT2, que disputava a telefonia celular nas áreas dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, ficando o resto com a americana ATT, que comprou 37%, com o Bradesco, que comprou 20%, e com a italiana Stet, que se contentou com 3%.

Os Marinho também abocanharam o consórcio Vicunha Telecomunicações, que envolvia telefonia celular na Bahia e em Sergipe. A Stet (Itália) ficou com 44%, o Grupo Vicunha com37% e a Globopar e o Bradesco com 20%.

Abaixo, a tabela de participação de cada empresa no processo de privataria da telefonia, o apetitoso Sistema Telebrás, que os barões da mídia defenderam no Estadão, no Globo e na Folha sem informarem aos seus leitores que estavam envolvidos nos negócios que adviriam da venda de patrimônio público.

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Re: Desabamento do "Roubanel", Mensalão do DEM e outras mazelas do jeito "cletptotucano" de governar

#294 Mensagem por Sempre Alerta » 12 Dez 2011, 21:08

Primeira edição do Livro: esgotada no primeiro dia!!!

Debate realizado no dia do lançamento do livro "A Privataria Tucana", do jornalista Amaury Ribeiro Jr. 10/12/2011

http://www.youtube.com/watch?v=ufUjcYOY ... r_embedded

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Re: Desabamento do "Roubanel", Mensalão do DEM e outras mazelas do jeito "cletptotucano" de governar

#295 Mensagem por Carnage » 12 Dez 2011, 21:10

viewtopic.php?p=1615616&sid=5fce54d231e92bafa12744d57c221640#p1615616
florestal escreveu:As coisas que o PT denuncia são todas falsas, são montagens ou dossies que foram forjados. Não quero aqui dizer que não existe corrupção no PSDB, mas ela é localizada (é atitude individual de um político ou outro) e não uma pratica de partido como é a do PT. E a corrupção do PSDB, quando existe, a imprensa denuncia e o corrupto é afastado. Serra, com várias décadas de atividade política, nunca foi acusado de algo consistente, o petismo fuçou até a declaração de renda da filha dele e nada descobriu.


http://osamigosdopresidentelula.blogspo ... ja-ja.html
Coragem, Reinaldo Azevedo! A Veja já publicou a corrupção do Serra há 9 anos atrás!
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Edição 1750 de 09/05/2002 - No racha demo-tucano de 2002, a revista ficou do lado do PFL por um momento, e publicou 10 páginas de fogo "amigo" denunciando propina na Privatização. Estão lá os mesmos nomes do livro de Amaury: Ricardo Sérgio e José Serra.
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Nove anos depois, o livro de Amaury Ribeiro Jr. traz respostas para a pergunta que a revista Veja fez na edição 1751 de 15/05/2002. Gregorio Preciado também foi alvo da reportagem.
A revista Veja está numa sinuca de bico com o livro de Amaury Ribeiro Jr. sobre a maior ladroagem da história do Brasil: a privataria tucana comandada por José Serra no governo FHC.

A revista não tem como contestar o conteúdo do livro, pois além das provas documentais, o livro aprofunda reportagens da própria revista Veja, de maio de 2002, sobre propinas na Privatização da Vale e das teles, denunciadas pelo fogo amigo demo-tucano na época: o próprio comprador da Vale, Benjamin Steinbruch, os tucanos Paulo Renato de Souza e Mendonça de Barros (foram as fontes da reportagem, sem "off").

É preciso entender o contexto da época, que levou os Civita a publicar o fogo amigo contra Serra. Eles desenganavam as chances de Serra vencer a eleição de 2002, e em conluio com o PFL de ACM e Bornhausen, procuravam eleger outro candidato que consideravam com mais chances de vencer Lula.

A aliança PSDB-PFL havia rachado. Serra trocara o PFL pelo PMDB como principal parceiro. ACM já atirava contra Serra, e era uma fonte constante de denúncias sobre Ricardo Sérgio. Em maio de 2002, Serra patinava nas pesquisas, havia abatido Roseana Sarney, a então candidata do PFL, e não conseguia herdar nem as intenções de votos que Roseana perdera. Os caciques ACM e Jorge Bornhausen desembarcaram na candidatura de Ciro Gomes, que crescia nas pesquisas, tinha um discurso de oposição, mas não sofria o preconceito e medo da elite, como Lula.

Foi nesse contexto que a revista Veja publicou denúncias envolvendo Ricardo Sérgio e Gregório Preciado, os mesmos protagonistas do livro de Amaury Ribeiro, e com as mesmas denúncias, só que desta vez com provas documentais, e acrescida a participação da filha e genro de José Serra.

A Veja não tem como apagar essas reportagens. Não pode fazer como FHC e dizer "esqueçam o que escrevi", justamente quando as suspeitas de então aparecem agora acompanhadas de provas no livro de Amaury.

A única coisa que a Veja pode fazer para proteger a corrupção tucana é o que está fazendo: silêncio sobre o assunto e cortina de fumaça com outras "denúncias" para preencher a pauta. Mas é preciso lembrar que essa conivência, mesmo que na forma de silêncio, hoje revela cumplicidade na corrupção.

O fim de José Serra e do PSDB

Não vai dar para fazer silêncio para sempre, até porque o livro é só a ponta do iceberg. Imaginamos o quanto é doloroso para alguém com Reinaldo Azevedo ter que escrever o obituário político de José Serra, (cujo futuro é o mesmo de Maluf), e o fim do PSDB como alternativa de poder, justamente no momento em que o marqueteiro Antonio Lavareda tentava resgatar o que o tucanos acham que seja o legado de FHC. Com o livro de Amaury, o único legado de FHC que sobra é a maior roubalheira que uma grande nação já sofreu em seu patrimônio, pela rapinagem de politiqueiros embusteiros e traidores da pátria que venderam as riquezas da nação a preço de banana em troca de propinas. Pobre Aécio Neves (outro vendilhão). Sua estratégia de defender FHC e a privataria acabou de falir e precisa voltar para a prancheta dos marqueteiros para recauchutagem geral.

Há 9 anos, o mesmo trololó

Em 2010, toda vez que José Serra era perguntado sobre algum dos vários escândalos de corrupção que ele esteve envolvido, ele desdenhava chamando de tititi e trololó. Em 2002 ele fez a mesma coisa:

[ external image ]

O que a Veja dizia em 2002

Clique nas imagens para ampliar
(vá no link abaixo, no pé da matéria, e veja as reproduções das reportagens da revista
http://osamigosdopresidentelula.blogspo ... ja-ja.html
Editado pela última vez por Carnage em 12 Dez 2011, 21:11, em um total de 1 vez.

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Re: Desabamento do "Roubanel", Mensalão do DEM e outras mazelas do jeito "cletptotucano" de governar

#296 Mensagem por Compson » 12 Dez 2011, 21:11

É vergonhoso ficar fazendo esse tipo de denuncismo com provas documentais.

Só deem atenção para o que o Carnage repercute quando ele trouxer depoimentos de criminosos e imagens ilegais do quarto do Serra em Brasília na época em que ele era Ministro.

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Re: Desabamento do "Roubanel", Mensalão do DEM e outras mazelas do jeito "cletptotucano" de governar

#297 Mensagem por Carnage » 12 Dez 2011, 21:13

Sempre Alerta escreveu:Primeira edição do Livro: esgotada no primeiro dia!!!
Resta saber se foram os petistas, os caras que simplesmente odeiam o Serra ou os próprios tucanos querendo sumir com o livro que esgotaram a bagaça.

Eu tentei comprar na sexta à noite e no sábado, não consegui.

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Re: Desabamento do "Roubanel", Mensalão do DEM e outras mazelas do jeito "cletptotucano" de governar

#298 Mensagem por Carnage » 12 Dez 2011, 21:24

Agora os senhores acham que o PT não sabe de todas essas coisas?

Porque ficaram calados? Qual seria o enrosco??

Por isso que digo, não tenho nenhuma ilusão quanto ao PT, mas o que eles fazem é fichinha perto doque os tucanos fizeram. Por isso se a alternativa ao PT é o retorno dos tucanos, não titubeio um segundo em votar contra essa corja de plumas azuis e caras de bom moço.

Não defendo o PT, mas sou totalmente contra o PSDB, que julgo infinitamente pior! Não tem como achar que colocar o PSDB no lugar do PT vai melhorar as coisas, simples assim!

viewtopic.php?p=1128734&sid=5fce54d231e92bafa12744d57c221640#p1128734
Carnage em 26-07-2009 escreveu:Eu nunca pedi pra ninguém votar no PT. Até digo: não votem!!! Mas parem de votar no PSDB!!! Eles são piores!
viewtopic.php?p=1233919&sid=7f50a9dea02e82c6399ee503d1bcd953#p1233919
Carnage em 13-12-2009 escreveu:Engraçado a acusação de "amor doentio pelo PT", porque nada poderia estar mais longe da verdade.

A verdade é que eu tenho "ódio doentio pelo PSDB". E falo isso com propriedade porque eu já fui eleitor do PSDB!! Mas os caras, ou se perderam pelo caminho, ou mostraram realmente a sua cara.

Então, se eu levanto a bola do Lula e do PT (e adoro ver quem fica puto com isso :lol: ) é mais pra afundar o PSDB. Só isso.
Editado pela última vez por Carnage em 12 Dez 2011, 22:07, em um total de 1 vez.

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Re: Desabamento do "Roubanel", Mensalão do DEM e outras mazelas do jeito "cletptotucano" de governar

#299 Mensagem por Carnage » 12 Dez 2011, 22:05

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... o-da-midia
"Privataria Tucana" e o Silêncio da Mídia

Por Jorge Furtado

A privataria tucanaO ensurdecedor silêncio dos grandes jornais e programas jornalísticos sobre o livro “A privataria tucana” é um daqueles momentos que nos faz sentir vergonha pelo outro. A imprensa, que não perde a chance - com razão - de exigir liberdade para informar, emudece quando a verdade contraria seus interesses empresariais e/ou o bom humor de seus grandes anunciantes. Onde estão as manchetes escandalosas, as charges de humor duvidoso, os editoriais inflamados sobre a moralidade pública?

Jorge Furtado

(*) Publicado originalmente no Blog de Jorge Furtado

Terminei de ler o extraordinário trabalho jornalístico de Amaury Ribeiro Jr., “A Privataria Tucana”, (Geração Editorial), o livro mais importante do ano. Para quem acompanha a vida política do país através de alguns blogs e da revista Carta Capital, não há grandes novidades além dos documentos que comprovam o que já se sabia: a privatização no Brasil, comandada pelo governo tucano, foi a maior roubalheira da história da república. O grande mérito do livro de Amaury é a síntese que faz da rapinagem, e a base factual de suas afirmações, amparadas em documentos, todos públicos. Como bom jornalista, Amaury economiza nos adjetivos e esbanja conhecimento sobre o seu tema: o mundo dos crimes financeiros.

A reportagem de Amaury esclarece em detalhes como os protagonistas da privataria tucana enriqueceram saqueando o país. De um lado, no governo, vendendo o patrimônio público a preço de banana. Do outro, no mercado, comprando as empresas e garantindo vida mansa aos netos. Entre as duas pontas, os lavadores de dinheiro, suas conexões com a mídia e com o mundo político.

Os personagens principais da maracutaia, fartamente documentada, são gente do alto tucanato: Ricardo Sérgio de Oliveira (senhor dos caminhos das offshores caribenhas, usadas pela turma para esquentar o dinheiro), Gregório Marin Preciado (sócio de José Serra), Alexandre Bourgeois (genro de José Serra), a filha de Serra, Verônica (cuja offshore caribenha, em sociedade com Verônica Dantas, lavou pelo menos 5 milhões de dólares), o próprio José Serra e o indefectível Daniel Dantas. Mas o livro tem também informações comprometedoras sobre o comportamento de petistas (Ruy Falcão e Antonio Palocci), sobre Ricardo Teixeira e sobre vários jornalistas.

A quadrilha de privatas tucanos movimentou cerca de 2,5 bilhões de dólares, há propinas comprovadas de 20 milhões de dólares, dinheiro que não cabe em malas ou cuecas. O livro revela também o indiciamento de Verônica Serra por quebra de sigilo de 60 milhões de brasileiros e traz provas documentais de sua sociedade com Verônica Dantas, irmã de Daniel Dantas, do Banco Opportunity, numa offshore caribenha. (...)
http://www.observatoriodaimprensa.com.b ... _do_seculo
O escândalo do século

Por Luciano Martins Costa em 12/12/2011 na edição 671


O livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr, intitulado A privataria tucana, publicado pela Geração Editorial na coleção “História Agora”, está produzindo um estranho fenômeno na imprensa brasileira: provoca um dos mais intensos debates nas redes sociais, mobilizando um número espantoso de jornalistas, e não parece sensibilizar a chamada grande imprensa.

O autor promete, na capa, entregar os documentos sobre o que chama de “o maior assalto ao patrimônio público brasileiro”. Anuncia ainda relatar “a fantástica viagem das fortunas tucanas até o paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas”. E promete revelar a história “de como o PT sabotou o PT na campanha de Dilma Rousseff”.

Ex-repórter do Globo, originalmente dedicado ao tema dos direitos humanos, Ribeiro Jr. ganhou notoriedade no ano passado ao ser acusado de violar o sigilo da comunicação de personagens da política ao investigar as fonte de um suposto esquema de espionagem que teria como alvo o então governador mineiro Aécio Neves. Trabalhava, então, no jornal Estado de Minas, que apoiava claramente as pretensões de Neves de vir a disputar a candidatura do PSDB à Presidência da República em 2010.

Os bastidores dessa história apontam para o ex-governador paulista José Serra como suposto mandante da espionagem contra Aécio Neves, seu adversário até o último momento na disputa interna para decidir quem enfrentaria Dilma Rousseff nas urnas.

“Outro ninho”

Informações que transitaram pelas redes sociais no domingo (11/12) dão conta de que Serra tentou comprar todo o estoque de A privataria tucana colocado à venda na Livraria Cultura, em São Paulo, e que teria disparado telefonemas para as redações das principais empresas de comunicação do país.

Intervindo em um grupo de conversações formado basicamente por jornalistas, o editor Luiz Fernando Emediato, sócio da Geração Editorial, afirmou que foram vendidos 15 mil exemplares em apenas um dia, no lançamento ocorrido na sexta-feira (9). Outros 15 mil exemplares estavam a caminho, impressos em plantão especial para serem entregues às livrarias na segunda, dia 12, juntamente com o lançamento da versão digital.

Aos seus amigos do PSDB, Emediato recomendou cautela e a leitura cuidadosa da obra, afirmando que o trabalho de Amaury Ribeiro Jr. não é “dossiê de aloprado, não é vingança, não é denúncia vazia, não é sensacionalismo. É jornalismo”.

O editor indicou ainda aos leitores que procurassem informações no blog do deputado Brizola Neto (PDT-RJ), no qual, segundo ele, estariam as pistas de “outro ninho offshore na rua Bernardino de Campos, no bairro do Paraíso, em São Paulo. A investigação agora chega na família do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Vamos ver onde isso vai parar”, concluiu.

O Titanic da política

A julgar pelo volume e a densidade das denúncias, pode-se afirmar que, sendo verdadeira a história contada por Amaury Ribeiro Jr, trata-se do mais espetacular trabalho de investigação jornalística produzido no Brasil nas últimas décadas. Foram doze anos de apuração e depurações. A se confirmar a autenticidade dos documentos apresentados, pode-se apostar nessa como a obra de uma vida. A hipótese de completa insanidade do autor e do editor seria a única possibilidade de se tratar de uma falsificação.

Confirmado seu conteúdo, o livro representa o epitáfio na carreira política do ex-governador José Serra e um desafio para o futuro de seus aliados até agora incondicionais na chamada grande imprensa.


O editor garante que são 334 páginas de teor explosivo, escancarando o que teria sido a articulação de uma quadrilha altamente especializada em torno do processo das privatizações levadas a efeito durante os dois governos de Fernando Henrique Cardoso. Os documentos envolvem o banqueiro Daniel Dantas, a família de José Serra e alguns personagens de sua confiança.

Não apenas pelo que contém, mas também pelos movimentos iniciais que lhe deram origem, o livro representa uma fratura sem remédio na cúpula do PSDB e deve causar mudanças profundas no jogo político-partidário.

“Privataria”, a expressão tomada emprestada do termo que o colunista Elio Gaspari costuma aplicar para os chamados malfeitos nas operações de venda do patrimônio público, ganha agora um sentido muito mais claro – e chocante.

Os sites dos principais jornais do país praticamente ignoraram o assunto. Mas portais importantes como o Terra Magazine entrevistaram o autor. O tema é capa da revista Carta Capital, e não há como os jornais considerados de circulação nacional deixarem a história na gaveta. Mesmo que seus editores demonstrem eventuais falhas na apuração de Amaury Ribeiro Jr., o fenômeno da mobilização nas redes sociais exige um posicionamento das principais redações.

Se a carreira de Serra parece ter se chocado contra o iceberg do jornalismo investigativo, a imprensa precisa correr imediatamente para um bote salva-vidas. Ou vai afundar junto com ele.

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Carnage
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Re: Desabamento do "Roubanel", Mensalão do DEM e outras mazelas do jeito "cletptotucano" de governar

#300 Mensagem por Carnage » 15 Dez 2011, 21:13

http://blogs.estadao.com.br/jt-cidades/ ... or-tablet/
SP vai pagar 5 vezes mais por tablet

DIEGO ZANCHETTA
RODRIGO BURGARELLI


A Prefeitura de São Paulo vai pagar um valor mais de cinco vezes maior pelo aluguel de 10.421 tablets para fiscais e profissionais de várias áreas do governo. Serão gastos R$ 138,9 milhões para alugar os equipamentos por três anos. Se o mesmo valor fosse usado para comprar os tablets mais caros do mercado, seria possível adquirir mais de 53 mil unidades.

Mesmo assim, a Prefeitura assinou contrato com a empresa e vai pagar quase R$ 14 mil por três anos de aluguel de cada tablet. O preço do modelo mais caro comercializado no Brasil, um iPad 2 com 64 gigabytes de memória e conexão 3G, é de R$ 2,6 mil, segundo o site da fabricante Apple – mais de cinco vezes menor do que será pago pela Prefeitura no aluguel.

Os aparelhos serão utilizados, por exemplo, pelos agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e por fiscais da Vigilância Sanitária, que agora poderão emitir recibo de auto de infração pelo aparelho.

O contrato já foi homologado pela Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Município (Prodam) e os equipamentos deverão começar a ser entregues em cerca de 30 dias.

O tablet que será fornecido à administração, porém, deverá ser ainda mais barato do que o iPad, já que as especificações exigidas no edital são diferentes das do aparelho da Apple – ele deve ter entrada USB e funcionar com sistema operacional Windows, o que só é encontrado em aparelhos mais baratos.

Quatro mil aparelhos serão utilizados pelos agentes da CET, que também terão impressoras portáteis (7 mil delas foram alugadas, por R$ 74 milhões) para imprimir multas no momento da aplicação da penalidade.

As outras unidades vão para órgãos como a Secretaria Municipal de Saúde, de Parceria, de Esportes, de Assistência Social e para a própria Prodam.

O governo argumenta que o uso dos tablets vai agilizar o serviço de fiscais que aplicam multas de posturas, como as infrações à lei do silêncio. O contrato prevê assistência técnica 24 horas e substituição em caso de mau funcionamento ou quebra por acidente.

Outro problema envolve a empresa que vai fornecer os computadores à Prefeitura de São Paulo, a Neel Brasil. O proprietário, Carlos Alberto Zafred Marcelino, é foragido da Justiça.

Ele é acusado de envolvimento na fraude da inspeção veicular denunciada pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte.

Marcelino é também sócio do consórcio que ganhou a licitação da inspeção naquele Estado. Segundo a Promotoria, há provas de que ele “participou ativamente da fraude à concorrência” direcionando o edital.

Ele também teria agido em conjunto com o lobista Alcides Fernandes Barbosa para impedir que a Controlar – cujo contrato de inspeção veicular em São Paulo também está sendo questionado na Justiça – participasse da licitação no Rio Grande do Norte.

Por causa dessas acusações, a Justiça daquele Estado expediu mandado de prisão preventiva contra Marcelino, que ainda não apareceu.
Kassab rápido no gatilho: no mesmo dia!!

http://www.estadao.com.br/noticias/cida ... 1370,0.htm
Prefeitura de SP suspende contrato que pagaria 5 vezes mais por tablet
'Estado' denunciou que locação sairia mais cara do que a compra dos aparelhos para o Prodam
15 de dezembro de 2011 | 12h 19

Estadão.com.br


SÃO PAULO - O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), mandou suspender o aluguel de cerca de 10 mil tablets para fiscais e profissionais da administração pública após denúncia do Estado nesta quinta-feira, 15, que apontou mau uso da verba pública em contrato da Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Município (Prodam).

A reportagem mostrou que os R$ 138,9 milhões usados para alugar os aparelhos por três anos daria para comprar mais de 53 mil tablets mesmo sendo os equipamentos mais caros do mercado. O valor cobrado era cinco vezes mais caro que o preço de varejo.

O prefeito disse que o prosseguimento da contratação ficará paralisado até que tudo seja esclarecido. O presidente da Prodam, Cesar Kiel, justificou o aluguel dizendo que o modelo de tablet contratado é mais robusto, resistente a chuva e poeira, e que os modelos de uso pessoal apontados pela reportagem não atendem as especificações da Prefeitura.

Atualmente, um iPad 2 com 64 gigabytes de memória e conexão 3G, é de R$ 2,6 mil, segundo o site da fabricante Apple - mais de cinco vezes menor do que o valor a ser pago pela Prefeitura no aluguel dos aparelhos aparentemente mais simples, já que as especificações exigidas no edital são diferentes das do tablet da Apple.

Kiel afirmou que o valor é com certeza o melhor custo beneficio para o contrato. Os tablets que seriam utilizados por exemplo, pelos agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e por fiscais da Vigilância Sanitária, que agora poderão emitir recibo de auto de infração pelo aparelho.

Fraude. Além disso, o contrato foi assinado com uma empresa cujo o proprietário é foragido da Justiça. Carlos Alberto Zafred Marcelino, da Neel Brasil é acusado de envolvimento na fraude da inspeção veicular denunciada pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte.

Sobre isso, o presidente da Prodam negou ter conhecimentos das denúncias e disse que "a relação é entre empresas e não pessoas". / COM REPORTAGEM DE FELIPE FRAZÃO

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