http://www.diariodocentrodomundo.com.br ... petrobras/
http://www.viomundo.com.br/denuncias/de ... -2006.html
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/ ... dalo.shtml
http://www.ocafezinho.com/2014/08/05/pe ... eja-mente/
http://www.brasil247.com/pt/247/artigos ... -farsa.htm
http://jornalggn.com.br/noticia/as-info ... to-na-veja
http://jornalggn.com.br/noticia/o-conlu ... s-de-assis
E olha que bonitinho:
http://paulomoreiraleite.com/2014/08/05 ... ose-jorge/
A nova e estranha denúncia contra a Petrobras
Postado em 03 ago 2014
por : Paulo Nogueira
Falta sentido à mais recente denúncia sobre a Petrobras.
Não exatamente sobre a Petrobras, aliás. Sobre a CPI que investiga a compra da refinaria em Pasadena.
Segundo a Veja, um vídeo mostraria que os convocados tiveram acesso às perguntas. E teriam se preparado para elas.
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A história contada pela Veja tem tons rocambolescos, e adjetivos furiosos. O vídeo, diz a revista, foi gravado por alguém com uma microcâmara escondida numa caneta.
Coisa de Bond. James Bond. Tanto mais que a motivação do autor, sempre segundo a Veja, permanece um mistério.
Bem, ajudar a campanha de Dilma certamente não foi a intenção do dono da caneta espiã.
A fragilidade do alegado escândalo se revela quando você sai da superfície e tenta entender a história.
Você pode perguntar: os convocados a depor tiveram acesso a perguntas de arquiinimigos do PSDB e do DEM?
Não.
Não tiveram.
Numa decisão bizarra para quem defendera a CPI com tanto ardor, tanto o PSDB quanto o DEM decidiram não indicar integrantes para a CPI da Petrobras.
Se tivessem feito, PSDB e DEM teriam absoluto controle sobre as perguntas consideradas cruciais para a compreensão do caso.
Mas abdicaram de participar da CPI, por algum estranho cálculo.
Examinemos agora as questões supostamente antecipadas.
Em qualquer sabatina, você se prepara exaustivamente para responder toda sorte de perguntas.
Isso se chama media training.
Muitas vezes, neste treinamento, há uma figura chamada de “advogado do diabo”. Ele faz a você as perguntas que seu pior inimigo faria.
É uma prática também comum para candidatos quando se preparam para um debate.
Que perguntas sobre o caso Pasadena não teriam sido previstas pelos convocados a depor em sua preparação para o depoimento?
É virtualmente impossível imaginar uma “pergunta surpresa” em situações como aquela.
Não é uma prova de vestibular, em que pode cair uma questão sobre a Revolução Russa ou outra sobre a Revolução Francesa.
Na CPI é um assunto só. E um treinamento competente deixa você preparado para a sabatina.
Um esforço genuíno de investigação jornalística se centraria não nas perguntas, mas nas respostas.
Elas foram inconvincentes? Trouxeram informações erradas? Se sim, quais são as falácias e onde está a verdade?
É um trabalho duro para jornalistas, muito mais árduo que bater bumbo em torno de um vídeo tirado de uma caneta.
Você só entende a opção pelo caminho fácil jornalístico à luz de, simplesmente, tentar gerar um escândalo à beira das eleições.
O objetivo, nestes casos, não é esclarecer o público e sim confundi-lo.
Não tem sido fácil transformar Pasadena num novo Mensalão, ou coisa do gênero.
Empresários e executivos acima de qualquer suspeita como xxxxxxxxx Barbosa, Jorge Gerdau e Claudio Haddad faziam parte do Conselho de Administração da Petrobras na época da compra e a chancelaram.
Por que ninguém os entrevista sobre o assunto?
Porque não interessa. Porque não ajudaria naquilo que se deseja: inventar um mar de lama.
http://www.viomundo.com.br/denuncias/de ... -2006.html
“Denúncia” de Veja, que ocupou 4m42s do JN, faz lembrar ofensiva de 2006
publicado em 3 de agosto de 2014 às 16:56
De volta ao passado: o objetivo então era levar ao segundo turno. Levaram
por Luiz Carlos Azenha
O “novo escândalo” da Veja, sobre suposto vazamento de perguntas — que de qualquer forma seriam tornadas públicas — aos que foram ouvidos na CPI da Petrobras me parece uma manobra diversionista para mudar de assunto. Tirar o noticiário de Cláudio e Montezuma e trazer Dilma Rousseff mais uma vez para o domínio absoluto das manchetes.
Quando eu era repórter da TV Globo, em 2005, antecedendo minha primeira cobertura de eleições presidenciais no Brasil — havia morado quase duas décadas nos Estados Unidos –, uma investigação que fizemos sobre caixa 2 em Goiás acabou em uma das CPIs que trabalhavam simultaneamente em Brasília.
Vi com meus próprios olhos uma importante jornalista da Globo, de alta patente, que me ciceroneava em um ambiente desconhecido, visitando gabinetes de deputados e senadores para troca de informações. No do então deputado ACM Neto, que participaria do depoimento do homem investigado por nós, houve até entrega de documentos e sugestão de perguntas. Eu vi isso acontecer e, francamente, não me espantei.
Se o objetivo de uma CPI é esclarecer os fatos, não há perguntas, nem assuntos secretos. Os depoentes devem trazer todos os esclarecimentos que forem necessários à opinião pública. A existência de parlamentares de diferentes correntes políticas é garantia de que teremos todo tipo de pergunta, das “levantadas de bola” às “pegadinhas”, das críticas às bajulatórias. Bancadas inteiras combinam estratégias. Não há motivo para guardar nenhuma informação em sigilo, se se pretende de fato esclarecer o assunto.
Qual é o problema de perguntas serem organizadas para facilitar os esclarecimentos do depoente? Isso não significa que ele vá responder apenas àquelas perguntas, já que a oposição estará presente. O problema está nas mentiras do deponte, não nas perguntas feitas a ele. Não há nada de errado quando um governo tenta vender à opinião pública sua versão dos fatos, desde que a oposição possa, igualmente, fazê-lo. Vamos combinar que não falta espaço na mídia à oposição brasileira, certo?
Portanto, trata-se de uma denúncia tola, transformada em manchete por uma gravação subterrânea, vendida como “comprometedora”.
O que me chamou a atenção naquela CPI de 2005, na verdade, foi que o homem por nós investigado, dono de uma seguradora, quando abriu os arquivos em seu depoimento deixou claro que havia feito doações por fora a todos os partidos políticos, não só ao PT mas também ao PSDB, PMDB, PFL e outros. Assim que isso ficou explícito e demonstrado, acabou nossa investigação. Fui mandado de volta a São Paulo…
Naquele período eleitoral, também constatei por dentro a mecânica da mídia: denúncia na capa da Veja entre sexta e sábado, repercussão acrítica no Jornal Nacional de sábado, bola rolando a partir de domingo na Folha, Estadão e O Globo.
Não foi o que se chama de “nota pelada” do Jornal Nacional, algo passageiro, sem imagens, na edição de ontem. Foram 4 minutos e 42 segundos falando sobre a denúncia de Veja, uma enormidade! Se fosse em comerciais, teria um custo próximo dos R$ 4 milhões. Frequentemente, quando eu era correspondente em Nova York, precisava explicar assuntos complexos, como a crise que precedeu a invasão do Iraque, em 60 segundos.
O que a Globo fez ontem se chama no meio jornalístico de “dar pernas” a uma denúncia.
Eu mesmo, num plantão, fui convocado a fazer uma destas “reportagens”, denúncia que envolvia um irmão do então presidente Lula e que não deu em nada. Muita fumaça, pouco conteúdo. Argumentei com meu chefe direto que seria impossível fazer uma apuração independente do conteúdo da revista. Estávamos dando tudo aquilo como límpido e verdadeiro. O certo seria fazer nossa própria apuração a partir dos dados trazidos pela Veja. E se as informações não se confirmassem? Resposta dele: é isso mesmo, é apenas para reproduzir trechos da revista.
Foi nesse quadro que, mais tarde, houve um revolta interna na redação da Globo de São Paulo, que envolveu um grande número de profissionais, resultou na demissão de Rodrigo Vianna e, mais tarde, influenciou minha decisão de pedir rescisão antecipada de meu contrato, que venceria quase dois anos depois, para estudar internet nos Estados Unidos. Não me arrependo e, a julgar pelo que aconteceu neste fim-de-semana, vejo que o método da mídia corporativa não mudou. Saiu na capa de Veja, teve grande repercussão no Jornal Nacional e…
A suspeita que eu tinha então agora está desfeita. Não duvido mais que seja tudo combinado. Se não fosse, por que a denúncia da Folha sobre o aeroporto de Cláudio não detonou imediatamente o mesmo rolo compressor investigativo?
Talvez a existência dos blogs e das redes sociais tenha acabado com as mentiras mais deslavadas. A manipulação da mídia corporativa agora é exercida na escolha da pauta e nos recursos direcionados para apurar este ou aquele assunto, de acordo com as conveniências políticas, econômicas ou ideológicas. De volta a 2006!
O banal faz escândaloColunista Janio de Freitas minimiza denúncia da Veja sobre suposta ação petista para enfraquecer a CPI da Petrobras; “Perguntas de aliados do depoente, em CPI, jamais, em qualquer lugar e em qualquer país, fugiram a este princípio: destinam-se a ajudar o depoente”, diz; segundo ele, lideranças do PSDB e DEM “não pesquisam nada, só ciscam pedaços de publicações para fazer escândalo”
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/ ... dalo.shtml
http://www.ocafezinho.com/2014/08/05/pe ... eja-mente/
Petrobrás informa o óbvio: Veja mente
Por Miguel do Rosário
Em nota à imprensa, a Petrobrás informa o óbvio: Veja manipula e mente.
O “vídeo” retumbante mostra o que toda empresa de grande porte oferece a seus executivos: media training.
As perguntas feitas em CPI não são “sigilosas”. São públicas. Os parlamentares inclusive as registram no site do Senado.
Houve a tentativa – mais uma – de escandalizar o nada.
Um esforço desesperado para varrer o aecioporto para debaixo do tapete.
*
NOTA A IMPRENSA
Sobre a matéria intitulada “A Grande Farsa”, publicada pela revista Veja, esta semana, a Petrobras esclarece que tomou conhecimento das perguntas centrais que norteiam os trabalhos das CPI e CPMI da Petrobras, através do site do Senado Federal, nos dias 14 de maio e 02 de junho, respectivamente, onde foram publicados os planos de trabalho das referidas comissões. Nestes, além das perguntas centrais, constam também os nomes de possíveis convocados, e a relação dos documentos que servem de base para as investigações.
Convém ressaltar que tais informações, tornadas públicas pelas comissões de inquérito, por ocasião do inicio de seus trabalhos, possibilitam a elaboração de centenas de outras perguntas, propiciando à Petrobras a organização das informações necessárias para o melhor esclarecimento dos fatos pertinentes a cada eixo das investigações, quais sejam: Eixo 1 – Refinaria de Pasadena; Eixo 2 – SBM Offshore; Eixo 3 – Segurança nas plataformas; Eixo 4 – Superfaturamento RNEST.
A Petrobras informa que, após cada depoimento, as dezenas de perguntas feitas pelos Parlamentares são desdobradas em novas perguntas pela equipe da Petrobras de forma a subsidiar os depoimentos subsequentes.
Assim como toda grande corporação, a Petrobras garante apoio a seus executivos, e ex-executivos, preparando-os , quando necessário, com simulações de perguntas e respostas, para melhor atender aos diferentes públicos, seja em eventos técnicos, audiências públicas, entrevistas com a imprensa, e, no caso em questão, as CPI e CPMI. Tais simulações envolvem profissionais de várias áreas, inclusive consultorias externas, de modo a contribuir para uma melhor compreensão dos fatos e elucidação das dúvidas.
A Petrobras reafirma que continuará disponibilizando todas as informações referentes as suas atividades e reafirma seu compromisso com a transparência e ética que sempre nortearam suas ações.
Gerência de Imprensa/Comunicação Institucional
http://www.brasil247.com/pt/247/artigos ... -farsa.htm
A farsa da farsa
RIBAMAR FONSECA 5 de Agosto de 2014 às 16:29
Depois de uma leitura atenta da reportagem de “Veja” constata-se, sem muita dificuldade, que tudo não passou de uma grande farsa da revista, sem força de denúncia justamente pela sua banalidade, pela falta de elementos
Acuado pela denúncia da "Folha de S. Paulo" de que, quando governador de Minas, construiu com dinheiro público um aeroporto na fazenda do tio, o candidato tucano à Presidência da República Aécio Neves ficou meio tonto, como se tivesse recebido um cruzado de direita e, sem autoridade moral para continuar apontando o dedo acusador para a presidenta Dilma Rousseff, começou a gaguejar quando alguém lhe perguntava sobre o fato. O mais ferino dos concorrentes da Presidenta, o senador mineiro reduziu a agressividade dos discursos e até o seu escudeiro-mor, o deputado Carlos Sampaio, sem argumentos para contestar a denúncia, preferiu classificá-la de "factóide", como se fazer obra particular com dinheiro público fosse um simples "factóide". Cômico.
Mas neste final de semana a revista "Veja", que não mais se preocupa em esconder a sua preferência pelo tucano, publicou reportagem de capa, em tom de escândalo, oferecendo ao seu candidato munição para reagir ao bombardeio petista por conta do "aeroporto". Sob o título de "Fraude na CPI da Petrobrás", a revista denuncia uma suposta armação para esvaziar a investigação da mais importante empresa estatal do país: as perguntas teriam sido previamente apresentadas aos investigados que, também, teriam sido treinados para dar as respostas. Apesar da tonalidade de escândalo emprestada à denúncia, na verdade tudo não passa também de uma armação, que desmorona a uma simples pergunta: a oposição também participou da fraude, igualmente dando conhecimento prévio das suas perguntas?
Sim, porque para que o trabalho da CPI se caracterizasse como uma farsa, seria necessário que os oposicionistas que a integram também estivessem combinados com os governistas para o teatrinho. De outro modo, não existe farsa, porque a oposição pode perguntar o que bem entender fora de qualquer suposta lista de perguntas previamente elaboradas. Por outro lado, alguém pode argumentar: não havia oposicionistas na comissão. Pior ainda: se eles não pretendiam investigar a Petrobrás, por que fizeram tanto barulho na mídia por causa da compra da refinaria de Pasadena? Por que não estavam nas reuniões da CPI? E por que fazem tanto barulho agora, depois de se recusarem a compor a comissão?
Segundo a revista, existe 20 minutos de gravação de um suposto vídeo, gravado não se sabe por quem com a ajuda de uma caneta-espiã, onde uma conversa revelaria a fraude. Com tanto tempo gravado, pergunta-se: por que a revista só transcreveu as falas do José Barrocas, chefe do escritório da Petrobrás em Brasília? O resto não interessava ou só as palavras de Barrocas se revelaram interessantes para os seus objetivos políticos? O vídeo, ao que parece, teria sido editado. Mas a irresponsabilidade da "Veja" na publicação de matérias como essa, sem nenhuma preocupação com os danos que podem causar à reputação alheia e onde é visível o esforço para incriminar a Presidenta, inclui a sua ilustração com fotos de pessoas supostamente citadas, as quais passam a ser vistas pelo leitor com desconfiança, mesmo sem ler o texto.
A "Veja", que justamente por conta das suas matérias tendenciosas, vem perdendo credibilidade e leitores, escreve na capa: "Uma gravação mostra que os investigados receberam perguntas dos senadores com antecedência e foram treinados para responder a elas". Esse texto inclui todos os senadores que integram a CPI na suposta farsa e, também, contradiz o conteúdo da reportagem, segundo a qual apenas Nestor Cerveró teria sido "treinado" para responder as perguntas e não todos os investigados. Esse Cerveró, pelo visto, já pode ser convidado para trabalhar em novelas, pois consegue decorar fielmente o texto com as respostas que deveria dar. E os seus treinadores estariam aptos a abrir uma escola de teatro, tamanha a eficiência do seu trabalho com o ex-diretor da Petrobrás.
O mais pitoresco de tudo isso é o esforço dos tucanos para ampliarem o "escândalo" que, na opinião do candidato Aécio Neves, é "gravíssimo", ao contrário do caso do aeroporto. O seu escudeiro-mor, Carlos Sampaio, que também comanda o departamento jurídico da campanha tucana e, sob qualquer pretexto, vive entulhando a Justiça de ações contra os adversários – como se o Poder Judiciário só estivesse à sua disposição – já providenciou representações de todo tipo contra os supostos envolvidos e até um pedido de cassação de mandato de dois senadores governistas. E ninguém se espante se o líder da bancada do PSDB na Câmara Federal, deputado Antonio Imbassahy, já não estiver recolhendo assinaturas para a criação de uma CPI da CPI.
Depois de uma leitura atenta da reportagem de "Veja" constata-se, sem muita dificuldade, que tudo não passou de uma grande farsa da revista, sem força de denúncia justamente pela sua banalidade, pela falta de elementos com esse poder e com objetivos bem definidos: minar a reeleição de Dilma. Prova disso é que os demais veículos de comunicação de massa, em especial as emissoras de televisão, não levaram a matéria a sério e não lhe deram importância. Conclui-se, daí, que a "Veja" está brincando de fazer jornalismo e o PSDB brincando de fazer política. Será que eles pensam que assim conquistarão a Presidência da República?
http://jornalggn.com.br/noticia/as-info ... to-na-veja
As informações públicas que viraram "escândalo de vazamento" na Veja
qua, 06/08/2014 - 07:22
por Michel Arbache, no Portal LN
A mídia brasileira, como a confirmar a jogada ensaiada, novamente ecoa uma capa da revista Veja. Esta semana entrou em cartaz um "vazamento" como se fosse um escândalo nacional envolvendo a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobrás. A prova do "crime" é (trecho de) um vídeo (1) de 2min40seg, feito por uma "caneta espiã", em que um chefe da Petrobrás e o advogado da estatal discutem estratégias para a atuação dos convocados a depor na CPI. E na estratégia, segundo a revista, constava "soprar" aos convocados as perguntas a serem feitas por senadores.
Aos sensatos que não embarcam fácil na correnteza eleitoreira da mídia, bastam dois fatores para esclarecer o "escândalo" em cima de mais um "detrito bombástico" vindo da revista da Abril:
1-) Se os convocados pela CPI da Petrobrás sabiam previamente das perguntas que lhes seriam dirigidas, presume-se que as perguntas "vazadas" viriam dos aliados do governo federal. Até aqui, nada de novo. Teria sido assim também, segundo o senador Humberto Costa, na "CPI do Cachoeira", quando aliados do governador de Goiás, Marconi Perillo, teriam combinado com o próprio as perguntas que seriam feitas na CPI. "Isso é absolutamente normal e natural” - disse Costa (2). Pois se a situação quer proteger seus aliados, cabe à oposição o papel inquisitório; de pegar o convocado “pelo pé” para provocar, por exemplo, uma contradição. No caso da matéria da Veja - tratando como "farsa" a CPI -, a revista acaba passando recibo na inutilidade e incompetência da oposição ao governo federal. Vale lembrar que a oposição, a pretexto de querer uma Comissão mista (com deputados e senadores), desembarcou da CPI (3) (4). Tal abandono foi, isto sim, pelo temor de que os governistas desenterrassem fatos obscuros ocorridos na Petrobrás no governo FHC – como o sucateamento da estatal que culminou no naufrágio da Plataforma P-36.
2-) Sobre o “escândalo do vazamento”, o fator mais importante é este: as pautas da CPI eram públicas. Em resposta à matéria da Veja, a Petrobrás informou:
“A Petrobras esclarece que tomou conhecimento das perguntas centrais que norteiam os trabalhos das CPI e CPMI da Petrobras, através do site do Senado Federal, nos dias 14 de maio e 02 de junho, respectivamente, onde foram publicados os planos de trabalho das referidas comissões. Nestes, além das perguntas centrais, constam também os nomes de possíveis convocados, e a relação dos documentos que servem de base para as investigações” (5).
Sobre a nota acima da Petrobrás, podemos obter no próprio site do Senado as informações relativas aos nomes dos convocados, o motivo da convocação e as possíveis questões que seriam levantadas na CPI. Claro: para convocar alguém, o Senado emite um ofício justificando a convocação. No site estão disponíveis os requerimentos (formato PDF) (6). Basta clicar em qualquer um para ver o “escândalo”. Enquanto isso, graças ao estrondoso silêncio da mídia, morre o processo envolvendo a apreensão de quase meia tonelada de cocaína transportada no helicóptero de um senador da República (7).
Fontes:
1- Matéria da revista Veja:
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil ... ande-farsa
2- Líder do PT diz que troca de informações entre CPI e depoentes é normal:
http://agenciabrasil.ebc.com.br/politic ... s-e-normal
3- Tucanos retiram indicações à investigação da Petrobras no Senado; Renan recorre ao STF:
http://oglobo.globo.com/brasil/cpi-da-p ... o-12390386
4- Oposição agora quer investigar CPI que ela própria boicotou:
http://www.brasil247.com/pt/247/poder/1 ... icotou.htm
5- Nota de esclarecimento da Petrobrás:
http://www.petrobras.com.br/fatos-e-dad ... a-veja.htm
6- Página do Senado com os ofícios para convocação dos depoentes:
http://www.senado.leg.br/atividade/comi ... 801&td=RQ1
7- Documentário “Helicoca” mostra a morte do processo do helicóptero com 445 quilos de pasta base de cocaína:
http://www.diariodocentrodomundo.com.br ... -de-reais/
http://jornalggn.com.br/noticia/o-conlu ... s-de-assis
O conluio de “Veja” e TV Globo para inventar escândalos, por J. Carlos de Assis
qua, 06/08/2014 - 07:52
J. Carlos de Assis
Que “Veja” e Tevê Globo, por força de seu proselitismo de extrema direita, inventem um escândalo relacionado com a CPI da Petrobrás para desacreditar o Governo, nada de novo. Que os dirigentes do Senado e da dita CPI levem isso a sério, ao ponto de determinar investigações, é extremamente grave. Significa que não há um processo preliminar de avaliação de pseudo-denúncias pelo qual alguém que ostente a credencial de Senador da República acabe passando o recibo de ser um simples idiota.
Já fui secretário de CPI da Câmara dos Deputados. Era comum que fizesse uma lista de perguntas sobre questões específicas aos depoentes. Meu interesse, na condição de auxiliar da instituição CPI, era o esclarecimento de fatos e de situações de seu interesse. Jamais passaria pela minha cabeça esconder minhas perguntas. Não estava num programa de pegadinhas na televisão. Meu interesse não era forçar contradições do depoente, mas colocá-lo diante de questionamentos objetivos para trazer a verdade à tona.
Já auxiliei pessoas a prestarem depoimentos em CPI ou a participarem de debates públicos. Meu papel, nesses casos, tem sido o de simular à exaustão respostas a possíveis perguntas ou respostas a diferentes questionamentos de conhecimento público, incluindo prováveis provocações por interesses escusos. Só um idiota vai para uma inquirição pública ou debate sem alguma forma de preparação. Em geral, nossa memória é fraca. E numa situação em que há algum nível de hostilidade ideológica, todo cuidado é pouco.
O “crime” postulado por “Veja” e catapultado em nível nacional pela Globo, num conluio explícito para desacreditar o Governo, consiste na afirmação de que depoentes vinculados à Petrobrás tiveram acesso a perguntas que seriam feitas na CPI. Ora, ou essas perguntas são objetivas, visando a algum esclarecimento efetivo, ou são pegadinhas, para forçar contradição do depoente. No primeiro caso, a antecipação da pergunta, se houve, não teria qualquer efeito no esclarecimento dos fatos. Contudo, se é uma pegadinha, não tem nenhum efeito objetivo sobre o curso da CPI, exceto, talvez, a humilhação episódica do depoente.
Entretanto, essa não é propriamente a questão, mas seu contexto. O fundamental é que não se pode fazer uma investigação no Senado sobre algo que não existe. Acaso seria crime um depoente ter acesso a perguntas a que seria submetido? Acaso preparar um depoente para responder perguntas na CPI seria crime? Onde está a fraude? Preparar-se adequadamente para uma CPI honra a instituição do Congresso. O depoente poderia simplesmente chegar lá e calar-se. Naturalmente que, para “Veja” e Tevê Globo, o espetacular, para mexer com a emoção do povo, seria que alguém, pego de surpresa, cometesse o percalço de confessar algum crime na CPI a fim de que saísse de lá com algemas. Isso, já se viu, não acontecerá na CPI da Petrobrás simplesmente porque não houve crime. Portanto, é preciso inventar algum na sua periferia.
No meu tempo de jornalismo, inaugurei no Brasil o jornalismo investigativo na área econômica denunciando vários escândalos financeiros do período da ditadura, ainda na ditadura. Era um trabalho solitário. Não havia ajuda da Polícia Federal, que na época só se preocupava em prender comunistas; não havia apoio do Ministério Público e da própria Justiça (com raríssimas exceções), serviçais do poder militar; ou do próprio conjunto da imprensa, que se mantinha omissa com medo do Governo ou do anunciante. Não obstante, com o apoio de meu jornal, pude enfrentar grandes blocos de poder político e econômico pela razão elementar de que tinha uma premissa: na denúncia, é preciso ter um código de ética que leve em conta a solidez das provas, a clareza do crime ou da irregularidade, e a inequívoca identidade dos autores.
O código de “Veja” é diferente. Em vez de provas, basta-lhe uma gravação que algum agente desonesto da Polícia ou um espião privado lhe entreguem comprometendo, num contexto nebuloso, alguma pessoa suspeita de governismo; é totalmente dispensável identificar a ação denunciada como crime ou irregularidade; os autores podem ser difusos, desde que comprometam de alguma forma o Governo. Assim, coma gravação deturpada de um lado e o apoio da Tevê Globo do outro, “Veja” produz um escândalo com som retumbante o suficiente para que o Senado a leve a sério.
Em três livros sobre a patologia dos escândalos da era autoritária – A Chave do Tesouro, Os Mandarins da República e A Dupla Face da Corrupção -, em vez de me limitar à história dos escândalos em si, procurei mostrar a institucionalidade que permitiu sua eclosão. Vou fazer o mesmo, resumidamente, para que se entenda a patologia dos “escândalos” denunciados por Veja. A revolução da informática expulsou os jornais da notícia; como reação, o jornalismo escrito tenta se refugiar na análise. A revista ficou com seu espaço diminuído, porque está distante da notícia (diária) e com pouca eficácia na análise, campo dividido com os jornais. Como consequência, seu campo favorito tornou-se o escândalo. Notem que, de duas em duas semanas, “Veja” expõe um, às vezes elevando roubo de galinha a categoria de grandes escândalos. Quando nem isso existe, ela inventa. Daí a “fraude” na CPI.
P.S. Para que não me interpretem equivocadamente, devo dizer que não sou governista, não sou do PT nem apoio integralmente a política do PT. Admiro as políticas sociais dos governos Lula e Dilma, mas discordo de sua política macroeconômica, que considero responsáveis pelo mau desempenho da economia brasileira. Não obstante, não saio por aí inventando escândalos para dar suporte a candidatos neoliberais de extrema direita na atual disputa eleitoral.
J. Carlos de Assis - Economista, doutor em Engenharia de Produção pela Coppe-UFRJ, professor de Economia Internacional da UEPB, autor de mais de 20 livros sobre economia política brasileira.
E olha que bonitinho:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/ ... dois.shtmlSe é crime, são dois
Os parlamentares do PSDB querem explorar a denúncia de uma banalidade que também é praticada por eles
por Jânio de Feitas, na Folha
(...) Eis, então, o que há apenas 62 dias era publicado no "Painel da Folha:
"Preocupado com a CPI mista que investigará o cartel do metrô, o governo de São Paulo começou a treinar os parlamentares do PSDB escalados para defendê-lo. Nesta quarta (4), foram ao Congresso Marcio Aith, subsecretário de Comunicação, e Roberto Pfeiffer, representante da Corregedoria do Estado" [a nota continuava] http://painel.blogfolha.uol.com.br/2014 ... cpi-mista/
Exatamente as providências de que os deputados e senadores ligados ao governo federal estão acusados (...)
http://paulomoreiraleite.com/2014/08/05 ... ose-jorge/
Onde está José Jorge?
5 de agosto de 2014
por Paulo Moreira Leite
O destino de José Jorge, ministro do TCU, relator de cinco denúncias contra diretores da Petrobrás, é alvo de justas preocupações por parte da CPI
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O destino de José Jorge, ministro do TCU, relator de cinco denúncias contra diretores da Petrobrás, é alvo de justas preocupações por parte da CPI.
Ele já foi convidado para dar depoimento mas não disse nem sim nem não e, a qualquer momento pode ser convocado pelos parlamentares para dar depoimento e, neste caso, será obrigado a comparecer. A requisição do senador Antonio Carlos Rodrigues, de São Paulo, está pronta para ser debatida e votada.
O TCU, não custa lembrar, não é um poder autônomo. É um órgão auxiliar do Legislativo, a quem presta assessoria jurídica.
José Jorge chegou ao tribunal por indicação de Fernando Henrique Cardoso e, antes disso, foi ministro das Minas e Energia durante o reinado tucano. Na condição de ministro, presidiu o Conselho Administrativo da Petrobrás e ocupava o posto quando ocorreram dois desastres na empresa.
O primeiro foi uma ruinosa troca de ações com uma subsidiária da Repsol, na Argentina. Prejuízo estimado: US$ 2,5 bilhões. O segundo foi o naufrágio da P-36, plataforma oceânica, responsável por 6% do petróleo do país. Prejuízo estimado: US$ 1 bilhão por ano.
Referindo-se aquele período em que José Jorge era o manda-chuva na área de energia brasileira, a revista VEJA fez uma observação curiosa, sem dar nomes, mas reveladora do que se passava na maior empresa brasileira:
“Um urubu pousou no ombro da Petrobras e nada consegue espantá-lo”.
Você já fez as contas: no armário de José Jorge guarda-se um esqueleto equivalente, por baixo, a cinco vezes aquele prejuízo que, em teoria foi produzido pela compra de Pasadena. Detalhe: Pasadena existe, refina petróleo e pode dar lucro. Se a economia americana mantiver o ritmo deste ano, o prejuízo registrado na compra. Quanto a plataforma naufragada, hoje serve de moradia para lagostas, peixes coloridos e outros animais estranhos que habitam o fundo do mar. Irreversível, a troca de ações fez a alegria de mão única de quem empurrou o mico para os cofres brasileiros.
Não se deve colocar o carro na frente dos bois e incriminar José Jorge por aquilo que ocorreu sob sua gestão. Todos são inocentes até que se prove o contrário, certo?
Mas, com todos estes números no currículo, José Jorge conseguiu ser o relator de cinco “missões investigativas” realizadas para apurar a denúncia de Pasadena. Vamos ser simpáticos.
Imagine se, um dia, quando deixar o governo, o atual ministro das Minas e Energia, Edson Lobão, vai parar no TCU. De repente, surge uma denúncia sobre a Repsol, ou sobre a plataforma, José Jorge vai parar na berlinda e Lobão vai parar na berlinda. Pode? Claro que não. O conflito de interesses seria óbvio demais para ser ignorado.
Estamos falando de um personagem múltiplo, que às vezes faz o papel de raposa e em outros, de galinha e, quem sabe, daquele urubu sugerido pela VEJA. Como imaginar que possa ter isenção para examinar, julgar e condenar?
É neste jogo de sombras que a oposição procura manter o interesse sobre a denuncia contra a Petrobrás. É um fracasso recorde, vamos combinar. O Congresso fez duas CPIs para investigar o caso e nenhuma delas trouxe qualquer novidade substancial – apenas confirmou aquilo que era possível perceber depois dos primeiros depoimentos.
Essa é a utilidade do factóide da semana, em torno das reuniões dos dirigentes da Petrobrás que antecederam seus depoimentos. Só o puro interesse político-eleitoral pode tentar tranformar uma banalidade em escândalo, distorção assinalada hoje pelo mestre Jânio de Freitas. Ele escreveu: ”Não pesquisam nada, não estudam nada, apenas ciscam pedaços de publicações para fazer escândalo. Com tantos meses de falatório sobre Petrobras e seus dirigentes, o que saiu de seguro (e não é muito) a respeito foi só por denúncias à imprensa. Mas a Petrobras sangra, enquanto serve de pasto eleitoral.”
Incapaz de apontar para irregularidades reais, consistentes, que seria de interesse de todos investigar, a oposição monta um circo em torno dos bastidores, como se ali tivesse ocorrido uma trama para iludir o país.
É de rir – quando se recorda que a a maioria das questões colocadas pela CPI eram públicas, estavam no site do senado e podiam ser consultadas por qualquer pessoa. Qualquer parlamentar que tivesse alguma questão surpreendente, fantástica, bombástica, também teria direito a colocar sua questão e, heroicamente, desmontar a conspiração. As câmaras e microfones estavam ali, ávidos, famintos, a espera justamente de uma cena como esta.
Só que para isso era preciso ter consistência, informações, conhecimento.
Sob outro aspecto, também é o caso de chorar. A oposição só não participou da CPI do Senado porque não quis, preferindo fazer o teatrinho da denuncia. Mas foi até o STF garantir outra CPI, a segunda, para tratar do mesmo assunto, que nada apurou nem demonstrou de relevante. Quer convencer os brasileiros, agora, que a CPI nada descobriu porque os diretores combinaram as respostas. Não dá para acreditar na pura ingenuidade de tantos políticos veteranos.
Ou contavam com a disposição dos acusados para se autoincriminarem, ainda que estes sempre tenham afirmado que as denúncias eram falsas.
Ou já sabiam de antemão que nada havia para ser descoberto e que o importante era manter o clima inquisitório – de grande utilidade na campanha eleitoral.
O ponto é este. Chamados a depor, os acusados compareceram a CPI e prestaram todos depoimentos necessários. Se algum ponto relevante ficou para ser esclarecido, ninguém lembrou de perguntar.
Os depoentes receberam orientação de advogados e assessores, o que é natural num ambiente agressivo, onde provocações, frases de efeito e acrobacias perante câmaras de TV são o trunfo de cada parlamentar-inquisidor, treinado em jogar para a platéia que tudo acompanha de casa.
Se não fossem prestar este serviço, por que seriam contratados, muitas vezes à peso de ouro?
Invertendo o sinal: alguém acha que os deputados e senadores da oposição buscam informações num convento de freiras? Preparam perguntas e montam cenários lendo poemas barrocos? Seria este um mundo sem promessas obscuras, negócios prometidos, recompensas insinuadas?
A questão real, sabemos todos, é outra.
Mesmo reunindo o tradicional adversário do PT, e dois ex-ministros de Lula que agora frequentam outro palanque, a oposição não consegue ser uma ameaça ao governo. Suas intenções de voto, somadas, nunca estiveram tão baixas, lembra Maurício Puls, no artigo “Sem rumo,” publicado na Folha de S. Paulo no último sabado. Este é o combustível do dia. O resto é teatro.