É engraçado que tem gente que adora reclamar dos "textinhos postados" mas nunca consegue parar pra pensar um pouco e arranjar argumentos contra o que tem nos textos e que está bem claro e didático. Tanto que nem se ligam que boa parte dos textos são simplesmente notcías de jornais ou agregado de dados reais e relevantes compilados, o que não representa nunca "o que o josé disse" e sim fatos reais trazidos à discussão, que nunca merecem nenhuma atenção...
Tanto que eu escrevo uma porrada de coisas e nem se dão ao trabalho de comentar o que eu escrevi de meu próprio punho, preferem reclamar dos links que coloquei junto...
Por isso parei de discutir faz tempo. Eu coloco os argumentos e os caras não rebatem e voltam sempre a repetir exatemente os mesmos bordões míticos espalhados pela mídia, que são mentiras e mistificações, e que estão fartamente contraditos nos meus textos e links que colo.
Tem toneladas de material no fórum que comprova com argumentos sólidos e nunca rebatidos que o bolsa-família é uma medida benéfica e extremamente vantajosa e responsável, mas só sabem bater que é assistencialismo inócuo e compra de votos...
E por aí vai.
Por isso sigo com o meu estilo.
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Até fiquei surpreso que não houveram mais manifestações orgásticas no fórum quanto a capa da última Veja
Até dá preguiça discutir um tema tão idiota assim. Mas sei lá, me deu barato e escrevi um pequeno texto pra não dizerem que eu estou “com medo” ou que sumi agora que aparece isso aí.
Lógico que vai acompanhado de uma tonelada de textos muito interessantes!
Pra começo de conversa a “tese” já existe desde sempre e as supostas revelações de Valério não acrescentam novidade nenhuma à discussão.
Esquecem-se todos que Lula já foi vasculhado por duas CPIs, compostas por parlamentares
oposicionistas que se empenharam
muito em achar algo contra ele, investigado pela polícia federal, pela procuradoria e o escambau e não acharam nenhuma prova contra ele.
Vão dizer agora que Lula controlava todos estes órgãos e por isso não pegaram ele? Caralho, tudo que aconteceu desmente isso cabalmente! Chega a ser ridículo acreditar nisso!
Pra começar, como disse, as CPIs foram conduzidas por oposicionistas!
A polícia federal gozou de total autonomia no governo Lula, tanto que várias operações deflagradas por ela pegaram membros do próprio governo e de partidos aliados, sem distinção!
Lula reconduziu ao cargo de Procurador Geral o cara que FEZ a denúncia do Mensalão porque o nome dele era o mais votado na lista elaborada pelos procuradores para a sucessão. Ele poderia ter escolhido a dedo qualquer outro que lhe fosse fiel e engavetasse a porra do negócio, como fez o ídolo dos mimimi FHC, mas não, deixou o cara lá, porque sabe que não tinha nada a temer. O atual procurador que está conduzindo o caso com visível gana de fritar petistas também foi reconduzido ao cargo pelo governo petista!
Vários ministros que estão lá no STF condenando petistas foram indicados por Lula, que o fez com critérios técnicos, sem partidarismo e sem politicagem.
Será que dá pra torturar mais a lógica do que achar que Lula foi beneficiado em algum momento?
Longe de mim achar que Lula seria um pobre inocente mas tem coisas que acho que ele não faria simplesmente por medo, pois ele sabia e sempre soube que é alvo preferencial e não poderia assim correr o risco de cometer o menor deslize.
Eessa suposta entrevista foi totalmente desmentida por Marcos Valério. E é só pensar um pouco que dá pra ver como a história é ridícula;
Primeiro porque o cara já muito enrolado e as declarações que aparecem na revista poderiam complicar ainda mais a situação dele! Por que diabos ele faria essas “denúncias” se ele seria muito prejudicado por elas?
Dentro da revista lemos que a matéria foi feita
“Com base em revelações de parentes, amigos e associados” de Valério, aos quais ele teria dado tais declarações por estar sentindo-se “traído e abandonado pelo PT”.
Caramba! Essa revista já inventou entrevistas antes, como mais de uma vez foi denunciado, agora vem dizer que o que tem lá é com base em declarações de pessoas ligadas a Valério, mas não dá o nome de nenhuma, de forma que fica muito fácil fugir do assunto! Quem falou? Ninguém sabe! Como desmentir então? Ficam todos as pessoas no círculo de Valério pensando “não fui eu, mas será que foi fulano?” e ninguém sabe quem foi! KKKKKKKK! Sempre vai fica isso no ar e temos que engolir que é verdade?? KKKKKKKK!
O Valério sai por aí falando com um monte de gente, contando essas coisas, mas a revista nem procura ele pra confirmar se é verdade? Nem ele nem seu advogado?? Parece claro que ele queria que ficasse público o que está falando, senão não falaria pra um monte de gente, mas mesmo assim não fala isso diretamente pra revista?
Depois aparece o papo de que a revista teria uma gravação da entrevista com o Valério e que esse papo de “interlocutores” seria pra preservá-lo. Mas como funciona isso? Ainda mais que agora revelam e a proteção cai por terra!
E mais, se for verdade, no que isso ajuda ele? Que ele esperava que acontecesse? Que ganharia? Tese de vingança? Uma vingança que complica ainda mais sua situação e que com certeza não vai causar nenhum problema mais grave contra Lula, já que não tem como aparecerem mais provas contra ele porque se não apareceram até agora e o STF já decidiu mais de uma vez que não há nada contra Lula , fica bem difícil.
Ou seja uma vingança que mais o prejudica do que a quem ele quer atingir? Será que ele é tão burro?
E mais, se for vingança mesmo, no que isso ajuda na credibilidade dele? Vamos supor que foi ele mesmo que disse essas coisas, não é plausível que ele tenha
inventado tudo isso exatamente porque quer ferrar com os outros que não tem nada com isso justamente porque não foi protegido? Por acaso a tese de uma pessoa vingativa, que quer fazer de tudo pra prejudicar quem não o protegeu ajuda a credibilidade dele? KKKKKK! Dando declarações a uma revista que tentou por anos a fio derrubar o governo do PT a qualquer custo, mesmo com matérias claramente inventadas mais de uma vez, como o caso dos dólares de Cuba e as contas no exterior de Petistas que se revelaram sem dúvidas completas fantasias.
Fica mais fácil acreditar na história que Lula não interferiu em nada no processo de investigação e julgamento, deixando quem fez as merdas se ferrar e agora estes querem implica-lo pois não foram protegidos! E se Lula não interferiu é porque ele realmente não fez nada ou então sabia que não havia nada que o ligasse ao fato.
Curioso notar que Roberto Jeferson sempre isentou Lula, desde o começo da sua “denúncia”, e agora passa ora acusar Lula de ser o chefão ora a dizer que o esquema não existiu realmente, dependendo do momento, ou seja, Lula era o chefão de um esquema que não existiu.
Que aconteceu? Também é vingança por não ter sido protegido?
Mas que tipo de proteção estes sujeitos esperavam que lhes fosse dada? Já que fica claro que o governo não tem influência no processo?
E fica claríssimo qual é o real objetivo dessa matéria. Somente enfraquecer o poder político de Lula. A oposição fragilizada por sua incapacidade total de apresentar uma mísera ideia digna está apanhando nas urnas ano a ano, e então como não consegue voltar ao poder por seus méritos próprios tem que tentar destruir os méritos de seus oponentes.
Tem que descontruir a imagem de Lula pra que sua popularidade não beneficie mais integrantes de seu partido e partidos aliados, e os afaste do poder. Tem que destruir a própria imagem do Lula pra que ele não possa mais se candidatar a presidente e assim eles acham que teriam alguma chance de voltar lá.
É só disso que se trata.
E a situação fica ainda mais clara depois que o ministro relator do processo do mensalão, mais uma vez, de forma curiosa, convenientemente deixa pra julgar o principal núcleo político do mensalão
exatamente nas vésperas da eleição!! Mas que coisa, não? Ao invés de julgar isso agora, na sequência do voto que está dando, já que são matérias ligadas e estava previsto que era o que tinha que ser feito, ele resolve adiar o julgamento dos “cabeças” nos dias imediatamente anteriores a ida às urnas! Mas que coincidência impressionante!
O mensalão é a Mirian Cordeiro do Serra
http://cartamaior.com.br/templates/post ... st_id=1096
Como será a primeira página da Folha e assemelhados no dia 6 de outubro, 1º turno do pleito municipal deste ano; ou no dia 28, na segunda rodada, tendo o julgamento de José Dirceu como pauta convergente?
Hehehehe. Eu já imagino...
Mas é só esperar que as batatas estão assando, porque Valério não é só ligado ao PT. Seus esquemas não financiaram somente o PT não... Se a conta chegar em outros quero ver se vão dar tanta fiança a credibilidade dele.
Quando julgarem os outros mensalões quero ver se vão usar os mesmos critérios. Porque se usarem tem muita gente que não é do PT que vai se ferrar bonito...
Decisão do STF sobre caso deve refletir em outros ‘mensalões’
http://www.estadao.com.br/noticias/naci ... cia-tabs-1
O entendimento deverá ser replicado para a ação que tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ) – o "mensalão do DEM" –, como admitem advogados que atuam no caso, e confirma o procurador-geral da República, Roberto Gurgel. O mesmo vale para o "mensalão do PSDB" que, de acordo com o Ministério Público, foi o embrião do esquema petista.
Agora os artigos que sei que todos adoram:
Valério desmente entrevista na Veja
http://correiodobrasil.com.br/valerio-d ... ja/516002/
'Veja' usa Valério para atacar Lula, mas publicitário desmente matéria
http://www.redebrasilatual.com.br/temas ... te-materia
Mesmo que Valério acuse Lula, julgamento do Mensalão não muda
http://noticias.terra.com.br/brasil/pol ... +muda.html
A guerra da Veja contra o retorno de Lula
http://www.cartamaior.com.br/templates/ ... a_id=20898
Denúncia da Veja contra Lula não passa de tática eleitoral
http://www.blogdacidadania.com.br/2012/ ... eleitoral/
Veja troca Cachoeira por Marcos Valério na parceria editorial
http://osamigosdopresidentelula.blogspo ... lerio.html
Veja desenha na capa seu golpe hondurenho contra Lula e Dilma
http://osamigosdopresidentelula.blogspo ... golpe.html
Quem tem medo de Luiz Inácio Lula da Silva?
http://www.brasil247.com/pt/247/poder/8 ... -Silva.htm
STF condenaria Dirceu como Veja condena Lula
http://www.conversaafiada.com.br/pig/20 ... dena-lula/
A decapitação de Dirceu
http://www.cartacapital.com.br/sociedad ... /?autor=29
Luiz Flávio Gomes: “Um mesmo ministro do Supremo investigar e julgar é do tempo da Inquisição”
http://www.viomundo.com.br/politica/lui ... sicao.html
http://www.viomundo.com.br/politica/mar ... salao.html
O Paraíso, o Inferno e o mensalão
publicado em 16 de setembro de 2012 às 9:20
por Marcos Coimbra, em CartaCapital
Na mitologia de muitas culturas, existem narrativas sobre os caminhos que se abrem em função das escolhas que fazemos.
Em algumas versões, são lendas que nos levam a pensar nas consequências práticas das ações presentes, no modo como determinam nosso futuro no mundo. Em outras, referem-se ao que nos aguarda no além-túmulo.
Na tradição do catolicismo popular, por exemplo, temos a crença do encontro da alma com São Pedro, que, zelando pelas chaves da Porta do Céu, só deixa entrar no Paraíso quem tiver mantido vida justa na Terra. Quem não, endereça ao Inferno.
Para muitos muçulmanos, o primeiro destino da alma é determinado nos instantes que sucedem a morte. Chegam os anjos Munkar e Nakir e a interrogam, fazendo três perguntas: “Quem é teu Senhor? Quem é teu Profeta? Qual é tua religião?”. Os que acertam ficam à espera da ressurreição em alegria, os que erram são torturados até o Dia do Julgamento.
São muitas histórias semelhantes e, em todas, um mesmo recado: quem faz a coisa certa é recompensado, quem se desvia paga. Nas labaredas do Inferno.
A ansiedade dos ministros do Supremo Tribunal Federal perante o julgamento do “mensalão” é compreensível.
Receberam da Procuradoria-Geral da República uma denúncia que os especialistas consideram mais frágil que a que foi feita contra Fernando Collor.
E aquela foi tão inepta que caiu por terra na primeira análise!
O fulcro da acusação é uma palavra inventada por um personagem famoso pela falta de seriedade. Nada, nem uma única evidência foi produzida em sete anos de investigações que demonstrasse que funcionou no Congresso Nacional, entre 2004 e 2005, um esquema de compra de votos para aprovar medidas de interesse do governo Lula.
O que torna a existência da “quadrilha do mensalão” uma fantasia.
Quem duvidar, que leia a denúncia e verifique com seus olhos se ela aponta as votações e os votos que teriam sido negociados (o número do inquérito é 2245 e está disponível no site da PGR
http://noticias.pgr.mpf.gov.br/ )
Mas nem a fragilidade da denúncia, nem sua falta de sentido, estiveram em discussão em algum momento.
Quando chegou ao Supremo, o julgamento já estava concluído. O veredicto havia sido dado e transitado em julgado.
Exercendo o papel auto-assumido de vanguarda da oposição ao “lulopetismo”, os proprietários e funcionários da grande indústria de comunicação tinham o script pronto. E ai de quem o contrariasse!
O que não quer dizer que o argumento mais forte que usassem fosse o porrete. Uma dosagem equilibrada de ameaça e adulação é sempre mais eficaz.
Se os ministros fizessem o que ela queria, as portas do Paraíso se abririam para eles. Se teimassem em discutir coisas menores – como provas, depoimentos e outros detalhes – a fogueira começaria a arder.
Há alguns meses, o ministro Luiz Fux publicou um livro. Como toda obra técnica, de interesse restrito. Seu título bastaria para afugentar os leigos: “Jurisdição Constitucional”.
O lançamento no Rio de Janeiro, cidade natal do autor, mereceu tratamento vip da TV Globo. Com direito a matéria de 1m30seg nos telejornais da emissora, tempo reservado a assuntos relevantes.
Talvez alguém se perguntasse o porquê do salamaleque. Mas é fácil entendê-lo.
Quem não gosta de ser bem tratado? Quem não aprecia saber que sua família e seus amigos acabam de vê-lo na televisão? Quem não fica feliz quando recebe um cafuné?
O Paraíso é assim, cheio de carinhos. E quem pode proporcioná-lo pode o oposto. Como dizia Augusto dos Anjos: “A mão que afaga é a mesma que apedreja”.
Se fôssemos como os Estados Unidos, onde os juízes da Suprema Corte são figuras inacessíveis, quase desconhecidas do grande público, seria uma coisa. Mas não somos. Aqui, nossos ministros adoram o reconhecimento e não hesitam em se revelar. Amam os holofotes.
Uns fazem saber que andam de motocicleta, outros que são exímios músicos, alguns se apresentam como poliglotas. Identificamos seus times de futebol, os restaurantes que frequentam. Às vezes, até seus negócios e os ambientes inadequados que frequentam.
Do julgamento do “mensalão”, poderiam sair endeusados, merecendo estátuas e concedendo autógrafos. Bastava que cumprissem o papel que lhes estava reservado.
Ou achincalhados. Tornados vilões.
Cabia a eles escolher o caminho, o fácil ou o difícil.
No fundo, estão fazendo o que a maioria das pessoas faria na mesma situação. Talvez não o que se esperaria deles.
Mas, quem mandou esperar, conhecendo-os?
http://www.brasil247.com/pt/247/poder/8 ... cadeia.htm
Civita deflagra operação para botar Lula na cadeia
Reportagem ancorada em supostas declarações já negadas pelo empresário Marcos Valério produziu uma reação esperada: José Serra pediu que o Ministério Público investigasse a “entrevista” e levasse o caso ao STF. Ou seja: depois da Ação Penal 470, Lula também poderia vir a se tornar réu, ficando assim impedido de voltar à presidência
16 de Setembro de 2012 às 07:12
247 – Desde 1º de janeiro de 2003, a revista Veja tem se destacado por ser uma trincheira de combate ao chamado “lulismo”, seja por meio de denúncias nem sempre verdadeiras, seja por meio de ataques diretos feitos por colunistas como Diogo Mainardi (já fora da publicação), Augusto Nunes e Reinaldo Azevedo. De todas as incontáveis capas produzidas por Veja, a que talvez melhor simbolizasse o sentimento do dono, Roberto Civita, era aquela chamada “Essa doeu”, em que Lula levava um pontapé no traseiro – o pretexto era uma negociação relativa ao preço do gás comprado da Bolívia. Houve ainda outro episódio em que, no auge de mensalão, Lula foi grafado como Lulla – a esperança de Civita era que, naquele momento, a revista fosse capaz de liderar um movimento nas ruas pelo impeachment do ex-presidente, tal qual ocorreu com Collor.
Esse movimento não aconteceu porque a oposição, liderada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, não teve coragem para tentar cassar o primeiro presidente de origem popular da história do País e para enfrentar, nas ruas, a força dos movimentos sociais ligados ao PT. Faltou coragem, mas o desejo de eliminar Lula da cena política brasileira permaneceu vivo.
Veja manteve seu padrão de jornalismo mais próximo da ficção do que da realidade, com denúncias como as dos dólares de Cuba, dos envelopes com R$ 200 mil entregues na Casa Civil de Dilma Rousseff e da propina entregue na garagem do Ministério dos Transportes (acusação da qual o ex-ministro Orlando Silva já foi inocentado). Mas o PT, enquanto esteve no governo, não ousou confrontá-la. Ao contrário, manteve até uma relação de civilidade, expressa no fato de que o grupo Abril é um dos principais beneficiários da publicidade oficial no País, em razão da suposta audiência de suas publicações. Além disso, não foi capaz nem sequer de convocar Civita e um dos jornalistas de Veja a depor na CPI do caso Cachoeira.
Ao longo dessa guerra santa deflagrada pela revista contra o chamado lulismo, nada foi tão ousado como a capa deste fim de semana, em que a revista sugere ter entrevistado Marcos Valério, pivô do mensalão, publicando entre aspas várias declarações já negadas pelo publicitário. Uma das aspas, a de que Lula não apenas sabia, como era o chefe de tudo e se engajava pessoalmente na arrecadação de um caixa de R$ 350 milhões do PT.
É verdade? Valério falou com Veja? Pode ser, como pode não ser. Veja não dispõe dos áudios e nada garante que o empresário realmente tenha falado à revista em off. Ocorre, no entanto, que a reportagem já é tratada pelos adversários de Lula, e aliados de Veja, como José Serra – e que falta faz um Demóstenes Torres! – como uma “entrevista”. Algo que, portanto, deveria gerar reações dos órgãos institucionais, como o Ministério Público, a Polícia Federal e o Supremo Tribunal Federal.
Os réus da Ação Penal 470, ao que tudo indica, serão majoritariamente condenados até o fim deste ano. Alguns deles, como Marcos Valério, João Paulo Cunha e Henrique Pizzolato, serão presos em regime fechado. Outros, como José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoíno, conhecerão seu destino nos próximos dias.
A oposição não teve coragem para provocar o impeachment de Lula, mas pode tentar levá-lo ao banco dos réus. Quem não tem voto, caça com Veja. Era esse o objetivo da última capa de Veja.
Política, pura e simplesmente.
http://www.brasil247.com/pt/247/poder/8 ... s-anos.htm
Noblat: Valério chantageia Lula há vários anos
Colunista do Globo diz que o empresário produziu quatro cópias de um vídeo capaz de destruir para sempre a imagem do ex-presidente. Se ele for assassinado, cópias serão enviadas para a imprensa. Desde então, segundo Noblat, Valério recebe uma mesada de Paulo Okamotto, braço direito de Lula
17 de Setembro de 2012 às 05:42
247 – Depois da capa de Veja, com declarações atribuídas a Marcos Valério e negadas pelo próprio, indicando que o Lula seria o chefe do mensalão, o cerco continua a se fechar sobre o ex-presidente. Um dia depois de Veja, no domingo, Merval Pereira, colunista do Globo, escreveu que nada impede que uma ação penal venha a ser proposta contra Lula – o que o deixaria com uma espada no pescoço, caso decida voltar a se candidatar à presidência, seja em 2014, seja em 2018.
Agora, nesta segunda-feira, mais um ataque. Ele parte de Ricardo Noblat, colunista também do Globo, que conta uma história escabrosa. Diz o jornalista que o empresários Marcos Valério de Souza gravou quatro cópias de um vídeo capaz de abalar para sempre a reputação do ex-presidente Lula. Três foram enviadas para cofres bancários. Um, para demonstrar que ele não estaria blefando, foi enviado a um dos protagonistas do mensalão – ao que tudo indica, João Paulo Cunha, já condenado por peculato e corrupção passiva.
Ou seja: há vários anos, Marcos Valério estaria chantageando o ex-presidente Lula. E estaria sendo retribuído com recursos pagos a ele e a sua família, através da esposa Renilda, por meio de pagamentos feitos por Paulo Okamotto, braço direito de Lula.
Segundo Noblat, Marcos Valério tem medo de ser assassinado. Mas, se vier a morrer antes de ser encaminhado a alguma penitenciária, sua esposa fará chegar as três cópias aos jornais escolhidos por ele. O vídeo teria sido produzido por um especialista em televisão. Não se trataria, portanto, de algo amador.
(A mulher do Noblat responde processo, que está nas mãos do ministro Toffolli, indicado por Lula, pelo desvio de 33 milhões de reais)
http://www.cartacapital.com.br/politica ... a-acordar/
DILMA COMEÇA A ACORDAR
Por Leandro Fortes
Quando Dilma Rousseff se vestiu para ir à festa de aniversário de 90 anos da Folha de S.Paulo, logo depois de assumir a Presidência, em 2011, eu fui um dos poucos a reagir publicamente na imprensa. Mesmo entre os blogueiros progressistas, lembro apenas de outra voz dissonante a reclamar da atitude servil da presidenta, a da historiadora Conceição Oliveira, do blog “Maria Frô”. De resto, o gesto foi forçosamente saudado como um ato de estadista, de representação formal do governo e do Estado brasileiro junto a uma “instituição” nacional, no caso, o conservador diário instalado na rua Barão de Limeira, na capital paulista. O mesmo diário que, meses antes, estampara uma ficha falsa de Dilma na primeira página, com o objetivo de demonizá-la como guerrilheira e assassina e, assim, eleger o candidato do jornal, José Serra, do PSDB.
Não é difícil compreender, contudo, o que pretendia Dilma ao aceitar fazer parte da noite de gala da família Frias. Terminada a Era Lula, a presidenta se viu na contingência de criar uma rede própria de relações na mídia, com quem imaginou ser possível firmar um acordo de civilidade. Lula, a seu tempo, também caiu nessa esparrela. Mas nem a experiência do governo anterior, nem as baixarias encampadas pela mídia na campanha de 2010, ao que parece, foram capazes de convencer Dilma da inutilidade desse movimento.
A mídia que aí está, protegida pelas cidadelas dos oligopólios e por uma adestrada bancada parlamentar de vários níveis, nunca irá se conciliar com um governo de cores populares, de ligações esquerdistas, mesmo esse esquerdismo envergonhado do PT. Essa mídia tem como única agenda a defesa do grande capital, do latifúndio e do liberalismo econômico predatório regulado pelas forças do mercado. É uma mídia constrangedoramente provinciana, mas absolutamente descolada da realidade brasileira, ignorante da força dos movimentos sociais e nutrida, cada vez mais, por jornalistas pinçados da mesma classe média que acostumou a paralisar pelo medo. E, em muitos casos, por experientes jornalistas cooptados pela perspectiva de visibilidade e uma aposentadoria tranquila, às favas com os escrúpulos, pois.
Dilma, por sua vez, protege-se dessa discussão por trás do escudo da “gerentona”, da presidenta voltada para a administração da infraestrutura e da saúde econômica do país. Pouca ou nenhuma atenção dá ao alvoroço golpista diuturnamente organizado, ainda que no modelo cucaracha mais do que manjado aqui consolidado no esqueminha Veja-Jornal Nacional-Folha-Estadão-Globo, com o suporte diário dos suspeitos de sempre plantados nas trocentas colunas de opinião a serviço do pensamento único ditado pela direita brasileira.
Foi preciso um tapa na cara dado, vejam vocês, pelo gentil Fernando Henrique Cardoso para Dilma Rousseff, enfim, esboçar uma reação – e, possivelmente, entender o que está se passando no país que existe além da calçada do Palácio do Planalto e das planilhas sobre evolução da base monetária. Resgatado temporariamente do esquecimento, FHC foi alçado ao patamar de boneco de ventríloquo para falar o que nem mesmo a mídia, em toda sua fúria conservadora, tinha tido coragem até então de por em palavras: Dilma seria vítima de uma “herança pesada” de Lula.
Isso vindo de um presidente que quebrou o país três vezes, submeteu a nação ao FMI, permitiu um apagão energético, foi reeleito graças à compra de votos no Congresso e deixou o cargo com a popularidade no rodapé.
Expor FHC ao ridículo e, ao mesmo tempo, incensá-lo com longos textos laudatórios faz parte de um paradoxo recorrente na imprensa brasileira, também descolada cada vez mais de um artigo de luxo: o jornalismo. A capa da Veja com Marcos Valério de Souza, vermelho como um pobre diabo, a acusar Lula é mais um movimento desesperado para interditar o ex-presidente, justamente quando ele trabalha para eleger candidatos do PT Brasil afora. O texto, baseado em frases atribuídas a Valério, ainda que viesse mesmo da boca do publicitário mineiro, é parte de mais um rito dessa polca golpista entoada por uma estrutura de comunicação viciada e moribunda.
O mais curioso, no entanto, é a revelação feita pela Folha de S.Paulo sobre os gastos oficiais de publicidade federal com essa mídia tão liberal e amante da livre iniciativa: as Organizações Globo ficam com um terço de todo o dinheiro do tesouro nacional disponível para propaganda; as dez maiores empresas do ramo, com 70%. Ou seja, são financiados para fazer panfletagem política de quinta categoria.
Sem essas tetas generosas do governo ao qual achincalham por encomenda, todas essas portentosas instituições da imprensa nacional e seus zelosos colunistas, estes, lacrimosos paladinos da liberdade da expressão e do livre mercado, iriam à bancarrota. Todas, sem exceção.
Na semana passada, Dilma cancelou de última hora a presença em um evento da revista Exame, a quinzenal de economia da Editora Abril, em São Paulo. Alegou “motivos familiares”, mas já havia sido avisada da patranha da Veja. Mandou o ministro Guido Mantega, da Fazenda, em seu lugar. No meio do evento, Mantega se levantou e foi embora. No mesmo dia, instigada pelos donos, a cachorrada hidrofóbica instalada no esgoto da blogosfera se autoflagelou, histérica.
Já é um começo.
Rodrigo Vianna: Dilma, a ilusão de um acordo com a mídia
http://www.rodrigovianna.com.br/
Paulo Moreira Leite: No STF, críticas e ironias dirigidas ao PT. Pode?
http://colunas.revistaepoca.globo.com/p ... o-pt-pode/
http://www.blogdacidadania.com.br/2012/ ... maginario/
Veja “decide” não divulgar áudio imaginário
Eduardo Guimarães
Nenhum ser que não se apóie em quatro patas e que não zurre em vez de falar é capaz de engolir a patranha articulada pela revista Veja em sua edição do último fim de semana. É preciso ser muito estúpido ou muito descarado e mal-intencionado para levar a sério premissa que a publicação atribui a um autor que a desmente.
Infelizmente, gente burra ou mal-intencionada não falta por aí. Todavia, é preciso apostar na capacidade da maioria de usar um mínimo de bom senso e de lógica para analisar a acusação de Veja a Lula – e é disso que se trata – de que o ex-presidente seria o verdadeiro autor dos crimes que estão sendo julgados no Supremo Tribunal Federal.
Pode-se apostar na capacidade da maioria de perceber que a publicação produziu uma farsa porque, para todos os efeitos, está evidenciado que ou Veja não está de posse de áudio algum contendo entrevista de Marcos Valério acusando Lula de ser o chefe do mensalão ou o áudio que eventualmente possa ter não contém tal afirmação.
Rememoremos o episódio.
Veja publica uma capa que dá ao leitor que vê a revista na banca de jornal a sensação de que irá ler uma entrevista-bomba de Marcos Valério em que este acusa o ex-presidente Lula de chefiar o esquema do mensalão. Lendo a matéria, porém, esse leitor descobrirá que a acusação não tem autor, sendo atribuída a “amigos, parentes e associados” do publicitário.
Em seguida, em questão de horas, no próprio sábado em que a revista chega às bancas, o advogado de Valério divulga nota pública em que desmente que seu cliente esteja acusando Lula e nega que tenha sequer dado entrevista àquela publicação, ainda que esta jamais tenha dito que o entrevistou.
A partir daí, o caso vai ficando cada vez mais estranho. O que poderia ser uma entrevista clara, gravada, que não deixasse dúvida alguma, transforma-se em um emaranhado de ditos e desditos no qual uma segunda versão passa a ser difundida com o beneplácito de Veja.
E quem é que entra em campo mesmo? Aquele jornalista que vai se tornando conhecido por difundir acusações graves e difíceis de acreditar sem jamais apresentar as provas que primeiro prometera: Ricardo Noblat, blogueiro e colunista de O Globo, lança, no domingo, a segunda versão da acusação de Veja a Lula.
—–
VEJA decide se divulga fita com a entrevista de Marcos Valério
por Ricardo Noblat
A direção da revista VEJA está reunida para decidir se divulga ainda hoje em seu site a gravação da entrevista feita com Marcos Valério, um dos operadores do mensalão, onde ele aponta Lula como o chefe do esquema responsável pela arrecadação de algo como R$ 350 milhões para a compra de apoios políticos e o pagamento de despesas de campanha.
Foi na semana passada, em Belo Horizonte, que a VEJA entrevistou Valério. E gravou a entrevista.
Marcelo Leonardo, o advogado de defesa de Valério no processo do mensalão, ficou sabendo depois e foi contra a publicação.
“Não é hora de dar entrevistas”, decretou ele. E com razão. Valério já foi condenado no Supremo Tribunal Federal por vários crimes. Pegará pena pesada. Mas ainda será julgado por outros.
A revista não concordou em jogar a entrevista no lixo. Ou em arquivá-la. Aí surgiu a ideia de se atribuir as declarações de Valério a amigos e parentes que as teriam ouvido diretamente dele. E reproduzido para a revista.
Na seção Carta ao Leitor, a revista afirma que não houve entrevista. Mas de Lula ao contínuo menos qualificado do PT, todo mundo sabe que Valério falou para a VEJA, sim.
É por isso que os petistas de quatro e cinco estrelas não caíram de pau na revista, muito menos em Valério. Sabiam que mais dia menos dia, Valério acabaria abrindo o bico.
Não querem provocá-lo a revelar mais do que já revelou. E muito menos agora – com um julgamento pela metade e uma eleição às portas.
O acerto de VEJA com Valério e o advogado passou também pela garantia dada pelos dois de que nada diriam que fosse capaz de pôr em dúvida o que a revista publicasse. Até porque eles leram com antecedência o que seria publicado – e aprovaram.
Ocorre que procurado por jornais, o advogado de Valério esqueceu o combinado.
Primeiro disse que Valério nem confirmava e nem desmentia o conteúdo da reportagem.
Depois avançou e disse que Valério não confirmava. Para ao cabo afirmar que ele desmentia.
Aí o caldo entornou – embora uma parcela da direção da VEJA ainda argumente que se deve honrar o compromisso assumido com Valério e o advogado de manter a fita em segredo.
—–
Como se vê, o colunista acha estranho que o advogado de Valério primeiro não confirmasse e só depois desmentisse Veja, mas não acha estranho que a revista minta ao público dizendo que obteve as informações de “amigos, parentes e associados” do publicitário quando, na verdade, teria obtido do próprio Valério.
Por que a Veja estava reunida em um domingo, então? Porque o desmentido de Valério, via seu advogado, é contundente. Afinal, jornalistas daquela publicação haviam espalhado que as palavras atribuídas a “amigos, parentes e associados” eram, em verdade, produto de entrevista daquele réu do julgamento do mensalão.
Eis que, na manhã de segunda-feira, surge, pela pena do mesmo blogueiro de O Globo, a terceira versão do caso. Noblat, relembro, é aquele jornalista que perdeu a chance imperdível de gravar em seu sofisticado celular insultos que alega terem sido proferidos contra si pelo ministro do STF José Antônio Dias Toffoli.
Abaixo, o blogueiro-colunista da família Marinho difunde nova versão dos fatos atribuindo ainda mais palavras e ações ao mesmo Valério que anda desmentindo toda essa gente sem ser contestado.
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A quarta cópia
por Ricardo Noblat
Dá-se a prudência como característica marcante dos mineiros.
Teria a ver, segundo os estudiosos, com a paisagem das cidadezinhas de horizonte limitado, os depósitos de ouro e de pedras preciosas explorados no passado até se esgotarem, e a cultura do segredo e da desconfiança daí decorrente.
Não foi a imprudência que afundou a vida de Marcos Valério. Foi Roberto Jefferson mesmo ao detonar o mensalão.
Uma vez convencido de que o futuro escapara definivamente ao seu controle, Valério cuidou de evitar que ele se tornasse trágico.
Pensou no risco de ser morto. Não foi morto outro arrecadador de recursos para o PT, o ex-prefeito Celso Daniel, de Santo André?
Pensou na situação de desamparo em que ficariam a mulher e dois filhos caso fosse obrigado a passar uma larga temporada na cadeia. E aí teve uma ideia.
Ainda no segundo semestre de 2005, quando Lula até então insistia com a lorota de que mensalão era Caixa 2, Valério contratou um experiente profissional de televisão para gravar um vídeo.
Poderia, ele mesmo, ter produzido um vídeo caseiro. De princípio, o que importava era o conteúdo. Mas não quis nada amador.
Os publicitários de primeira linha detestam improvisar. Valério pagou caro pelo vídeo do qual fez quatro cópias, e apenas quatro.
Guardou três em cofres de bancos. A quarta mandou para uma das estrelas do esquema do mensalão, réu do processo agora julgado pelo Supremo Tribunal Federal.
Renilda, a mulher dele, sabe o que fazer com as três cópias. Se Valério for encontrado morto em circunstâncias suspeitas ou se ele desaparecer sem dar notícias durante 24 horas, Renilda sacará dos bancos as três cópias do vídeo e as remeterá aos jornais O Estado de São Paulo, Folha de S. Paulo e O Globo. (Sorry, VEJA!)
O que Valério conta no vídeo seria capaz de derrubar o governo Lula se ele ainda existisse, atesta um amigo íntimo do dono da quarta cópia.
Na ausência de governo a ser deposto, o vídeo destruiria reputações aclamadas e jogaria uma tonelada de lama na imagem da Era Lula. Lama que petrifica rapidinho.
A fina astúcia de Valério está no fato de ele ter encaminhado uma cópia do vídeo para quem mais se interessaria por seu conteúdo. Assim ficou provado que não blefava.
Daí para frente, sempre que precisou de ajuda ou consolo, foi socorrido por um emissário do PT. Na edição mais recente da VEJA, Valério identifica o emissário: Paulo Okamotto.
Uma espécie de tesoureiro informal da família Lula da Silva, Okamotto é ligado ao ex-presidente há mais de 30 anos.
No fim de 2005, um senador do PT foi recebido por Lula em seu gabinete no Palácio do Planalto. Estivera com Valério antes. E Valério, endividado, queria dinheiro. Ameaçava espalhar o que sabia.
Lula observou em silêncio a paisagem recortada por uma das paredes envidraçadas do seu gabinete. Depois perguntou: “Você falou sobre isso com Okamotto?”
O senador respondeu que não. E Lula mais não disse e nem lhe foi perguntado. Acionado, Okamotto cumpriu com o seu dever. Pulou-se outra fogueira. Foram muitas as fogueiras.
Uma delas foi particularmente dramática.
Preso duas vezes, Valério sofreu certo tipo de violência física que o fez confidenciar a amigos que nunca, nunca mais voltará à prisão. Prefere a morte.
Valério acreditou que o prestígio de Lula seria suficiente para postergar ao máximo o julgamento do processo do mensalão, garantindo com isso a prescrição de alguns crimes denunciados pela Procuradoria Geral da República.
Uma eventual condenação dele seria mais do que plausível. Mas cadeia? E por muito tempo?
Impensável!
Pois bem: o impensável está se materializando. E Valério está no limiar do desespero.
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Valério desmente tudo, mas o fato é que, em um momento em que sofre condenação após condenação, é evidente que não irá abrir processo contra Veja. E mesmo que abrisse, seria só mais um dos muitos processos a que a revista responde sob acusação de inventar ou distorcer fatos em suas matérias.
Veja poderia abrir uma investigação contra Lula, se quisesse – ou se pudesse. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, admitiu que, se confirmadas as acusações de Valério, isso bastaria ao Ministério Público para abrir processo contra o ex-presidente. Todavia, matéria divulgada na segunda-feira pelo Portal Imprensa relata que a revista decidiu não divulgar o áudio imaginário.
Abaixo, a matéria.
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“Veja” decide não divulgar áudio de entrevista com Marcos Valério, diz jornalista
Portal Imprensa
Jéssica Oliveira
A matéria de capa da edição 2287 da Veja sobre as declarações de Marcos Valério acerca dos envolvidos no mensalão gerou duras críticas à publicação. Na sequência, ganhou repercussão nacional quando a revista primeiramente negou e depois garantiu ter falado diretamente com o réu para construir a reportagem.
Segundo o blog do jornalista Ricardo Noblat, a direção da revista Veja poderia divulgar em seu site a gravação da entrevista feita com Marcos Valério. Na entrevista, ele teria apontado o ex-presidente Lula como o chefe do esquema do mensalão.
De acordo com jornalista, o diretor da revista em São Paulo queria divulgar a gravação, enquanto uma parcela da direção da Veja argumentou que deveriam honrar o compromisso assumido de mantê-la em segredo.
No fim, prevaleceu a opinião do diretor da sucursal da revista em Brasília, um dos autores da entrevista, “que não viu no acanhado desmentido do advogado motivo suficiente para que se rompesse o acordo de manter a fita em segredo”, escreveu Noblat.
Acordo
Na seção Carta ao Leitor, a revista afirma que não houve entrevista. No entanto, Noblat afirmou que Veja entrevistou Valério e gravou tudo, mas quando o advogado de defesa do réu do processo do mensalão, Marcelo Leonardo, ficou sabendo, foi contra a publicação da reportagem.
Como a revista não aceitou arquivar a entrevista, para solucionar o impasse decidiu que as declarações de Valério seriam atribuídas a amigos e parentes, que as teriam ouvido diretamente dele.
O acerto de Veja com Valério e o advogado teve a garantia dos dois lados e que não colocariam em dúvida o que a revista publicasse, uma vez que os dois leram com antecedência o que seria publicado e aprovaram.
Mas, quando o advogado de Valério foi procurado pela imprensa, “esqueceu o combinado”, afirmou o jornalista. Primeiro disse que seu cliente nem confirmava e nem desmentia o conteúdo da reportagem. Depois afirmou que Valério não confirmava.
Procurada, para se pronunciar sobre o caso, a assessoria da Editora Abril disse que não vai se manifestar sobre o assunto, nem revelou se a revista divulgará o áudio da entrevista.
* Com supervisão de Vanessa Gonçalves
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Analisemos, pois, a situação. Se formos acreditar que Veja entrevistou Valério e que ele disse mesmo tudo que a revista e o blogueiro de O Globo relatam, por certo houve quebra de acordo, pois, do contrário, o publicitário não teria desmentido que acusou Lula ou que tem os tais vídeos que o prejudicariam.
Se Veja já quebrou algum eventual acordo com Valério, levando-o a desmentir qualquer relação com a revista, por que não acabar com as dúvidas estridentes que se levantaram sobre a veracidade de sua entrevista?
Tanto é prova que a reportagem de Veja foi recebida com ceticismo que seus editores e jornalistas se reuniram no domingo para considerar a possibilidade de divulgar o áudio imaginário e, oh que surpresa!, optaram pelo bom-mocismo de não romperem o suposto “acordo” com Valério, o qual já teria sido rompido, se tivesse existido.
A fragilidade da matéria só fez colocar mais uma mão de terra na cova da credibilidade da Veja. Segundo a repórter da revista Carta Capital Najla Passos, ela travou o seguinte diálogo com um ministro do STF sobre a matéria de Veja:
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Perguntado se havia visto a matéria da Veja, um ministro do STF respondeu, em off.
- Vi. Mas vi também que é uma matéria em super off, né?, ironizou.
Questionado sobre que repercussão a reportagem teria sobre o julgamento, disse:
- Até agora nenhuma, ninguém falou. O que é relevante para nós aqui é o que está nos autos, não o que está em jornal, revista.