Peter_North escreveu:Carnage escreveu:45% dos norte americanos acredita que a Terra tem menos de 10.000 anos de idade e acredita firmemente no criacionismo e que a teoria da evolução é "apenas uma teoria". Isso incluí o presidente anterior ao Obama.
87% dos jovens americanos entre 18 e 24 anos não sabe apontar o Iraque num mapa.
11% dos americanos não sabe apontar o próprio país num mapa.
E quais seriam essas estatísticas no Brasil? Piores, aposto. Estás querendo dizer que nosso sistema de ensino está melhor que o dos EUA? Sério mesmo?
Não estou querendo mostrar que os EEUU não é o paraíso utópico que você insiste em endeusar.
Peter_North escreveu:Lamento, mas isso de achar que a repressão de fronteira dá resultado é coisa de gente que tem certos interessem políticos,
Ué, você não leu as matérias? São as próprias autoridades americanas que afirmam isso.
Peter_North escreveu:Poxa, é um tratado de livre comércio com o pais mais rico do mundo. Não sei como é que deixamos passar a oportunidade.
Ah, claro, ia ser uma beleza...
Tricampeão escreveu:Antes do Nafta, os mexicanos não passavam fome, informa o jornal financiado pelo PT Washington Post:
http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/co ... 01896.html
O alvoroço está expondo a dependência deste país em tortillas em sua dieta - especialmente entre os pobres - e testando a perspicácia do novo presidente, Felipe Calderón. É também levantando questões sobre as poderosas empresas que dominam o mercado de milho mexicano que são suspeitos por parte de alguns legisladores e reguladores de especulação desleal e práticas de monopólio.
Tortilla preços triplicaram ou quadruplicaram em algumas partes do México desde o Verão passado.
A Tri, não vem não. As coisas no México estão uma maravilha. Isso aí é intriga deste jornal esquerdista!
Tricampeão escreveu:Nafta -> exportação de etanol para os Estados Unidos -> menos espaço para cultivo de alimentos -> aumento do preço da tortilla em 60% -> protestos -> repressão policial a mando dos Estados Unidos -> mais protestos -> fome -> mais protestos -> eleição presidencial roubada, como se faz nos Estados Unidos -> agribusiness -> camponeses começam a cultivar drogas, que têm mais valor comercial -> aumento do poder dos militares, com a desculpa de combater o narcotráfico, mas na verdade visando reprimir a oposição -> latifúndio -> aumento do poder político das forças consevadoras -> México atual.
Teorias de conspiração...
Assim como as defendidas aqui:
http://www.acessa.com/gramsci/?id=536&page=visualizar
Como é de praxe na América Latina, o ajuste estrutural se faz a partir de programas de estabilização que incluem desvalorização da moeda, liberação de preços e austeridade fiscal. Por outro lado, adotam-se práticas estruturais de redução do gasto público, eliminando subsídios e privatizando ou eliminando programas sociais e ativos públicos.
Para Lurdes Beneria (1992: 94), entre as estratégias principais que os setores sociais de baixa renda implementaram para enfrentar a crise, estavam: incorporação às atividades remuneradas de mulheres, crianças e idosos; mudanças radicais no orçamento doméstico; modificação dos hábitos de consumo e intensificação do trabalho doméstico. Em estudo que realizou para a Cidade do México, 70% das habitações compravam menos comida, roupa e sapatos do que antes das políticas de ajuste. Os gastos diários com transportes e refeições breves se reduziram ao mínimo. Aumentaram sensivelmente as atividades do setor informal; foram intensificadas as migrações para o Norte do país. Não obstante a queda no nível de bem-estar, a mortalidade infantil cai no México desde os anos 40, tendência esta que se acelerou a partir dos anos 80 e, particularmente, entre 1990-94, com programas para evitar a morte por diarréia.
Em 2004, dez anos após a crise, a economia mexicana passou a apresentar o seu pior desempenho, considerando os últimos 50 anos. Nos três primeiros anos do governo do presidente Vicente Fox, que em 2000 pôs fim a 71 anos de “reinado” do Partido Revolucionário Institucional, o crescimento do Produto Interno Bruto não passou de 1,9%, o que corresponde a 0,63% ao ano. Os resultados de suas políticas econômicas monetaristas fizeram aumentar o desemprego e o setor informal. O governo se debateu com casos de corrupção e, em termos políticos, sofreu com a ausência de maioria no Congresso.
(...)
A crise da moeda mexicana em 1994 coincidiu com o início do Nafta, e os resultados desta crise foram, segundos dados oficiais, uma desvalorização cambial de mais de 50%, uma queda do PIB em 6,2% em relação ao ano anterior e o aumento do desemprego urbano total de 3,6% em 1994 para 6,3% em 1995. Além disso, ocorreu um grande movimento de trabalhadores para o setor informal. Os salários reais caíram substantivamente e os empregos formais apresentaram queda acentuada.
Em termos de agricultura, o Nafta não impediu, muito ao contrário, a migração rural no México. Havia a esperança de que os investimentos realizados em frutas para exportação e vegetais de alto valor trariam mais emprego às zonas rurais, o que chegou a ocorrer apenas parcialmente, pois o emprego do setor agropecuário como um todo teve uma queda sistemática. O México ampliou suas importações de grãos dos EUA, sobretudo o milho, cultura tradicional que absorve mão-de-obra intensiva e tem baixa produtividade vis-à-vis os EUA.
O México registrou um déficit comercial líquido em produtos agrícolas com os EUA desde que o TLCAN entrou em vigor, à exceção de 1995, quando a enorme desvalorização do peso tornou a maioria dos produtos orçados em dólar muito caros para os mexicanos. Este déficit se traduziu em perdas de postos de trabalho na agricultura. Em 1993 o México empregava 8,1 milhões de mexicanos na agricultura. Em fins de 2002 este número já alcançava a casa dos 6,8 milhões, o que representou uma perda de 1,3 milhão de postos de trabalho. Hoje, grande parte das famílias rurais depende da remessa de familiares enviadas desde os EUA. Em 2002, estas chegaram a US$9,8 bilhões e, em 2003, a US$ 12 bilhões
Com relação ao emprego urbano, as crises de 1982 e de 1994 acentuaram a redução do trabalho assalariado, com aumento de postos no setor informal. As plantas das montadoras – ou maquilas – agregaram em torno de 800 mil postos de trabalho entre 1994 e 2001. Em 2003, já sofrendo nova crise, 250 mil postos foram perdidos. Atualmente (2004) as maquiadoras empregam 550 mil pessoas, produzindo praticamente para a exportação ao grande vizinho do Norte; em função disso, o México passou a ser o segundo exportador para os EUA, depois do Japão. O setor informal da economia representou, em 2004, 46% dos postos de trabalho no México, fenômeno de base estrutural que se espalha pela América Latina.
Os salários reais de hoje são inferiores aos que eram pagos anteriormente ao Tratado e se encontram abaixo do nível de 1980. Esta queda está associada em grande medida ao abandono pelo Estado de políticas sociais estruturadoras e às crises e desvalorizações bruscas, tanto em 1982 quanto em 1994. Este padrão atinge também os trabalhos mais qualificados, conforme Sandra Polaski, pois quer os trabalhadores com título universitário, quer aqueles com pós-graduação tiveram seus salários em 2000 com valores inferiores àqueles de 1993 [5]. Tudo isto apesar do aumento de produtividade do trabalho desde que o TLCAN entrou em vigor.
A entrada da China na Organização Mundial do Comércio veio aumentar a oferta de mão-de-obra barata em termos mundiais e a competição pela atração das indústrias maquiadoras, visto que as empresas transnacionais podem recorrer e fazer exigências adicionais, ampliando ainda mais o problema do emprego e dos baixos salários no México.
Todo este processo só poderia acarretar desigualdade de renda, que aumentou no México após o Nafta, pois, comparando com o período anterior, os 10% das famílias de mais alta renda ampliaram a sua fatia da renda nacional, ao passo que os 90% perderam participação ou não experimentaram nenhuma mudança. A desigualdade regional no interior do país acentuou-se, revertendo uma tendência de longa data no sentido da convergência das rendas regionais.
Quanto aos impactos ambientais acarretados após 1994, o estudo de Scott Vaughan analisa as alterações provocadas pelo incremento do valor do comércio agrícola entre o México e os EUA e seus efeitos em termos ambientais [6]. Por exemplo, as exportações de trigo dos EUA para o México aumentaram em 182% desde 1992, o que contribuiu por sua vez para reduzir em 80% a variedade do trigo produzido no México. Durante o último decênio foram registrados aumentos do nitrogênio e outros produtos agroquímicos nas águas subterrâneas da região de Sonora, bem como de outras regiões agrícolas comerciais.
As exportações de milho dos EUA para o México aumentaram em 240% desde 1992, o que pode trazer risco ambiental para as variedades tradicionais do milho mexicano. O milho transgênico foi introduzido na região de Oaxaca, entre outras, apesar da proibição imposta no México em 1998, já que o país conta com mais de 40 tipos de milho, que correm o risco ampliado de contaminação genética.
Também tem sido ampliada a importação de carne bovina e suína dos EUA para o México, quando a pecuária mexicana pode satisfazer a demanda doméstica. Ora, as vantagens norte-americanas na agricultura são muitas: a legislação protecionista (Bill Farm), a maior capacidade tecnológica, os índices superiores de produtividade, sem falar das taxas de juros, sem comparação com aquelas vigentes no México.
Do México para os EUA aumentaram substantivamente as exportações de vegetais e frutas frescas, como já vimos anteriormente, ampliando no país o consumo de nitrogênio e antipragas. O problema maior é que o México é um dos países mais afetados pela falta de água do hemisfério ocidental e a expansão da exportação de vegetais e frutas frescas é a principal causa antropogênica da falta de água. Segundo Vaughan, calcula-se que a exportação de tomates do México aos EUA representa uma transferência equivalente a 162 milhões de galões de água doce aos EUA a cada ano, desde 1993 [7]. Até o presente, não foi adotada nenhuma medida preventiva ambiental, entre aquelas incorporadas ao TLCAN ou mediante acordos paralelos para o meio ambiente.
Este é um fenômeno que na literatura econômica é conhecido como greenfield, ou seja, o México funciona para os EUA como uma região de baixo nível de sindicalização e de rarefeita legislação ambiental, ampliando o nível de acumulação das grandes transnacionais que se beneficiam do status quo.
Para concluir esta seção, fica evidente que o TLCAN acelerou e aprofundou significativamente as transformações estruturais no México, sem que o processo viesse a acarretar incorporação dos trabalhadores e melhores condições de vida e trabalho, reduzindo os salários e degradando o meio ambiente.
Correção/ México é prejudicado por Nafta
http://www.direito2.com.br/acam/2004/no ... -por-nafta
A trágica experiência do Nafta
http://www.espacoacademico.com.br/013/13cborges.htm
México e Canadá: o desastre do NAFTA
http://www.msia.org.br/ibero-am-rica-ib ... o/191.html
Realmente, o NAFTA foi uma beleza para o México. Tenho certeza que o Peter vai endossar esta minha afirmação.