Bob Guccione escreveu:Prezado Hammermart,
Uma pena que esta seja a tendência do dia, torçamos para que mude.
Pois os escravos de Khadafi e de Assad merecem a democracia tanto quanto os de Mubarak.
Quer dizer que se o país não tiver "muita relevância", ou não estiver "a soldo dos EUA e de Israel", o povo pode viver oprimido?
E a Síria, também é um pais "sem muita relevância"? Tem certeza disso?
Então Khadafi e Assad são melhores que Mubarak, pois não estão "a soldo dos EUA e de Israel"?
E esses dois também não são "ditadores corruptos"? Ora essa!
Interessante...
Agora, responda-me sinceramente, você gostaria que tudo isso também estivesse ocorrendo na Síria e na Líbia?
Nem menciono o Irã, pois lá ainda existe um arremedo de democracia. Vamos dar um desconto.
Aguardo a sua análise.
O que eu estou dizendo não é nada disso. Estamos no momento observando uma tendência de países governados por ditadores a soldo de Israel e dos EUA passarem por revoltas populares. Isso está acontecendo na Tunísia, Egito, Líbano, Jordânia e, de forma mais embrionária na Arábia Saudita. Também no Iemen e em alguns países do norte da África.
As manifestações contrárias ao govêrno também podem acontecer em qualquer outro país, Irã, Síria, Líbia, Israel, EUA, Brasil ou quem quer que seja. Apenas constato que não parece ser o que está acontecendo no momento nesses países. Até porque uma Síria, por exemplo, acho que não é governada por um ditador a soldo de Israel e Estados Unidos. Não estou discutindo se lá existe um ditador ou não.
Pela posição politica dos países onde as manifestações e potenciais trocas de govêrno estão ocorrendo, observa-se que são países geograficamente próximos ou mesmo com fronteiras com Israel. E isso aumenta o risco de novo conflito armado entre Israel e países árabes.
Não passa disso. Mera constatação do que está ocorrendo nesse momento. Nâo tem nada a ver com o que eu ou você gostaríamos que estivesse acontecendo. Mas, para responder sua pergunta, eu gostaria sim que todos os países do mundo vivessem dentro de um regime de respeito aos direitos humanos básicos e justiça social, sem a interferência de dogmas religiosos. Mas tudo isso é utópico e difícil de definir na prática, porque as raízes de cada povo ou até de cada indivíduo são diferentes e o que um considera viver com felicidade pode não ser o que outro pensa e sente.