Aécio abate Serra no PPS e há quem veja suas digitais nas notícias do Propinão tucano no metrô
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http://www.brasildefato.com.br/node/14462
Escancarado esquema de corrupção tucana no Metrô de São Paulo
PSDB é apontado como base de esquema de cartel que envolvia empresas transnacionais no avanço sobre licitações públicas no Metrô e trens metropolitanos
25/07/2013
Márcio Zonta
da Redação
Na última semana, uma denúncia da transnacional alemã Siemens escancarou de vez a relação de sucessivos governos do PSDB, em São Paulo, com empresas internacionais na formação de um cartel para se apoderar de licitações públicas no Metrô e trens metropolitanos. Há 20 anos, desde Mário Covas e mantido pelos governos de José Serra e Geraldo Alckmin, o esquema envolve volumosas cifras pagas em propinas por aproximadamente 11 transnacionais, além do desvio de dinheiro público das obras do Metrô e da Companhia Paulista de Transportes Metropolitano (CPTM).
A Siemens, que também fazia parte do esquema, revelou que as empresas venciam concorrências com preços superfaturados para a manutenção e a aquisição de trens e para a realização das obras de expansão de linhas férreas tanto da CPTM, quanto do Metrô.
Segundo investigações concluídas na Europa, a teia criminosa também vinculada a paraísos fiscais, teria onerado minimamente, até o momento, 50 milhões de dólares dos cofres públicos paulistas.
Ademais, informações recentes de um inquérito realizado na França apontam que parte da verba movimentada nas fraudes seria para manter a base sólida do esquema no Brasil, formada pelos governadores tucanos, funcionários de alto escalão do governo, autoridades ligadas ao PSBD e diversas empresas de fachada montadas para atuar na trama.
Dessa forma, o financiamento de campanhas eleitorais aos governadores do PSDB foi constante desde o início da fraude na tentativa de manter a homogeneidade do esquema ilícito.
“Não dá para manter uma armação dessas sem uma base, um alicerce que garanta a continuação das falcatruas. Por isso José Serra e Alckmin, que se alteram no poder nos últimos anos, estão intimamente bancados e ligados a essa tramoia”, acusa Simão Pedro, secretário municipal de Serviços.
Um dos executivos da Siemens, que prestou depoimentos ao Ministério Público paulista, confirma as acusações de Simão. “Durante muitos anos, a Siemens vem subordinando políticos, na sua maioria do PSDB e diretores da CPTM”, relata.
Agora, diante de provas contundentes, sobre o que seria um dos maiores crimes de corrupção da história envolvendo o transporte público no Brasil, políticos da oposição, autoridades no assunto e parte dos próprios metroviários questionam no momento a forma como a justiça brasileira vem tratando o caso.
Para eles, o episódio ganhou apenas mais um capítulo com a delação da Siemens ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), pois a situação já é investigada e denunciada com vigor desde 2008 por países europeus. Porém, no Brasil, algo parece amarrar o andamento dos 15 processos abertos pelo Ministério Público, só em São Paulo.
Há 20 anos, desde Mário Covas e mantido pelos governos de José Serra e Geraldo Alckmin, o esquema envolve volumosas cifras pagas em propinas por aproximadamente 11 transnacionais. Foto: Goveno SP
Nomes
A transnacional francesa Alstom, a canadense Bombardier, a espanhola CAF e a japonesa Mitsui são algumas das que fazem parte do esquema delatado pela Siemens. Após ganhar uma licitação, essas empresas geralmente subcontratavam uma outra para simular os serviços, e por meio da mesma realizar o pagamento da propina.
Em 2002, no governo de Geraldo Alckmin, a alemã Siemens venceu a disputa para manutenção preventiva de trens da CPTM. Para isso, subcontratou à época a MGE Transportes. A Siemens teria pagado a MGE R$ 2,8 milhões em quatro anos. Desse montante, ao menos R$ 2,1 milhões foram distribuídos a políticos do PSDB e diretores da CPTM.
Diversos nomes foram citados na delação da transnacional alemã que fariam parte da lista de pagamento de propinas das diversas empresas de fachada. São eles: Carlos Freyze David e Décio Tambelli, respectivamente ex-presidente e ex-diretor do Metrô de São Paulo; Luiz Lavorente, ex-diretor de Operações da CPTM; além de Nelson Scaglioni, ex-gerente de manutenção do Metrô paulista. Scaglioni, por exemplo, seria o responsável por controlar “várias licitações como os lucrativos contratos de reforma dos motores de tração do metrô, em que a MGE teria total controle” diz trecho do documento da delação.
No mais, outro ponto do depoimento do executivo da Siemens que vazou à imprensa cita Lavorente como o responsável por receber o dinheiro da propina e fazer o repasse aos políticos do PSDB e partidos aliados.
Silêncio no Tribunal
Se as provas estão às claras, a pergunta que paira no ar é por que a justiça brasileira, sendo previamente avisada por órgãos da justiça internacional europeia sobre casos parecidos que pipocavam, em outros lugares do mundo, envolvendo a Alstom, por exemplo, não tomou as devidas providências e permitiu que novos contratos fossem realizados com o governo paulista.
Em 2010, dois anos após as investigações terem se iniciado também no Brasil, José Serra estabeleceu um contrato de R$ 800 milhões com a Alstom para supostamente resolver o problema da superlotação dos trens do metrô. A alternativa era aumentar a malha ferroviária e modernizar o sistema do metrô nas linhas 1, 2 e 3.
Uma das exigências da Alstom, entretanto, era que os trens da composição fossem reformados pela mesma para que se adequassem ao novo sistema. “O orçamento apresentado pela transnacional francesa ficou mais caro do que se fossem comprar novos trens, mesmo assim Alckmin aceitou e bancou”, diz Paulo Pasim, secretário-geral do Sindicato dos Metroviários de São Paulo.
Com o término da implantação do sistema previsto para 2011, até o momento a empresa não viabilizou o prometido. “A Alstom não tinha as mínimas condições técnicas para realizar o projeto e ganhar a licitação, tanto é que estamos em 2013 e a empresa não conseguiu fazer o que foi prometido”, afirma Pasim.
Diante dos fatos, a reportagem do Brasil de Fato tentou contato com diversos promotores de Justiça para apurar sobre o andamento das investigações já instauradas contra a Alstom. O responsável pela investigação sobre a empresa francesa, o promotor Silvio Marques do Ministério Público Estadual, não quis prestar declarações.
Outros dois promotores foram procurados pela reportagem, Marcelo Mendroni, que investiga as irregularidades da linha 5 do Metrô, e Roberto Bordini. Ambos também preferiram não comentar sobre o assunto. Por fim, o promotor Saad Mazum, que investiga a improbidade administrativa do caso não foi encontrado até o fechamento dessa edição.
“O único lugar que o processo de investigação não foi levado adiante foi no Brasil. Nos outros países o desfecho foi mais rápido”, lamenta Pasim. Na Inglaterra, França e Suíça, as investigações concluíram que a Alstom realizava pagamento de propina para ganhar licitações.
Também foi confirmado que os executivos da transnacional francesa estavam envolvidos em lavagem de dinheiro e fraude na contabilidade da empresa. O deputado federal Ivan Valente (PSOL) também reclama da demora e do silêncio da justiça brasileira frente aos crimes. Ele aponta que desde 2009 vem realizando uma série de denúncias contra as relações de irregularidades envolvendo o PSDB, a Alstom e a Siemens em licitações de obras públicas.
“Até agora esperamos resposta do promotor do processo Silvio Marques, mas sem sucesso”, reclama.
Para Valente, é necessário, diante dessas novas denúncias, cobrar com rigor a Justiça para que todos os envolvidos sejam punidos verdadeiramente. “Não cabe ao Cade ou ao Ministério Público conceder delação premiada a Siemens ou fazer acordo e aplicar multa às transnacionais envolvidas num caso de corrupção milionário como esse. Todos têm que pagar, inclusive Serra e Alckmin”, cobra.
Por que a Siemens delatou?
Ao expor à Justiça os detalhes do cartel formado por diversas transnacionais para avançar sobre licitações públicas envolvendo o metrô de São Paulo e os trens da Companhia Paulista de Transportes Metropolitano (CPTM), a alemã Siemens ficará livre de possíveis processos referentes ao caso.
Para o deputado federal Ivan Valente, não resta dúvida de que a Siemens agiu muito mais em busca de uma situação favorável a ela do que por um sentimento de honestidade ou arrependimento por fazer parte das irregularidades.
“A atitude da Siemens é a tentativa de limpar a barra dela caso a situação viesse a público de outra forma, ainda mais nesse clima anticorrupção que vivemos nas ruas”, pensa o deputado.
Ademais, a Siemens teria a intenção de formar um clima favorável para ganhar futuras licitações públicas no âmbito do transporte público na esteira dos grandes eventos esportivos, Copa do Mundo e Olimpíadas. Não por acaso, as empresas denunciadas pela Siemens: Alstom, Bombardier, CAF e a Mitsu apresentaram projeto para as obras do trem-bala entre São Paulo e Rio de Janeiro, que será licitado em agosto. “Por isso, de olho nos diversos negócios futuros no Brasil, a Siemens não queria se comprometer”, conclui Valente.
Defesa de Serra não cola
http://www.ocafezinho.com/2013/08/09/de ... -nao-cola/
Teste republicano
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... epublicano
Às vésperas de o STF reiniciar as sessões sobre a ação penal 470, notícias referentes ao cartel dos trens montado em São Paulo entre 1998 e 2008 colocam à prova o sentido republicano das instituições e grupos sociais que têm se mobilizado contra a corrupção no último período.
Terão a mesma energia ou o ímpeto revelado irá esmorecer, agora que são outros os personagens na berlinda?
Observe-se a equivalência dos dois escândalos. Em um, acusa-se o partido no poder federal de ter desviado algo em torno de R$ 30 milhões para montar um esquema destinado a permanecer no governo em que se encontra há dez anos. No segundo, fala-se em propinas da ordem de R$ 40 milhões para financiar o partido no Executivo estadual paulista há quase duas décadas.
http://istoe.com.br/colunas-e-blogs/col ... GEM+TUCANA
A blindagem tucana
O esquema de autoproteção só foi vencido por uma multinacional alemã, a Siemens, que tomou a decisão de pedir um acordo de leniência
Ainda é cedo para procurar equivalências entre o esquema financeiro que deu origem ao mensalão petista e o esquema que está por trás dos negócios sombrios que envolvem duas décadas de gestão tucana em São Paulo.
O que já se pode assegurar é que em matéria de autoproteção o esquema tucano mostrou-se muito mais eficiente.
A blindagem tucana era tão bem sucedida que só foi vencida por uma multinacional alemã, a Siemens, que tomou a decisão de pedir um acordo de leniência junto às autoridades brasileiras, confessando duas décadas de práticas condenáveis, apresentando nomes, cargos e endereços.
Foi essa iniciativa, que envolve uma das maiores empresas do mundo, que mudou a história.
As primeiras denuncias sobre o propinoduto tucano remetem a 1998 e, como se vê, jamais foram apuradas nem investigadas como se deveria. Adormeceram em inquéritos que não esclareceram todas as provas e indícios. A imprensa nunca mostrou o mesmo apetite para explicar o que acontecia.
Se há algo realmente novo a ser apurado hoje consiste em perguntar por que havia tantos indícios e pouco se investigou, ao contrário do que se fez no mensalão petista.
Num país que hoje debate até erros e possíveis abusos ocorridos no julgamento do mensalão, que traiam a vontade de punir os acusados de qualquer maneira, ninguém irá acusar o procurador Antônio Carlos Fernandes, nem seu sucessor Roberto Gurgel nem o relator Joaquim Barbosa de fazer corpo mole, certo?
A recíproca não é verdadeira.
Mesmo reportagens pioneiras sobre o propinoduto, como a de Gilberto Nascimento, que em 2009 mostrou tanta coisa que hoje deixa tanta gente boquiaberta em relação ao PSDB paulista, não causaram ruído nem preocupação. Neste período, denuncias parciais sobre o caso entravam e saíam dos jornais, de forma esporádica e superficial.
A situação se modificou quando ISTOÉ permaneceu duas semanas consecutivas nas bancas, com duas capas dedicadas ao assunto. As reportagens de Alan Rodrigues, Pedro Marcondes de Moura e Sergio Pardellas trouxeram revelações importantíssimas e consolidadas sobre as entranhas do cartel de empresas que administrava o esquema.
ISTOÉ faz muito bem em lembrar, na edição que acaba de chega às bancas, a existência de dezenas de inquéritos e investigações iniciadas e encerradas sem maiores consequências. A revista mostra que ninguém pode alegar que não sabia de nada.
O dado político é simples. Se o mensalão petista tivesse sido apurado e investigado no mesmo ritmo do propinoduto tucano, que levou quinze anos para ganhar a estatura atual, apenas em 2020 teríamos uma CPI para ouvir as denúncias de Roberto Jefferson. Em vez de ser retirado à força da Casa Civil, José Dirceu quem sabe tivesse sido promovido a candidato presidencial, em 2010, e em 2013, como sonhavam tantos petistas, pudesse estar sentado na cadeira de Dilma Rousseff. Ou talvez Lula tivesse escolhido Antonio Palocci como sucessor.
Em qualquer caso, a palavra mensalão ainda não faria parte do vocabulário dos brasileiros. Joaquim Barbosa até poderia ter virado ministro do Supremo – afinal, desde a posse Lula queria colocar um ministro negro no STF – mas dificilmente teria acumulado tanta popularidade em função de um julgamento que talvez só fosse ocorrer, quem sabe, em 2027.
Seguindo nessa pequena ficção científica, também seria curioso perguntar quais, entre os líderes do PSDB, quais teriam sido levados ao banco dos réus.
Teriam direito a um julgamento isento ou teríamos aplicado a teoria do domínio do fato? Ou, a exemplo do mensalão PSDB-MG, teriam sido todos levados a um tribunal de primeira instância? Os juízes se divertiriam fazendo piadinhas sobre os tucanos e seus discursos éticos?
Basta colocar rostos e nomes nos dois escândalos para compreender que nunca teriam o mesmo desfecho, certo?
Até agora, nem a Assembléia Legislativa nem o Congresso conseguiram assinaturas para abrir uma CPI. É um recorde, quando se lembra que, entre 2005 e 2006, funcionavam três CPIs para tratar do mensalão.
O governador Geraldo Alckmin decidiu montar uma comissão para acompanhar as investigações. Imagine se Lula tivesse feito a mesma coisa, em 2005. No mínimo teria sido acusado de usar o “aparelho petista” para influenciar os trabalhos do Congresso e da Justiça, certo?
A semelhança entre os escândalos não se encontra nos personagens, nem em seus compromissos políticos.
A semelhança reside no caráter do Estado brasileiro, na sua fraqueza para se proteger de interesses privados que procuram alugar e controlar o poder político.
É um drama que está na origem do mensalão petista e ajuda a entender a prolongada e impune existência do propinoduto tucano.
Depois de ensinar que a história ocorre uma vez como tragédia e uma segunda, como farsa, Karl Marx nos lembrou que os homens não atuam sob condições ideais, que aprendem nos livros de boas maneiras nem nos cursos de civismo, mas atuam sob condições dadas, que herdaram de seus antepassados.
O discurso moralista gosta de atribuir a corrupção à falta de escrúpulos de nossos políticos, o que é uma visão ingênua e perigosa.
Não há dúvida de que pessoas inescrupulosas podem enriquecer com o dinheiro dos esquemas políticos. (Também há pessoas inescrupulosas que enriquecem na iniciativa privada, na próxima esquina, no primeiro botequim e até em aniversário de criança, vamos combinar).
Mas o dinheiro dos partidos, que circulou nos dois casos, é fruto da natureza distorcida e abrutalhada de nosso regime político, onde a democracia foi acompanhada por uma libertinagem de alta tolerância nas regras financeiras, sob medida para que o Estado pudesse ser capturado e alugado pelas potencias privadas.
Numa sociologia rápida, pode-se dizer que, com o fim da ditadura militar, a turma do alto da pirâmide passou a utilizar o sistema privado de financiamento de campanha como um contrapeso para enfrentar demandas populares.
Num regime democrático, a questão social não pode ser um caso de cadeira de dragão no DOI-CODI, não é mesmo? Tenta-se, então, amaciar o pessoal de cima.
É por isso, e não por outra coisa, que sempre se tratou com palavras de horror fingido todo esforço para regulamentar verbas de campanha e mesmo para impedir que eleitores de R$ 1 bilhão de votos pudessem se impor sobre um regime que, no papel, prevê a regra de que l homem = 1 voto.
Neste aspecto, as confissões dos executivos da Siemens contém ensinamentos úteis a todos.
Um dos mais preciosos é o diário de um gerente, que detalha as negociações para a construção da linha 5 do metrô paulista. Fica claro, ali, que as empresas privadas são senhoras da situação. Negociam acordos, partilham obras, serviços e, é claro, verbas. Interessado no metrô, uma obra mais do que necessária, tanto para a população como para seus planos políticos, o governo – o titular, na época, era Mário Covas – está reduzido a impotência absoluta.
Não tem força política para impor aquilo que a lei manda, que é a concorrência impessoal e absoluta entre as partes. Não lhe passa pela cabeça denunciar suas práticas à Justiça.
Em tempos de privatização acelerada, novidade que o PSDB ajudava a trazer ao país na época, junto com controles de gastos que proibiam qualquer gasto maior, não se cogita a possibilidade de entregar um investimento tão grandioso ao Estado.
Nessa situação o governo é forçado a ceder ao cartel de falsos concorrentes e adversários de araque, sob o risco de enfrentar ações judiciais, protestos e investigações que irão paralisar os investimentos.
É assim que o governador, chamado de “cliente” no diário, manda dizer que quer que “eles se entendam”. O “cliente” também avisa que após o acordo entre os concorrentes, irá recusar reclamações e queixas futuras.
Num artigo sobre o caso, a colunista Maria Cristina Fernandes, do Valor, recorda que, com o passar dos anos, os governos petistas também fizeram a mesma coisa, instalando no ministério dos Transportes – armazém de gastos de vulto -- partidos com “notória especialização nos contratos da política.”
Essa situação cinzenta tem uma finalidade. Quer-se impedir o surgimento de novos entraves a investimentos necessários ao país.
Bobagem querer enxergar o que se passa nos bastidores com olhares simplórios do simples moralismo.
O país necessita de investimentos para criar empregos e se desenvolver. As obras de infraestrutura, como metrô, se destinam a superar uma omissão histórica. A questão é política e envolve a definição de regras que permitam a democracia brasileira recuperar sua soberania, mantendo o dinheiro dos interesses privados longe da política e dos políticos. Seu lugar é a economia e não o Estado.
Nós sabemos que a necessidade de uma reforma política é apoiada por 85% dos brasileiros. Ela pode proibir o uso de dinheiro privado no financiamento político, cortando o laço material que se encontra na origem de tudo. Um escândalo desse tamanho pode ser de grande utilidade neste debate.
Quem dizia que o debate sobre reforma eleitoral era desculpa do adversário tem a oportunidade de assumir uma postura honesta e encarar a discussão. Não se trata de uma guerra de propineiros x mensaleiros mas de um esforço para emancipar a democracia de outros interesses além da soberania popular.
Marcolino: Esquema de corrupção em SP é mais amplo que o noticiado
http://www.viomundo.com.br/denuncias/ma ... r-cpi.html
http://www.brasil247.com/pt/247/midiate ... gajada.htm
Caso Siemens desmoraliza de vez a mídia engajada
O editorial de Veja desta semana, do jornalista Eurípedes Alcântara, é um monumento ao cinismo. Nele, o diretor da revista afirma: "Há indícios, mas não provas". No texto, diz que "ao escândalo Siemens no Brasil faltam evidências sólidas" e diz que "tanto quanto as autoridades, os repórteres de Veja as estão buscando" (pausa para gargalhada). Antes dele, Merval Pereira havia lamentado a corrupção no PSDB e Reinaldo Azevedo afirmou que a teoria do domínio do fato não poderia ser aplicada a tucanos como Andrea Matarazzo. Essa cautela, evidentemente, jamais existiu em relação aos adversários políticos dessa mesma imprensa, que eram criminalizados ainda enquanto réus. O que demonstra que a ética se transformou, no Brasil, em instrumento de guerra política e comercial
11 de Agosto de 2013 às 09:19
247 - Nunca foi tão fácil enxergar o cinismo, a desfaçatez e a hipocrisia da imprensa brasileira. Bastou que um escândalo atingisse seus aliados políticos tradicionais, para que essa postura viesse à tona. Do escândalo Siemens, emerge uma mídia que opera com dois sistemas métricos distintos: um para os amigos, outro para os adversários.
De todas as peças produzidas até agora, a mais cara de pau é o editorial de Veja, assinado por Eurípedes Alcântara. "Há indícios, mas não provas", diz o diretor de Veja. No mundo da Editora Abril, os olhos estão fechados para os emails da Siemens e da Alstom que falam em licitações combinadas e até em propinas para grão-tucanos como Robson Marinho, ex-secretário da Casa Civil, e Andrea Matarazzo, figura próxima a Mario Covas, José Serra e Fernando Henrique Cardoso.
No mundo de Veja, não existem provas, apenas indícios, mas há três anos a imprensa noticiou o bloqueio de uma conta na Suíça atribuída a Robson Marinho, braço direito de Mario Covas, cujos recursos seriam provenientes da Alstom (leia aqui reportagem do Estado de S. Paulo). Documentos agora revelados – e ignorados por Veja – falam que a propina da Alstom cobriria RM (Robson Marinho), o partido (o PSDB) e a Secretaria de Energia (ocupada, à época, por Matarazzo).
Como Eurípedes sabe que empresta sua pena a um argumento indefensável, ele praticamente dá um piti, no seu editorial. "A esta altura, porém, não há como esquecer que o PR, o PTB, o PMDB e, claro, o PT acostumaram o Brasil a um padrão de escândalos tão abundantes em provas e com enredo tão ousado quanto primário que é impossível ser igualado. São dólares na cueca, mansão cheia de prostitutas em Brasília, Land Rover, jatinhos, governo paralelo montado em quartos de hotel, balcão de negócios dentro do Palácio do Planalto, filme de corrupto embolsando dinheiro, confissão, drama, condenação à prisão pelo STF – só não tem arrependimento".
O que ele não afirma é que o padrão do metrô supera toda a sua descrição. Mais sofisticados, os tucanos operaram com empresas internacionais, indicaram a elas que empresas deveriam ser subcontratadas e, em alguns casos, como parece ser o de Robson Marinho, apontaram as contas no exterior que deveriam receber os recursos.
Diante das evidências, cai por terra o argumento de que a imprensa brasileira representa "os olhos e ouvidos da ação". Veja, por exemplo, é claramente caolha. Só enxerga o lado que interessa. Mas não está só. Antes dela, o colunista Merval Pereira lamentou a corrupção tucana e se apressou em inocentar o ex-governador José Serra (leia aqui). Reinaldo Azevedo deu um chilique e afirmou que a teoria do domínio do fato, usada pela Polícia Federal para indiciar Andrea Matarazzo e pelo Supremo Tribunal Federal para condenar José Dirceu, não poderia ser aplicada ao político tucano (leia aqui).
Ora, se a mesma cautela fosse aplicada aos adversários dessa mesma imprensa, o julgamento mais emblemático dos últimos anos teria transcorrido de forma bem menos turbulenta. No entanto, se para os amigos as provas podem ser transformadas em indícios, para os adversários os indícios também podem ser convertidos em provas. Além disso, essa mesma imprensa que faz da ética seu cavalo de batalha se julga no direito de colocar a faca no pescoço de juízes – como Veja faz nesta semana em relação a Ricardo Lewandowski (leia aqui) – para defender seus interesses políticos, que, na prática, são interesses comerciais.
Pobres dos juízes e procuradores que se deixam manipular por uma imprensa partidária, seletiva, autoritária e, agora, totalmente desmoralizada.
PS: o editorial de Eurípedes termina com a piada do ano. "Ao escândalo Siemens faltam evidências sólidas. Tanto quanto as autoridades, os repórteres de Veja as estão buscando".
Podem rir à vontade.
http://www.brasil247.com/pt/247/midiate ... iemens.htm
Tucaníssima, Veja rasga fantasia no caso Siemens
Se ainda havia alguma dúvida sobre o engajamento político da revista Veja, ele desaparece por completo na edição desta semana; reportagem "O acerto que saiu dos trilhos" é capaz de gastar papel e tinta com o caso Siemens praticamente sem mencionar políticos tucanos e sem publicar nenhuma foto; sobra até para um petista, o ex-presidente Itaipu, Jorge Samek, que teria pedido favores para perdoar uma dívida da multinacional alemã; nada sobre Geraldo Alckmin, Mario Covas, Robson Marinho (acusado de receber propinas de US$ 20 milhões) ou Andrea Matarazzo, também indiciado pela Polícia Federal; na única citação a políticos, José Serra e José Roberto Arruda, Veja afirma que os dois aparecem "em situações não comprometedoras"; uma reportagem vergonhosa, que não traz de nada de novo sobre o caso Siemens, mas revela a natureza partidária de Veja (...)
Mídia e metrô tucano: como servir a Deus sem trair o Diabo?
http://www.cartamaior.com.br/templates/ ... st_id=1298
Caso Siemens: vazamentos acabaram antecipando pauta antes da hora
http://www.jornalggn.com.br/blog/vazame ... es-da-hora
http://www.hojeemdia.com.br/noticias/po ... c-1.157085
Cartel do metrô teria irrigado lista de Furnas no governo de FHC
A procuradora da República Andréa Bayão Ferreira acusa o ex-diretor de planejamento de Furnas, Dimas Toledo, empresários e políticos de participarem da “lista de Furnas”, uma caixinha de campanha clandestina que funcionou na estatal no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). A denúncia reúne um arsenal de documentos da Polícia Federal e da Receita que, além de atestar a veracidade, comprova a existência de um “mensalão” organizado por Dimas na estatal.
A suspeita é de desvio de mais de R$ 54 milhões em contratos superfaturados, que alimentavam os financiamentos ilegais de campanha de 153 políticos – incluindo as de ex-governadores de São Paulo e Minas Gerais. (...)
http://www.hojeemdia.com.br/noticias/po ... c-1.157085
Cartel do metrô teria irrigado lista de Furnas no governo de FHC
Rodrigo Lopes - Hoje em Dia
Desvio em contratos superfaturados em Furnas chegaria a R$ 54 milhões
A procuradora da República Andréa Bayão Ferreira acusa o ex-diretor de planejamento de Furnas, Dimas Toledo, empresários e políticos de participarem da “lista de Furnas”, uma caixinha de campanha clandestina que funcionou na estatal no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). A denúncia reúne um arsenal de documentos da Polícia Federal e da Receita que, além de atestar a veracidade, comprova a existência de um “mensalão” organizado por Dimas na estatal.
A suspeita é de desvio de mais de R$ 54 milhões em contratos superfaturados, que alimentavam os financiamentos ilegais de campanha de 153 políticos – incluindo as de ex-governadores de São Paulo e Minas Gerais. Em agosto de 2006, a PF recolheu R$ 1,2 milhão e outros US$ 356 mil, em Bauru (SP), na casa de Airton Antônio Daré, sócio da empresa Baruense Tecnologia e Serviço, que recebeu R$ 500 milhões de Furnas entre 2000 e 2005.
Para o MP, o esquema era custeado por contratos superfaturados assinados pela estatal com as empresas Toshiba do Brasil e JP Engenharia Ltda. Elas foram contratadas, sem licitação pública, para realizar obras no Rio. A Alstom do Brasil e Siemens, acusadas de pagar mais US$ 20 milhões de propina a partidos, venceram vários contratos com Furnas. Elas aparecem na chamada lista de Furnas como possíveis financiadoras do esquema de repasse de dinheiro a políticos. (…)
http://www.brasil247.com/pt/247/poder/1 ... de-FHC.htm
Propina da Alstom ajudou a bancar reeleição de FHC
Os R$ 3 milhões arrecadados por Andrea Matarazzo foram usados na contabilidade paralela do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, na disputa presidencial de 1998; planilha com o caixa dois foi montada pelo ex-tesoureiro de campanha Luiz Carlos Bresser Pereira, que confirmou o papel de Matarazzo na arrecadação extraoficial; informações fazem parte de denúncias publicadas por (pasmem) a revista Veja e a Folha de S. Paulo; áulicos do PSDB, como Reinaldo Azevedo, se esforçam para dizer que Matarazzo não tinha o "domínio do fato"; para FHC, PT e PSDB não são "farinha do mesmo saco"
Quando Aécio ainda pensava em ser candidato a presidente em 2010....
http://veja.abril.com.br/blog/de-paris/tag/alston/
15/11/2008
Paris: Conversa com Aécio Neves
O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, passa esta semana entre a França e a Itália. O objetivo da viagem é, sobretudo, uma tentativa de evitar que os investimentos estrangeiros em Minas sejam adiados devido à crise financeira que está empurrando mundo para recessão.
(...)
Durante a passagem de Aécio por Paris, o grupo francês Alston anunciou sua entrada na licitação para expansão do metrô de Belo Horizonte. Um sitema deficitário que transporta 150.000 passageiros. O projeto mineiro de Parceria Público-Privada (PPP) prevê custo na primeira etapa de 2 bilhões reais e 4 bilhões de reais quando completo.
A ética da jabuticaba: Siemens e Alstom patrocinam o Ethos
http://www.tijolaco.com.br/index.php/a- ... m-o-ethos/
"Mensalão" versus "trensalão": quem perde mais?
http://www.brasil247.com/pt/247/midiate ... e-mais.htm
Patético....
Alckmin diz que vai processar Siemens, mas mantém contratos com empresa
http://www.estadao.com.br/noticias/impr ... 3789,0.htm
PT consegue unidade para criar CPI do caso Siemens
http://www.brasil247.com/pt/247/poder/1 ... iemens.htm
http://www.cartacapital.com.br/blogs/le ... -9035.html
Circo tucano
Depois da bolinha de papel de Serra, a farsa do processo de Alckmin contra a Siemens
por Leandro Fortes — publicado 13/08/2013 17:36
Agora, falando sério.
Quem, pelas pedras pisadas do cais, deu essa ideia de jerico ao governador Geraldo Alckmin? Em que mundo vivem os tucanos de São Paulo, ainda crentes da possibilidade de enganar um país inteiro com uma maluquice dessas? Não aprenderam NADA com o episódio da bolinha de papel de José Serra? Nada, nada?
A meu ver, a única explicação para uma saída indecente e patética como essa – o suspeito de ser corrupto processar o corruptor que está colaborando com a Justiça – é a plena confiança que essas lideranças do PSDB têm na submissão e na cumplicidade dessa velha e carcomida mídia nacional. Não tem outra explicação.
Quando li essa informação na coluna de Mônica Bergamo, a quem admiro como ótima jornalista que é, juro que pensei que era mais uma sacanagem de José Simão. Mas não era.
A notícia de que Alckmin, um dos principais suspeitos de ter montado e se beneficiado do esquema de propinas da Siemens, irá processar a empresa alemã foi dada de forma séria, como se isso fosse possível, como se fôssemos, todos nós, idiotas ligados aos tubos da Matrix.
Eu compreendo os conservadores, essas pessoas que têm uma visão individualista do mundo, das relações sociais, que imaginam ser o liberalismo econômico a única saída para o pleno desenvolvimento social. A vida seria insuportável se todos pensassem da mesma forma – e eu não teria com quem quebrar o pau no Facebook. A direita deve ter seu encanto, senão não teria tanta gente com ódio do Bolsa Família e com tanta saudade da ditadura militar.
Mas eu acho que, agora, essa discussão deve se sobrepor ao posicionamento político de cada um.
O grupo político que arrota austeridade, choques de gestão e aponta o dedo na cara de mensaleiros e petralhas é este que, agora, está sob a mira da Justiça suíça e do Ministério Público de São Paulo, embora deste último não se deva esperar muita coisa contra os tucanos.
Este grupo político, há quase duas décadas no governo de São Paulo, inclui, além de Geraldo Alckmin, o falecido Mário Covas e o vivíssimo José Serra.
A história de Covas, é uma pena, não merecia essa mácula, mas o fato é que o esquema da Siemens começou com ele. É pouco provável que ele não soubesse do que estava acontecendo, ainda mais porque o negócio, ao que tudo indica, era tocado por um assessor direto dele, Robson Marinho.
Alckmin, este que quer processar a Siemens, deu andamento e tamanho ao esquema. Serra foi o feliz herdeiro que, segundo e-mails trocados por executivos da empresa alemã, costurava os acordos para modernizar a formação do cartel.
Não tenho dúvidas de que jornalões e alguns jornalistas dessa triste mídia brasileira irão, apesar do ridículo, endossar essa estratégia de Alckmin para manter o mínimo de dignidade eleitoral dos tucanos, para manter viva a esperança de derrotar Dilma Rousseff, de qualquer maneira, em 2014.
O Jornal Nacional fez esse serviço, em 2010, quando inventou que Serra, além da bolinha de papel, havia levado na careca um petardo de rolo de fita crepe de 100 quilos.
Mas e as pessoas decentes, de boa fé, estas que foram à rua bradar contra a corrupção quando o gigante acordou?
O que farão essas pessoas?
Vão se deixar cair, novamente, no conto da bolinha de papel?
Vão compactuar com mais essa palhaçada apenas para manter alimentado o bicho conservador e antipetista que têm na barriga?