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SERÁ QUE É POSSÍVEL? - SIM OU NÃO??

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Re: SERÁ QUE É POSSÍVEL? - SIM OU NÃO??

#61 Mensagem por kank » 14 Set 2012, 00:27

compson
Em primeiro lugar, não existe essa história de "argumento por meios próprios" neste caso do mensalão. Ninguém aqui está acompanhando o julgamento diretamente. Todos nos informamos por meio de alguma instância da imprensa. A diferença é que alguns podem expor suas fontes e outros precisam escondê-las...
todo argumento tem alguma fonte,
mas o que ao meu ver incomada é não ter argumento apenas fonte (ou duas linhas de argumente e varios textos colados)


(se quiser ler a carta capital eu compro)

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Compson
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Re: SERÁ QUE É POSSÍVEL? - SIM OU NÃO??

#62 Mensagem por Compson » 15 Set 2012, 15:52

O primeiro fascista piratininga que não se contiver e mencionar a "entrevista" da Veja com o Valério vai ter que pagar uma prenda...

Valério não confirma informações de revista, diz advogado
http://noticias.terra.com.br/brasil/pol ... ogado.html

Ok, já tivemos ofensas pessoais, caguetagens de nicks antigos, xingamentos, humilhações, mas é necessário manter um nível mínimo de sociabilidade... Veja não! ::basta::

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Re: SERÁ QUE É POSSÍVEL? - SIM OU NÃO??

#63 Mensagem por oGuto » 17 Set 2012, 19:00

Como a blogosfera está mais uma vez em êxtase (se bem que até assembléias de condomínio costumam ser mais divertidas),deixemos de lado a Veja (aquela cujos detratores parecem ser os seus mais assíduos leitores) e vamos de Noblat (ok...justo o Noblat???) e o caso do ex-carequinha e bomba ambulante da vez.

http://oglobo.globo.com/pais/noblat/pos ... 465709.asp

E aí, o meliante vai explodir sozinho ou leva alguém junto?

(Sei, sei.....nada cola no Lula....que o diga o Gilmar Mendes, etc e tal....)

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Re: SERÁ QUE É POSSÍVEL? - SIM OU NÃO??

#64 Mensagem por Compson » 17 Set 2012, 21:20

oGuto escreveu:Como a blogosfera está mais uma vez em êxtase (se bem que até assembléias de condomínio costumam ser mais divertidas),deixemos de lado a Veja (aquela cujos detratores parecem ser os seus mais assíduos leitores) e vamos de Noblat (ok...justo o Noblat???) e o caso do ex-carequinha e bomba ambulante da vez.

http://oglobo.globo.com/pais/noblat/pos ... 465709.asp

E aí, o meliante vai explodir sozinho ou leva alguém junto?

(Sei, sei.....nada cola no Lula....que o diga o Gilmar Mendes, etc e tal....)
Lula já pode morrer...

Ele não é tão pica-grossa para erguer postes localmente (note-se o iminente fracasso de seus dois principais protegidos nestas eleições, Haddad em SP e Humberto Costa em Recife) e, no plano federal, Dilma está ocupando bem o espaço.

Sua missão foi cumprida, tanto faz se ele for implicado ou não no mensalão. A turma ainda viva do PT está totalmente desvinculada disso.

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Re: SERÁ QUE É POSSÍVEL? - SIM OU NÃO??

#65 Mensagem por PAULOSTORY » 18 Set 2012, 02:13

ME PARECE MINIMAMENTE CIVILIZADO ANEXAR O LINK DA FONTE (PARA AQUELES QUE NECESSITEM "PAGAR PAU" PARA AS IDÉIAS ALHEIAS), DEIXANDO A CRITÉRIO DOS DEMAIS FORISTAS LÊ-LOS, PARA ANÁLISE DA COERÊNCIA ENTRE "FONTE" E EXPLANAÇÃO PESSOAL ( ESSA EXPLANAÇÃO PESSOAL É QUE ESTÁ RARÍSSIMA DE SE VER, NOS POSTS COM "N" COLAGENS, QUE NA MAIORIA DAS VEZES SÃO DIVERGENTES ENTRE SI)!!
BEM COMO ANEXAR LINKS, SOBRE MATÉRIAS QUE O FORISTA JULGUE SER DE INTERESSE AOS DEMAIS, OU AINDA, EM RESPOSTA A OUTROS LINKS (COMPLEMENTARES OU DIVERGENTES)!!
MAS REITERO, O QUE VALE DE FATO NUM FÓRUM, É A OPINIÃO PESSOAL DE CADA FORISTA!!
UM FÓRUM, É UM ESPAÇO DE LIBERDADE PARA EXERCÊ-LA, PENA QUE ALGÚNS PREFIRAM UTILIZÁ-LO COMO UMA CRIANÇA DA 2º SÉRIE PRIMÁRIA QUE FICA REPETINDO PARA A PROFESSORA:
-TIA, O ZÉZINHO FALOU ISSO!!
-TIA, O JOÃOZINHO FALOU AQUILO!!
-TIA, A FAXINEIRA DISSE QUE COMER MANGA COM LEITE MATA!!

TRISTE VER ISSO, TANTO COM A CRIANÇA DA 2º SÉRIE, COMO COM OS FORISTAS!!



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Re: SERÁ QUE É POSSÍVEL? - SIM OU NÃO??

#66 Mensagem por PAULOSTORY » 18 Set 2012, 04:13

COLAR TEXTOS NOS AG'S, COMPARATIVAMENTE, É A MESMA COISA QUE COLAR O TD ANTERIOR!!
NÃO ACRESCENTA NADA!!

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Re: SERÁ QUE É POSSÍVEL? - SIM OU NÃO??

#67 Mensagem por oGuto » 18 Set 2012, 20:28

Lula talvez emplacasse o Haddad se o julgamento do mensalão não fosse tão desfavorável aos petistas.
Estava certo, portanto, ao querer que ocorresse somente após as eleições municipais.
Por outro lado, a lama que escorre sobre os petistas acaba por atingir também os tucanos, uma vez que ninguém vê mais nenhuma
diferença entre eles.
Ao que parece, todos esses anos de rivalidade entre o PT e o PSDB apenas evidenciou suas semelhanças
Só o saco cheio disso tudo explica esse tal de Russomano estar levando tanta vantagem até agora.
E podia ser ainda pior. Se fosse o tosco do Netinho, era capaz de encerrar a conversa logo no primeiro turno.
O eleitor paulistano padrão está muito longe de ser o que se imagina.
Quanto à morte do Lula, terá mais a ver com o seu ego inflado, o que acusação nenhuma será capaz de afetar.
Esse excesso de auto-exaltação vai acabar por fazer dele um personagem distante e irreal aos olhos do povo.

P.S. Está chegando a hora do Zé Dirceu. Seus defensores agora acusam o STF de agir como um tribunal de exceção.
A que ponto não se desce para preservar a mamata. Esquecem o principal: se o Zé for absolvido, os corruptos serão os primeiros a comemorar.
Basta de festinhas particulares em questões públicas.

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Re: SERÁ QUE É POSSÍVEL? - SIM OU NÃO??

#68 Mensagem por Compson » 19 Set 2012, 12:11

oGuto escreveu:Lula talvez emplacasse o Haddad se o julgamento do mensalão não fosse tão desfavorável aos petistas.
Acho que não... Essa vai ser a desculpa de Lula, mas o mensalão é o terceiro problema, o primeiro sendo aquela visita ao Maluf, o segundo o atropelo de Marta e do diretório municipal.

Maluf deu motivos infinitos pros anti-PTistas ficarem atirando (o que já era esperado) e o tempo de TV, que seria a justificativa, não está sendo determinante nessas eleições (o que é surpreendente), haja visto o Russomano, que se sustenta na liderança, com metade do tempo dos PTistas e tucanos.

O atropelo do diretório desanimou a militância. Pra esse pessoal, é muito mais importante ter a ilusão de que decide alguma coisa internamente (com prévias, por exemplo) e de que faz parte "da turma" do que ficar discutindo corrupção, mensalão etc. Atropelando marta e o PT paulistano, Lula deixou claro que os filiados não apitam nada.

Isso, sem contar o fato de que Haddad não é exatamente o rei do carisma (como Lula) nem passa imagem de tecnocrata (como Dilma), ajuda a entender porque o PT não vai conseguir nem o piso que costuma obter em SP, 30%...

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Re: SERÁ QUE É POSSÍVEL? - SIM OU NÃO??

#69 Mensagem por Compson » 20 Set 2012, 11:22

Pelo andar da carruagem, Genoino vai ser o primeiro corruptor ATIVO pobre da história...

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Re: SERÁ QUE É POSSÍVEL? - SIM OU NÃO??

#70 Mensagem por Compson » 21 Set 2012, 11:40

Alguém disse que o Marcos Valério teria dito que o Lula comandava o mensalão >>> CAPA.

Seis grandes partidos políticos divulgam nota defendendo Lula >>> nota de rodapé...

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Re: SERÁ QUE É POSSÍVEL? - SIM OU NÃO??

#71 Mensagem por Sempre Alerta » 21 Set 2012, 22:23


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Re: SERÁ QUE É POSSÍVEL? - SIM OU NÃO??

#72 Mensagem por Carnage » 23 Set 2012, 18:05

Compson escreveu:Enfim, quem leva esse julgamento a sério?
Eu não...

Qualquer advogado com bons conhecimentos vê que o que está em curso lá é uma palhaçada.

Compson escreveu:Pelo andar da carruagem, Genoino vai ser o primeiro corruptor ATIVO pobre da história...
Pois é... Nenhum dos corruptos do PT condenados no STF tem evolução patrimonial sua ou de próximos incomum ou inexplicável pelas suas próprias atividades. Sem contar os tem patrimônio até modesto...
Compson escreveu:
oGuto escreveu:Lula talvez emplacasse o Haddad se o julgamento do mensalão não fosse tão desfavorável aos petistas.
Acho que não... Essa vai ser a desculpa de Lula, mas o mensalão é o terceiro problema, o primeiro sendo aquela visita ao Maluf, o segundo o atropelo de Marta e do diretório municipal.
Concordo. Mesmo que o julgamento não fosse agora as chances de Haddad sempre forma mínimas, e a sequência de erros as sabotou ainda
Compson escreveu:Maluf deu motivos infinitos pros anti-PTistas ficarem atirando (o que já era esperado)
Um outro fato é que eleitores regulares do PT ficaram putos com essa história e estão deixando de votar nele por conta disso.
Editado pela última vez por Carnage em 23 Set 2012, 18:15, em um total de 1 vez.

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Re: SERÁ QUE É POSSÍVEL? - SIM OU NÃO??

#73 Mensagem por Carnage » 23 Set 2012, 18:14

É engraçado que tem gente que adora reclamar dos "textinhos postados" mas nunca consegue parar pra pensar um pouco e arranjar argumentos contra o que tem nos textos e que está bem claro e didático. Tanto que nem se ligam que boa parte dos textos são simplesmente notcías de jornais ou agregado de dados reais e relevantes compilados, o que não representa nunca "o que o josé disse" e sim fatos reais trazidos à discussão, que nunca merecem nenhuma atenção...

Tanto que eu escrevo uma porrada de coisas e nem se dão ao trabalho de comentar o que eu escrevi de meu próprio punho, preferem reclamar dos links que coloquei junto...

Por isso parei de discutir faz tempo. Eu coloco os argumentos e os caras não rebatem e voltam sempre a repetir exatemente os mesmos bordões míticos espalhados pela mídia, que são mentiras e mistificações, e que estão fartamente contraditos nos meus textos e links que colo.

Tem toneladas de material no fórum que comprova com argumentos sólidos e nunca rebatidos que o bolsa-família é uma medida benéfica e extremamente vantajosa e responsável, mas só sabem bater que é assistencialismo inócuo e compra de votos...

E por aí vai.

Por isso sigo com o meu estilo.

[ external image ]


Até fiquei surpreso que não houveram mais manifestações orgásticas no fórum quanto a capa da última Veja

Até dá preguiça discutir um tema tão idiota assim. Mas sei lá, me deu barato e escrevi um pequeno texto pra não dizerem que eu estou “com medo” ou que sumi agora que aparece isso aí.

Lógico que vai acompanhado de uma tonelada de textos muito interessantes!



Pra começo de conversa a “tese” já existe desde sempre e as supostas revelações de Valério não acrescentam novidade nenhuma à discussão.
Esquecem-se todos que Lula já foi vasculhado por duas CPIs, compostas por parlamentares oposicionistas que se empenharam muito em achar algo contra ele, investigado pela polícia federal, pela procuradoria e o escambau e não acharam nenhuma prova contra ele.

Vão dizer agora que Lula controlava todos estes órgãos e por isso não pegaram ele? Caralho, tudo que aconteceu desmente isso cabalmente! Chega a ser ridículo acreditar nisso!
Pra começar, como disse, as CPIs foram conduzidas por oposicionistas!
A polícia federal gozou de total autonomia no governo Lula, tanto que várias operações deflagradas por ela pegaram membros do próprio governo e de partidos aliados, sem distinção!

Lula reconduziu ao cargo de Procurador Geral o cara que FEZ a denúncia do Mensalão porque o nome dele era o mais votado na lista elaborada pelos procuradores para a sucessão. Ele poderia ter escolhido a dedo qualquer outro que lhe fosse fiel e engavetasse a porra do negócio, como fez o ídolo dos mimimi FHC, mas não, deixou o cara lá, porque sabe que não tinha nada a temer. O atual procurador que está conduzindo o caso com visível gana de fritar petistas também foi reconduzido ao cargo pelo governo petista!

Vários ministros que estão lá no STF condenando petistas foram indicados por Lula, que o fez com critérios técnicos, sem partidarismo e sem politicagem.

Será que dá pra torturar mais a lógica do que achar que Lula foi beneficiado em algum momento?
Longe de mim achar que Lula seria um pobre inocente mas tem coisas que acho que ele não faria simplesmente por medo, pois ele sabia e sempre soube que é alvo preferencial e não poderia assim correr o risco de cometer o menor deslize.

Eessa suposta entrevista foi totalmente desmentida por Marcos Valério. E é só pensar um pouco que dá pra ver como a história é ridícula;
Primeiro porque o cara já muito enrolado e as declarações que aparecem na revista poderiam complicar ainda mais a situação dele! Por que diabos ele faria essas “denúncias” se ele seria muito prejudicado por elas?
Dentro da revista lemos que a matéria foi feita “Com base em revelações de parentes, amigos e associados” de Valério, aos quais ele teria dado tais declarações por estar sentindo-se “traído e abandonado pelo PT”.

Caramba! Essa revista já inventou entrevistas antes, como mais de uma vez foi denunciado, agora vem dizer que o que tem lá é com base em declarações de pessoas ligadas a Valério, mas não dá o nome de nenhuma, de forma que fica muito fácil fugir do assunto! Quem falou? Ninguém sabe! Como desmentir então? Ficam todos as pessoas no círculo de Valério pensando “não fui eu, mas será que foi fulano?” e ninguém sabe quem foi! KKKKKKKK! Sempre vai fica isso no ar e temos que engolir que é verdade?? KKKKKKKK!

O Valério sai por aí falando com um monte de gente, contando essas coisas, mas a revista nem procura ele pra confirmar se é verdade? Nem ele nem seu advogado?? Parece claro que ele queria que ficasse público o que está falando, senão não falaria pra um monte de gente, mas mesmo assim não fala isso diretamente pra revista?

Depois aparece o papo de que a revista teria uma gravação da entrevista com o Valério e que esse papo de “interlocutores” seria pra preservá-lo. Mas como funciona isso? Ainda mais que agora revelam e a proteção cai por terra!

E mais, se for verdade, no que isso ajuda ele? Que ele esperava que acontecesse? Que ganharia? Tese de vingança? Uma vingança que complica ainda mais sua situação e que com certeza não vai causar nenhum problema mais grave contra Lula, já que não tem como aparecerem mais provas contra ele porque se não apareceram até agora e o STF já decidiu mais de uma vez que não há nada contra Lula , fica bem difícil.
Ou seja uma vingança que mais o prejudica do que a quem ele quer atingir? Será que ele é tão burro?

E mais, se for vingança mesmo, no que isso ajuda na credibilidade dele? Vamos supor que foi ele mesmo que disse essas coisas, não é plausível que ele tenha inventado tudo isso exatamente porque quer ferrar com os outros que não tem nada com isso justamente porque não foi protegido? Por acaso a tese de uma pessoa vingativa, que quer fazer de tudo pra prejudicar quem não o protegeu ajuda a credibilidade dele? KKKKKK! Dando declarações a uma revista que tentou por anos a fio derrubar o governo do PT a qualquer custo, mesmo com matérias claramente inventadas mais de uma vez, como o caso dos dólares de Cuba e as contas no exterior de Petistas que se revelaram sem dúvidas completas fantasias.

Fica mais fácil acreditar na história que Lula não interferiu em nada no processo de investigação e julgamento, deixando quem fez as merdas se ferrar e agora estes querem implica-lo pois não foram protegidos! E se Lula não interferiu é porque ele realmente não fez nada ou então sabia que não havia nada que o ligasse ao fato.

Curioso notar que Roberto Jeferson sempre isentou Lula, desde o começo da sua “denúncia”, e agora passa ora acusar Lula de ser o chefão ora a dizer que o esquema não existiu realmente, dependendo do momento, ou seja, Lula era o chefão de um esquema que não existiu.
Que aconteceu? Também é vingança por não ter sido protegido?

Mas que tipo de proteção estes sujeitos esperavam que lhes fosse dada? Já que fica claro que o governo não tem influência no processo?

E fica claríssimo qual é o real objetivo dessa matéria. Somente enfraquecer o poder político de Lula. A oposição fragilizada por sua incapacidade total de apresentar uma mísera ideia digna está apanhando nas urnas ano a ano, e então como não consegue voltar ao poder por seus méritos próprios tem que tentar destruir os méritos de seus oponentes.
Tem que descontruir a imagem de Lula pra que sua popularidade não beneficie mais integrantes de seu partido e partidos aliados, e os afaste do poder. Tem que destruir a própria imagem do Lula pra que ele não possa mais se candidatar a presidente e assim eles acham que teriam alguma chance de voltar lá.
É só disso que se trata.

E a situação fica ainda mais clara depois que o ministro relator do processo do mensalão, mais uma vez, de forma curiosa, convenientemente deixa pra julgar o principal núcleo político do mensalão exatamente nas vésperas da eleição!! Mas que coisa, não? Ao invés de julgar isso agora, na sequência do voto que está dando, já que são matérias ligadas e estava previsto que era o que tinha que ser feito, ele resolve adiar o julgamento dos “cabeças” nos dias imediatamente anteriores a ida às urnas! Mas que coincidência impressionante! :lol:

O mensalão é a Mirian Cordeiro do Serra
http://cartamaior.com.br/templates/post ... st_id=1096
Como será a primeira página da Folha e assemelhados no dia 6 de outubro, 1º turno do pleito municipal deste ano; ou no dia 28, na segunda rodada, tendo o julgamento de José Dirceu como pauta convergente?
Hehehehe. Eu já imagino...


Mas é só esperar que as batatas estão assando, porque Valério não é só ligado ao PT. Seus esquemas não financiaram somente o PT não... Se a conta chegar em outros quero ver se vão dar tanta fiança a credibilidade dele.
Quando julgarem os outros mensalões quero ver se vão usar os mesmos critérios. Porque se usarem tem muita gente que não é do PT que vai se ferrar bonito...

Decisão do STF sobre caso deve refletir em outros ‘mensalões’
http://www.estadao.com.br/noticias/naci ... cia-tabs-1
O entendimento deverá ser replicado para a ação que tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ) – o "mensalão do DEM" –, como admitem advogados que atuam no caso, e confirma o procurador-geral da República, Roberto Gurgel. O mesmo vale para o "mensalão do PSDB" que, de acordo com o Ministério Público, foi o embrião do esquema petista.


Agora os artigos que sei que todos adoram:

Valério desmente entrevista na Veja
http://correiodobrasil.com.br/valerio-d ... ja/516002/

'Veja' usa Valério para atacar Lula, mas publicitário desmente matéria
http://www.redebrasilatual.com.br/temas ... te-materia

Mesmo que Valério acuse Lula, julgamento do Mensalão não muda
http://noticias.terra.com.br/brasil/pol ... +muda.html

A guerra da Veja contra o retorno de Lula
http://www.cartamaior.com.br/templates/ ... a_id=20898

Denúncia da Veja contra Lula não passa de tática eleitoral
http://www.blogdacidadania.com.br/2012/ ... eleitoral/

Veja troca Cachoeira por Marcos Valério na parceria editorial
http://osamigosdopresidentelula.blogspo ... lerio.html

Veja desenha na capa seu golpe hondurenho contra Lula e Dilma
http://osamigosdopresidentelula.blogspo ... golpe.html

Quem tem medo de Luiz Inácio Lula da Silva?
http://www.brasil247.com/pt/247/poder/8 ... -Silva.htm

STF condenaria Dirceu como Veja condena Lula
http://www.conversaafiada.com.br/pig/20 ... dena-lula/

A decapitação de Dirceu
http://www.cartacapital.com.br/sociedad ... /?autor=29


Luiz Flávio Gomes: “Um mesmo ministro do Supremo investigar e julgar é do tempo da Inquisição”
http://www.viomundo.com.br/politica/lui ... sicao.html

http://www.viomundo.com.br/politica/mar ... salao.html
O Paraíso, o Inferno e o mensalão

publicado em 16 de setembro de 2012 às 9:20

por Marcos Coimbra, em CartaCapital


Na mitologia de muitas culturas, existem narrativas sobre os caminhos que se abrem em função das escolhas que fazemos.

Em algumas versões, são lendas que nos levam a pensar nas consequências práticas das ações presentes, no modo como determinam nosso futuro no mundo. Em outras, referem-se ao que nos aguarda no além-túmulo.

Na tradição do catolicismo popular, por exemplo, temos a crença do encontro da alma com São Pedro, que, zelando pelas chaves da Porta do Céu, só deixa entrar no Paraíso quem tiver mantido vida justa na Terra. Quem não, endereça ao Inferno.

Para muitos muçulmanos, o primeiro destino da alma é determinado nos instantes que sucedem a morte. Chegam os anjos Munkar e Nakir e a interrogam, fazendo três perguntas: “Quem é teu Senhor? Quem é teu Profeta? Qual é tua religião?”. Os que acertam ficam à espera da ressurreição em alegria, os que erram são torturados até o Dia do Julgamento.

São muitas histórias semelhantes e, em todas, um mesmo recado: quem faz a coisa certa é recompensado, quem se desvia paga. Nas labaredas do Inferno.

A ansiedade dos ministros do Supremo Tribunal Federal perante o julgamento do “mensalão” é compreensível.

Receberam da Procuradoria-Geral da República uma denúncia que os especialistas consideram mais frágil que a que foi feita contra Fernando Collor.

E aquela foi tão inepta que caiu por terra na primeira análise!

O fulcro da acusação é uma palavra inventada por um personagem famoso pela falta de seriedade. Nada, nem uma única evidência foi produzida em sete anos de investigações que demonstrasse que funcionou no Congresso Nacional, entre 2004 e 2005, um esquema de compra de votos para aprovar medidas de interesse do governo Lula.

O que torna a existência da “quadrilha do mensalão” uma fantasia.

Quem duvidar, que leia a denúncia e verifique com seus olhos se ela aponta as votações e os votos que teriam sido negociados (o número do inquérito é 2245 e está disponível no site da PGR http://noticias.pgr.mpf.gov.br/ )

Mas nem a fragilidade da denúncia, nem sua falta de sentido, estiveram em discussão em algum momento.

Quando chegou ao Supremo, o julgamento já estava concluído. O veredicto havia sido dado e transitado em julgado.

Exercendo o papel auto-assumido de vanguarda da oposição ao “lulopetismo”, os proprietários e funcionários da grande indústria de comunicação tinham o script pronto. E ai de quem o contrariasse!

O que não quer dizer que o argumento mais forte que usassem fosse o porrete. Uma dosagem equilibrada de ameaça e adulação é sempre mais eficaz.

Se os ministros fizessem o que ela queria, as portas do Paraíso se abririam para eles. Se teimassem em discutir coisas menores – como provas, depoimentos e outros detalhes – a fogueira começaria a arder.

Há alguns meses, o ministro Luiz Fux publicou um livro. Como toda obra técnica, de interesse restrito. Seu título bastaria para afugentar os leigos: “Jurisdição Constitucional”.

O lançamento no Rio de Janeiro, cidade natal do autor, mereceu tratamento vip da TV Globo. Com direito a matéria de 1m30seg nos telejornais da emissora, tempo reservado a assuntos relevantes.

Talvez alguém se perguntasse o porquê do salamaleque. Mas é fácil entendê-lo.

Quem não gosta de ser bem tratado? Quem não aprecia saber que sua família e seus amigos acabam de vê-lo na televisão? Quem não fica feliz quando recebe um cafuné?

O Paraíso é assim, cheio de carinhos. E quem pode proporcioná-lo pode o oposto. Como dizia Augusto dos Anjos: “A mão que afaga é a mesma que apedreja”.

Se fôssemos como os Estados Unidos, onde os juízes da Suprema Corte são figuras inacessíveis, quase desconhecidas do grande público, seria uma coisa. Mas não somos. Aqui, nossos ministros adoram o reconhecimento e não hesitam em se revelar. Amam os holofotes.

Uns fazem saber que andam de motocicleta, outros que são exímios músicos, alguns se apresentam como poliglotas. Identificamos seus times de futebol, os restaurantes que frequentam. Às vezes, até seus negócios e os ambientes inadequados que frequentam.

Do julgamento do “mensalão”, poderiam sair endeusados, merecendo estátuas e concedendo autógrafos. Bastava que cumprissem o papel que lhes estava reservado.

Ou achincalhados. Tornados vilões.

Cabia a eles escolher o caminho, o fácil ou o difícil.

No fundo, estão fazendo o que a maioria das pessoas faria na mesma situação. Talvez não o que se esperaria deles.

Mas, quem mandou esperar, conhecendo-os?

http://www.brasil247.com/pt/247/poder/8 ... cadeia.htm
Civita deflagra operação para botar Lula na cadeia
Reportagem ancorada em supostas declarações já negadas pelo empresário Marcos Valério produziu uma reação esperada: José Serra pediu que o Ministério Público investigasse a “entrevista” e levasse o caso ao STF. Ou seja: depois da Ação Penal 470, Lula também poderia vir a se tornar réu, ficando assim impedido de voltar à presidência
16 de Setembro de 2012 às 07:12


247 – Desde 1º de janeiro de 2003, a revista Veja tem se destacado por ser uma trincheira de combate ao chamado “lulismo”, seja por meio de denúncias nem sempre verdadeiras, seja por meio de ataques diretos feitos por colunistas como Diogo Mainardi (já fora da publicação), Augusto Nunes e Reinaldo Azevedo. De todas as incontáveis capas produzidas por Veja, a que talvez melhor simbolizasse o sentimento do dono, Roberto Civita, era aquela chamada “Essa doeu”, em que Lula levava um pontapé no traseiro – o pretexto era uma negociação relativa ao preço do gás comprado da Bolívia. Houve ainda outro episódio em que, no auge de mensalão, Lula foi grafado como Lulla – a esperança de Civita era que, naquele momento, a revista fosse capaz de liderar um movimento nas ruas pelo impeachment do ex-presidente, tal qual ocorreu com Collor.

Esse movimento não aconteceu porque a oposição, liderada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, não teve coragem para tentar cassar o primeiro presidente de origem popular da história do País e para enfrentar, nas ruas, a força dos movimentos sociais ligados ao PT. Faltou coragem, mas o desejo de eliminar Lula da cena política brasileira permaneceu vivo.

Veja manteve seu padrão de jornalismo mais próximo da ficção do que da realidade, com denúncias como as dos dólares de Cuba, dos envelopes com R$ 200 mil entregues na Casa Civil de Dilma Rousseff e da propina entregue na garagem do Ministério dos Transportes (acusação da qual o ex-ministro Orlando Silva já foi inocentado). Mas o PT, enquanto esteve no governo, não ousou confrontá-la. Ao contrário, manteve até uma relação de civilidade, expressa no fato de que o grupo Abril é um dos principais beneficiários da publicidade oficial no País, em razão da suposta audiência de suas publicações. Além disso, não foi capaz nem sequer de convocar Civita e um dos jornalistas de Veja a depor na CPI do caso Cachoeira.

Ao longo dessa guerra santa deflagrada pela revista contra o chamado lulismo, nada foi tão ousado como a capa deste fim de semana, em que a revista sugere ter entrevistado Marcos Valério, pivô do mensalão, publicando entre aspas várias declarações já negadas pelo publicitário. Uma das aspas, a de que Lula não apenas sabia, como era o chefe de tudo e se engajava pessoalmente na arrecadação de um caixa de R$ 350 milhões do PT.

É verdade? Valério falou com Veja? Pode ser, como pode não ser. Veja não dispõe dos áudios e nada garante que o empresário realmente tenha falado à revista em off. Ocorre, no entanto, que a reportagem já é tratada pelos adversários de Lula, e aliados de Veja, como José Serra – e que falta faz um Demóstenes Torres! – como uma “entrevista”. Algo que, portanto, deveria gerar reações dos órgãos institucionais, como o Ministério Público, a Polícia Federal e o Supremo Tribunal Federal.

Os réus da Ação Penal 470, ao que tudo indica, serão majoritariamente condenados até o fim deste ano. Alguns deles, como Marcos Valério, João Paulo Cunha e Henrique Pizzolato, serão presos em regime fechado. Outros, como José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoíno, conhecerão seu destino nos próximos dias.

A oposição não teve coragem para provocar o impeachment de Lula, mas pode tentar levá-lo ao banco dos réus. Quem não tem voto, caça com Veja. Era esse o objetivo da última capa de Veja.

Política, pura e simplesmente.

http://www.brasil247.com/pt/247/poder/8 ... s-anos.htm
Noblat: Valério chantageia Lula há vários anos
Colunista do Globo diz que o empresário produziu quatro cópias de um vídeo capaz de destruir para sempre a imagem do ex-presidente. Se ele for assassinado, cópias serão enviadas para a imprensa. Desde então, segundo Noblat, Valério recebe uma mesada de Paulo Okamotto, braço direito de Lula
17 de Setembro de 2012 às 05:42


247 – Depois da capa de Veja, com declarações atribuídas a Marcos Valério e negadas pelo próprio, indicando que o Lula seria o chefe do mensalão, o cerco continua a se fechar sobre o ex-presidente. Um dia depois de Veja, no domingo, Merval Pereira, colunista do Globo, escreveu que nada impede que uma ação penal venha a ser proposta contra Lula – o que o deixaria com uma espada no pescoço, caso decida voltar a se candidatar à presidência, seja em 2014, seja em 2018.

Agora, nesta segunda-feira, mais um ataque. Ele parte de Ricardo Noblat, colunista também do Globo, que conta uma história escabrosa. Diz o jornalista que o empresários Marcos Valério de Souza gravou quatro cópias de um vídeo capaz de abalar para sempre a reputação do ex-presidente Lula. Três foram enviadas para cofres bancários. Um, para demonstrar que ele não estaria blefando, foi enviado a um dos protagonistas do mensalão – ao que tudo indica, João Paulo Cunha, já condenado por peculato e corrupção passiva.

Ou seja: há vários anos, Marcos Valério estaria chantageando o ex-presidente Lula. E estaria sendo retribuído com recursos pagos a ele e a sua família, através da esposa Renilda, por meio de pagamentos feitos por Paulo Okamotto, braço direito de Lula.

Segundo Noblat, Marcos Valério tem medo de ser assassinado. Mas, se vier a morrer antes de ser encaminhado a alguma penitenciária, sua esposa fará chegar as três cópias aos jornais escolhidos por ele. O vídeo teria sido produzido por um especialista em televisão. Não se trataria, portanto, de algo amador.
(A mulher do Noblat responde processo, que está nas mãos do ministro Toffolli, indicado por Lula, pelo desvio de 33 milhões de reais)


http://www.cartacapital.com.br/politica ... a-acordar/
DILMA COMEÇA A ACORDAR

Por Leandro Fortes


Quando Dilma Rousseff se vestiu para ir à festa de aniversário de 90 anos da Folha de S.Paulo, logo depois de assumir a Presidência, em 2011, eu fui um dos poucos a reagir publicamente na imprensa. Mesmo entre os blogueiros progressistas, lembro apenas de outra voz dissonante a reclamar da atitude servil da presidenta, a da historiadora Conceição Oliveira, do blog “Maria Frô”. De resto, o gesto foi forçosamente saudado como um ato de estadista, de representação formal do governo e do Estado brasileiro junto a uma “instituição” nacional, no caso, o conservador diário instalado na rua Barão de Limeira, na capital paulista. O mesmo diário que, meses antes, estampara uma ficha falsa de Dilma na primeira página, com o objetivo de demonizá-la como guerrilheira e assassina e, assim, eleger o candidato do jornal, José Serra, do PSDB.

Não é difícil compreender, contudo, o que pretendia Dilma ao aceitar fazer parte da noite de gala da família Frias. Terminada a Era Lula, a presidenta se viu na contingência de criar uma rede própria de relações na mídia, com quem imaginou ser possível firmar um acordo de civilidade. Lula, a seu tempo, também caiu nessa esparrela. Mas nem a experiência do governo anterior, nem as baixarias encampadas pela mídia na campanha de 2010, ao que parece, foram capazes de convencer Dilma da inutilidade desse movimento.

A mídia que aí está, protegida pelas cidadelas dos oligopólios e por uma adestrada bancada parlamentar de vários níveis, nunca irá se conciliar com um governo de cores populares, de ligações esquerdistas, mesmo esse esquerdismo envergonhado do PT. Essa mídia tem como única agenda a defesa do grande capital, do latifúndio e do liberalismo econômico predatório regulado pelas forças do mercado. É uma mídia constrangedoramente provinciana, mas absolutamente descolada da realidade brasileira, ignorante da força dos movimentos sociais e nutrida, cada vez mais, por jornalistas pinçados da mesma classe média que acostumou a paralisar pelo medo. E, em muitos casos, por experientes jornalistas cooptados pela perspectiva de visibilidade e uma aposentadoria tranquila, às favas com os escrúpulos, pois.

Dilma, por sua vez, protege-se dessa discussão por trás do escudo da “gerentona”, da presidenta voltada para a administração da infraestrutura e da saúde econômica do país. Pouca ou nenhuma atenção dá ao alvoroço golpista diuturnamente organizado, ainda que no modelo cucaracha mais do que manjado aqui consolidado no esqueminha Veja-Jornal Nacional-Folha-Estadão-Globo, com o suporte diário dos suspeitos de sempre plantados nas trocentas colunas de opinião a serviço do pensamento único ditado pela direita brasileira.

Foi preciso um tapa na cara dado, vejam vocês, pelo gentil Fernando Henrique Cardoso para Dilma Rousseff, enfim, esboçar uma reação – e, possivelmente, entender o que está se passando no país que existe além da calçada do Palácio do Planalto e das planilhas sobre evolução da base monetária. Resgatado temporariamente do esquecimento, FHC foi alçado ao patamar de boneco de ventríloquo para falar o que nem mesmo a mídia, em toda sua fúria conservadora, tinha tido coragem até então de por em palavras: Dilma seria vítima de uma “herança pesada” de Lula.

Isso vindo de um presidente que quebrou o país três vezes, submeteu a nação ao FMI, permitiu um apagão energético, foi reeleito graças à compra de votos no Congresso e deixou o cargo com a popularidade no rodapé.

Expor FHC ao ridículo e, ao mesmo tempo, incensá-lo com longos textos laudatórios faz parte de um paradoxo recorrente na imprensa brasileira, também descolada cada vez mais de um artigo de luxo: o jornalismo. A capa da Veja com Marcos Valério de Souza, vermelho como um pobre diabo, a acusar Lula é mais um movimento desesperado para interditar o ex-presidente, justamente quando ele trabalha para eleger candidatos do PT Brasil afora. O texto, baseado em frases atribuídas a Valério, ainda que viesse mesmo da boca do publicitário mineiro, é parte de mais um rito dessa polca golpista entoada por uma estrutura de comunicação viciada e moribunda.

O mais curioso, no entanto, é a revelação feita pela Folha de S.Paulo sobre os gastos oficiais de publicidade federal com essa mídia tão liberal e amante da livre iniciativa: as Organizações Globo ficam com um terço de todo o dinheiro do tesouro nacional disponível para propaganda; as dez maiores empresas do ramo, com 70%. Ou seja, são financiados para fazer panfletagem política de quinta categoria.

Sem essas tetas generosas do governo ao qual achincalham por encomenda, todas essas portentosas instituições da imprensa nacional e seus zelosos colunistas, estes, lacrimosos paladinos da liberdade da expressão e do livre mercado, iriam à bancarrota. Todas, sem exceção.

Na semana passada, Dilma cancelou de última hora a presença em um evento da revista Exame, a quinzenal de economia da Editora Abril, em São Paulo. Alegou “motivos familiares”, mas já havia sido avisada da patranha da Veja. Mandou o ministro Guido Mantega, da Fazenda, em seu lugar. No meio do evento, Mantega se levantou e foi embora. No mesmo dia, instigada pelos donos, a cachorrada hidrofóbica instalada no esgoto da blogosfera se autoflagelou, histérica.

Já é um começo.

Rodrigo Vianna: Dilma, a ilusão de um acordo com a mídia
http://www.rodrigovianna.com.br/

Paulo Moreira Leite: No STF, críticas e ironias dirigidas ao PT. Pode?
http://colunas.revistaepoca.globo.com/p ... o-pt-pode/


http://www.blogdacidadania.com.br/2012/ ... maginario/
Veja “decide” não divulgar áudio imaginário
Eduardo Guimarães

 
Nenhum ser que não se apóie em quatro patas e que não zurre em vez de falar é capaz de engolir a patranha articulada pela revista Veja em sua edição do último fim de semana. É preciso ser muito estúpido ou muito descarado e mal-intencionado para levar a sério premissa que a publicação atribui a um autor que a desmente.
Infelizmente, gente burra ou mal-intencionada não falta por aí. Todavia, é preciso apostar na capacidade da maioria de usar um mínimo de bom senso e de lógica para analisar a acusação de Veja a Lula – e é disso que se trata – de que o ex-presidente seria o verdadeiro autor dos crimes que estão sendo julgados no Supremo Tribunal Federal.
Pode-se apostar na capacidade da maioria de perceber que a publicação produziu uma farsa porque, para todos os efeitos, está evidenciado que ou Veja não está de posse de áudio algum contendo entrevista de Marcos Valério acusando Lula de ser o chefe do mensalão ou o áudio que eventualmente possa ter não contém tal afirmação.
Rememoremos o episódio.
Veja publica uma capa que dá ao leitor que vê a revista na banca de jornal a sensação de que irá ler uma entrevista-bomba de Marcos Valério em que este acusa o ex-presidente Lula de chefiar o esquema do mensalão. Lendo a matéria, porém, esse leitor descobrirá que a acusação não tem autor, sendo atribuída a “amigos, parentes e associados” do publicitário.
Em seguida, em questão de horas, no próprio sábado em que a revista chega às bancas, o advogado de Valério divulga nota pública em que desmente que seu cliente esteja acusando Lula e nega que tenha sequer dado entrevista àquela publicação, ainda que esta jamais tenha dito que o entrevistou.
A partir daí, o caso vai ficando cada vez mais estranho. O que poderia ser uma entrevista clara, gravada, que não deixasse dúvida alguma, transforma-se em um emaranhado de ditos e desditos no qual uma segunda versão passa a ser difundida com o beneplácito de Veja.
E quem é que entra em campo mesmo? Aquele jornalista que vai se tornando conhecido por difundir acusações graves e difíceis de acreditar sem jamais apresentar as provas que primeiro prometera: Ricardo Noblat, blogueiro e colunista de O Globo, lança, no domingo, a segunda versão da acusação de Veja a Lula.
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VEJA decide se divulga fita com a entrevista de Marcos Valério
por Ricardo Noblat
A direção da revista VEJA está reunida para decidir se divulga ainda hoje em seu site a gravação da entrevista feita com Marcos Valério, um dos operadores do mensalão, onde ele aponta Lula como o chefe do esquema responsável pela arrecadação de algo como R$ 350 milhões para a compra de apoios políticos e o pagamento de despesas de campanha.
Foi na semana passada, em Belo Horizonte, que a  VEJA entrevistou Valério. E gravou a entrevista.
Marcelo Leonardo, o advogado de defesa de Valério no processo do mensalão, ficou sabendo depois e foi contra a publicação.
“Não é hora de dar entrevistas”, decretou ele. E com razão. Valério já foi condenado no Supremo Tribunal Federal por vários crimes. Pegará pena pesada. Mas ainda será julgado por outros.
A revista não concordou em jogar a entrevista no lixo. Ou em arquivá-la. Aí surgiu a ideia de se atribuir as declarações de Valério a amigos e parentes que as teriam ouvido diretamente dele. E reproduzido para a revista.
Na seção Carta ao Leitor, a revista afirma que não houve entrevista. Mas de Lula ao contínuo menos qualificado do PT, todo mundo sabe que Valério falou para a VEJA, sim.
É por isso que os petistas de quatro e cinco estrelas não caíram de pau na revista, muito menos em Valério. Sabiam que mais dia menos dia, Valério acabaria abrindo o bico.
Não querem provocá-lo a revelar mais do que já revelou. E muito menos agora – com um julgamento pela metade e uma eleição às portas.
O acerto de VEJA com Valério e o advogado passou também pela garantia dada pelos dois de que nada diriam que fosse capaz de pôr em dúvida o que a revista publicasse. Até porque eles leram com antecedência o que seria publicado – e aprovaram.
Ocorre que procurado por jornais, o advogado de Valério esqueceu o combinado.
Primeiro disse que Valério nem confirmava e nem desmentia o conteúdo da reportagem.
Depois avançou e disse que Valério não confirmava. Para ao cabo afirmar que ele desmentia.
Aí o caldo entornou – embora uma parcela da direção da VEJA ainda argumente que se deve honrar o compromisso assumido com Valério e o advogado de manter a fita em segredo.
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Como se vê, o colunista acha estranho que o advogado de Valério primeiro não confirmasse e só depois desmentisse Veja, mas não acha estranho que a revista minta ao público dizendo que obteve as informações de “amigos, parentes e associados” do publicitário quando, na verdade, teria obtido do próprio Valério.
Por que a Veja estava reunida em um domingo, então? Porque o desmentido de Valério, via seu advogado, é contundente. Afinal, jornalistas daquela publicação haviam espalhado que as palavras atribuídas a “amigos, parentes e associados” eram, em verdade, produto de entrevista daquele réu do julgamento do mensalão.
Eis que, na manhã de segunda-feira, surge, pela pena do mesmo blogueiro de O Globo, a terceira versão do caso. Noblat, relembro, é aquele jornalista que perdeu a chance imperdível de gravar em seu sofisticado celular insultos que alega terem sido proferidos contra si pelo ministro do STF José Antônio Dias Toffoli.
Abaixo, o blogueiro-colunista da família Marinho difunde nova versão dos fatos atribuindo ainda mais palavras e ações ao mesmo Valério que anda desmentindo toda essa gente sem ser contestado.
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A quarta cópia
por Ricardo Noblat
Dá-se a prudência como característica marcante dos mineiros.
Teria a ver, segundo os estudiosos, com a paisagem das cidadezinhas de horizonte limitado, os depósitos de ouro e de pedras preciosas explorados no passado até se esgotarem, e a cultura do segredo e da desconfiança daí decorrente.
Não foi a imprudência que afundou a vida de Marcos Valério. Foi Roberto Jefferson mesmo ao detonar o mensalão.
Uma vez convencido de que o futuro escapara definivamente ao seu controle, Valério cuidou de evitar que ele se tornasse trágico.
Pensou no risco de ser morto. Não foi morto outro arrecadador de recursos para o PT, o ex-prefeito Celso Daniel, de Santo André?
Pensou na situação de desamparo em que ficariam a mulher e dois filhos caso fosse obrigado a passar uma larga temporada na cadeia. E aí teve uma ideia.
Ainda no segundo semestre de 2005, quando Lula até então insistia com a lorota de que mensalão era Caixa 2, Valério contratou um experiente profissional de televisão para gravar um vídeo.
Poderia, ele mesmo, ter produzido um vídeo caseiro. De princípio, o que importava era o conteúdo. Mas não quis nada amador.
Os publicitários de primeira linha detestam improvisar. Valério pagou caro pelo vídeo do qual fez quatro cópias, e apenas quatro.
Guardou três em cofres de bancos. A quarta mandou para uma das estrelas do esquema do mensalão, réu do processo agora julgado pelo Supremo Tribunal Federal.
Renilda, a mulher dele, sabe o que fazer com as três cópias. Se Valério for encontrado morto em circunstâncias suspeitas ou se ele desaparecer sem dar notícias durante 24 horas, Renilda sacará dos bancos as três cópias do vídeo e as remeterá aos jornais O Estado de São Paulo, Folha de S. Paulo e O Globo. (Sorry, VEJA!)
O que Valério conta no vídeo seria capaz de derrubar o governo Lula se ele ainda existisse, atesta um amigo íntimo do dono da quarta cópia.
Na ausência de governo a ser deposto, o vídeo destruiria reputações aclamadas e jogaria uma tonelada de lama na imagem da Era Lula. Lama que petrifica rapidinho.
A fina astúcia de Valério está no fato de ele ter encaminhado uma cópia do vídeo para quem mais se interessaria por seu conteúdo. Assim ficou provado que não blefava.
Daí para frente, sempre que precisou de ajuda ou consolo, foi socorrido por um emissário do PT. Na edição mais recente da VEJA, Valério identifica o emissário: Paulo Okamotto.
Uma espécie de tesoureiro informal da família Lula da Silva, Okamotto é ligado ao ex-presidente há mais de 30 anos.
No fim de 2005, um senador do PT foi recebido por Lula em seu gabinete no Palácio do Planalto. Estivera com Valério antes. E Valério, endividado, queria dinheiro. Ameaçava espalhar o que sabia.
Lula observou em silêncio a paisagem recortada por uma das paredes envidraçadas do seu gabinete. Depois perguntou: “Você falou sobre isso com Okamotto?”
O senador respondeu que não. E Lula mais não disse e nem lhe foi perguntado. Acionado, Okamotto cumpriu com o seu dever. Pulou-se outra fogueira. Foram muitas as fogueiras.
Uma delas foi particularmente dramática.
Preso duas vezes, Valério sofreu certo tipo de violência física que o fez confidenciar a amigos que nunca, nunca mais voltará à prisão. Prefere a morte.
Valério acreditou que o prestígio de Lula seria suficiente para postergar ao máximo o julgamento do processo do mensalão, garantindo com isso a prescrição de alguns crimes denunciados pela Procuradoria Geral da República.
Uma eventual condenação dele seria mais do que plausível. Mas cadeia? E por muito tempo?
Impensável!
Pois bem: o impensável está se materializando. E Valério está no limiar do desespero.
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Valério desmente tudo, mas o fato é que, em um momento em que sofre condenação após condenação, é evidente que não irá abrir processo contra Veja. E mesmo que abrisse, seria só mais um dos muitos processos a que a revista responde sob acusação de inventar ou distorcer fatos em suas matérias.
Veja poderia abrir uma investigação contra Lula, se quisesse – ou se pudesse. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, admitiu que, se confirmadas as acusações de Valério, isso bastaria ao Ministério Público para abrir processo contra o ex-presidente. Todavia, matéria divulgada na segunda-feira pelo Portal Imprensa relata que a revista decidiu não divulgar o áudio imaginário.
Abaixo, a matéria.
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“Veja” decide não divulgar áudio de entrevista com Marcos Valério, diz jornalista
Portal Imprensa
Jéssica Oliveira
A matéria de capa da edição 2287 da Veja sobre as declarações de Marcos Valério acerca dos envolvidos no mensalão gerou duras críticas à publicação. Na sequência, ganhou repercussão nacional quando a revista primeiramente negou e depois garantiu ter falado diretamente com o réu para construir a reportagem. 
Segundo o blog do jornalista Ricardo Noblat, a direção da revista Veja poderia divulgar em seu site a gravação da entrevista feita com Marcos Valério. Na entrevista, ele teria apontado o ex-presidente Lula como o chefe do esquema do mensalão.
 De acordo com jornalista, o diretor da revista em São Paulo queria divulgar a gravação, enquanto uma parcela da direção da Veja argumentou que deveriam honrar o compromisso assumido de mantê-la em segredo.
No fim, prevaleceu a opinião do diretor da sucursal da revista em Brasília, um dos autores da entrevista, “que não viu no acanhado desmentido do advogado motivo suficiente para que se rompesse o acordo de manter a fita em segredo”, escreveu Noblat.
Acordo
Na seção Carta ao Leitor, a revista afirma que não houve entrevista. No entanto, Noblat afirmou que Veja entrevistou Valério e gravou tudo, mas quando o advogado de defesa do réu do processo do mensalão, Marcelo Leonardo, ficou sabendo, foi contra a publicação da reportagem. 
Como a revista não aceitou arquivar a entrevista, para solucionar o impasse decidiu que as declarações de Valério seriam atribuídas a amigos e parentes, que as teriam ouvido diretamente dele.
O acerto de Veja com Valério e o advogado teve a garantia dos dois lados e que não colocariam em dúvida o que a revista publicasse, uma vez que os dois leram com antecedência o que seria publicado e aprovaram.
Mas, quando o advogado de Valério foi procurado pela imprensa, “esqueceu o combinado”, afirmou o jornalista. Primeiro disse que seu cliente nem confirmava e nem desmentia o conteúdo da reportagem. Depois afirmou que Valério não confirmava.
Procurada, para se pronunciar sobre o caso, a assessoria da Editora Abril disse que não vai se manifestar sobre o assunto, nem revelou se a revista divulgará o áudio da entrevista.
* Com supervisão de Vanessa Gonçalves
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Analisemos, pois, a situação. Se formos acreditar que Veja entrevistou Valério e que ele disse mesmo tudo que a revista e o blogueiro de O Globo relatam, por certo houve quebra de acordo, pois, do contrário, o publicitário não teria desmentido que acusou Lula ou que tem os tais vídeos que o prejudicariam.
Se Veja já quebrou algum eventual acordo com Valério, levando-o a desmentir qualquer relação com a revista, por que não acabar com as dúvidas estridentes que se levantaram sobre a veracidade de sua entrevista?
Tanto é prova que a reportagem de Veja foi recebida com ceticismo que seus editores e jornalistas se reuniram no domingo para considerar a possibilidade de divulgar o áudio imaginário e, oh que surpresa!, optaram pelo bom-mocismo de não romperem o suposto “acordo” com Valério, o qual já teria sido rompido, se tivesse existido.
A fragilidade da matéria só fez colocar mais uma mão de terra na cova da credibilidade da Veja. Segundo a repórter da revista Carta Capital Najla Passos, ela travou o seguinte diálogo com um ministro do STF sobre a matéria de Veja:
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Perguntado se havia visto a matéria da Veja, um ministro do STF respondeu, em off.
- Vi. Mas vi também que é uma matéria em super off, né?, ironizou.
Questionado sobre que repercussão a reportagem teria sobre o julgamento, disse:
- Até agora nenhuma, ninguém falou. O que é relevante para nós aqui é o que está nos autos, não o que está em jornal, revista.

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Re: SERÁ QUE É POSSÍVEL? - SIM OU NÃO??

#74 Mensagem por Carnage » 23 Set 2012, 18:40

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... os-coimbra
“Revelações” e Eleições
Marcos Coimbra


O mais rumoroso evento político da semana passada, a publicação pela revista Veja de uma matéria contendo algumas declarações de Marcos Valério e muitas ilações a respeito do que ainda teria a dizer sobre o “mensalão”, deve ser compreendido em função do momento que vivemos.

No front jurídico imediato, não tem significado. Quem entende do processo que corre no Supremo Tribunal Federal afirma que os votos dos ministros estão escritos e não mudariam porque um dos réus disse isso ou aquilo.

Nem se a questão fosse suscitada por um veículo com credibilidade. Não é o caso dessa revista, que se dedica apenas ao combate ideológico e que se desobriga, por essa razão, de honrar as regras do jornalismo. Para ela, vale tudo.

Não cabe especular sobre o que teria motivado Valério a falar – o que quer que tenha dito. Desinformado é que não está, considerando a qualidade dos advogados com que conta.

Ele sabe que, a esta altura do processo, lançar suspeitas sobre Lula ou outras pessoas só aprofunda seus problemas.

Estamos entrando na hora decisiva do julgamento, quando a “fatia” política será avaliada pelos ministros. É agora que a suposição da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre o pretenso esquema de compra de votos de parlamentares - que teria existido entre 2004 e 2005, para aprovar medidas de interesse do governo - começará a ser discutida.

Desde a CPI, essa é a parte mais fantasiosa e frágil das denúncias. Por mais que alguns deputados oposicionistas tivessem tentado ligar pagamentos recebidos por partidos e parlamentares a votações específicas, nenhuma foi identificada com clareza. A completa falta de sentido do governo pagar integrantes de sua bancada mais fiel para que votassem assim ou assado apenas ressalta a insipiência da hipótese.

Quanto à PGR, ela não conseguiu avançar um milímetro na demonstração dessa vinculação.

Que benefício teria agora Valério estabelecendo-a, ainda que somente com base em declarações não substanciadas? Justo quando serão julgados os políticos acusados? O que ganharia confessando ser parte de uma quadrilha que cometeu um crime grave? Boicotar o trabalho da defesa?

E a revista? O que ganha publicando a “entrevista” agora?

No tocante ao julgamento, nada. O ambiente de pressão sobre os juízes está construído e a matéria não aumenta o risco que correm de ser achincalhados se votarem em desacordo com o que ela deseja.

Isso, eles já entenderam.

Ou seja: para Valério e a revista, dentro da história do julgamento do “mensalão”, ela é inútil (o que não quer dizer que não possa ter relevância nas guerras de longo prazo em que estão engajados - ele, tentando reduzir as provações que o aguardam, ela, na luta contra o “lulopetismo”).

A matéria tem outra razão de ser.

Quem mora fora de São Paulo não entende a importância que a eleição de prefeito assume para quem faz política na cidade. Acham que é fundamental para o Brasil.

Quem não é “serrista” não compreende a dor de ver seu preferido prestes a sofrer uma derrota humilhante. Se agarrando à tênue hipótese de derrotar Fernando Haddad e receber o voto petista para enfrentar Celso Russomano.

Chance remota? Pouca possibilidade? Não importa. O que puderem fazer para que ele ultrapasse Haddad farão.

Não é difícil ver as ligações. José Serra traz o mensalão para sua propaganda eleitoral, na hora em que falham os velhos argumentos (“o mais preparado”, “o líder nas pesquisas”, etc.).

Na semana seguinte, a revista faz matéria bombástica, com capa pronta para a televisão. Que coincidência feliz! Que acaso extraordinário!

Vai dar certo? Pouco provável. Mas é o que têm.
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... o-nogueira
O que o caso Marcos Valério conta sobre a mídia brasileira

PAULO NOGUEIRA 17 DE SETEMBRO DE 2012


Na condição de jornalista independente e apartidário, pronto a reconhecer méritos e defeitos de FHC ou de Lula ou de quem mais for, não posso deixar de comentar o episódio Marcos Valério e Lula. Minha experiência em redação pode eventualmente ajudar o leitor a entender melhor o que vê publicado.

Na essência, este caso ajuda a entender uma coisa: por que o poder de influência da grande imprensa se esvaiu tanto nos últimos anos. Note: não faz tanto tempo assim, Roberto Marinho era tido como a pessoa mais poderosa do país, capaz de eleger ou não quem quisesse. Sucessivos presidentes machucavam as costas para se curvar a Roberto Marinho e obter seu apoio, tido como fundamental.

Pela terceira vez seguida, a Globo não foi capaz de eleger seu preferido para a eleição presidencial. Todo o empenho de jornalistas em postos importantes da casa – de Kamel a Merval, de Noblat a Míriam Leitão, de Bonner a Waack, isso para não falar de colunistas como Jabor e entrevistados frequentes como Demétrio Magnoli – foi insuficiente para convencer os eleitores a votarem como a Globo desejava que votassem.

Isso é um dado importante e objetivo: esforço não faltou. Faltou foi poder de persuasão. Faltou foi influência. Faltou foi um conjunto de argumentos que fizessem sentido. Não apenas para a Globo, evidentemente, mas para a grande imprensa como um todo.

Donos e editores já deveriam há muito tempo ter parado para tentar entender por que sua voz não está sendo ouvida. Você pode fingir que o problema está neles, nos eleitores. Ou pode enfrentar os fatos corajosamente e ver que correções pode fazer em sua trajetória. Alguém já disse e repito aqui: maus editores fazem mais estragos para a imprensa estabelecida do que a internet.

O casal Pedro Collor: onde as provas?

E então chegamos a Marcos Valério. A notícia que parece incendiar os comentaristas políticos é a seguinte: Marcos Valério afirma que Lula era o chefe do mensalão. Mais precisamente: Marcos Valérioteria afirmado.

Foi capa da Veja. Segundo Noblat, a Veja gravou uma fita com a acusação de Marcos Valério.

Vamos considerar o cenário mais favorável a quem é contra Lula: Marcos Valério de fato falou, e a fita existe.

Ainda assim: uma acusação de Marcos Valério tem valor de prova para que se publique e se repercuta com tanto calor? É legítimo publicar o que quer que Marcos Valério diga – sem evidências que as sustentem? Se as há, se existe algo além da palavra duvidosa ainda que gravada de Marcos Valério, retiro tudo o que disse acima sobre o episódio. (Leio agora que a revista decidiu não publicar a suposta fita.)

Em países em que a sociedade é mais avançada, você precisa muito mais do que as palavras de alguém para publicar acusações graves – ou terá que enfrentar a Justiça. Foi o caso célebre de Paulo Francis. Francis teve o azar de chamar diretores da Petrobras de corruptos em solo americano. Os acusados puderam processá-lo na Justiça americana. Onde as provas? Os amigos dizem que Francis morreu por conta do desgaste emocional deste caso, e acredito. Se o processo corresse na Justiça brasileira, não daria em nada, evidentemente.

Um dia o jornalismo brasileiro terá também que fazer uma autocrítica em relação ao caso Collor. Não que se tratasse de um caçador de marajás. Mas o que mais pesou em sua queda foram palavras – a famosa entrevista de Pedro Collor. Estava certo publicar o que Pedro Collor afirmara como se fosse verdade indiscutível?

Na época, quando conversava com outros jornalistas sobre a capa de Pedro Collor, a pergunta que eu fazia era a seguinte: imagine que o irmão do presidente americano bate na redação do New York Times e conta histórias horríveis. O Times publicaria?

O público não deve entender como alguém que segundo Pedro Collor cometeu tantos crimes acabou sendo absolvido pelo Supremo Tribunal Federal e está aí, militando na política. Não havia provas, segundo o STF. Mas então qual a sustentação da entrevista de Pedro Collor? Palavras? É pouco.

No presente caso, pelo pouco que li, vi a velha cena tão comum nos últimos dez anos. Uma acusação – ainda que partida de Marcos Valério, ainda que sem provas — vai tomando ares de extrema gravidade na grande imprensa. Alguém dá, e depois vem a repercussão previsível. Leio que Merval chegou a falar em cadeia.

O público não me parece tão convencido assim da importância do assunto. Observei que no site da Folha e do Estado o tema não é sequer o mais lido do dia. Ocupava, quando verifiquei, uma modesta quinta posição. Russomano – já nem lembro por que – despertava muito mais interesse no leitor.

O leitor não é bobo. Mas a mídia estabelecida o trata como se fosse, e sua perda de influência deriva, em grande parte, desse erro de avaliação. Nos dezesseis anos que compreendem as gestões de FHC e Lula, o Brasil avançou consideravelmente. A grande imprensa, infelizmente, não conseguiu acompanhar este avanço.

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... a-de-votos
~As ilações de Joaquim Barbosa sobre a compra de votos
Por Diogo Costa

AP 470 E A VILANIA HISTÓRICA


Joaquim Barbosa será lembrado pelos próximos 100 anos, tamanha a vilania com que tem agido nesse julgamento farsesco realizado num Tribunal de Exceção. Ele pinça frases de depoimentos, apenas àquelas que servem a tese acusatória e omite descaradamente o restante dos mesmos depoimentos para acolher com sofreguidão ao linchamento público dos réus. Barbosa está se revelando não um juiz, mas um assistente de promotor, ou, no popular, um Torquemada.

Passemos agora ao exame da PEC da Reforma Tributária, votada no ano de 2003. No dia 30 de abril de 2003 foi apresentada a PEC dessa reforma ao Plenário da Câmara dos Deputados. Posteriormente, a PEC tramitou pela Mesa da Câmara, também na CCJC (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania), na CFFC (Comissão de Fiscalização Financeira e Controle). Entre idas e vindas das Comissões e da Mesa da Câmara, são apresentadas 466 emendas e a matéria vai finalmente para a apreciação, em primeiro turno, no plenário da Câmara, no dia 02 de setembro de 2003. O corpo da matéria é aprovado em 04 de setembro, com 378 votos a favor e apenas 53 contra. Segue a tramitação em primeiro turno para a votação dos destaques e emendas. O procedimento de votação das emendas e destaques se estende e termina em 17 de setembro, quando é aprovado em definitivo e no todo a matéria em primeiro turno.

É feita nova redação e a PEC vai a votação no segundo turno na Câmara em 24 de setembro de 2003. A proposta é aprovada em segundo turno, ressalvados os destaques, no mesmo dia, com 346 votos a favor e 92 votos contrários. Os destaques são votados em seguida, a matéria é aprovada em definitivo pela Câmara em 24 de setembro e segue para a apreciação do Senado no dia seguinte. Após a tramitação no Senado, é promulgada a PEC em 19 de dezembro de 2003.

Passemos ao exame da votação da PEC da Reforma Tributária ocorrida no segundo turno em 24 de setembro de 2003 na Câmara dos Deputados:

Orientação Partidária - PT sim, PMDB sim, PFL não, PTB sim, PSDB não, PP sim, PL/PSL sim, PPS sim, PSB sim, PDT sim, PC do B sim, PSC sim, PRONA não, PV sim, Governo sim.

Agora, os votos nominais:

PC do B: 09 votos, 09 votos sim

PDT: 11 votos, 09 votos sim, 02 votos não

PFL: 53 votos, 14 votos sim, 39 votos não

PL: 32 votos, 32 votos sim

PMDB: 65 votos, 62 votos sim, 03 votos não

PP: 35 votos, 32 votos sim, 03 votos não

PPS: 18 votos, 18 votos sim

PRONA: 06 votos, 06 votos não

PSB: 13 votos, 13 votos sim

PSDB: 46 votos, 14 votos sim, 32 votos não

PT: 88 votos, 84 votos sim, 03 votos não (JPC pres. da Câm. sem voto)

PTB: 50 votos, 46 votos sim, 04 votos não

Agora me digam, como se pode inferir que o deputado A, B ou C foi ou não foi "comprado" para votar a favor de matérias de interesse do governo? Os 14 deputados do PSDB que votaram com o governo foram comprados? Os parlamentares do PL, que tinha o vice presidente da república José Alencar, portanto, eram da situação desde antes da posse de Lula, precisaríam ser comprados para votar a favor do governo do qual eram parte integrante? Somente no ano de 2003, foram votadas 196 leis ordinárias na Câmara dos Deputados, o PT comprou o resultado dessas votações? Porque compraria somente a questão da reforma tributária ou da previdência, se ambas contaram até mesmo com os votos da oposição? As reformas tributária e da previdência já vinham engatilhadas do governo FHC, foram votadas tranquilamente, a única dificuldade que o PT teve de aprovar a reforma da previdência foi acalmar os seus rebeldes. Não conseguiu, teve de expulsar alguns de seus parlamentares e a partir daí surgiu o PSOL...

Percebem o tamanho da vilania que o STF está fazendo ao considerar essa fraude da compra de votos? Isso é uma aberração. Primeiro, porque jamais se conseguirá provar uma situação dessas, a não ser que algum deputado resolva contar que foi comprado, como aconteceu com parlamentares que votaram a favor da emenda da reeleição de FHC (isso jamais foi investigado...), segundo, porque o governo não precisava comprar o apoio de partidos que já faziam parte da sua base aliada desde as eleições de 2002! E, terceiro, porque comprar votos quando se tem considerável parcela de votos de membros da própria oposição? Porque comprar deputados se o problema maior do governo Lula sempre foi o Senado e não a Câmara dos Deputados? Se o governo conseguia aprovar matérias num Senado completamente hostil, porque precisaria comprar votos na Câmara, onde a situação sempre foi mais confortável?

Essa análise que estou fazendo agora da PEC da Reforma Tributária se aplica sem problema algum para qualquer outra matéria votada no Congresso naquele período, em especial à PEC da Previdência... Enfim, quem quiser acreditar em contos de fadas, que se sinta a vontade. Eu denunciarei até o último dos meus dias essa farsa dantesca que estamos a presenciar no STF. A denunciar esse linchamento político sem base alguma, repito, sem base alguma na realidade concreta e objetiva dos fatos...

http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb ... cao=113717

http://www2.camara.gov.br/atividade-leg ... po=partido
http://noticias.r7.com/blogs/ricardo-ko ... ra-o-jogo/
Serra ataca de mensalão contra Haddad

Com Celso Russomanno, do PRB, cada vez mais garantido no segundo turno, voltando aos 35% no novo Datafolha divulgado nesta quinta-feira, a disputa em São Paulo se limita a tucanos e petistas em busca da outra vaga.
José Serra parou de cair, subiu um ponto e voltou a 21%.
Fernando Haddad parou de subir e caiu dois pontos, ficando em 15%.
Podem parecer pequenas as variações que deixaram Serra isolado no segundo lugar fora da margem de erro, mas o mais importante mudança apontada por esta pesquisa foi a inversão das curvas de Serra e Haddad.
A "boca do jacaré" vinha fechando desde julho, semana a semana, apontando para uma ultrapassagem de Haddad sobre Serra.
Aconteceu exatamente o contrário: a boca das curvas abriu para Serra e, agora, a pouco mais de duas semanas da eleição, fica muito difícil inverter novamente esta tendência.
E que fato novo pode explicar este cavalo de pau de uma semana para outra, justamente quando entraram em cena os apoios da presidente Dilma e da ex-prefeita Marta para Haddad, que já tinha a seu lado o ex-presidente Lula, enquanto o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fazia um "pronunciamento" contra a corrupção no programa de Serra?
Com seus índices de rejeição batendo recordes, tendo que carregar nas costas o mal avaliado prefeito Gilberto Kassab e a desconfiança do eleitorado, Serra parecia sem discurso, sem bandeira e impotente para mudar os rumos da sua campanha caminhando para o buraco.
Perdido por perdido, o tucano deixou de lado o lero-lero da propaganda eleitoral sobre o que fez, deixou ou promete fazer na cidade, politizou a campanha e partiu com tudo para cima do PT, de Fernando Haddad, seus apoiadores e aliados.
Botou o mensalão na roda e passou a fazer o que mais sabe e gosta: atacar seus adversários, jogar nos erros deles, bater pesado.
É verdade que Serra recebeu um prato feito, como já estava previsto, desde que a pressão dos partidos de oposição e da mídia colocou o processo do julgamento do mensalão em pauta para coincidir com a campanha eleitoral.
Agora já não se sabe onde termina o noticiário e onde começa a propaganda eleitoral do PSDB, já que virou tudo uma coisa só. Juntou a fome com a vontade de comer, a hora da revanche longamente aguardada.
O julgamento no STF serviu como gancho para desencadear um verdadeiro massacre contra os governos do PT, seus líderes e candidatos, que não sabem como reagir.
Enquanto isso, o programa eleitoral de Fernando Haddad continua na mesma toada, com o candidato andando pela cidade e falando de bilhete único mensal, arco do futuro, planos para a segurança, a educação, a saúde... _ e o pau comendo nos comerciais tucanos.
Quando a campanha do PT se deu conta, seus advogados fizeram aquela lambança de pedir a proibição do comercial em que o PSDB liga Haddad aos réus do mensalão e a Paulo Maluf, por considerar a propaganda "manifestamente degradante". Perderam na Justiça e obrigaram o candidato a ficar se explicando.
A pesquisa anterior do Datafolha já tinha dado a pista para os comitês do PT e do PSDB: 45% dos eleitores responderam que o julgamento do mensalão poderia, sim, influenciar o seu voto.
Para completar o quadro desfavorável ao PT, o implacável ministro relator Joaquim Barbosa decidiu fatiar o fatiamento do processo, de tal forma que o julgamento dos réus do partido aconteça exatamente nos dias que antecedem a votação no primeiro turno das eleições municipais.
Tão determinados estão a acabar com a raça do adversário, como queria o desaparecido aliado Jorge Bornhausen, os tucanos acabaram se esquecendo do líder Celso Russomanno, que não só tem larga vantagem sobre Serra nas projeções para o segundo turno (57 contra 31%) como agora ameaça atropelar na reta final para tentar decidir tudo no primeiro.
Russomanno já tem praticamente, com seus 35%, o mesmo indíce de intenção de votos dos seus dois principais adversários somados(36%). Na populosa periferia da zona leste, segundo o Datafolha, o candidato do PRB já chegou aos 46%, enquanto seus adversários juntos somam 40%.
É difícil, mas não totalmente impossível, que a guerra desencadeada entre PSDB e PT, com altos riscos para os dois partidos na tentativa de garantir um lugar no segundo turno, acabe empurrando o candidato do PRB para a vitória já no dia 7 de outubro.
Uma pergunta aos caros leitores do Balaio: como andam as coisas na campanha eleitoral em seu bairro?
Daqui da minha janela, pelo barulho frenético dos carros de som o dia inteiro, parece que Russomanno é candidato único. E olhem que eu não moro na periferia da zona leste, mas no tradicional reduto tucano do Jardim Paulista...
colunas.revistaepoca.globo.com/paulomoreiraleite/2012/09/19/onde-esta-o-dinheiro/
Onde está o dinheiro?
17:47, 19/09/2012
Paulo Moreira Leite


Neste momento, o quadro do julgamento do mensalão parece claro. Joaquim Barbosa sustenta aquilo que o ministério público define como “organização criminosa” dedicada a ”comprar” votos para o governo. Não há apoio político. Não há verba de campanha. Há “propina”, diz Joaquim Barbosa.

O voto de Joaquim merece elogios e reconhecimento. É um voto competente, bem articulado e coerente. Não faltam exemplos nem casos. Discordo de seu esforço para criminalizar a atividade política. Fala em “interesse dos corruptores” para definir a ação da bancada do governo no Congresso. Toda partilha de verbas é definida como “vantagem indevida.” Este é o preço que ele paga pelo esforço em despolitizar uma discussão que é politica em todos os sentidos.

Mas é preciso admitir que Joaquim Barbosa está inteiramente convencido daquilo que diz. Não faz teatro nem joga. Não quer agradar a mídia – embora, em grande maioria, ela esteja adorando o que ele diz e sustenta. Isso lhe garante um tratamento positivo. Ao contrário do que ocorria em passado recente, quando Joaquim entrou em choque com Gilmar Mendes.

A julgar pelo aconteceu até agora, parece claro que, salvo casos menores, os réus mais importantes – como José Dirceu, Delúbio Soares, José Genoíno – têm grandes chances de serem condenados a penas severas.

Está tudo resolvido? Não acho.

Até agora não encontrei uma única notícia do dinheiro que, desviado no Visanet, e também junto a empresários, nem todos chamados a sentar-se no banco dos réus, foi recolhido pela “organização criminosa”. Não acho uma notícia irrelevante.

É frustrante. Como dizia o editor do Washington Post, o jornal do Watergate, ao estimular seus repórteres: ”Follow the money”

Os petistas dizem que foram recursos para campanha, em especial para as eleições municipais de 2004. As 317 testemunhas ouvidas no inquérito dizem a mesma coisa. A leitura do relatório da Polícia Federal – que descreve com maestria o milionário desvio no Visanet – não contém uma palavra sobre isso. Diz textualmente que foi possível encontrar a origem mas não se chegou ao destino do dinheiro.

Joaquim diz e repete, ora com ironia, ora com indignação, mas sempre com fatos e argumentos, que não acredita que os recursos se destinavam a campanha eleitoral. Rosa Maria Weber, em seu primeiro voto, declarou que achava essa informação irrelevante.

Eu acho que o debate é mais importante do que parece. Ele permite demonstrar quem avançou o sinal, quem não fez o combinado pelas regras informais de nosso sistema político.

Isso não diz respeito apenas ao julgamento de hoje, mas ao funcionamento da democracia no país. Nossas eleições são limpas há muito tempo porque são disputadas numa ambiente de liberdade, no qual cada eleitor pode fazer sua escolha sem pressões indevidas.


Os pleitos expressam a vontade popular e não vejo nenhum motivo para suspeitar de seus resultados. Não há votos comprados nem fraudados em escala significativa.

Mas depois de PC Farias, o saudoso tesoureiro de Fernando Collor, nós sabemos que é preciso ser muito hipócrita para fingir que o financiamento de campanha, de qualquer partido, antes e depois do mensalão, é uma operação limpa. Ali se mistura o caixa 2 de empresas, o dinheiro da corrupção, e também o dinheiro que, mesmo de origem quente, precisa ser esfriado no meio do caminho.

Se houvesse vontade política para corrigir as imensas imperfeições e desvios, isso já teria sido feito. Mas sempre que surge essa oportunidade, ela é barrada por falta de interesse político. É mais interessante tirar proveito de uma denuncia em vez de procurar a origem dos erros. O mais recente projeto de reforma eleitoral, elaborado pelo deputado José Fortunatti, do PT gaúcho, foi sabotado alegremente pela oposição no ano passado. Previa, como nós sabemos, o financiamento público exclusivo de campanha, que proíbe a ação dos corruptores na distribuição de verbas para os partidos. Não há lei capaz de impedir a prática de crimes. Mas uma boa legislação pode desestimular as más práticas. Pode criar regras realistas e não um mundo aberto para falcatruas e irregularidades. A mesma oposição que agora pede guilhotina para os petistas é a primeira a manter as regras que alimentam o ambiente de abuso e desvio.

Este é o jogo do moralismo. Joaquim Barbosa pode não fazer jogo.

Mas ele existe e está aí, à frente de todos.

Após sete anos de investigação, não se encontrou um rastro do dinheiro. Você pode achar que os recursos foram lavados e se perderam nos esquemas de doleiros e enviados para o exterior. Também pode achar que foram lavados e entregues aos partidos aliados do PT, como disseram os advogados da defesa nas já longínquas manifestações dos primeiros dias.

O certo é que a Justiça quebrou o sigilo bancário e fiscal dos acusados e nada encontrou. O rastreamento não levou a nada. Não há sinal de enriquecimento indevido no patrimônio de nenhum dos réus.

Não tenho procuração para atestar a honestidade de ninguém. (Só a minha).

Mas não é estranho que não apareça um centavo gasto de forma ilícita?

Como é que o tesoureiro Delúbio Soares continua morando no mesmo flat modesto no centro de São Paulo?

Por que José Genoíno, combatente brasileiro que sempre irá merecer homenagens pela coragem de assumir as próprias ideias, muitas inconvenientes a seus interesses, continua residindo na mesma casa no Butantã, em São Paulo?

Apontado como chefe da “organização criminosa”, falta explicar o que Dirceu obteve com seus superpoderes de ministro-chefe da Casa Civil.

Também falta outra coisa. O Visanet é um caso comprovado de troca de favores com dinheiro público. Mas outros casos são fiascos. Marcos Valério cansou de prometer o que não podia entregar. Não foi só o Banco Mercantil. Um assessor dele me garante que Valério prometia até entrar na negociação da licitação da transposição do São Francisco. As obras – que seguem a passo de tartaruga — acabaram com os militares. É certo que oferecer vantagem indevida já é crime. Mas vamos combinar que não é a mesma coisa.

Com seu voto articulado, com exemplos e histórias, Joaquim Barbosa está levando o julgamento. As descrições e diálogos ajudam a dar dramaticidade a seu voto.

Mas é uma questão de convicção e convencimento. Pela jurisprudência que parece dominar a maioria do STF, estes elementos parecem suficientes.

Concordo que ninguém chama fotógrafos para receber uma mala de dinheiro. Mas o bom senso recomenda admitir que a recíproca não pode ser verdadeira. A falta de provas não pode ser desculpa para condenação apressada e portanto errada.

Essa distinção separa a justiça do moralismo, recurso típico daquelas forças que tem dificuldade de conviver com a democracia e procuram atalhos para escapar da soberania popular.

Apontado como mensaleiro porque recebeu um cheque de 100 000 reais de Marcos Valério para sua campanha, o deputado Roberto Brant, do DEM mineiro, foi absolvido pelo Congresso por uma votação folgada. Não foi indiciado no mensalão, embora até pudesse, não é mesmo?

Bom político, lúcido e corajoso, Brant explicou, certa vez, ao jornalista Sérgio Lirio que o moralismo interessa “aos gru­pos que con­tro­lam o Es­ta­do bra­si­lei­ro, in­de­pen­den­te­men­te de quem es­te­ja no go­ver­no. São her­dei­ros dos pri­vi­lé­gios se­cu­la­res que o Es­ta­do dis­tri­bui. A so­cie­da­de bra­si­lei­ra é in­jus­ta des­sa for­ma por­que o Es­ta­do é um agen­te da in­jus­ti­ça. Es­ses gru­pos não que­rem re­for­ma de coi­sa ne­nhu­ma. O mo­ra­lis­mo só in­te­res­sa aos gru­pos que que­rem mo­bi­li­zar o Es­ta­do bra­si­lei­ro, ou pelo me­nos o sis­te­ma po­lí­ti­co bra­si­lei­ro, para não dei­xar que ele ope­re com li­ber­da­de. Isso já acon­te­ceu ou­tras ve­zes. Quan­do o Jus­ce­li­no (Ku­bits­chek) co­me­çou a mu­dar o Bra­sil, aqui­lo as­sus­tou tre­men­da­men­te as eli­tes ur­ba­nas. O re­sul­ta­do foi a cria­ção de uma sé­rie de es­cân­da­los que a his­tó­ria pro­vou ser com­ple­ta­men­te in­fun­da­da, in­con­sis­ten­te e fal­sa. To­dos os per­so­na­gens mor­re­ram po­bres. De­pois veio o quê? Jâ­nio Qua­dros, apoia­do pela opi­nião pú­bli­ca. Opi­nião cons­truí­da pelo (jor­na­lis­ta Car­los) La­cer­da, pela UDN nos gran­des cen­tros ur­ba­nos. Em São Pau­lo, in­clu­si­ve. Foi lá que ele ven­ceu. E deu no quê? De­sor­ga­ni­za­ção, po­pu­lis­mo e aven­tu­ra. De­pois do Jâ­nio, veio o gol­pe mi­li­tar. Como ta­char de cor­rup­to um par­ti­do in­tei­ro, o sis­te­ma de for­ças in­tei­ro? Isso é fal­so. Há po­lí­ti­cos que des­viam de con­du­ta no PT, no PFL, no PSDB. A agen­da do mo­ra­lis­mo não leva a nada. Ou leva a coi­sas pio­res.”

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Re: SERÁ QUE É POSSÍVEL? - SIM OU NÃO??

#75 Mensagem por Compson » 24 Set 2012, 12:36

Sobre as eleições municipais e o eminente fracasso do lulismo nas capitais, acho que há ainda um quarto fator não mencionado: o afastamento do governo federal do PT em relação aos sindicatos.

Dilma trata os sindicatos como lixo. Na minha opinião, um erro grave de avaliação: se tem uma base eleitoral segura para o PT (mais que a turma do Bolsa Família, mais que os intelectuais, mais que a "nova classe média"), essa base são os sindicalistas, e o fato do partido não conseguir seus mínimos históricos em SP talvez tenha como um dos motivos (além do Maluf, além de Marta, além do mensalão) esse afastamento.

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