Um caso de "desonestidade intelectual"
Atualizado e Publicado em 23 de outubro de 2008 às 11:04
Segue um exemplo do que pode ser considerado desonestidade intelectual:
O sítio do Estadão publica, em primeira página (quadro Últimas notícias), a manchete "Déficit da Previdência cresce 82%, com adiantamento do 13º".
Quando lemos a matéria, descobrimos que o enorme crescimento resultada da comparação do mês de setembro (benefícios mais 13º) com o mês anterior (apenas benefícios).
A ressalva vem no subtítulo da matéria: "No acumulado do ano, porém, saldo negativo do INSS (...) é 16,4% menor que em 2007".
Será que, no próximo mês, o Estadão fará uma matéria de destaque para a vertiginosa queda das despesas previdenciárias, comparando outubro (só benefícios) com setembro?
Murilo Costa
Salvador/BA
A imprensa e grande mídia no Brasil
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OBS: Informação baseada nos relatos dos usuários do fórum. Não há garantia nenhuma que as informações sejam corretas ou verdadeiras.
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http://www.viomundo.com.br/voce-escreve ... telectual/
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EDUARDO GUIMARÃES: MÍDIA QUER PARECER "JUÍZA", MAS É "ATRIZ"
Atualizado em 23 de outubro de 2008 às 15:23 | Publicado em 23 de outubro de 2008 às 15:19
Eu hoje dei entrevista a duas estudantes de Jornalismo. Expliquei didaticamente minha opinião de que algumas empresas de mídia do Brasil -- Organizações Globo, Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e Editora Abril -- estão engajadas em um projeto político e econômico que se reúne em torno do governador paulista, José Serra.
Expliquei que tudo o que estiver no caminho desse projeto foi, é e será atropelado: de Geraldo Alckmin a Paulo Maluf, de Ciro Gomes a Dilma Rousseff.
Demonstrei a elas que não existem "crises", nem "apagões", nem "caos" em São Paulo. Só existem "crises", "apagões" e "caos" federais. O acidente da TAM, em Congonhas, fez parte do "caos aéreo", mas o confronto entre polícias não fez parte do "caos na segurança pública".
Falei também sobre a hipocrisia. Os filhos ou supostos filhos do Pelé, do Maluf, do Renan Calheiros e do presidente Lula fora do casamento são notícia; o filho de FHC com a jornalista da Globo não é; o nepotismo de qualquer político é notícia, mas o de Gilberto Kassab, que criou um cargo para o "amigo" na Prefeitura de São Paulo, não é.
Pedi às duas estudantes, de classe média alta, que passassem a ler os jornais, assistir TV e ouvir rádio com esse "filtro" que logo elas se dariam conta da omissão, manipulação e distorção de informações praticada pelos grupos acima citados.
Sempre achei que o governo Lula deveria fazer disso uma questão política. Não só ele, mas todos os prejudicados, de todos os partidos, já que a mídia que ataca o governo Lula pode ser aquela que atacará qualquer outro, de qualquer outro partido, amanhã.
E aí fui ler o Cidadania.com, do Eduardo Guimarães. Coincidentemente, ele escreveu sobre a campanha paulistana:
"Enquanto isso, o PT preferiu apelar para a principal arma da direita (difamação) em São Paulo, por exemplo, em vez de levantar um debate que esvaziaria o poder da mídia de se apresentar como juíza da partida, ou seja, dizer claramente à sociedade que a mídia é atriz no processo político. Que é jogadora, não juíza.
Se fizesse isso, o grupo de Lula anularia um importante ativo da direita. Bastaria ter usado o horário eleitoral em São Paulo para carimbar nas costas da mídia a pecha de partidária da direita no Brasil. Isso se espalharia como fogo, levantaria a militância.
Mas como fazer se Lula chega a ir prestigiar eventos da Veja? Como fazer se Marta Suplicy dá de bandeja a seus adversários a oportunidade de inverter os papéis de vítima e feitor do preconceito?
Lula continua acreditando que poderá ser aceito pela elite algum dia. E subestima o poder da mídia de fazer a crise internacional entrar mais no Brasil do que deveria, através daquele tipo de profecia auto-realizável na qual infunde-se desânimo e medo nos agentes econômicos, estes se paralisam e aos próprios negócios e, assim, vai se criando, artificialmente, uma situação recessiva que acaba por provocar quebradeira e desemprego...
Onde está o presidente Lula, que, até agora, não falou nem uma vez à nação, em cadeia nacional de rádio e tevê, sobre a crise no mundo rico? Por que ele deixa a mídia difundir esse pânico como quer?
Assim fica difícil, meus amigos. Não adianta eu exortar vocês para irmos às ruas protestar – e sem que se dê qualquer repercussão ao nosso esforço – enquanto o grupo de Lula contemporiza com a direita e dá à mídia o privilégio de poder se apresentar como juíza do processo político."
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Onde estão as provas fisícas da revista VEJA sobre os grampos ao presidente do Supremo?
silêncio.
Ou ela só ouviu da boca de algum araponga?
silêncio.
Quem mente sobre o caso Eloá? A rede Record que mostrou um vídeo em que se ouve o estampido ANTES da explosão e invasão da polícia ou a Globo que enviou seu material ao Ricardo Molina e no qual não há indícios de tiro ANTES da invasão?
silêncio.
Em específico no caso da Eloá a mídia não comenta a atuação da mídia. O comandante da operação não conseguiu falar com o sequestrador por algumas vezes por que ele estava dando entrevistas a Rede TV, Record e Globo.
silêncio.
Os especialistas (que a Globo gosta tanto de usar) foram unânimes em afirmar que a mídia atrapalhou sim as negociações.
silêncio.
A mídia não fala da mídia. A mídia silencia a midia sobre a mídia.
É fato que a imprensa de São Paulo se mobiliza para detonar Aécio Neves e quem mais estiver na frente de José Serra em sua jornada rumo ao Palácio dos Despachos (verdadeiro nome do Palácio da Alvorada).
Alckimim concordou com a curra que levou de seu partido e se transformou em fantoche quando declarou seu apoio a Kassab, dizendo que o verdadeiro inimigo era o PT.
E assim será com Aécio, com Dilma, com Ciro...
silêncio.
Ou ela só ouviu da boca de algum araponga?
silêncio.
Quem mente sobre o caso Eloá? A rede Record que mostrou um vídeo em que se ouve o estampido ANTES da explosão e invasão da polícia ou a Globo que enviou seu material ao Ricardo Molina e no qual não há indícios de tiro ANTES da invasão?
silêncio.
Em específico no caso da Eloá a mídia não comenta a atuação da mídia. O comandante da operação não conseguiu falar com o sequestrador por algumas vezes por que ele estava dando entrevistas a Rede TV, Record e Globo.
silêncio.
Os especialistas (que a Globo gosta tanto de usar) foram unânimes em afirmar que a mídia atrapalhou sim as negociações.
silêncio.
A mídia não fala da mídia. A mídia silencia a midia sobre a mídia.
É fato que a imprensa de São Paulo se mobiliza para detonar Aécio Neves e quem mais estiver na frente de José Serra em sua jornada rumo ao Palácio dos Despachos (verdadeiro nome do Palácio da Alvorada).
Alckimim concordou com a curra que levou de seu partido e se transformou em fantoche quando declarou seu apoio a Kassab, dizendo que o verdadeiro inimigo era o PT.
E assim será com Aécio, com Dilma, com Ciro...
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As microondas estão danificando o cérebro de Míriam Leitão
By CRISTÓVÃO FEIL/PPDOB 24/10/2008 At 07:18
O que atrapalha a cabeça da Míriam Leitão não é o microondas, e sim a peruca.
Jornalista de mercado diz que "o governo está cedendo à sua compulsão estatizante de sempre"!
Está muito hilária a coluna de Míriam Leitão (foto), de ontem. Ela diz que "o governo deu um tiro no pé hoje com a Medida Provisória que permite aos bancos públicos comprarem bancos". Bom, se Leitão diz que foi "tiro no pé", desde já fico sereno. A jornalista, das Organizações Globo e "de mercado", é porta-voz privilegiada do que há de mais financista e predatório no Brasil. Tudo que ela diz e escreve deve ser lido com o sinal trocado.
Mais adiante, Leitão afirma que essa "compulsão estatizante de sempre" do governo Lula resultou no aumento do risco Brasil que foi a 650 pontos, os juros futuros explodiram e a Bovespa teve circuit breaker. E segue o "terrorismo" de Leitão: ?rumores circularam de que existem fundos e bancos com problemas?. Esse alerta, certamente é um "furo" na concorrência. Notável.
Vejam a desonestidade intelectual (e moral) desta senhora: ela corta o fio condutor dos fatos, isolando-os da realidade internacional, e daí para a frente passa a examinar a conjuntura solteira e singular, a partir do evento que denomina "compulsão estatizante de sempre". Imaginem, 650 pontos no risco Brasil. Imaginem, explosão de juros. Imaginem, circuit breaker. Imaginem, (e agora conta um segredo de polichinelo) "rumores circularam de que existem fundos e bancos com problemas".
Leitão nacionalizou, abrasileirou, lulalizou a crise estrutural do capitalismo, edição 2008.
A hecatombe financeira internacional não conta? Quem produziu a crise e seus efeitos foi o governo Lula, com a sua "compulsão estatizante de sempre"? Aliás, que "compulsão" é essa, Leitão? Lula nunca estatizou um banco de jardim, que fosse. Ao contrário, dá provas continuadas de que não se mete em política bancária, tendo emitido carta branquíssima ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, para fazer o que bem entendesse, inclusive manter os juros básicos mais elevados do mundo, mesmo depois da eclosão da crise e mesmo face à tendência internacional dos BCs de diminuirem juros para aumentar a liquidez e o consumo. Sem falar no estímulo do BC à especulação perigosissíma com moedas futuras, que está quebrando mais de 200 empresas, inclusive a Sadia e as papeleiras guascas. É o reconhecimento desta irresponsabilidade mesmo que está na raiz do motivo da Medida Provisória que permite ao BB e CEF comprarem bancos privados. Lula deu uma de Gordon Brown (dizem que aí tem o dedo de Rousseff): se o mercado não é responsável por seus atos, o Estado o será.
Leitão, finalmente, tem que parar de acreditar nestas agências de classificação, as mesmas que apontam 650 pontos no chamado risco Brasil. Se essas agências fossem idôneas e confiáveis teriam antecipado a tempo o "risco capitalismo mundial". Mas agora estão completamente desmoralizadas, e levam de roldão para a rua da amargura e do opróbrio as jornalistas "de mercado".
Leitão, que passa o dia no celular recebendo pitacos furados de operadores temerários e investidores suspeitos, deve cuidar com a exposição prolongada às microondas do telefone móvel. Houve caso em que o usuário de risco "como ela" teve o cérebro cozinhado pelo celular.
Coisas da vida
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http://www.projetobr.com.br/web/blog?entryId=9617
28/10/08 10:28
O jornalismo de pegadinha
O subjornalismo tem diversas vertentes.
Há um tipo de jornalismo de intriga. Tome-se uma entrevista de alguém, selecione-se uma frase que possa passar a impressão de estar criticando outra pessoa, e dê destaque. Depois, repercuta com a pessoa supostamente criticada.
Há o jornalismo futebolista, que transforma qualquer evento, por mais insignificante que seja, em peleja, com um vencedor e um derrotado.
Ultimamente floresceu o jornalismo dicionário, preocupadíssimo em levantar erros de português em declarações de autoridades.
E há o jornalismo de “pegadinha”. Consiste em pegar uma entrevista de uma pessoa, separar uma palavra específica do contexto, dar-lhe a interpretação indevida. E, depois, tratar os esclarecimentos como se fossem “recuo” ou “desmentido”.
É o caso típico dessa discussão bizantina em torno da “ajuda” do BNDES às empresas que perderam com o subprime brasileiro.
O presidente do BNDES Luciano Coutinho disse que o banco estaria atento a esses problemas – especialmente de empresas com repercussão sobre cadeias produtivas.
Em nenhum momento falou em “ajuda”, em “operação hospital”, em “subsídios”. Pelo contrário: falou em capitalização das empresas pelo valor de mercado (isto é, depreciado). Significa adquirir ações – na baixa, se de empresas em dificuldades – para garantir o retorno ao banco quando a empresa se recuperar.
Falou mais. Que o banco aproveitaria essas capitalizações para induzir as empresas a saltos de governança corporativa e modernização de gestão.
Não adiantou. Uma ação não paternalista foi dividida em dois blocos opostos, ambos dando mote a críticas. O primeiro bloco foi o mote da “operação hospital”, ignorando-se que seria através de compra de ações depreciadas. O segundo bloco foi o da “estatização”, ignorando-se que compra de ações desmentia a tese da "operação hospital".
Aí vem o Ministro da Fazenda Guido Mantega reiterar que o governo não vai “ajudar” especuladores. Coutinho esclarece, mais uma vez, que o BNDES não é hospital e que as operações, se ocorrerem, seguirão estritamente procedimentos de mercado.
Agora, as manchetes falam em “desmentido”, “recuo”e coisas do gênero.
Esse tipo de jornalismo de “pegadinha” já cansou.
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O VELHO "ESTADÃO" VIROU "ESTADINHO"?
LEITORA RECLAMA DE MACHISMO NO JORNAL!
terça-feira, 28 de outubro de 2008 às 21:00
A leitora Fernanda Estima escreve-me indignada. Conta-me que leu no site do "Estadão" - pouco antes da eleição de domingo- uma enquete "engraçadinha". Engraçadinha, mas ordinária. Veja, e julgue você mesmo, leitor:
"Quais reivindicações femininas você faria ao Prefeito(a) eleito(a) no domingo?
Se todos os problemas estruturais da Cidade já estivessem resolvidos (Educação, Saúde, Transporte, Segurança ...) que reivindicações femininas você faria?
* Banheiros públicos femininos cheirosos e com secador de cabelo
* Vai e vem para o shopping, sobretudo na época das compras de Natal
* Programa "mãe paulistana em forma". Junto com o enxoval vem a "bolsa malhação"
* Kit maquiagem em casa, distribuído no dia de seu aniversário
* Vale-chapinha para usar em emergências, como os compromissos de última hora
* Bilhete múltiplo aceito em todas nas clínicas de estética
* Manicures poupa-tempo em pontos estratégicos: dentro do ônibus, na fila do banco"
Quando li a mensagem da leitora, confesso que cheguei a duvidar que o "Estadão" tivesse publicado algo do tipo.
Pedi que a Fernanda me enviasse o link da tal "enquete". E não é que ela existe mesmo!!
Está aqui: http://www.estadao.com.br/pages/enquete ... nquete=320
Será que foi publicada "sem-querer"? Será que foi um erro? Ou tratar-se-ia (usando a linguagem dos editoriais da família Mesquita) de miragem eletrônica?
Será que alguém, usando o nome do "Estadão", quis fazer uma "brincadeirinha" pré-eleitoral?
Será que o jornal (ou site do jornal) já se desculpou pela enquete machista, e de péssimo gosto (sem falar que foi publicada perto da eleição em que uma das concorrentes em São Paulo era mulher)?
O "Estadão" é um jornal conservador. Todo mundo sabe. Defendeu o golpe de 64 (e depois ficou contra o golpe, porque viu que o regime se estenderia mais do que o imaginado). Isso também todos sabemos.
O jornal publica há décadas editoriais destrambelhados (alguns, até, incompreensíveis para simples mortais; parecem escritos por Camilo Castelo Banco), e nos últimos anos deixou que a posição editorial contaminasse de forma descarada o conteúdo jornalístico de suas páginas seculares. Tudo isso é sabido. Ninguém lê o "Estadão" enganado.
Mas, essa enquete ultrapassa qualquer limite de civilidade.
Transforma o "Estadão" em "estadinho".
Deixemos que a leitora Fernanda Estima conclua:
"Estou empenhada em encher a caixa de mensagens desta gente com minha indignação. Num país onde as mulheres seguem sendo mortas por seus supostos amores, é um desserviço, um retrocesso, um atraso para a vida das mulheres.
Reclamações podem ser encaminhadas para editor@estadao.com.br e para A responsável lucia.camargo@grupoestado.com.br
Saudações feministas"
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CBN DEMITE ÂNCORA INDEPENDENTE:
OPERAÇÃO 2010 JÁ COMEÇOU?
terça-feira, 28 de outubro de 2008 às 14:00
O jornalista Sidney Rezende foi demitido da rádio CBN, que pertence às Organizações (?) Globo.
Não conheço Sidney Rezende pessoalmente. Mas, ele era tido por colegas e ouvintes como um jornalista que exercia sua independência, apesar de a CBN também estar sob os tentáculos de Ratzinger - o agente das sombras do jornalismo global, o homem que articula a candidatura Serra.
Os leitores e ouvintes mais atentos percebem, na demissão de Siney, preparativos para a cobertura (?) das eleições 2010. A moto-serra dos tucanos vai passar sobre várias cabeças no jornalismo global.
Na CBN, conheço um outro âncora (não darei nome porque ele me pediu sigilo) que teve a cabeça pedida pelo governador paulista. Serra não gostou de entrevista feita pelo âncora com um economista, questionando a forma como a Prefeitura de São Paulo (que tinha estado sob comando serrista) investia suas sobras de caixa. Esse outr âncra conseguiu preservar a cabeça sobre o pescoço. E segue fazendo bom jornalismo. Até quando?
A operação desencadeada agora (aliás, a demissão de Luiz Carlos Braga, veterano jornalista da Globo em Brasília teria algo a ver com isso?), lembra muito a "operação 2006".
Há dois anos, às vésperas da eleição presidencial, a Globo livrou-se do comentarista Franklin Martins (ele conta os bastidores completos, numa bela entrevista à revista "Caros Amigos" - procure o texto no site da revista) porque este não fechava com a linha oficial da emissora de "sentar a pancada" em Lula, e dar aquela "mãozinha" pros tucanos. Depois, foram limados também jornalistas que se indispuseram com a emissora, durante a cobertura da eleição (entre eles, inclui-se o responsável por este quase-blog, além de Luiz Carlos Azenha, Carlos Dornelles e o editor de política Marco Aurélio Mello).
Sobre a saída de Sidney Rezende, veja o que diz o leitor Stanley Burburinho, em comentário postado no blog do próprio Sidney:
"As Organizações Globo estão demitindo todos os jornalistas moderados, isentos. Será um tiro no pé se a Lucia Hippolito assumir o lugar do Sidney. Primeiro porque ela é de São Paulo, agora mora no Rio e sempre morou na zona sul e não conhece o subúrbio, zona norte, oeste, etc. ao contrário do Sidney que morou em Bangú. Segundo porque todos sabem que as opiniões dela não são isentas, sempre com viés partidário tucano. Sempre pequei pesado com o Sidney, mas com respeito por saber da imparcialidade dele e ele sempre me respondeu educadamente. No dia do debate entre o Gabeira e o Paes, percebi que havia alguma coisa estranha no ar. A D. Hippolito ficava o tempo todo de cabeça baixa, não encarava o Sidney e não gostou nada do Gabeira desconhecer por completo a Multi-Rio. Com as demissões do Sidney e da Roxane Ré, outra moderada, está parecendo que a Mariza Tavares, apesar de ser acionista da CBN, trabalha para a concorrência. Graças a Deus que as Organizações Globo estão em franca derrocada depois que resolveu escancarar de que lado estão no espectro ideológico. Sidney, não esquente. Afinal, você é/foi professor da PUC-Rio e os seus três patrões, sempre tiveram condições para estudar, mas nenhum deles têm curso superior. Nunca fizeram nada na vida. Sou chato, mas justo."
Stanley Burburinho
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http://observatorio.ultimosegundo.ig.co ... =521CIR001
Escola Base – capítulo 2
Por Carlos Brickmann
Um dos episódios mais escandalosos do país, nos quesitos "abuso da liberdade de imprensa" e "colaboração espúria entre autoridades e jornalistas", começa a ser desmontado: é o caso Colina do Sol, em que quatro nudistas, dois brasileiros e dois americanos foram presos em Taquara, no Rio Grande do Sul, acusados de abuso de crianças, pornografia infantil e tráfico internacional de menores.
Os dois americanos, Frederick (64 anos) e Barbara (73 anos) acabam de ser libertados por ordem da Justiça, depois de um ano de prisão. Nenhuma das acusações se sustentou – nem a de que tinham criado uma complexa estrutura de auxílio à população só para abusar sexualmente de algumas crianças. As crianças negam o abuso, os pais negam o abuso, mas não adianta: três pais que se negaram a representar contra os acusados foram denunciados à Justiça por conivência.
Aconteceu tudo aquilo que a gente já conhece: entrevistas constantes de autoridades, cada dia com novas promessas de "fatos contundentes", cada dia com novas acusações (uma delas: três adolescentes foram sido entrevistados por uma psiquiatra, que teria confirmado o abuso). Só que isso não estava no laudo.
Ao que tudo indica, houve ali uma guerra entre vizinhos e a polícia interveio em favor de um dos lados. E tome mentiras: por exemplo, a de que havia imagens nos computadores de atos sexuais com bebês. Nos três laudos do Instituto de Criminalística do Rio Grande do Sul, não há qualquer menção a isso.
Lembremo-nos da Escola Base: com fundamento em declarações de autoridades ávidas por holofotes, houve vidas duramente prejudicadas, houve o fechamento de uma escola que ia bem, houve crianças estigmatizadas. No caso de Taquara, tudo indica que a história se repete – e com uma agravante, os envolvidos são nudistas. Como se naturismo fosse crime. Como se naturista fosse tarado.
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http://observatorio.ultimosegundo.ig.co ... =521JDB004
LEITORES & LEITURAS
O presidente, os livros e os jornalões
Por Venício A. de Lima em 20/1/2009
As declarações do presidente Lula de que não lê os jornalões, em entrevista à revista piauí (nº 28, janeiro de 2009) – aliás, publicada apenas parcialmente [ver versão da revista aqui e a íntegra, aqui] – tiveram ampla repercussão negativa na grande mídia.
Por outro lado, passou quase despercebida a sanção da Lei nº. 11.889 que institui o Dia Nacional da Leitura e a Semana Nacional da Leitura e da Literatura. O texto foi publicado no Diário Oficial da União em 9 de janeiro. O Dia Nacional da Leitura será comemorado em 12 de outubro e a Semana Nacional da Leitura e da Literatura será aquela em que recair o Dia Nacional da Leitura – e os dois serão celebrados em todo o território nacional [o texto completo da lei está aqui].
Leitura e escolaridade
O projeto original (PLS nº 539/2007) é de autoria do senador Cristóvam Buarque (PDT-DF) que, na sua justificativa explica:
"O dia 12 de outubro é conhecido nacionalmente como ‘Dia da Criança’, fato que contribui significativamente para a seleção dessa data. Assim, além de marcar a festividade já consagrada, o dia 12 de outubro abrigará, também, o ‘Dia Nacional da Leitura’, com a intenção de enfatizar, junto à sociedade brasileira, a importância do cultivo do amor aos livros, desde a infância. As principais e mais sólidas pesquisas relativas ao letramento e à aferição da qualidade do ensino demonstram que o interesse pelas obras literárias e pela leitura está intimamente relacionado ao desempenho escolar infantil, além de contribuir, de forma decisiva, para a construção de um cabedal intelectual e emocional, de natureza permanente."
O parecer do senador Marco Maciel (DEM-PE), por outro lado, relator da matéria na Comissão de Educação do Senado Federal, chama a atenção para o fato de...
"...os especialistas em leitura são unânimes em apontar que, comparativamente, os brasileiros lêem menos do que os povos de países em situação semelhante à do Brasil: a média anual é de apenas 1,5 livros por pessoa, índice bem abaixo da média mundial, que é de dez livros."
E conclui:
"Bem sabemos que as novas mídias e tecnologias de informação e transmissão de dados são muito efetivas para compartilhar obras técnicas, científicas e artísticas. Entretanto, o valor da leitura precisa continuar a ser alimentado, pois é nesse meio tradicional – o livro – que está conservado o conhecimento mais significativo bem como as obras de arte mais representativas de nossa civilização. Assim, uma celebração em torno da leitura assume caráter cultural, educativo e científico de suma importância."
Ambiência informativa
Infelizmente, ao contrário de outros países, as circunstâncias históricas de nossa sociedade fizeram com que a mídia impressa sempre tivesse circulação restrita e excludente. Isso não é novidade. O fato, no entanto, não impediu que essa mesma mídia tivesse ampla influência na vida política do país. Afinal, boa parte dela, tinha como "fontes, protagonistas e leitores" membros das oligarquias políticas, detentoras de variadas formas, diretas e indiretas, de controle social de enormes contingentes da população.
Essa situação, no entanto, vem mudando consistentemente nos últimos anos. Há um enorme avanço na escolaridade da população e, mais importante, um crescimento avassalador de formas alternativas de produção e distribuição de informação, em especial, na internet.
É nesse contexto que deve ser compreendida a irada reação de colunistas dos jornalões em relação às declarações do presidente da República. Muitos ainda não se ajustaram à realidade de que não são mais os únicos e nem os mais importantes "formadores de opinião" no país.
Ao sancionar a Lei nº. 11.889, o presidente – independente de seus próprios hábitos – incentiva a leitura de livros e, por extensão, também de jornais. Só que a leitura de jornais e/ou livros ocorre hoje em ambiência informativa onde a importância relativa dos jornais não é mais aquela de 30 anos atrás. O mundo mudou e o Brasil, também.
Boa companhia
Quanto à leitura de jornais, há uma frase de Thomas Jefferson (1743-1826) que, ao contrário de outras, nunca se tornou célebre e não é encontrada em citações na grande mídia. Em 1807, quando ocupava a presidência dos Estados Unidos e em resposta a consulta que lhe fez o então jovem John Norvell (1789-1850) – que se tornaria jornalista e senador pelo estado de Michigan – ele afirmou:
"O homem que não lê jornais está mais bem informado que aquele que os lê, porquanto o que nada sabe está mais próximo da verdade que aquele cujo espírito está repleto de falsidade e erros."
Como se vê, o presidente Lula pode alegar que está em muito boa companhia.
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MÍDIA & POLÍTICA
A imprensa adora uma cirurgia plástica
Por Ligia Martins de Almeida em 20/1/2009
O antes e depois da ministra Dilma Rousseff foi o grande destaque da semana em todos os jornais, revistas e noticiários de TV [ver "As legendas, onde as legendas?"]. Todo mundo ficou sabendo que a ministra fez cirurgia plástica, trocou os óculos por lente de contato, mudou o corte e a cor do cabelo e perdeu 10 quilos.
A enxurrada de notícias continuou no fim de semana com uma longa matéria em Veja, um artigo na página 2 (reservada a articulistas sérios) do Estado de S.Paulo e uma matéria de página inteira no caderno "Aliás" (do mesmo jornal), mostrando ao público quem é o médico responsável pelo novo visual da ministra.
Fica evidente que o sonho dos pauteiros seria fazer um reality show mostrando a cirurgia passo a passo. Mas, já que não deu, procuram o máximo de detalhes possíveis –o tipo de procedimento, o preço da cirurgia etc., etc. Nessa avalanche de matérias sobre a cirurgia da ministra-candidata, faltou um detalhe: procurar fotos de Dilma quando jovem e mostrar se o resultado da cirurgia foi eficiente. Seria interessante descobrir se Dilma está com o rosto que tinha aos 20, 30 anos, ou se é apenas mais uma mulher que trocou as marcas naturais do tempo por um rosto esticado e pouco expressivo.
A "dieta da Dilma"
Faltou também ouvir os eleitores e saber se o fato de a candidata ter uma aparência jovem faz diferença na hora de votar. Talvez a imprensa deva se perguntar se o eleitor acredita nos marqueteiros que convencem os candidatos que uma roupa bem cortada, um bom corte de cabelo e lentes de contato em vez de óculos são mais importantes do que conteúdo e carisma. Fosse assim, Marta Suplicy – com suas rejuvenescedoras aplicações de botox – seria uma candidata imbatível.
Fosse assim, Hillary Clinton teria que passar por uma reforma geral antes de ir ao Congresso ou antes de assumir seu posto no governo de Barack Obama. Na mesma semana em que fotos da Dilma eram o grande assunto dos jornais, nas páginas internacionais aparecia uma Hillary Clinton com o rosto marcado pelo tempo assumindo um dos cargos mais importantes do mundo.
Se o objetivo da ministra é ganhar votos, teremos que esperar dois anos para saber se funcionou. Mas, se o objetivo era apenas ganhar espaço na mídia, a cirurgia foi um tiro certeiro. Porque se há uma coisa que deixa os jornais excitados é saber que uma celebridade – seja artista, político, empresário – mudou o visual e pagou caro por isso.
Não vai demorar muito para os jornais e revistas especializadas divulgarem "a dieta da Dilma", que resultou em 10 quilos a menos num período de tempo tão curto. Ah, sim, falta contar também a marca das lentes de contato, o nome do cabeleireiro e, é claro, a marca e a cor da tintura usada para deixar o cabelo da ministra tão jovial.
Vaidade natural?
Esses detalhes certamente ficarão para as revistas femininas, que em suas matérias de beleza vivem pregando a manutenção da juventude como uma obrigação das mulheres. Enquanto a pauta não chega às revistas femininas, semanais como Veja comentam o assunto, usando como desculpa o fato de a ministra estar agindo por motivos políticos:
"Dilma Rousseff deu uma esticada? Nada mais comum. Nestes tempos de recursos estéticos que aos poucos vão acabando com a imagem do político feio, todo mundo quer ficar bem na foto. Submetidas a um escrutínio maior, as mulheres de grande visibilidade na vida pública enfrentam duas demandas em constante interação: se mexem muito no visual, passam a imagem de frivolidade e, por associação, de deficiência na capacidade de comando; se não se cuidam, transmitem a impressão de desleixo ou de pouca vitalidade" (Veja nº 2096, de 21/1/2009).
Com a desculpa de que uma cirurgia plástica, quando feita por uma pessoa de notoriedade, é notícia, e não mera fofoca, os jornais explicam o interesse na cirurgia da ministra justificando que é assunto político.
Mas o que ninguém teve coragem – ou lucidez – para dizer foi colocado pelo articulista Leôncio Martins Rodrigues na página 2 do Estado de S.Paulo (17/1/2009):
"Mas pode ser que estejamos inteiramente equivocados. O novo visual da ministra pode ser apenas resultado da vaidade natural dos seres humanos e nada tenha a ver com 2010."
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Já este Sebastião Jorge faz uma crítica em essência correta e importante, ao episódio da entrevista do Lula a Piauí. Mas ele peca ao parecer não conhecer o real teor da mídia brasileira, a defendendo como um instrumento importante para "tomar conhecimento do certo e errado".
Aí já é demais.
A impresna é sim importante (ou deveria), mas da forma como vem sendo conduzida aqui no Brasil, está muito longe do ideal que o autro do texto defende ao final.
http://observatorio.ultimosegundo.ig.co ... =521FDS001
Aí já é demais.
A impresna é sim importante (ou deveria), mas da forma como vem sendo conduzida aqui no Brasil, está muito longe do ideal que o autro do texto defende ao final.
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MÍDIA & POLÍTICA
A lição do imperador
Por Sebastião Jorge em 20/1/2009
O presidente Lula tem o direito e motivos para não gostar de ler. Menino pobre, nascido no distrito de Caetés, município de Garanhuns (PE), desconhece o hábito prazeroso e enriquecedor da leitura, provavelmente pela pobreza, quando criança. Devia ocupar o tempo com outros afazeres práticos e úteis. Estudar e ler não passava de luxo, superficialidade, longe de se tornar auto-suficiente em casa, rodeado de irmãos.
Com mais idade, a família migrou para a cidade grande, São Paulo, em busca da sorte, a exemplo de muitos brasileiros, na ilusão de se arrumar na vida. Arranjou emprego no ABC paulista, numa fábrica de automóveis. Tornou-se líder operário, com um verbo inflamado e posições radicais contra o regime militar. Ninguém o segurou e terminou preso, acusado de ato subversivo. Nada mais a acrescentar. O resto é de domínio público.
Lula nunca gostou de ler: nem revistas em quadrinhos nem dos livrinhos de "literatura de cordel", que tratam das desilusões amorosas, do pobre e do rico, do político e do diabo. Livros, para quê? E muito menos jornais. Por estes sente ojeriza, principalmente quando criticam o governo. Com fé e sem piedade, abre o coração e se queixa do estômago, ao sentir crises de "azia" quando abre as páginas dos jornais. Faz uma confissão, a qual se tem que admirar pela sinceridade, singular e sem rodeios, dada ao jornalista Mario Sergio Conti, da revista piauí [ver "Azia, ou o dia da caça", na revista; e a íntegra em "Presidente com azia da imprensa", neste Obsevatório].
"Quem leu tudo, levante a mão"
"Tenho uma preguiça desgramada de ler."
Gostei do popular e esquecido desgramado (que no dicionário do Houaiss é um adjetivo e significa desgraçado). Logo existe e não tem nada com algum neologismo, cujas palavras nascem da criatividade do povo e ficam para enriquecer a língua.
É ou não um gesto de sinceridade do Lula? Sem dúvida. Mais que isso, humildade. Uma humildade que humilha e decepciona. Sua Excelência poderia usar o recurso de certos intelectuais que, ao falarem de sua formação cultural, não economizam elogios. Levantam num auto-esforço de afirmação ao pintar um quadro positivo de suas leituras. Geralmente feitas na juventude e vão buscar clássicos, sobre os quais só ouviram falar, como Homero, Ovídio, Virgílio, Erasmo, Cervantes, Rousseau, Voltaire etc. E, ainda hoje, continuam lendo Faulkner, Kafka, Tolstoi, García Márquez, Saramago e tantos outros. Italo Calvino, esse grande escritor nascido em Cuba e que muitos pensam ser italiano, tem uma tese a propósito do assunto:
"(...) Pode ser uma pequena hipocrisia por parte dos que se envergonham de admitir não ter lido um livro famoso. Para tranqüilizá-los, bastará observar que, por maiores que possam ser as leituras `de formação´ de um indivíduo, resta sempre um número `enorme´ de obras que ele não leu.
Quem leu tudo, de Heródoto e de Tucídides, levante a mão."
Trinta jornais na cabeça
Apesar de Lula falar a verdade e todo brasileiro ter conhecimento do desinteresse pelos livros, dói ler ou ouvir uma declaração daquele tipo, ainda, mais sendo S. Exa. a primeira autoridade da República. É um péssimo exemplo à juventude e a qualquer cidadão de cultura média. Poderia ter lido ou ouvido falar, pelo menos, em Monteiro Lobato, que tantos serviços prestou ao país, inclusive defendendo o nosso petróleo.
Que não lesse em criança é compreensível, mas o fizesse adulto, coroado líder sindical e presidente da República. Valeria a pena. A aversão aos livros entende-se, deve-se ao hábito. Quanto aos jornais, é idiossincrasia pelas bobagens que fala e as críticas procedentes que rejeita, a exemplo do que faz o seu colega da Venezuela, Hugo Chávez, o carrasco da mídia do seu país e das liberdades individuais. No Brasil de hoje, apesar das tentativas do governo e apaniguados no Congresso Nacional, não há ambiente para amordaçar a imprensa.
Excluindo alguns prazeres da vida, que dão sentido a um viver feliz, a leitura de um bom livro libera tensões, transmite alegria, é companheira fiel, acalma e adormenta, nos faz sonhar e mostra realidades de que jamais tomaríamos conhecimento. Não há melhor companhia nas horas de solidão.
O chefe da nação não apenas desaprecia os livros como faz apologia ao concitar outros presidentes da República (o Chávez faz escola) a não lerem os jornais, com este conselho: "Afastem-se da imprensa". Não teve cerimônia ao afirmar que se informa apenas pelo que lhe falam, com este argumento: "Um homem que conversa com o tanto de pessoas que eu converso por dia deve ter uns trinta jornais na cabeça todo santo dia".
Lição pouco aprendida
A posição adotada não condiz com a democracia no amplo sentido. A imprensa não passa de um instrumento capaz de fortalecer os laços entre o governo e a sociedade. A sua participação é indispensável, não apenas para elogiar o que merece ser elogiado e criticar o que deve ser criticado, isto quando se trata de assunto de interesse público. É através dos jornais que o presidente da República e os cidadãos tomam conhecimento do certo e errado, o que é preciso corrigir e realizar, em nome do interesse coletivo. Só a imprensa tem essa força de levar longe a mensagem, que deve conter a verdade. No Palácio, os assessores dão apenas as notícias boas e, pelo visto, vivemos no melhor dos mundos.
Quem deu belo exemplo sobre a convivência dos jornais com o poder foi D. Pedro II, quando imperador do Brasil, apesar dos ataques que invadiam a privacidade. Tinha como hábito ler os jornais da Corte e das províncias. Por meio deles, tomava providências e talvez fosse esse um dos motivos para ter ficado cerca de 50 anos à frente da monarquia.
Apesar das restrições da Constituição sobre a liberdade de informar, nunca mandou punir um jornalista. Deixou esta lição, que poucos aprenderam: "A imprensa se combate com a imprensa."
Editado pela última vez por Carnage em 22 Jan 2009, 09:33, em um total de 1 vez.
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MÍDIA & POLÍTICA
Lula, vivo ou morto!
Por João Carlos Martins em 20/1/2009
Se tivesse que escolher entre salvar o país ou derrubar o presidente Lula, a imprensa ficaria com a segunda opção. Pelo menos, é isso que está ficando claro quando se lê grande parte da mídia especializada na cobertura da crise econômica.
Lula talvez seja o presidente de um país emergente com maior índice de aprovação no mundo. Como em economia confiança é fundamental, estaríamos prontos para sair na frente dos demais países. Isso, se nossa imprensa não resolvesse nadar contra a corrente.
Diariamente, o leitor está sendo confrontado com o alarmismo gratuito da nossa imprensa. A cada dia, os "analistas-torcedores" vão à imprensa projetar um PIB cada vez menor, como se fosse possível prever o que há do outro lado do túnel.
A tática é essa: sabendo que nada que o governo faça adiantará, se as expectativas estiverem baixas, nossa imprensa, no seu sonho obsessivo de escangalhar com o governo, tratou de aterrorizar a população.
Desta forma, o caráter camicase da nossa imprensa vem à tona. Querem destruir Lula e pouco importa se o país desmoronar junto.
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Do blog do Mello
http://blogdomello.blogspot.com
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Atualizado em 21 de janeiro de 2009 às 19:35 | Publicado em 21 de janeiro de 2009 às 19:34
Aviso Importante: Não alimente o PIG, seja a mídia
Seja em suas páginas de papel ou na internet, todo dia a mídia corporativa, a tal “grande imprensa”, os jornalões e vejas da vida lhe pedem alguma coisa: querem que você envie uma foto de um acontecimento que presenciou, que dê sua opinião em enquetes, que escreva, que denuncie. Ou seja, que os ajude na pauta ou na cobertura das notícias. Tudo isso de graça.
No entanto, eles não lhe oferecem nada de graça. Você tem que comprar o jornal ou a revista nas bancas ou assiná-los. Tem que pagar ao provedor para ter acesso ao conteúdo online. Se não for assim, eles só lhe oferecem notícia velha, como pão dormido, que na internet não serve nem para embrulhar peixe.
Então, por que colaborar com eles de graça, se lhe cobram por tudo? Se você gosta de notícias, seja a mídia. Crie seu blog (é de graça e é facílimo) e espalhe pela internet suas fotos, suas reportagens e opiniões sobre o que lhe motiva.
Não alimente o PIG, porque, além de utilizarem seu trabalho de graça (e com isso desvalorizarem o mercado dos jornalistas – perguntem aos fotógrafos profissionais sobre isso), eles ganham dinheiro com ele duas vezes: quando cobram pelo conteúdo que conseguiram de graça de você e quando revendem o material para outras agências nacionais e internacionais, sem lhe repassar uma migalhinha sequer.
Não acredita? Repare no que está escrito no contrato que o portal do Globo, por exemplo, pede que seja assinado pelo candidato ao que eles chamam de “Eu repórter”. Todos os que enviam fotos, vídeos ou matérias têm que assiná-lo.
Confira aqui (você já vai ter que fornecer um e-mail válido, pra começar) e depois leia a íntegra do “termo de compromisso”, que vou resumir a seguir.
Primeiro, definem o projeto:
"Eu-Repórter" é a seção de jornalismo participativo do site O Globo, através da qual os leitores interessados, após avaliação editorial, seguindo os critérios da Infoglobo, poderão ter textos, fotografias, ilustrações, áudios e vídeos, de sua autoria, e desde que tenham conteúdo noticioso, publicados no site e em veículos de imprensa da Infoglobo e/ou das demais empresas que compõem as chamadas Organizações Globo.
Aí vem a parte do leão (a deles), onde lhe informam o tamanho do direito que você está cedendo a eles, repito, de graça.
3. - Cessão de Direitos - Pelo presente termo, o colaborador devidamente identificado e cadastrado no endereço eletrônico www.oglobo.com.br transfere à Infoglobo, a título gratuito e por prazo indeterminado, os direitos sobre as obras artísticas, fotográficas, audiovisuais e literárias que tenha encaminhado para o Projeto "Eu-Repórter", autorizando a sua utilização e reprodução, total ou parcial, em qualquer mídia ou meio físico, visual ou sonoro, inclusive eletrônico, cabo, fibra ótica, satélite, ondas e quaisquer outros existentes ou que venham a existir [querem ganhar até sobre o que ainda não existe!], e compreendendo, exemplificativamente, as seguintes atividades: publicação, comunicação, reprodução, divulgação (inclusive em seus produtos e campanhas de propaganda e de publicidade), oferta a terceiros (inclusive pela internet), exposição, edição, reedição, emissão, transmissão, retransmissão, comercialização, distribuição, circulação, tradução para qualquer idioma (com ou sem legendas), realização de versões e derivações, restauração, revisão, atualização, adaptação, inclusão em produção audiovisual, radiodifusão sonora e visual, exibição audiovisual e por processo análogo, inclusão em base de dados, armazenamento em computador, microfilmagem e demais formas de armazenamento do gênero.
3.1. O colaborador cede e transfere à Infoglobo, em caráter exclusivo, definitivo, irrevogável, irretratável e sem qualquer ônus, todo e qualquer direito patrimonial de autor relativo ao material encaminhado ao Projeto "Eu-Repórter", para utilização em território nacional e no exterior, concordando com que a obra cuja titularidade declara deter seja utilizada em associação com outros textos, títulos, documentos, gráficos e demais materiais de propriedade da Infoglobo, sendo possível a alteração do formato de textos, por exemplo, desde que inalterado o conteúdo principal.
3.2. O colaborador concorda e aceita que, em decorrência da cessão de direitos patrimoniais em questão, a Infoglobo transmita a terceiros, do seu grupo econômico ou não, os direitos ora cedidos, por cessão ou concessão, total ou parcialmente, de forma gratuita ou onerosa, mas sempre para as finalidades constantes da cláusula 3 supra.
Agora vem a parte mais incrível do contrato. Repare só:
3.3. A exclusividade de que se investe a Infoglobo será oponível mesmo contra o próprio colaborador, que não poderá reproduzir a obra cedida ao Projeto "Eu-Repórter" por qualquer forma ou a qualquer título, notadamente publicá-las, fornecê-las e comercializá-las a terceiros, a não ser para fins particulares e de caráter não econômico.
Você perde até o direito de publicar aquilo que originalmente era seu, e que deixou de ser, e, portanto, você poderá ter até que pagar para ter acesso a ele.
Queria que advogados esclarecessem: se isso não é roubo, é o quê?
Não vale dizer que não é roubo porque o sujeito concorda com o contrato quando o assina. A maioria das pessoas não o lê, às vezes até por dificuldade de leitura, deficiência de educação escolar, e assina apenas para ter sua foto exibida no jornal ou no portal. Não seria, pelos menos, abuso da boa fé das pessoas?
Portanto, meu caro, use como lema aquele anúncio dos zoos: não alimente os animais, no caso, o PIG. Seja a mídia, ou então colabore com aqueles que distribuirão seu material da mesma forma que o receberam: gratuitamente e com o crédito de sua autoria.
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Quando eu leio um texto como esse "A lição do imperador" e vejo que quem apóia o Lula acha lindo e maravilhoso termos um presidente que não gosta de ler e que orgulha de não ter cultura, nesses momentos é que vejo que estou certíssimo em ser contra o Lula e toda essa corja que o apóia. Abaixo a ignorância! Fora Lula.
Carnage, eu sigo preferindo mil vezes as coisas que tu escreves do que os textos de terceiros que trazes para cá.
Carnage, eu sigo preferindo mil vezes as coisas que tu escreves do que os textos de terceiros que trazes para cá.
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Imagina, não tem nada a ver com 2010 não. Nem isso nem a presença constante dela nos palanques e inaugurações. Nadinha de nada a ver.Carnage escreveu:O novo visual da ministra pode ser apenas resultado da vaidade natural dos seres humanos e nada tenha a ver com 2010

Bom, pelo menos nessa eleição o PT vai com um candidato inelegível. O brasileiro pode ser burro de votar no Lula, mas daí pra votar na Dilma já é demais.
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