Você quer este Brasil de volta?

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Re: Você quer este Brasil de volta?

#31 Mensagem por Clinton » 25 Out 2010, 20:54

Tiozinho50 escreveu:
Clinton escreveu: Eh, Tiozinho, como é fácil contar meias verdades...

A inflação, a alta do dólar e a estagnação de 2002 nada mais foi do que um reflexo da apreensão dos agentes econômicos quanto ao que seria um governo do PT em termos econômicos.
Isso sim é uma meia verdade. Quer dizer que a estagnação econômica do gov. FHC é culpa do PT???? Se o Serra for eleito e o país parar de crescer vão por a culpa no PT também???

O FHC ficou oito anos no poder, foram oito anos de estagnação econômica, desemprego, fuga de capitais, desvalorização do real e a culpa é do PT. conta outra.
Tiozinho, você é analfabeto ou o quê?

Eu fui bem claro quando mencionei a estagnação do Brasil em 2002. Não estendi para todos os 8 anos de FHC porque não sou idiota. E ao contrário do que você e o marketing leitoral da Dilma afirma, não foram 8 anos de estagnação, porque lembro muito bem que ós três primeiros anos do Plano Real foram de significativo crescimento. E se houve desvalorização do real, foi porque em determinado momento ele estava muito valorizado. Como agora... :shock:

Como já mencionei diversas vezes, não tente usar de desonestidade intelectual comigo.

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Re: Você quer este Brasil de volta?

#32 Mensagem por DR ABDELMASSIH FARAH » 25 Out 2010, 21:01

traduzindo..
+ 1 que o partido fez lavagem cerebral..

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Tiozinho50
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Re: Você quer este Brasil de volta?

#33 Mensagem por Tiozinho50 » 26 Out 2010, 19:39

Clinton escreveu:
Tiozinho, você é analfabeto ou o quê?
Calma Sr. Clinton, se formos todos partir para esse tipo de gentileza o resultado será a inviabilização dos debates aqui no fórum. O que alias já está acontecendo.
Clinton escreveu:
Eu fui bem claro quando mencionei a estagnação do Brasil em 2002. Não estendi para todos os 8 anos de FHC porque não sou idiota.
Em momento algum afirmei que tenhas estendido o efeito Lula para alem da estagnação econômica de 2002. O que eu quis dizer, e, talvez não tenhas compreendido é que a tua justificativa poderia valer (forçando muito a barra) para o segundo semestre de 2002, no entanto o governo FHC abrange um período de oito anos, e nesses oito anos a economia esteve estagnada, o crescimento médio anual dos tucanos ficou em pouco mais de 2%, enquanto no governo Lula a economia cresceu em média 4%, quase o dobro. (http://www.bolsavalores.net/2010/10/05/ ... hc-e-lula/)
Clinton escreveu:
Como já mencionei diversas vezes, não tente usar de desonestidade intelectual comigo.
Curiosa tua concepção - o sucesso do governo Lula, é mérito dos tucanos e o fracasso do governo tucano, é culpa do Lula.

O cidadão subverte a lógica em defesa dos tucanos embora assevere reiteradamente não ser tucano, e a desonestidade intelectual é minha.

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O Pastor
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Re: Você quer este Brasil de volta?

#34 Mensagem por O Pastor » 27 Out 2010, 10:44

Uma coisa que nunca consegui entender aqui no Brasil é a dificuldade que a classe média tem em absorver figuras iconicas tais como o Lula, Pelé...o Garrincha só virou santo depois que morreu de cirrose, porque até então era a mesma coisa. OK, até concordo que os 8 anos de governo Lula tiveram algumas incoerências, mas negar que foram acima da média, não me parece justo.

Lula fez um governo melhor que o do FHC. Na minha opinião isto é fato. Nâo vou dizer que FHC não teve nenhum merito, ele teve seus méritos, mas sempre me pareceu ortodoxo demais. E alguns já vão dizer que aquilo era necessário naquela época e eu acho que não, que ele poderia ter sido mais ousado. O funcionalismo público estava arrebentado, megas-empresas como VALE e USIMINAS foram vendidas a preço de banana. A PETROBRAS estava prestes a se chamar PETROBRAX :lol: :lol: . SEm contar as TELES que até hj ninguém explica o que aconteceu ali. Vale dizer que o Brasil de FHC era o simbolo maior do neoliberalismo. O mesmo neoliberalismo que afundou os EUA em 2008.

O governo Lula foi mais bem sucedido. A economia cresceu. A construção civil que viveu seu pior momento da história durante os anos FHC, atingiu um nível só comparado ao milagre economico dos anos 70. A PETROBRAS cresceu como nunca se tornando em empresa fundamental para o nosso futuro. Muita mais gente vive melhor de 8 anos pra cá. Então eu vou dizer o que??

A discussão do tópico pra mim era bem clara. Uma crítica ao governo FHC. O que me deixou meio triste foi ver que muitos jogaram suas opiniões sem nenhum balisamento. Simplesmente partiram para ofensas pessoais gratuitas contra o autor do tópico (se não gostam do tema, não participem, cáspita).

Isto é o mesmo que se fez com a candidata Dilma Roussef. NUnca vi algo parecido numa campanha política. A discussão não era se ela era competente e sim, se ela era sapatão, guerrilheira, bruxa, macumbeira...se ela foi guerrilheira, foi num momento crítico da política de nosso país. Com certeza não foi para se divertir e brincar de Rambo, como alguns tentam dizer. Foi numa luta contra a ditadura militar, um regime brutal que institucionalizou a violência como triunfo. E o mais engraçado, foi que nInguém deixou de votar em candidatos que mandaram TORTURAR e MATAR, eles estão ai até hoje pedindo voto e sendo votados, sem qualquer critica ou censura, mas não se pode votar em quem lutou contra aquele status quo (guerrilheiros!!).

Isso na verdade me leva a crer que o medo maior dos conservadores, que criticam sem opinião formada, é pelo fato da Dilma ser MULHER. Preconceito contra mulher, negro, pobre, nordestino e afins ainda é a regra no nosso país. Todos sabem. Mas é, sabe como é, ninguém gosta de falar a respeito.

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kank
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Re: Você quer este Brasil de volta?

#35 Mensagem por kank » 27 Out 2010, 16:20

pastor
até concordo que os 8 anos de governo Lula tiveram algumas incoerências, mas negar que foram acima da média, não me parece justo.

Lula fez um governo melhor que o do FHC. Na minha opinião isto é fato. Nâo vou dizer que FHC não teve nenhum merito, ele teve seus méritos, mas sempre me pareceu ortodoxo demais. E alguns já vão dizer que aquilo era necessário naquela época e eu acho que não, que ele poderia ter sido mais ousado.
infelizmente politica economica não é uma coisa de efeito de curto prazo muito de seus efeitos apenas são vistos anos depois
A maioria das realizações economicas do governo do Pt são os efeitos de medidas anteriores que apenas agora começam a mostrar seus resusltados

eu que gosto de economia e observo bastante o que tem sido feito digo que o governo lula tem feito coisas muito perigosas que podem em um futuro breve ter um reflexo não muito bom na economia
1 ele voltou a inchar a maquina (algo onde o funcionalismo publico é estavel leva anos para ser corrigido)
2 ele deixou de executar super havit primario real e passou a fazer manobras contabeis para parecer que ainda o faz (não acho que o importante seja super havit primario mas é melhor que nenhum super havit)
3 ele tentou voltar a indexar algumas coisas (principal motivo da inflação inercial que tivemos por muitos anos)
fonte: http://www.fazenda.gov.br/resenhaeletro ... cod=349592
Na área de controle de gastos, apenas duas medidas sairão no âmbito do PAC, ambas necessitando de aprovação pelo Congresso - a limitação da correção anual dos salários do funcionalismo à variação do IPCA, mais 1,5%; e a indexação do salário mínimo ao INPC, mais a variação do PIB real de dois anos anteriores ao do reajuste.


isso apenas para começar

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kank
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Re: Você quer este Brasil de volta?

#36 Mensagem por kank » 28 Out 2010, 16:43

estava eu pensando e resolvi tirar uma duvida com os colegas Ptistas do forum sempre vejo que as justificativas para o apoio ao lula e seu governo vejo muito elogio a resultados

então gostaria que por favor os senhores por favor me expliquem quais as politicas adotadas pelo Lula nos seus 8 anos de governo que trouxeram tais resultados
volto a frisar não estou pedindo para elencarem resultados (por exemplo o desemprego caiu) mas sim para me explicarem o que ele fez de tão magnifico e diferente dos seus antecessores para lhe valer tamanho credito pelo resultado

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Re: Você quer este Brasil de volta?

#37 Mensagem por roladoce » 28 Out 2010, 19:58

Tipico de País que possui o ranço de ter sido colonizado.

Ama tudo que é de fora, se fosse americano, seria diferente, se lula, fosse dinamarques, seria diferente.

Essa classe media branca, odeia, pelo simples fato de odiar, não sabe nem elencar os reais motivos, é quase, como se fosse "cult" odiar Lula, vide os meios de comunicação fascistas do eixo Rio-Sao Paulo.

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Re: Você quer este Brasil de volta?

#38 Mensagem por Carnage » 28 Out 2010, 21:43

Carnage escreveu:Agora, se querem discutir diferenças entre as políticas econômicas dos dois governos, tem farto material a respeito neste tópico aqui: viewtopic.php?f=12&t=96015 , onde curiosamente ninguém parece ter a menor vontade de discutir o que lá é apresentado.

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Carnage
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Re: Você quer este Brasil de volta?

#39 Mensagem por Carnage » 28 Out 2010, 21:51

http://napraticaateoriaeoutra.org/?p=7497
Para você, que não votou na Dilma
Oct 21st, 2010
by NPTO.


Muitos já devem ter lido, mas pedi autorização ao sempre alerta Daniel Lopes do repleto de sempre-alertas Amálgama para reproduzir aqui o texto do indiscutivelmente sempre alerta Leonardo de Souza, que faz o Terceira Margem do Sena. Bacana. O título é esse aí de cima.

*


Você não votou na Dilma no primeiro turno. Também não pretende votar nela no segundo turno. Não apenas você não vai votar nela, como você tem alertado sobre os perigos de se votar na candidata petista. Você tem suas razões para achar que o voto em Dilma não é o melhor para o Brasil.

Eu não penso como você. Entendo que o melhor voto para o Brasil é o voto em Dilma Roussef, e não em José Serra.

A principal razão que, no meu ponto de vista, justifica o voto em Dilma não é uma única razão. Na verdade, são 53 milhões de razões: entre 2003 e 2008, foram 21 milhões de brasileiros que deixaram a miséria e outros 32 milhões que ascenderam à classe média. Os números dos que chegaram à classe média correspondem mais ou menos ao total de torcedores do Flamengo, e os que saíram da pobreza correspondem aproximadamente à torcida do Corinthians. É isso mesmo: o número de brasileiros que melhoraram de vida na Era Lula é um pouco menor que a soma das torcidas do Flamengo e do Corinthians. A pobreza extrema no país foi reduzida à metade nos anos Lula. Esse salto não se deveu apenas ao bom momento econômico. Isso é fruto de medidas específicas do Governo Federal, tais como o Bolsa Família e o Bolsa Escola.

Você chama esses programas de assistencialistas, de demagogia paternalista. Na sua concepção liberal de “Estado mínimo”, esses programas não têm justificativa. Mas os países socialmente mais justos foram aqueles em que o Estado assumiu um papel ativo na promoção do bem estar social. Você condena os programas brasileiros, mas, quando vem à Europa, se embasbaca dizendo que a Suécia ou a Dinamarca é que são países “de verdade”, pois se importam com seus cidadãos. Os programas sociais brasileiros são irrisórios se comparados aos de países da Europa ocidental. Por que você etiqueta os programas assistencialistas suecos de “justos” e os brasileiros de “demagógicos”? O número de programas de suporte social de um país como a França é muito superior ao do Brasil. Para você ter uma ideia, aqui eu recebo uma ajuda de moradia, fornecida pelo governo francês a todo estudante que paga aluguel, seja ele francês ou não. Isso custa uma grana preta aos cofres franceses. Certa vez, comentei com um colega no trabalho que recebia essa ajuda. Nunca vou me esquecer do que ele falou: “Puxa, nem sabia que isso existia aqui na França. Sou classe média, não preciso desse auxílio, mas fico feliz de saber que os impostos que eu pago servem para ajudar estudantes como você”. Isso é civismo. É impensável ouvir isso da classe média brasileira, notória pelo seu acivismo. O que se ouve deles é que “a classe média é explorada”.

Você deveria é ficar feliz de saber que parte de seus impostos são destinados a ajudar os brasileiros que podem menos. Votar em Dilma é votar na continuidade desses programas. É a garantia de que mais compatriotas irão melhorar de vida. Ou você acha que vai manter esses programas um cara cujo vice propôs punir quem dá esmolas e que chamou o Pronasci de “bolsa-bandido”? Um cara cuja esposa chamou o Bolsa Família de “bolsa vagabundagem”? Você acha que esse senhor tem capacidade de diálogo com os mais desprovidos? Um cara que diz não entender os sotaques de goianos, mineiros e pernambucanos? Um cara que, como bem observou Idelber Avelar, inventou a favela de plástico? Um cara que diz para uma eleitora na favela, “Não posso conversar agora. A senhora não poderia me mandar um fax?”? Esse senhor não demonstra ter canais de comunicação com os pobres. Serra diz que vai manter os programas sociais. Só que eu não confio no que Serra diz. Aliás, não confio sequer no compromisso que ele assume por escrito em cartório.

Foi sob o Governo Lula que a economia brasileira conheceu um período de crescimento expressivo, inclusive durante a crise mundial. Conheço seu argumento: “Lula continuou o que FHC fez”. Só que o próprio FHC reconheceu recentemente que a gestão econômica do PT tem méritos próprios. Insistir na tese de que tudo de bom da economia brasileira não tem sequer uma contribuição da equipe econômica de Lula, mas apenas de FHC e do Plano Real, tem tanto sentido quanto dizer que a pujança da indústria automobilística brasileira nos dias atuais é mérito de apenas um homem: JK.

Não foi apenas no plano econômico que a gestão Lula foi primorosa. Há que se destacar a revitalização do sistema universitário público. Comparar a gestão Lula com Paulo Renato é como comparar o Barcelona ao Madureira. Foi nos anos FHC que o ensino superior privado conheceu fulgurante expansão – na maior parte das vezes, sem a contrapartida da qualidade –, rifando vagas universitárias a megagrupos empresariais. Ao mesmo tempo, as universidades federais entraram em processo de sucateamento: Paulo Renato cortou verbas, restringiu concursos para professores e funcionários, priorizou a expansão do ensino privado, não promoveu uma política de assistência estudantil. Fiz o curso médico na UFMG durante os anos FHC. O descaso governamental provocava greves recorrentes (a de 1998 foi marcante) e provocou inclusive o fechamento do Hospital das Clínicas da UFMG, pelo simples motivo de que a verba federal não era repassada: centenas e centenas de alunos, além de milhares de pacientes carentes, sofreram com o fechamento do hospital. Hoje, o campus da UFMG tem outra cara: prédios novos e modernos foram inaugurados (Economia, Farmácia, Odontologia, Engenharia).

A Cynthia Semíramis concorda comigo. Lula investiu no ensino superior: criou 14 universidades federais e outras dezenas e dezenas de escolas técnicas, muitas delas em regiões menos desenvolvidas do país. Foi a política de Lula que permitiu a criação, por exemplo, do Instituto de Neurociências de Natal, que já está aí, repatriando pesquisadores e fazendo pesquisa em alto nível. Cargos docentes foram criados e a carreira universitária foi valorizada, em flagrante contraste com a ativa promoção da penúria que marcou a gestão Paulo Renato. Tudo isso propiciou que os mestres e doutores formados no Brasil ocupassem cargos na universidade brasileira, evitando o brain drain que por tantos anos sangrou a academia brasileira.

O salto na pesquisa brasileira desde a eleição de Lula é bastante expressivo. Em 2003, os investimentos em ciência e tecnologia foram de 21,4 bilhões de reais; em 2008, já atingiam R$ 43,1 bilhões. Paralelamente, houve notável aumento da produtividade científica brasileira: as publicações em peer-review journals saltaram de 14.237 em 2003 para 30.415 em 2008. Subimos da 17ª posição no ranking da SCImago, em 2000, para a 14ª, em 2008. Passamos países com maior tradição de pesquisa, como a Suíça e a Rússia. A política de pesquisa do Governo Lula foi elogiada inclusive pela Nature, uma das revistas científicas mais importantes do mundo (aí, Tio Rei, coloque mais essa na lista do jornalismo chapa-branca). Eu não voto em José Serra porque não quero que a universidade e a pesquisa brasileiras sejam sucateadas novamente. Não merecemos outro Paulo Renato.

Você diz que o governo do PT é anti-democrático, que ele coíbe a liberdade de expressão e que ele ameaça a liberdade de imprensa. Você acha que o PSDB representa uma proposta democrática. Discordo nos dois pontos. Houve declarações atrapalhadas do governo no que diz respeito à imprensa, e não aprovo a atitude de Lula no episódio Larry Rother. Mas daí a dizer que governo do PT é anti-democrático e que cerceia a liberdade de imprensa vai uma distância muito grande. Nem mesmo FHC sustenta que o Lula é stalinista – só aloprados como Olavão e o Tio Rei é que alimentam besteiras assim. Se, como você diz, o PT censura a imprensa a seu favor e coloca um monte de jornalista chapa-branca nas redações de todo o país, olha, então o PT tem que aprimorar seus métodos. Dê uma olhada nas últimas capas da revista semanal de maior circulação do país, ligue a TV no principal canal, ou visite um dos blogs políticos mais acessados e veja (ops!) se há algum indício de que o PT tolhe quem fala mal dele e quem aponta as lambanças do partido. Aí você diz que, no governo Lula, tentou-se criar o Conselho Nacional de Jornalismo e que isso era uma tentativa ditatorial de controlar a liberdade de imprensa. Se isso é ditadura, sua lista de governos anti-democráticos deve incluir também países em que o Conselho já existe, como a França e a Inglaterra, como bem lembra Jânio de Freitas. Você critica a TV Brasil, dizendo que o governo não tem que manter canal de TV. Diga isso a um francês. Ele vai lhe dizer que na França não existe um canal de TV nacional que seja público. Existem cinco.

Eu também li o editorial do Estadão, dizendo que Dilma é “o mal a evitar”, por representar uma ameaça à democracia e à liberdade de imprensa. Você achou bonita essa defesa do “Estado de Direito”, né? Por que o Estadão nunca fez um editorial como esse quando o Brasil efetivamente vivia sob uma ditadura, nos anos de chumbo? Por que, dias depois desse editorial, esse mesmo órgão que se põe como baluarte da democracia plural demitiu sumariamente uma colunista que apoiou o Bolsa Família?

E será que o PSDB é tão comprometido assim com a democracia constitucional e com a liberdade de expressão? E os arapongas da Abin na gestão FHC? De qual partido é Eduardo Azeredo, que propôs uma lei de controle da internet que é carinhosamente chamada de AI-5 digital? De qual partido é Yeda Crusius, que mobilizou a PM gaúcha para espionar uma deputada de oposição, inclusive suas crianças (via Idelber)? De qual partido é Beto Richa, que censurou sete pesquisas eleitorais, um blog e até um twitter? E o que dizer do Serra, que telefonou a Gilmar Mendes para que ele tomasse a decisão que o PSDB preferia, no que diz respeito aos documentos necessários à votação? Isso é respeito às instituições democráticas?

Você reprova a política externa do Lula, dizendo que ele desonra a democracia brasileira, privilegiando o diálogo com regimes fechados e ditatoriais. Então me responda: onde estava sua indignação quando FHC condecorou o ditador peruano Alberto Fujimori com a Ordem do Cruzeiro do Sul?

Você vê com maus olhos as alianças políticas do governo Lula e acha que isso é um argumento forte para não votar no PT. Eu também não gosto do Sarney, do Collor, do Calheiros, do Temer, do Hélio Costa. Preferiria que eles estivessem longe do poder. Mas já passamos da idade de acreditar em purismo ideológico, né? Isso é coisa de adolescente que descobre a política. Fazer política é fazer alianças, muitas das quais difíceis de serem engolidas. Vai me dizer que você gostava de ver o sociólogo da Sorbonne de mãos dadas com o PFL de ACM e cia.? Você gostava de ver o Renan Calheiros como Ministro da Justiça do FHC? Talvez você nem sequer goste do Índio da Costa… Bem vindo à real politik, mon ami.

E sim, você vai me falar da corrupção na gestão petista. É verdade. No que diz respeito ao combate à corrupção o governo Lula não foi virtuoso – longe disso. Houve mesmo bastante corrupção. O mensalão existiu, não foi invenção. Mas, será que a oposição é impoluta e pode mesmo posar de moralmente superiora? Lembra-se do Mensalão Mineiro e do Azeredo? Do Ricardo Sérgio de Oliveira, caixa do alto tucanato, que levou R$ 15 milhões na privatização da Vale? Dos R$ 400.000 a cada deputado que votou a favor da reeleição? E o esquema de corrupção e espionagem, revelado no escândalo dos grampos durante a privatização da Telebrás, envolvendo FHC, o presidente do BNDES (André Lara Resende) e Luiz Carlos Mendonça de Barros (ministro das Comunicações)? E a farra do Proer? E o favorecimento ilícito da Raytheon na instalação do SIVAM ? E a endinheirada relação entre Chico Lopes (ex-presidente do BC) e o banqueiro Salvatore Cacciola? Por favor, não me venha com essa conversa de que o PSDB não compactua com a corrupção.

Eu vou concordar com você que o Brasil precisa de investimento em infra-estrutura: portos, rodovias, aeroportos. Mas será que o governo que impôs à população brasileira o racionamento de energia é mesmo o mais preparado para conduzir esses avanços em infra-estrutura? Acho que não.

Mas talvez nenhuma dessas questões sobre economia, educação e gestão pública importem para você. Talvez o que mais lhe opõe à candidatura de Dilma Roussef sejam questões religiosas. Pode ser, por exemplo, que você se oponha à política petista em defesa dos direitos civis dos homossexuais. Você chama isso de “tentativa de implantação de uma ditadura gay no Brasil”. É engraçado ouvir que existe ditadura gay no Brasil das mulheres-fruta, das dançarinas de axé, da erotização infantil, das peladonas do carnaval, das bancas em que pululam revistas masculinas de orientação heterossexual. Fique tranqüilo, essas coisas vão continuar acontecendo e ninguém está propondo instituir o monopólio da G Magazine entre as revistas de entretenimento adulto (fugiremos juntos do Brasil quando isso acontecer, ok?). Estamos falando em estender a uma pequena parcela da população os direitos civis desfrutados pela maioria. Nenhum governo do mundo tem poder para forçar alguém a assumir determinada sexualidade, porque os determinismos neurobiológicos da sexualidade passam ao largo da legislação dos homens – do contrário, eu acharia que os labradores machos lá do sítio da minha família só montam um no outro porque o governo PT apóia a causa homossexual (e eu desconfio que meus labradores não entendem muito bem o que seja o PL 122). A questão aqui é apenas garantir que a expressão de determinado comportamento sexual não seja discriminada. Isso não é forçar a população a ser homossexual, nem calar heterossexuais. O prefeito de Paris é gay, assim como o de Berlim e a Primeira Ministra da Islândia. Eu, heterossexual, não sofro por morar em uma cidade governada por um gay.

Aproveitando o tema, permita-me uma pergunta: o que aconteceria se, ao invés de se mobilizarem maciçamente contra o “casamento gay”, os evangélicos se movessem por coisas que importam, como metrôs, ensino público, bons hospitais e punição a corruptos? Por essas e outras, é que indicadores como mortes violentas, saneamento básico e crianças nas escolas são bem melhores em Paris do que em São Gonçalo, cidade do Brasil com maior concentração de evangélicos. A luta contra a miséria e os embates por educação, transporte e hospitais de qualidade não parecem sensibilizar evangélicos – mas se dois marmajos querem juntar escovas de dentes no mesmo copo do banheiro, aí eles entram na briga, né? Essa miopia política acívica atrasa o país. O Brasil seria bem melhor para todos se os evangélicos batalhassem politicamente por coisas que realmente importam – e isso certamente não inclui ajustar o mundo aos estritos códigos comportamentais que defendem.

Há o aborto também. Você está certo: a Dilma é a favor do direito ao aborto (este vídeo é como batom na cueca, não tem o que discutir). Mas preste atenção: estamos tratando de uma eleição presidencial, não de um plebiscito sobre o aborto. E você sabe: o presidente não tem poder para assinar um papel e legalizar o aborto por conta própria, sem aprovação do Congresso, como se estivesse assinando uma ordem para comprar canetas Bic para escolas públicas. A discussão e a legislação sobre aborto são matéria do Congresso, não do presidente. Não misture as coisas. Não entre na onda dos que estão transformando essa eleição em um plebiscito.

O Brasil melhorou muito sob a égide de Lula. A imprensa mundial, dos veículos mais à esquerda aos mais à direita (tá aqui o Figaro que não me deixa mentir), saúda os avanços na Era Lula. Você dirá, com razão, que toda unanimidade é burra. Sim, é verdade. Mas isso não significa que toda forma de discordância seja inteligente. Não é inteligente negar que, nos anos Lula, o Brasil se tornou um país socialmente mais justo e menos desigual. Isso é negar os fatos. E negar os fatos nunca é inteligente.

Você pode até não votar na Dilma, por razões várias. Eu, de minha parte, prefiro apoiar quem tem feito do Brasil um lugar melhor para o maior número possível dos filhos deste solo: os brasileiros.

* Leonardo de Souza é médico formado pela UFMG. Especialista em Neurologia, trabalha desde 2005 no Centro de Doenças Cognitivo-Comportamentais do Hospital da Pitié-Salpétriêre, em Paris. É doutorando em neurociências na Université Paris VI. Este texto foi publicado inicialmente em seu blog: aterceiramargemdosena.opsblog.org.

—–
[ATUALIZAÇÃO: O texto foi modificado. Este blogueiro havia citado Eduardo Jorge como exemplo de corrupção no governo FHC. Eduardo Jorge foi, de fato, acusado de inúmeros crimes (inclusive pela própriaVeja). Contudo, foi julgado e inocentado de todas as acusações. O trecho referente a Eduardo Jorge foi riscado. Peço desculpas aos leitores pela informação equivocada. E agradeço ao Zé Costa por ter me informado o erro]



http://www.cartacapital.com.br/politica ... o-parte-um
Diários da desinformação: parte um
Coluna do Leitor 28 de outubro de 2010 às 10:37h

Por Val Klay*


Muitas das críticas ao governo Lula que semanalmente me chegam por e-mail são marcadas pela paranóia e pela falta de lucidez.

Principalmente quando o alvo é o próprio presidente, sobre quem as ofensas e acusações se disparam em adjetivos que vão do usual “analfabeto” até o despropositado “terrorista”, desfilando sandices tais como “nazista” ou “ditador” e até “anticristo”. Em certo e-mail, Lula, ao longo de uma abarrotada lista de comparações absurdas, é descrito como “pior que Adolf Hitler”. Noutro, surge personagem de Nostradamus, relatado pelo profeta medieval em alguma suposta centúria sobre uma “besta barbuda” que, no terceiro milênio, desceria sobre um “condado do hemisfério sul” atraindo para a desgraça o mesmo “povo tolo e leviano” que lhe deu poder. Que maldade!

Algumas visões sobre o desempenho do Brasil durante o atual governo são tão distorcidas e perniciosas que eu sequer cogitei em responder. Uns vêem no PT uma artimanha dos narcotraficantes colombianos das FARC que logo tomarão o país, outros vêem a ameaça de uma ditadura comunista transformando o Brasil, e logo a América latina inteira, numa imensa cuba continental.

“Eu não sou comunista, sou torneiro mecânico”, confessou o presidente da República.

Minha falha foi não ver que essa enxurrada de tolices, simples negação sem sentido, estava virando costume, uma brincadeira de mau gosto, e resultaria numa eficiente campanha de difamação que ajudou a comprometer a vitória no primeiro turno. Por que perder tempo com a faceta mais feia do debate eleitoral, com tanta discussão interessante ocorrendo web à fora? Qualquer tentativa era, no mínimo, desagradável. A falta de respeito pelas conquistas do governo Lula e sua popularidade, quanto mais infundada é, mais agressivamente se defende — chega a querer impor-se como um direito. O direito de discordar sem ter razão nenhuma. Parecia fútil tentar debater, quando as respostas mais decentes eram do seguinte calão:

hê, mas que papo furado ein…

vc ganhou dinheiro pra falar isso?

Vc mora no plano piloto?

A desinformação é o maior trunfo da oposição. Ninguém precisa ser comprado para apoiar o governo Lula. Basta conhecer a realidade para saber em quem votar.

Sim, eu moro no Plano Piloto. Sou professora de nível superior, já tendo lecionado inclusive na UNB, e agora possuo um pequeno estúdio de gravação onde também dito aulas de música, lidando com pessoas de diversas classes sociais diariamente. E posso afirmar sem vacilação que, ao longo do governo Lula, mais marcadamente durante o segundo mandato, passei a ter mais alunos e um nível de vida melhor. O aumento do poder aquisitivo das classes baixas diversificou minha pasta de alunos, beneficiando diretamente a minha vida profissional e pessoal. Gente que antes não tinha condições de cursar minhas aulas agora veio a poder e o tem feito com freqüência crescente.

E não apenas quem trabalha com serviços se beneficiou. Digam Merval Pereira e André Trigueiro o que quiserem, a verdade é que o período pós-PSDB se caracteriza por uma indústria nacional notavelmente favorável à política econômica do governo. A população está comprando mais. Os números históricos do natal passado, por exemplo, devem ter feito mais de uma edição da revista Veja ter o impulso de se rasgar sozinha. Carros, imóveis, eletrodomésticos, construção, educação, até turismo: um recorde setor após setor.

Então, pensando melhor, talvez seja verdade: eu defendo o atual governo porque ele me dá dinheiro. Admito.

Um governo bem-sucedido tem o efeito de um imenso esquema de compra de votos, sem ser um escândalo. Mantenha a economia em franco crescimento, com mais acesso facilitado a crédito e legítimos programas de assistência social e o que você tem em mãos é um verdadeiro mensalão de pobre. Foi a lição mais humilhante que a oposição (essa oposição que antes governava) aprendeu da Era Lula. A estratégia mais ardilosa para se manter no poder é praticar o grande golpe de ser realmente um bom governo.

Contra isso a única munição eficaz que existe é a desinformação. Por isso a oposição do tucano José Serra é tão dependente da grande mídia. Porque desinformar é o papel da imprensa. Ou ao menos tem sido. É o que explica porque ainda há tanta gente ignorando o que realmente estava acontecendo quando nós colocamos um metalúrgico sindicalista nordestino na presidência da república, oito anos atrás.

O Brasil passou a acompanhar, e em posição de destaque, a onda de renovação que está mudando a cultura política da América Latina.

Após séculos de exploração empobrecedora e dominação sócio-cultural, os governantes das nações latino-americanas em fim começam a ter a cara do povo que governam. O mesmo ocorre com seus governos, o que dá à fase em que vivemos um caráter de verdadeira transformação histórica. É o que explica a presidenta da argentina Cristina Kirchner ao diretor Oliver Stone no documentário Ao Sul da Fronteira, que analisa inclusive a poderosa muralha ideológica que se ergueu em resistência. Hoje mais que nunca as televisões, jornais e revistas mais influentes dessa parte do continente somam forças contra a renovação cultural, defendendo praticamente cada item da agenda norte-americana e cada interesse da pasta política do G-8, o clube dos oito países mais ricos do mundo. Aqueles mesmos que nos colonizaram em primeiro lugar.

A ALCA é um bom exemplo: todos os grandes veículos de comunicação latino-americanos — via de regra — pleiteiam relações unilaterais entre seus países e os EUA, todos combatem abertamente o MERCOSUL. O conchavo chega a ser escandaloso de tão evidente. E, como a impávida senhora Kirchner (com sua lei dos meios de comunicação) logo descobriu, é difícil tomar alguma medida que não seja automaticamente taxada de censura.

Onde o jornalismo pode criticar sem ser criticado, a liberdade de imprensa é inimiga da liberdade de expressão. Independente do que se ouve nesse grande coral montado pela Globo, a Veja, o Estadão e a Folha de São Paulo, não é a imprensa livre que eles estão protegendo. É o loby da grande mídia, da imprensa milionária, em nada livre, mas acorrentada aos óbvios interesses em comum e às inevitáveis coligações ideológicas (quase partidárias) que se espera de seus donos, as poderosas famiglias de sempre. Como o clã dos Nobre, lá na Argentina, e dos Marinho, aqui no Brasil.

“Em nenhuma democracia séria do mundo”, alerta o jornalista Paulo Henrique Amorim que debandou da Globo, como tantos, e hoje é um de seus grandes críticos, “jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil”. O poder de fogo que o loby da grande mídia, essa opinião pública artificial, aglomera em defesa de interesses imperialistas é devastador. “Eles se transformaram num partido político”, ironiza o jornalista, “o PiG, Partido da Imprensa Golpista”.

Na crise econômica mundial de 2008, era de partir o coração flagrar a Globo News, claramente, sem sombra de dúvidas, torcendo contra as medidas do governo, com retórica e clamor de oposição. Só faltou admitir. Depois eu vi, sem poder crer, com meus próprios olhos, mais de um jornalista se morder de raiva — visivelmente, cara feia em pleno horário nobre —, quando, por fim, o desempenho da equipe econômica de Lula deu uma rasteira na crise mundial. Contrariando os prognósticos, o governo, não somente livrou o Brasil de uma grave recessão (desemprego, inflação, etc.), mas compartilhou sua receita de salvação com outros países emergentes, como a Índia, dando uma aula de gerência e estadismo para os economistas neo-liberais dos países desenvolvidos. Aqueles mesmos que provocaram a crise em primeiro lugar.

Para o chamado padrão Globo de telejornalismo, aquela era uma notícia demasiado amarga de divulgar.

Míriam Leitão, por exemplo, num ritual jornalístico de pura aceitação, um ato de absoluta fé editorial que transcende provas, fatos e outros fenômenos mundanos, é uma das maiores pregadoras do mito lendário do governo incompetente. Incansável sacerdotiza da seita neo-liberal, passou as duas gestões do governo Lula enclaustrada no templo da Globo News, profetizando os piores apocalipses para o Brasil. E o fez com uma assiduidade e uma inflexibilidade tão religiosas que o mundo sem censura da Internet a batizou de “Urubóloga”. Enquanto isso, o prometido desastre econômico, que há quase oito anos está em vias de afundar a nação, acabou se acostumando a ser sistematicamente adiado para o trimestre que vem, quando aí sim virá, com certeza, como antes…

Essa é a mesma lógica circense dos articulistas da revista Veja: sendo contra o governo, pouco importa a consistência da crítica, o que importa é a constância. Numa verdadeira refutação da teoria de que os pessimistas são mais lúcidos, nunca um ser humano errou tanto quanto Diogo Mainardi. É como se não soubesse o que diz, já foi até processado! Esse sim é pago, e muito bem, para ter a “correta” opinião própria (ou imprópria, no caso) que possui sobre o atual governo. Mainardi, que eu me lembre, surgiu praticamente ao mesmo tempo que o governo petista, defendendo o neo-conservadorismo hereditário do clã Bush, os empobrecedores subsídios agrícolas dos países ricos, a guerra do petróleo, vários tópicos do gênero, enquanto chamava o Lula de brucutu e o povo brasileiro de burro.

Deixando de lado eventuais escândalos, como o da colunista Maria Rita Kehl, proibida pelo Estadão de escrever sobre política por elogiar o governo (isso não seria censura?), em geral a campanha de oposição por parte dos grandes jornais, embora forte, é mais sutil. Com exceção da Folha de São Paulo, é claro. “Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler”, fuzila Amorim. “Folha é aquele jornal (…) da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de bom caráter porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é porque o dono é o que é; nos anos militares a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores”.

Desaparecidos às centenas de milhares, presos políticos com seus filhos seqüestrados, jamais vistos, esquemas industriais de extermínio, ataques militarizados a resistências populares, nenhuma ditadura teria a menor viabilidade sem a meticulosa desinformação de povos inteiros, sem controle sobre a mídia. Embora isso seja assunto para outra parte desse artigo, não é mais segredo que, nos bastidores da grande mídia, era comum certa cumplicidade com os golpes militares que extorquiram a América Latina. Países como o Chile e a Argentina têm descoberto muita roupa suja totalitarista para lavar. E o Brasil não teve melhor sorte. Mesmo em períodos de repressão, o poder do dinheiro sobre a imprensa e a política se mostra o que há de mais persuasivo. A sombra silenciosa dos interesses imperialistas que paira sobre nós e nossas riquezas sempre reconheceu isso. Sai mais em conta subornar, comprar, que reprimir.

Principalmente quando nossas instituições são tão subservientes. A falta de respeito pela própria soberania já foi uma característica nacional. “O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil”, a frase célebre proferida pelo general Juracy Magalhães, no ano do golpe que poria o país de joelhos sob a mira de fuzis, jamais nos permitirá esquecer isso. Desde então, até quando o PSDB saiu da presidência, nós, todo o povo brasileiro, éramos um gigante sem peso, quase sem voz na própria vizinhança.

Hoje em dia Hugo Chaves declara: “A América Latina vai para onde o Brasil for”.

O Brasil de hoje é uma nação com cacife para dar conselhos e até financiar empréstimos para o Fundo Monetário Internacional, o famigerado FMI que, junto à obediência incompetente dos governos anteriores — principalmente o de FHC —, leiloou nossas maiores empresas sem conseguir tirar o Brasil do buraco, agravando a desigualdade social mesmo numa época de inflação controlada. Foi o mistério da “privataria”, pela qual hoje o Fernando Henrique culpa o Serra . “Eles venderam tudo e aumentaram a dívida”, reclamou o ex-ministro Delfin Neto.

Na contra-mão de tudo isso, o governo do PT fez o que todos diziam ser impossível: dignificou o salário mínimo, que subiu de 64 para mais de 291 dólares (valores de janeiro de 2010), sem quebrar a previdência, como o FHC previa. Aliás, pagou as dívidas do governo dele e tampou cada buraco deixado pelo PSDB, sem descontar nos desvalidos. Só nos últimos oito anos, 32 milhões de pessoas saíram da condição de miséria absoluta e se tornaram consumidores. Chamam a isso de “crescimento sustentável”, coisa que até então era só uma lenda. Agora os economistas estão vendo que é real, que é possível.

Com a mídia criticando cada passo, o governo Lula conseguiu baixar o IPI fazendo a indústria automobilística brasileira, assim como a linha branca de eletrodomésticos, bater recorde.Com a Dilma criou o PAC, um pacote de medidas que nos blindou contra a crise e hoje, inclusive, é imitado por outras nações. Abriu mais escolas e universidades que seus antecessores juntos (14 universidades públicas e estendeu mais de 40 campi), além de criar o PRÓ-UNI, um programa que leva filhos de famílias carentes à universidade (meio milhão de bolsas para pobres em escolas particulares). De tão competente, foi aceito sem resistências na liderança dos países emergentes (fato antes impensável), encurralando o imperialista G-8 com o estratégico G-20. (Cheque-mate!)

Ressuscitou o Proálcool, lutou pelo biodiesel e levou o país à liderança mundial de combustíveis renováveis. A televisão pode até não falar, mas o Brasil de hoje possui o maior programa de energia alternativa ao petróleo do planeta. E, por fim, colocou o primeiro negro no Supremo e uma mulher no comando da casa civil. Ela que, golpismos a parte, logo estará sentada na cadeira da presidência, como sucessora do maior presidente que esse país já teve.

Os resultados do governo Lula, aplaudidos por políticos e economistas do mundo inteiro, são uma vitória legítima da democracia nacional, demonstrável em números sólidos, conhecidos e respeitados — até mesmo pela oposição. Aqueles que, por desconhecimento ou preconceito, contribuem com essa campanha leviana de negação das conquistas e virtudes do atual governo estão deliberadamente prejudicando o desenvolvimento do país e o futuro da nossa gente.

Não vote na escuridão, vote bem informado.


Coluna do Leitor

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Re: Você quer este Brasil de volta?

#40 Mensagem por Hammermart » 28 Out 2010, 23:38

Noto que existe uma rejeição bastante ampla aqui no GPGuia para ficar discutindo esses assuntos de política partidária, porque são subjetivos e infindáveis.

Esses posts do Carnage acabam se tornando mais uma tediosa encheção de linguiça ou enxugamento de gelo. E parecem muito com propaganda política, a intenção de gerar um debate fica meio perdida no radicalismo de alguns e acaba numa espécie de bate-boca de surdos.

Vem um tiozinho e pega apenas parte do que alguns escreveram, só a parte que lhe é conveniente e deixa de lado a parte que ele mesmo não consegue responder...

Então acho que é melhor mesmo retornar às origens do fórum, que serve primordialmente para discutir sobre o serviço das GPs. ::basta:: ::basta:: ::basta::

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Edu39
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Re: Você quer este Brasil de volta?

#41 Mensagem por Edu39 » 29 Out 2010, 08:51

Srs.
Infelizmente o que está ocorrendo nessa eleição é algo que só encontra semelhança na eleição de 1989.
Grande parte dos eleitores atualmente vota em Dilma pq não gosta do Serra e o contrário tb é verdadeiro.
O debate político está nivelado por baixo.
Se fizermos uma análise macro e imparcial veremos que os candidatos e os partidos se equivalem, ambos tem seus problemas.
A grande diferença que vejo atualmente, é que se a Dilma tem o Lula como principal cabo eleiitoral, o Serra dispõe da grande mídia - PIG como chama o Paulo Henrique Amorim.
E vejo que aqui no fórum alguns dos seus mais respeitados membros apela para a lógica da Grande Mídia: quando o tema interessa potencialize o destaque; quando não é o caso, ataca-se não o argumento, mas o autor; em alguns casos chega-se inclusive a bloquear tópicos pq uma das "estrelas" do Fórum assim o propôs.
Por fim, ainda que estejamos em um Fórum de Putaria, sempre achei que esse espaço promoveu e promove debates interessantes que nada tem a ver com putaria, senão vejamos os tópicos sobre músicas, filmes, futebol, e outros cujas postagens, em sua grande maioria, ajudam a fazer o GPGuia, e principalmente, exercitar o debate, pois só assim poderemos acreditar que elegeremos o melhor candidato para o Brasil, seja Serra ou Dilma, PT ou PSDB, etc.
Quanto aos chatos, xiitas, ignorantes, analfabetos, etc. - aqui no Fórum ou lá fora, lembrem-se que o voto tem o mesmo valor, felizmente ou infelizmente, e só através do debate conseguiremos evoluir a questão política.

Sds

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Re: Você quer este Brasil de volta?

#42 Mensagem por Tô nem aí » 29 Out 2010, 10:07

O Pastor escreveu:Uma coisa que nunca consegui entender aqui no Brasil é a dificuldade que a classe média tem em absorver figuras iconicas tais como o Lula, Pelé...o Garrincha só virou santo depois que morreu de cirrose, porque até então era a mesma coisa. OK, até concordo que os 8 anos de governo Lula tiveram algumas incoerências, mas negar que foram acima da média, não me parece justo.

Lula fez um governo melhor que o do FHC. Na minha opinião isto é fato. Nâo vou dizer que FHC não teve nenhum merito, ele teve seus méritos, mas sempre me pareceu ortodoxo demais. E alguns já vão dizer que aquilo era necessário naquela época e eu acho que não, que ele poderia ter sido mais ousado. O funcionalismo público estava arrebentado, megas-empresas como VALE e USIMINAS foram vendidas a preço de banana. A PETROBRAS estava prestes a se chamar PETROBRAX :lol: :lol: . SEm contar as TELES que até hj ninguém explica o que aconteceu ali. Vale dizer que o Brasil de FHC era o simbolo maior do neoliberalismo. O mesmo neoliberalismo que afundou os EUA em 2008.

O governo Lula foi mais bem sucedido. A economia cresceu. A construção civil que viveu seu pior momento da história durante os anos FHC, atingiu um nível só comparado ao milagre economico dos anos 70. A PETROBRAS cresceu como nunca se tornando em empresa fundamental para o nosso futuro. Muita mais gente vive melhor de 8 anos pra cá. Então eu vou dizer o que??

A discussão do tópico pra mim era bem clara. Uma crítica ao governo FHC. O que me deixou meio triste foi ver que muitos jogaram suas opiniões sem nenhum balisamento. Simplesmente partiram para ofensas pessoais gratuitas contra o autor do tópico (se não gostam do tema, não participem, cáspita).

Isto é o mesmo que se fez com a candidata Dilma Roussef. NUnca vi algo parecido numa campanha política. A discussão não era se ela era competente e sim, se ela era sapatão, guerrilheira, bruxa, macumbeira...se ela foi guerrilheira, foi num momento crítico da política de nosso país. Com certeza não foi para se divertir e brincar de Rambo, como alguns tentam dizer. Foi numa luta contra a ditadura militar, um regime brutal que institucionalizou a violência como triunfo. E o mais engraçado, foi que nInguém deixou de votar em candidatos que mandaram TORTURAR e MATAR, eles estão ai até hoje pedindo voto e sendo votados, sem qualquer critica ou censura, mas não se pode votar em quem lutou contra aquele status quo (guerrilheiros!!).

Isso na verdade me leva a crer que o medo maior dos conservadores, que criticam sem opinião formada, é pelo fato da Dilma ser MULHER. Preconceito contra mulher, negro, pobre, nordestino e afins ainda é a regra no nosso país. Todos sabem. Mas é, sabe como é, ninguém gosta de falar a respeito.

=D> =D> =D>

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Re: Você quer este Brasil de volta?

#43 Mensagem por kank » 29 Out 2010, 11:33

a principio acho estremamente preconceituoso o metodo de defesa utilizado em que ao inves de discutir qualidades ou defeitos pegar uma caracteristica fisica ou regional de alguem e falar vcs não gostam dele pq são da elite branca e ele é do nordeste ou é mulher (detalhe que uma das frases mais preconceituosas dos ultimos anos foi sobre a cor da crise feita pelo idolo dos Ptistas, sem contar no plano de cotas absurdo que ao inves de observar nivel social observa caracteristicas fisicas e de descendencia)
Sem contar que os candidatos que mataram e torturaram eram legais eles levavam o Lula para ler jornal la no Dops (declaração do lula no horario politico do Tuma sobre o periodo de greve de fome executado pelos presos em que ele alega que ganhava tratamento especial)

a maioria das coisas citadas nos textos do carnage são resultados volto a falar gostaria de saber quais as politicas que surtiram estes efeitos
(foi falado que a grande redução da pobreza se deve ao bolsa escola e bolsa familia) gostaria apenas de lembrar que este é um programa do governo anterior renomeado para se ganhar a autoria (ele foi ampliado não posso negar mas que é o plano do governo anterior com uma nova capa vcs tambem não podem)

vou ajuda-los creio que na crise que ocorreu o Lula foi muito bem, nem tanto pela politica economica de redução de Ipi mas sim pelas suas atitudes pois o principal problema das crises são as espectativas as pessoas reduzem gastos com isso diminui produção com isso diminui emprego.
e creio que ele com as falas dele e a forma que se portou conseguiu manter as pessoas com boas espectativas o que nos fez passar praticamente sem ver a crise.

mas volto a perguntar quais as razões para os bons resultados elequem as politicas implementadas que vcs consideram importantes

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Re: Você quer este Brasil de volta?

#44 Mensagem por amandinho » 29 Out 2010, 17:05

heiii, foristas que ja nao via por aqui nos ultimos tempos apareceram, Pastor, Carnage, Clinton...os caras gostam mais de politica que de buceta...
VOTE AMANDINHO presidente da republica das bananas, não sou gay gaucho anabolizado pelo presidente, nem hipocundriaco careca, sou bonito, cabeludo e viril (olhem meus td´s).
Enquanto vocês discultem aqui pra vem quem parido é melhor eles estão torrando o dinheiros de vocês, um instituto europeu levantou em 2008 que a corrupção na america latina é a mais rentavel, acredito que aqui pouca gente ganha 60, 100, 200 mil por mes como este senhores estão fazendo com o dinheiro de VOCÊS.
pq ao contrario de descultir, qual parido é melhor, vocês não se juntam e motivam seus amigos, irmãos, filhos a se rebelarem contra estes safados. Quantos de vocês tem mais de 3 carimbos no passaporte por ano como eles, que viajam e gastam o dinheiro de vocês.
ISTO NÃO É NORMAL.
Estão metendo a mao no bolso de vocês e voces não fazem nada. Todos errados, PT PSDB, PL, PSOL, TUDO.
Acordem, é este o Brasil que você quer para seus filhos, netos, parentes?

Não adianta dizer: "Estamos fazendo o melhor que podemos". Temos que conseguir o que quer que seja necessário.

Winston Churchill

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Re: Você quer este Brasil de volta?

#45 Mensagem por kank » 29 Out 2010, 17:33

armandinho
tambem creio que uma maior mobilização social seria o ideal para a solução porem exite uma diferença muito simples em relação aos paises europeus que vc adora citar como exemplo de que se mobilizam e fazem protestos
esta diferença é o brasil é quase do tamanho da europa (creio que com a difusão da internet sera possivel começarmos a ter movimentos que mobilizem o Brasil como um todo.
sendo que mesmo que a comunicação melhore as nescecidades de cada parte do pais são muito diferentes)
em outro topico vc citou que se fosse na noruega a população iria as ruas então resolvi fazer um comparativo simples

população da noruega - 2008Estimativa de 4 752 735[1] hab
população de são paulo(estado) 2009 - Estimativa 41 384 039 hab. (1º)[2]
(ou seja para mobilizar apenas a população de são paulo é preciso mobilizar 10 vezes o numero da noruega)
fonte http://pt.wikipedia.org

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