Plantão Publicada em 07/08/2009 às 08h07m
Executivo condenado por corrupção é executado na China
Um ex-diretor da empresa estatal que controla 30 aeroportos chineses, incluindo o de Pequim, foi executado depois de ser condenado por corrupção, de acordo com a agência oficial chinesa Xinhua.
Li Peiying foi considerado culpado de receber subornos no valor de US$ 4 milhões (o equivalente a R$ 7 milhões) e de se apropriar indevidamente de outros US$ 12 milhões (R$ 22 milhões) ao longo de 14 anos.
A pena de morte é normalmente aplicada no país em casos de crimes de violentos, mas já foi usada várias vezes para punir corrupção no país.
Na quinta-feira, dois empresários também foram executados, condenados por enganarem investidores em uma fraude de US$ 120 milhões (R$ 219 milhões). A Suprema Corte chinesa disse que Du Yimin e Si Chaxian "prejudicaram seriamente a regulamentação financeira do país e sua estabilidade social".
Em outra investigação em andamento, o diretor da Empresa Nacional de Energia Nuclear, Kang Rixin, é acusado de desviar US$ 260 milhões (R$ 474 milhões) que deveriam ser investidos na construção de usinas e de investir o dinheiro no mercado financeiro, com altos prejuízos.
Ele também é acusado de receber suborno de uma empresa estrangeira que queria construir estações de energia nuclear na China.
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/ ... 150295.asp
Corrupção é coisa de político?
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E se os politicos corruptos no Brasil fossem executados?
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Vlad, você errou na hora de postar. Essa notícia aí não é sobre políticos, é sobre executivos. Manda o quote certo aí que eu corrijo pra você.
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Dois dos alvos da Polícia Federal nas investigações da Operação Vampiro, deflagrada anteontem para apurar o superfaturamento em compras do Ministério da Saúde, já se envolveram em escândalos na pasta no governo Collor. Jaisler Jabour de Alvarenga e Lourenço Rommel Peixoto estão entre os personagens do inquérito 93.2966-5, que apurou a atuação do chamado Esquema PC em licitações da Central de Medicamentos (Ceme). A morosidade da Justiça impediu, porém, que Lourenço Rommel fosse punido.
Doze anos depois de ter surgido o escândalo, um dos processos que envolvem o empresário ainda tramita na Justiça Federal. Em outro, ele foi condenado por sonegação fiscal, no ano passado, mas o crime já havia prescrito. Jabour não chegou a ser acusado na época porque os investigadores consideraram que o empresário tinha sofrido extorsão.
Ele aparece como um dos empresários que, na época, admitiram ter pago comissão ao Esquema PC em troca de "assessoria" para seus negócios junto ao governo federal. Já Lourenço foi incluído entre os indiciados por formação de quadrilha. Juntamente com ele outros integrantes do Esquema PC: Paulo César Farias, tesoureiro de campanha do ex-presidente Collor, morto em 1996, o piloto Jorge Bandeira, e Luiz Romero Farias, irmão de PC.
Operação Tarja Preta descobre esquema que desviou mais de 17 milhões no Rio
Da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Treze pessoas foram presas hoje (21) durante a Operação Tarja Preta, realizada pelo Ministério Público Estadual em Teresópolis, na região serrana do Rio. O esquema desviou cerca de R$ 17 milhões da prefeitura do município por meio da compra irregular de remédios. Entre os presos estão o secretário municipal de Saúde, Paulo José Pereira Camandaroba, e o ex-vereador Odemir Cardoso Moreira, o Quincas.
Segundo o Ministério Público, o desvio de verba pública ocorria desde 2005, quando a prefeitura de Teresópolis passou a comprar remédios sem realizar licitação. Os medicamentos eram sempre da rede de drogarias A Original, de propriedade do ex- vereador Quincas. De acordo com o MP, a verba destinada para essas compras foi de R$ 1,2 milhão.
Ainda segundo o Ministério Público, no ano de 2006, foram realizados pregões, sempre vencidos pela rede de Quincas. Na operação, ficou comprovado que em pelo menos uma das farmácias havia lotes de remédios roubados. Segundo investigação, esses produtos eram originários de Goiás.
Participaram da ação o Grupo de Apoio às Promotorias (GAP), a Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Delegacia Especializada em Repressão ao Crime Organizado. Na Operação Tarja Preta foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão. O material recolhido pelos agentes da CSI será analisado pelo Grupo de Apoio Técnico Especializado (GAPE), sob a supervisão dos promotores.
Os 13 detidos tiveram prisão temporária decretada pela Justiça por cinco dias, renováveis por mais cinco. De acordo com os promotores responsáveis pela ação, eles esperam descobrir nesse período mais irregularidades no setor da saúde e produzir mais provas.
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Só na Norte-Sul, obra do PAC, sobrepreço de R$ 500 milhões
domingo, 2 de agosto de 2009 | 5:39
No Globo:
A Controladoria Geral da União (CGU) assumirá esta semana sindicância interna instaurada na Valec Engenharia, responsável pelo acompanhamento das obras da Ferrovia Norte-Sul, para apurar denúncias de várias irregularidades, inclusive sobrepreço de quase R$ 500 milhões no orçamento da obra. Seriam R$ 595 mil a mais por cada quilômetro construído. Na sexta-feira, o ministro Jorge Hage enviou ofício ao presidente da empresa, José Francisco das Neves, informando-o da decisão. A sindicância interna foi aberta em dezembro do ano passado pela estatal, até agora sem resultados. É o que informa a reportagem do enviado especial ao Maranhão, Chico de Góis, publicada na edição do GLOBO deste domingo.
Inquérito da Polícia Federal, na Operação Boi Barrica, de outubro de 2008, acusa o diretor de Engenharia da estatal, Ulisses Assad, de integrar uma “organização criminosa”, da qual faria parte Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). De acordo com a PF, o grupo teria como objetivo superfaturar e direcionar obras na Valec, além de atuar no setor de energia.
Só em dois trechos da ferrovia, auditores do Tribunal de Contas da União (TCU) detectaram sobrepreço de R$ 466 milhões, cerca de R$ 595 mil por quilômetro. Por isso, em abril conselheiros do TCU referendaram uma decisão que já haviam tomado: a retenção de parte dos pagamentos às empreiteiras.
Planejada pelo então presidente da República, José Sarney, e citada no escândalo que atropela a família por conta de flagrantes de escutas realizadas pela PF, a Ferrovia Norte-Sul teve início em março de 1987 e até 2005 vinha se arrastando vagarosamente. Com o presidente Lula, ganhou impulso. Do traçado original de 1.550 km, entre Açailândia, no Maranhão, a Anápolis, em Goiás, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) aumentou sua extensão, no ano passado, em mais 1.526 km. Até agora, a obra já consumiu R$ 1,5 bilhão, e a estimativa é que sejam necessários mais R$ 3 bilhões para a conclusão.
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/ ... 0-milhoes/
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que preguiça de ficar lendo..............
Vlad_Vostok escreveu:Só na Norte-Sul, obra do PAC, sobrepreço de R$ 500 milhões
domingo, 2 de agosto de 2009 | 5:39
No Globo:
A Controladoria Geral da União (CGU) assumirá esta semana sindicância interna instaurada na Valec Engenharia, responsável pelo acompanhamento das obras da Ferrovia Norte-Sul, para apurar denúncias de várias irregularidades, inclusive sobrepreço de quase R$ 500 milhões no orçamento da obra. Seriam R$ 595 mil a mais por cada quilômetro construído. Na sexta-feira, o ministro Jorge Hage enviou ofício ao presidente da empresa, José Francisco das Neves, informando-o da decisão. A sindicância interna foi aberta em dezembro do ano passado pela estatal, até agora sem resultados. É o que informa a reportagem do enviado especial ao Maranhão, Chico de Góis, publicada na edição do GLOBO deste domingo.
Inquérito da Polícia Federal, na Operação Boi Barrica, de outubro de 2008, acusa o diretor de Engenharia da estatal, Ulisses Assad, de integrar uma “organização criminosa”, da qual faria parte Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). De acordo com a PF, o grupo teria como objetivo superfaturar e direcionar obras na Valec, além de atuar no setor de energia.
Só em dois trechos da ferrovia, auditores do Tribunal de Contas da União (TCU) detectaram sobrepreço de R$ 466 milhões, cerca de R$ 595 mil por quilômetro. Por isso, em abril conselheiros do TCU referendaram uma decisão que já haviam tomado: a retenção de parte dos pagamentos às empreiteiras.
Planejada pelo então presidente da República, José Sarney, e citada no escândalo que atropela a família por conta de flagrantes de escutas realizadas pela PF, a Ferrovia Norte-Sul teve início em março de 1987 e até 2005 vinha se arrastando vagarosamente. Com o presidente Lula, ganhou impulso. Do traçado original de 1.550 km, entre Açailândia, no Maranhão, a Anápolis, em Goiás, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) aumentou sua extensão, no ano passado, em mais 1.526 km. Até agora, a obra já consumiu R$ 1,5 bilhão, e a estimativa é que sejam necessários mais R$ 3 bilhões para a conclusão.
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Projeto anti-corrupção de ONG de Maringá (PR) ganha prêmio internacional:
http://jc.uol.com.br/canal/cotidiano/in ... 205476.php
http://humbertocapellari.wordpress.com/ ... s-gianoto/
Site da ONG premiada:
http://www.sermaringa.org.br
Tricampeão - Links that matter.
http://jc.uol.com.br/canal/cotidiano/in ... 205476.php
O escândalo a que se refere o artigo foi protagonizado pelo então prefeito Jairo Morais Gianoto (PSDB).Projeto brasileiro ganha 5ª edição de prêmio da Cepal
Publicado em 14.11.2009, às 03h07
Mona Lisa Dourado
Enviada especial
Cidade de Guatemala - Um escândalo de repercussão nacional provocado pelo desvio de R$ 100 milhões do orçamento municipal em 2000 foi o estopim para que a sociedade civil de Maringá, no Paraná, se organizasse para cobrar transparência do poder público. Da indignação, surgiu, em 2003, a organização não governamental Sociedade Eticamente Responsável (Ser), destinada a sensibilizar a população da cidade para a importância do pagamento de impostos e conhecimento sobre a destinação dos recursos. Com o intuito de passar do discurso à ação efetiva, foi criado em 2006 o Observatório Social de Maringá, que acompanha de perto as licitações para contratação de serviços da prefeitura. É esse o trabalho que recebeu nesta sexta-feira (13) reconhecimento internacional, com o primeiro lugar no 5º Concurso Experiências em Inovação Social, promovido pela Comissão Econômica da ONU para América Latina e Caribe (Cepal) na capital guatemalteca.
O projeto sagrou-se campeão entre outras 12 iniciativas inovadoras de todo o continente. "Essa é uma iniciativa que se mantém com baixo investimento, porque conta com trabalho voluntário, é eficiente, tem alto impacto social e pode ser replicável facilmente em qualquer outro lugar”, disse a presidente do Comitê de Jurados, Nohra Rey de Marulanda, durante a cerimônia de premiação.
A justificativa sintetiza os critérios do programa que elegeu o Observatório Social de Maringá como o mais inovador do ciclo 2009. Os números contribuem para justificar a eleição. Além de Maringá, atualmente, o observatório já funciona em mais 41 cidades, de nove Estados, entre os quais Pernambuco. Representantes de Caruaru, no Agreste, já cumpriram a primeira etapa de treinamento e devem iniciar as atividades no início do próximo ano.
“Agora, com o premio, acredito que teremos mais visibilidade para dar continuidade a um trabalho que busca incentivar a cidadania fiscal e despertar a consciência coletiva para a importância social do tributo”, destacou um dos coordenadores do projeto Fernando Oterio. Para ele, os impostos não são devidamente valorizados no Brasil. “Mas deveriam, porque sao fundamentais para o desenvolvimento e consistem em dinheiro público. Por isso, é preciso que cada cidadão saiba em que ele está sendo aplicado”, opina.
De acordo com Otério, a metodologia do projeto é relativamente simples. Na primeira fase, ocorre a análise do edital de licitação, para detectar falhas e deixá-lo o mais transparente possível, de modo que qualquer empresa possa participar. “Quanto mais concorrentes, maior a possibilidade de que o preço seja reduzido”, explica Otério.
Num segundo momento, é analisado o valor cobrado pelo produto ou serviço e se é compatível com os preços de mercado. “Temos um banco de dados em que esas informações são compartilhadas por todos os integrantes da rede, para evitar superfaturamento”, detalha.
O momento final é de acompanhamento da execução do serviço. “Nessa fase, verificamos se a nota de empenho está correta, o controle de estoque e a qualidade do que é entregue ao municipio.”
Os resultados são animadores. Para se ter uma ideia, antes da atuação do observatório, uma escova de dente chegou a ser comprada pela Prefeitura de Maringá por US$ 2,53, valor que baixou para US$ 0,18 (93%), depois da fiscalização da entidade. Da mesma forma, o gasto com uniforme escolar foi reduzido de US$ 1,1 milhão para US$ 534 mil, uma economia de US$ 566 mil. “Isso equivale a 36 casas populares, 734 computadores e 14.400 cestas básicas”, exemplifica Otério.
Os recursos que “sobram”, ou melhor, que não se esvaem com a corrupção, são aplicados no que realmente importa. Em Maringá, de 2006 para cá, houve aumento de 25% nos investimentos em educação e de 10% em saúde, enquanto os gastos com pessoal caíram 7% e o custeio, 4%. “Também tivemos 90% das escolas reformadas, ampliação de algumas para período integral, criação da Guarda Municipal e de academias de ginástica públicas, além da contratação de mais guardas de trânsito”, enumera o coordenador.
Aos interesados, ele avisa que qualquer cidade pode adotar a iniciativa, desde que haja uma ONG responsável e que os gestores da entidade não tenham vínculos político-partidários. A cada três meses, o Observatório Social de Maringá oferece capacitação de dois dias para repassar a metodologia.
Otério lembra que o acesso aos editais e às contas públicas é garantido pelas leis de Licitações e de Responsabilidade Fiscal, além da Constituição. Nos municipios em que os gestores se opõem a fornecer as informações, o direito é assegurado através de mandados de segurança. Tudo para que a transparência seja a palavra de ordem na gestão pública.
PRÊMIO - Duas outras iniciativas brasileiras recebram menção honrosa na edição 2009 do 5º Concurso Experiências em Inovação Social. Um foi o programa de Convivência com a realidade semi-árida, que beneficia famílias da área rural da Paraíba com soluçoes de manejo da água e de segurança alimentar, além de estimular a criação de fundos solidários de financiamento. O outro é o projeto Anjo da Guarda, de Goiânia, cujo objetivo é incentivar a adoção de crianças maiores de cinco anos que vivem em abrigos, através da estratégia de apadrinhamento afetivo.
Os demais vencedores foram: Avós Contam Contos (Argentina - quinto lugar); Do Lixo à Reabilitação: uma Esperança Integradora (Chile – quarto lugar); Atenção em Saúde Integral para a População Indígena Altamente Móvil (Costa Rica – terceiro lugar) e Projeto Binacional de Investimento de Remessas para Processar Alimentos Típicos (México – segundo lugar).
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“Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente,
e pela mesma razão.”
Eça de Queiroz
e pela mesma razão.”
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Quando tive aula de filosofia durante o curso de Publicidade, o professor passou um texto muito interessante, cujo autor nao me recordo. O nome era "A questao da problematica da fundamentacao da moral" e basicamente questionava se as pessoas deixavam de fazer algo por antever uma punicao ou pq realmente acreditavam que aquilo fosse errado. E no final o autor passava uma regrinha interessante, quando vc for fazer algo, pense no que aconteceria se a maioria tambem fizesse aquilo.
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http://observatorio.ultimosegundo.ig.co ... =565IMQ001
JÁ, RESISTÊNCIA E AGONIA
O jornal que ousou contar a verdade
Por Luiz Cláudio Cunha em 24/11/2009
A maior fraude com dinheiro público da história do Rio Grande do Sul carrega nos ombros o sobrenome ilustre de Germano Rigotto. O irmão do ex-governador gaúcho, Lindomar, brilha como o principal implicado entre as 22 pessoas e 11 empresas denunciadas pelo Ministério Público e arroladas na CPI da Assembléia gaúcha que investigou há 14 anos uma milionária falcatrua na construção de 11 subestações da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE). Foi uma tungada, em valores corrigidos, de aproximadamente 800 milhões de reais – quase 15 vezes o valor do mensalão do governo Lula, três vezes o valor dos desvios atribuídos ao clã Maluf em São Paulo, cerca de 20 vezes o valor apurado no escândalo do Detran que expôs a governadora gaúcha Yeda Crusius a um pedido de impeachment.
Esta história foi contada em detalhes, em 2001, por um pequeno jornal de Porto Alegre, com tiragem de apenas cinco mil exemplares numa capital com quase 1,5 milhão de habitantes – e está recontada, a partir desta semana, numa edição extra do JÁ que chega às bancas e no seu site.
O JÁ é um bravo mensário que sobrevive há 24 anos pela teimosa resistência de seu editor, Elmar Bones da Costa, nascido há 65 anos em Santana do Livramento, cidade gaúcha no limite com o Uruguai, de onde ele trouxe a rebeldia indomável do fronteiriço. Ao longo de 40 anos de carreira, Bones construiu com talento uma sólida e reconhecida biografia na imprensa nacional que passa pelas redações de Veja, Gazeta Mercantil, Jornal do Brasil, O Estado de S.Paulo, IstoÉ e Folha da Manhã.
Seu troféu mais lustroso, porém, é o CooJornal, um mensário editado pela extinta Cooperativa dos Jornalistas de Porto Alegre (1976-1983) nos duros anos de chumbo da ditadura. Era um jornal de reflexão sobre a imprensa e seus profissionais, que abria espaço para a memória e a história recente do país, contada por intelectuais de peso e cores que não tinham lugar na imprensa tradicional. Em 1980, ainda em plena ditadura, Bones publicou um documento sigiloso do Exército em que os generais faziam uma dura autocrítica à atuação de suas tropas na repressão às guerrilhas do Vale da Ribeira e do Araguaia. Os militares não gostaram e ele, junto com três colegas do CooJornal, foi condenado a 18 meses de prisão. Gramou 15 dias de cadeia e foi libertado com sursis.
Duas mortes
A mesma intolerância dos generais da ditadura recrudesceu, depois, com os Rigotto da democracia. A família sentiu-se ultrajada pela primeira página da edição 287 de maio de 2001 do JÁ, que anunciava: "O Caso Rigotto – Um golpe de US$ 65 milhões e duas mortes não esclarecidas". Três meses depois, a matriarca da família, Julieta Vargas Rigotto, mãe de Lindomar e de Germano, entrou na Justiça com duas ações. Uma pelo Código Penal contra o jornalista que assina a reportagem, Elmar Bones, acusado de calúnia e difamação. Outra pela Lei de Imprensa contra a editora do JÁ, pedindo indenização por dano moral.
Nos dois anos seguintes, Bones ganhou todas as ações contra ele, em todas as instâncias, e o processo foi arquivado. Mas, em dezembro de 2003, a Vara Cível do Tribunal de Justiça condenou o JÁ ao pagamento de uma indenização que hoje alcança 54 mil reais, penhorando seus bens para cumprir a decisão. Desde agosto de 2009 um perito da Justiça vasculha mensalmente as conta do jornal para bloquear 20% de sua receita bruta. Assim, estranhamente, uma mesma reportagem gerou na Justiça duas sentenças díspares, contraditórias: uma absolvendo por unanimidade, outra condenando.
O pequeno mensário, que já teve 22 jornalistas e uma dezena de estagiários e colaboradores na Redação de uma ampla casa alugada no bairro do Bonfim, hoje está reduzido a Bones e sua companheira, Patrícia Marini, também jornalista, uma estagiária, uma secretária, dois computadores, um telefone e uma dezena de contas atrasadas, acuados em duas salas pequenas do antigo prédio na avenida Borges de Medeiros, no centro da cidade, onde funciona a Associação Riograndense de Imprensa (ARI), que até hoje não se manifestou sobre o caso Rigotto vs. JÁ. Assim, a ação de 54 mil reais de uma veneranda mãe que se diz injuriada está asfixiando, aos poucos, um destemido jornal nanico que ousou contar a verdade sobre uma quadrilha, identificada pela CPI e pelo Ministério Público, que roubou 800 milhões de reais do povo gaúcho. Dona Julieta Rigotto, aos 88 anos de vida, está matando um jornal alternativo que ainda não atingiu seus tenros 25 anos de existência. E tudo disso com o aval da Justiça.
A pequena editora de Bones, além das 396 edições do JÁ, publica uma revista mensal e quatro guias de bairro e ostenta 35 títulos de livros publicados. Ganhou oito prêmios ARI, o mais importante do Rio Grande do Sul, e em 2004, superando os grandes jornais e revistas do centro do país, faturou a categoria principal do maior prêmio do jornalismo brasileiro, o Esso, com "A tragédia de Felipe Klein" – um texto dramático, arrebatador do repórter Renan Antunes de Oliveira sobre a vida e morte de um jovem e atormentado suicida de Porto Alegre.
A reportagem de quatro páginas de 2001 que tanto incomodou os Rigotto é outra vencedora: conquistou o prêmio daquele ano da hoje silente ARI e o valioso Prêmio Esso Regional, carimbo de sua qualidade e relevância jornalística. A cirúrgica manchete do jornal – "O Caso Rigotto – Um golpe de US$ 65 milhões e duas mortes não esclarecidas" – expressava a mais pura verdade. O golpe era aquele destrinchado na CPI da CEEE.
Alta voltagem
A primeira morte era de uma garota de programa, Andréa Viviane Catarina, 24 anos, conhecida nas boates da capital como "Amanda". No fim da tarde de 29 de setembro de 1998, ela despencou, nua, do 14º andar do Solar Meridien, um prédio na rua Duque de Caxias, no centro de Porto Alegre, a duas quadras do palácio que Germano Rigotto ocuparia cinco anos mais tarde.
O dono do apartamento de onde caiu Andréa era o irmão do futuro governador, Lindomar Rigotto, que estava em casa na hora do incidente. À polícia ele contou que a garota tinha bebido uísque e ingerido cocaína. Os exames de laboratório não encontraram vestígios de álcool ou droga no sangue da jovem. A autópsia indicou que a vítima apresentava três lesões – duas nas costas, uma no rosto – sem ligação com a queda, indicando que ela estava ferida antes de cair. Três meses depois, Rigotto foi denunciado à Justiça por homicídio culposo e omissão de socorro. No relatório, o delegado Cláudio Barbedo cita o depoimento de uma testemunha descrevendo o réu como "usuário e traficante de cocaína".
A segunda morte, 142 dias depois, era a do próprio Lindomar Rigotto. Então dono da boate Ibiza, na praia de Atlântida, a casa mais badalada do litoral gaúcho, ele fechava o balanço do último baile do Carnaval de 1999, que animou sete mil foliões até o amanhecer daquela Quarta-Feira de Cinzas, 17 de fevereiro. Cinco homens armados irromperam ali, no momento em que Rigotto e seu gerente contavam a renda. Os ladrões botaram o dinheiro numa sacola e fugiram, cantando pneu. Rigotto saiu em perseguição no seu Gol branco e levou um tiro acima do olho. Morreu a caminho do hospital, aos 47 anos. A bala fatal acabou arquivando o processo pela morte da garota, mas reavivou o mistério em torno da fraude milionária da CEEE.
Afundada em dívidas de quase 1,8 bilhão de dólares, a estatal gaúcha de energia encontrava dificuldades para conseguir os 142 milhões de dólares necessários para as subestações que iriam gerar 500 mil quilowatts para 51 pequenas e médias cidades do Rio Grande. O então governador Pedro Simon, preocupado com a situação pré-falimentar da empresa, tinha ordenado austeridade total. Até que, em março de 1987, criou-se o cargo de "assistente da diretoria financeira" para acomodar Lindomar Rigotto. "Era um pleito político da base do PMDB em Caxias do Sul", confessou na CPI o secretário de Minas e Energia da época, Alcides Saldanha. O líder do governo Simon na Assembléia e chefe da base serrana era o deputado caxiense Germano Rigotto.
Treze pessoas ouvidas pela CPI apontaram Lindomar como "o verdadeiro gerente das negociações" com os dois consórcios, agilizando em apenas oito dias a burocracia que se arrastava havia meses. Os contratos nº 1.000 e nº 1.001 foram assinados em dezembro numa solenidade festiva no Palácio Piratini pelo governador e pelo secretário. Logo após a assinatura, pagamentos foram antecipados, contrariando as normas explícitas baixadas por Simon para vigiar de perto as contas da estatal.
Eram documentos de alta voltagem financeira de uma estatal quase falida. Tanto que a CEEE teve que recorrer três meses depois a um empréstimo de 50 milhões de dólares do Banco do Brasil, dinheiro captado por sua agência no paraíso fiscal de Nassau, nas ilhas Bahamas. Apesar da importância em dinheiro, o presidente da estatal, Osvaldo Baumgarten, e o secretário de Minas e Energia confessaram candidamente na CPI que não leram a papelada que assinaram. "Eu não tinha condições de ler todos os contratos firmados pela CEEE", defendeu-se Alcides Saldanha, mais tarde ministro dos Transportes do governo Fernando Henrique Cardoso.
Uma investigação da área técnica da CEEE percebeu que havia problemas na papelada – documentos adulterados, folhas numeradas a lápis, licitação sem laudo técnico provando a necessidade da obra. Em fins de 1989, Rigotto decidiu sair para cuidar da "iniciativa privada", dividindo o controle com o irmão Julius do Ibiza Club, uma rede de quatro casas noturnas no Rio Grande e Santa Catarina. A sindicância interna na CEEE recomendou a revisão dos contratos, mas nada foi feito.
Conluio e papelão
A recomendação chegou ao governo seguinte, o de Alceu Collares (PDT) e à sucessora de Saldanha na secretaria de Minas e Energia, chamada Dilma Rousseff. Ela ficou eletrificada com o que leu: "Eu nunca tinha visto nada igual", diria Dilma, pouco depois de botar o dedo na tomada e pedir uma nova investigação. Ela não falou mais no assunto porque, em nome da santa governabilidade, o PDT de Collares precisava dos votos do PMDB de Rigotto para aprovar seus pleitos na Assembléia. Mesmo assim, antes de deixar a secretaria, em dezembro de 1994, Dilma Rousseff teve o cuidado de encaminhar o resultado da sindicância para a Contadoria e Auditoria Geral do Estado (CAGE), que passou a rastrear as fagulhas da CEEE com auditores do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e do Ministério Público.
O tamanho apurado da fraude tinha níveis de tensão diferentes em reais ou dólares, mas dava o mesmo choque: 65 milhões de dólares segundo a CAGE, ou 78,9 milhões de reais de acordo com o Ministério Público.
O deputado Vieira da Cunha, hoje líder da bancada do PDT na Câmara Federal, propôs em 1995 a CPI que jogaria mais luzes sobre a fraude na CEEE. Vinte e cinco auditores quebraram sigilos bancários, fiscais e patrimoniais dos envolvidos. Em 13 depoimentos, Lindomar Rigotto foi apontado como a figura central do esquema, acusação reforçada pelo chefe dele na CEEE, o diretor-financeiro Silvino Marcon. A CPI constatou que os vencedores, gerenciados por Rigotto, apresentaram propostas "em combinação e, talvez, até ao mesmo tempo e pelas mesmas pessoas". Os dois consórcios apresentaram propostas para dois subconjuntos, B1 e B2.
O JÁ de Elmar Bones lembrou:
"Apurados os vencedores, constatou-se que o consórcio Sulino venceu todas as subestações do grupo B2 e nenhuma do B1. Em compensação, o Conesul venceu todas as obras do B1 e nenhum do B2. A diferença entre as propostas dos dois consórcios é de apenas 1,4%".
A CPI foi ainda mais chocante:
"É forçoso concluir pela existência de conluio entre as empresas interessadas que, se organizando através de consórcios, acertaram a divisão das obras entre si, fraudando dessa forma a licitação".
A quebra de sigilo bancário de Rigotto revelou em sua conta um crédito de 1,170 milhão de reais, de fonte não esclarecida. O diretor Silvino Marcon justificou à CPI os 156 mil reais encontrados em sua conta particular como sendo "sobras da campanha de 1986".
O relatório final da CPI caiu nas mãos de outro caxiense, que não poupou ninguém, apesar do parentesco. O petista Pepe Vargas, que foi prefeito de Caxias e hoje é deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores, é primo de Lindomar e Germano Vargas Rigotto. "De tudo o que se apurou, tem-se como comprovada a prática de corrupção passiva e enriquecimento ilícito de Lindomar Vargas Rigotto", escreveu o primo Pepe no relatório final.
Pela primeira vez, entre as 139 CPIs criadas no estado do Rio Grande do Sul desde 1947, eram apontados os corruptos e os corruptores. Além de Lindomar Rigotto e outras 12 pessoas, a Assembléia Legislativa gaúcha aprovou o indiciamento pela CPI de 11 empresas, sem poupar nomes poderosos como os da Alstom, Camargo Corrêa, Brown Boveri, Coemsa, Sultepa e Lorenzetti. As 260 caixas de papelão da CPI foram remetidas no final de 1996 ao Ministério Público, transformando-se no processo n° 011960058232 da 2ª Vara Cível da Fazenda Pública em Porto Alegre. Os autos somam 30 volumes e 80 anexos e envolvem 41 réus – 12 empresas e 29 pessoas físicas. E tudo isso corre em segredo de Justiça.
Coisa de mãe
Essa história incrível, contada sem peias pelo jornal nanico de Elmar Bones, parece também um segredo de imprensa. Nenhum dos grandes veículos de comunicação do Rio Grande do Sul recontou o caso, o mais vultoso entre os 200 processos abertos pelo Ministério Público nos últimos 15 anos. Menos atenção ainda provocaram as duras reações judiciais da família Rigotto, que podem matar o único jornal que se atreveu a jogar luz sobre a milionária treva financeira que se abateu sobre a CEEE.
O ex-governador Germano Rigotto costuma apregoar aos amigos suas boas relações com os dois maiores grupos de mídia do Rio Grande – a Caldas Júnior (jornal Correio do Povo, rádio Guaíba e Rede Record) e a RBS (jornal Zero Hora, rádio Gaúcha e rede RBS, retransmissora da Globo). Isso não impediu, porém, que a brava Julieta Vargas Rigotto processasse a TV-COM, o canal comunitário da RBS, por ter classificado a morte do filho Lindomar na praia como "queima de arquivo". Ela ganhou na Justiça, em 2003, o direito de receber 150 salários mínimos, com juros, pela ofensa que remetia o fim violento do filho à morte da garota e aos curtos-circuitos contábeis da CEEE.
Quando perguntado diretamente sobre o absurdo dessa situação, o ex-governador Germano Rigotto refugia-se na saia materna: "Não tenho nada a ver com isso. É coisa da minha mãe", manda dizer o irmão do réu central da maior fraude da história gaúcha, escapulindo da responsabilidade de um caso de marcantes implicações políticas, não filiais.
Diante da primeira ação de dona Julieta na Justiça, o promotor Ubaldo Alexandre Licks Flores rebateu o pedido de processo, em novembro de 2002:
"[não houve] qualquer intenção de ofensa à honra do falecido Lindomar Rigotto. Por outro lado é indiscutível que os três temas [a CEEE e as duas mortes] estavam e ainda estão impregnados de interesse público".
Duas semanas depois, a juíza Isabel de Borba Luca, da 9ª Vara Criminal de Porto Alegre, deu a sentença que absolvia Bones:
"(...) analisando os três tópicos da reportagem conclui-se pela inexistência de dolo (...) em nenhum momento tem por intenção ofender (...) não se afastou da linha narrativa (...) teve por finalidade o interesse público".
Em agosto do ano seguinte, por unanimidade dos sete votos, os desembargadores do Tribunal de Justiça negaram o recurso da bravíssima dona Julieta. E o caso foi encerrado na área criminal.
Andou e prosperou, porém, na área cível. Em dezembro de 2003, o relatório do desembargador Luiz Ary Vessini de Lima transbordava emoção:
"Não há como afastar a responsabilidade da ré pelas matérias veiculadas, que atingiram negativamente a memória do falecido, o que certamente causou tristeza, angústia e sofrimento à mãe do mesmo (...)".
E assim acabou condenado o JÁ e seu editor, que recorda ao Observatório da Imprensa a falta de simetria do processo atual e da cadeia que levou pela publicação de documentos da repressão antiguerrilha.
Fala Elmar Bones:
"A sentença que nos condenou, agora, é uma piada. O processo de 1980 era um absurdo só explicável num regime ditatorial. Os ditos `documentos sigilosos´ eram relatórios de campo sobre ações do Exército no combate à guerrilha, narrando fatos ocorridos já havia mais de dez anos e que só tinham importância porque, na época em que se deram, a censura não permitiu que fossem noticiados. Essa ação de agora é mais absurdo ainda porque estamos em pleno regime democrático e a Justiça não conseguiu apontar nenhum erro ou inverdade na reportagem sobre o assassinato de Lindomar Rigotto. Nosso objetivo com ela era mostrar que Lindomar, assassinado em circunstâncias duvidosas, era o principal implicado em dois outros crimes não esclarecidos – a morte de uma prostituta e o desfalque na CEEE, o maior já ocorrido no Sul e que está encoberto pelo segredo de Justiça. Há 14 anos foram apontados os corruptores e os corruptos e até agora ninguém foi punido. Só o JÁ está pagando o pato."
Voltar ou morrer
Na terça-feira (24/11) em que se divulga a edição nº 565 deste Observatório completam-se 116 dias de censura sobre o jornal O Estado de S.Paulo, impedido por decisão de um juiz amigo e camarada do senador José Sarney de publicar os dados oficiais da "Operação Boi Barrica", da Polícia Federal, que investigou seu filho, o empresário Fernando Sarney, flagrado em grampos telefônicos e conversas que induzem ao tráfico de influência no setor público. "Não tenho nada a ver com isso. É coisa do meu filho", diz o presidente do Senado Federal.
Na mesma terça-feira completam-se 112 dias que um perito da Justiça devassa, lá dentro da Redação, as contas do jornal JÁ para garantir a indenização de dona Julieta Rigotto, que se diz caluniada pela mera repetição de detalhes escabrosos na gestão do dinheiro público de uma estatal gaúcha, sob responsabilidade de seu finado filho, Lindomar, revelados numa CPI e acolhidos pelo Ministério Público. "Não tenho nada a ver com isso. É coisa da minha mãe", diz o ex-governador Germano Rigotto, virtual candidato do PMDB ao Senado em 2010.
Assim, sujeitos ocultos de ações legais de mães e filhos que ferem a liberdade de expressão e afrontam a verdade, o ex-governador Rigotto e o senador Sarney imaginam furtar-se de suas responsabilidades políticas e éticas. No caso do Estadão, rijo e forte aos 134 anos de vida, não se teme por sua saúde e sobrevivência, já que tem os meios para derrubar, cedo ou tarde, a restrição absurda que se abate sobre ele. Quanto ao JÁ, jornal nanico de Porto Alegre, o caso inspira cuidados e graves temores sobre suas reais chances de sobrevida. O único alento, até agora, é o fato de que o recurso do JÁ ao Supremo Tribunal Federal caiu nas mãos do implacável ministro Joaquim Barbosa, um juiz que dá esperança e fôlego até aos moribundos desenganados pela ciência e pela lei dos homens.
Elmar Bones revela seu desalento no título do editorial ("Voltaremos. Ou não?") da edição extra do JÁ que desembarca esta semana nas bancas com a foto de um mascarado de terno e gravata e uma manchete acabrunhante na primeira página: "O RIO GRANDE CORRUPTO. Escândalos sucessivos abalam o mito do `Estado mais politizado do Brasil´".
Bones adverte no editorial de tom sombrio:
"Pela primeira vez em quase 25 anos, não podemos garantir aos leitores que o jornal JÁ voltará a circular. (...) Um pequeno jornal condenado por `dano moral´ numa ação movida pela família de um político influente, ex-governador do Estado, num mercado em que as maiores agências de publicidade têm contas do governo. (...) Quanto perdemos no mercado publicitário? (...) Voltaremos! Ou não?"
Ninguém sabe ainda responder. Se o JÁ não voltar, não será mais um jornal a morrer, diante do silêncio inexplicável de alguns, da omissão de muitos, da complacência de todos nós. A morte iminente de um jornal como o JÁ – somado ao desalento de um jornalista como Elmar Bones – é um fundo golpe nas convicções de todos que acreditam nos fundamentos da democracia, da justiça, da verdade e de uma imprensa livre. A limpa folha corrida do jornal de Porto Alegre e a digna biografia de resistência de seu editor não merecem ser comparados com o prontuário de alguns dos homens públicos que hoje nos representam, julgam e governam.
Em qualquer país sério do mundo, o clamor da sociedade se levantaria já, agora, imediatamente, em defesa de um pequeno jornal, punido apenas por ser correto, preciso, exemplar e corajoso. A inacreditável saga de resistência de Elmar Bones, que precisa fazer agora na democracia o que antes fazia na ditadura, mostra que perdemos algo intangível, irremediável neste rito de passagem. Perdemos a vergonha na cara.
Precisamos decidir se morreremos juntos com o JÁ. Ou se voltaremos com ele. Agora. Já.
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Inacreditável esse José Roberto Arruda...na cara dura diz que era dinheiro para "panetones para pessoas necessitadas". Se isso fosse no Japão, o condenado já tinha se suicidado até.
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Rá, esses 800 milhões são só a pontinha do iceberg. vocês não fazem idéia do nível absurdamente gigante de corrupção que impera na CEEE. É uma típica estatal.Carnage escreveu:http://observatorio.ultimosegundo.ig.co ... =565IMQ001
a CPI da Assembléia gaúcha que investigou há 14 anos uma milionária falcatrua na construção de 11 subestações da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE). Foi uma tungada, em valores corrigidos, de aproximadamente 800 milhões de reais
Normal. A Dilma e o PT fecham os olhos para qualquer corrupção que envolve o seu partido ou seus aliados.Carnage escreveu:http://observatorio.ultimosegundo.ig.co ... =565IMQ001
Conluio e papelão
A recomendação chegou ao governo seguinte, o de Alceu Collares (PDT) e à sucessora de Saldanha na secretaria de Minas e Energia, chamada Dilma Rousseff. Ela ficou eletrificada com o que leu: "Eu nunca tinha visto nada igual", diria Dilma, pouco depois de botar o dedo na tomada e pedir uma nova investigação. Ela não falou mais no assunto porque, em nome da santa governabilidade, o PDT de Collares precisava dos votos do PMDB de Rigotto para aprovar seus pleitos na Assembléia
Já li esse jornal, é uma bosta, como todos os outros jornais. Que se vá mesmo.Carnage escreveu:http://observatorio.ultimosegundo.ig.co ... =565IMQ001
Em qualquer país sério do mundo, o clamor da sociedade se levantaria já, agora, imediatamente, em defesa de um pequeno jornal, punido apenas por ser correto, preciso, exemplar e corajoso. A inacreditável saga de resistência de Elmar Bones, que precisa fazer agora na democracia o que antes fazia na ditadura, mostra que perdemos algo intangível, irremediável neste rito de passagem. Perdemos a vergonha na cara.
Precisamos decidir se morreremos juntos com o JÁ. Ou se voltaremos com ele. Agora. Já.
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Ele deve ter matado a fome da população inteira da cidade com tanto panetone que deve ter distribuído.Fortein escreveu:Inacreditável esse José Roberto Arruda...na cara dura diz que era dinheiro para "panetones para pessoas necessitadas". Se isso fosse no Japão, o condenado já tinha se suicidado até.
Foi também de cortar o coração o depoimento do outro que colocou a grana na meia por zelo pela própria segurança. Ele tem razão, tem muito ladrão por aí.
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Eu sempre fui favorável a alternância de Poder...Sempre Alerta escreveu:“Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente,
e pela mesma razão.”
Eça de Queiroz
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Já os tucanos não, pois queriam uma "hegemonia de 20 anos" no governo federal.
Aí veio o Lula e quebrou as pernas deles
Mas inda sustentam uma de 16 anos no governo do Estado de São Paulo, e querem pelo menos mais 8...
Tudo bem o PSDB não alimentar os seus desejos de alternância de poder?
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