Meu filho, você não merece nada!

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Meu filho, você não merece nada!

#1 Mensagem por Carnage » 14 Jul 2011, 22:36

http://revistaepoca.globo.com/Revista/E ... +NADA.html
Meu filho, você não merece nada
A crença de que a felicidade é um direito tem tornado despreparada a geração mais preparada
Eliane Brum


Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.

Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.

Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.

Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os insistentes.

Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje. Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade.

É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem devedores. Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal. Mas é possível uma vida sem frustrações? Não é importante que os filhos compreendam como parte do processo educativo duas premissas básicas do viver, a frustração e o esforço? Ou a falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento? Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades individuais?

Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam assegurar seu lugar no país.

Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer. De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido. Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”.

Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido. Expressão que logo muda para o emburramento. E o pior é que sofrem terrivelmente. Porque possuem muitas habilidades e ferramentas, mas não têm o menor preparo para lidar com a dor e as decepções. Nem imaginam que viver é também ter de aceitar limitações – e que ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo o que quer.

A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”? É no passar dos dias que a conta não fecha e o projeto construído sobre fumaça desaparece deixando nenhum chão. Ninguém descobre que viver é complicado quando cresce ou deveria crescer – este momento é apenas quando a condição humana, frágil e falha, começa a se explicitar no confronto com os muros da realidade. Desde sempre sofremos. E mais vamos sofrer se não temos espaço nem mesmo para falar da tristeza e da confusão.

Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias por aí: se a felicidade é um imperativo, o item principal do pacote completo que os pais supostamente teriam de garantir aos filhos para serem considerados bem sucedidos, como falar de dor, de medo e da sensação de se sentir desencaixado? Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo, porque isso seria um reconhecimento da falência do projeto familiar construído sobre a ilusão da felicidade e da completude.

Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém está disposto a escutar, porque escutar significaria rever escolhas e reconhecer equívocos – o mais fácil é calar. E não por acaso se cala com medicamentos e cada vez mais cedo o desconforto de crianças que não se comportam segundo o manual. Assim, a família pode tocar o cotidiano sem que ninguém precise olhar de verdade para ninguém dentro de casa.

Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem – e aos pais caberia garantir esse direito – que tipo de relação pais e filhos podem ter? Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente fora dele? Se a relação está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir.

Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade, o que sabem intimamente que é uma mentira porque a sentem na própria pele dia após dia. É pelos objetos de consumo que a novela familiar tem se desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar, e os filhos simulam receber o que só eles podem buscar. E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o jogo funcionando.

O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma vida inteira, mas se desconhecem. E, portanto, estão perdendo uma grande chance. Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros anunciados. E mais sofrem porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo. E acreditar que se pode tudo é o atalho mais rápido para alcançar não a frustração que move, mas aquela que paralisa.

Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta, com suas imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que precisam muito de realidade. Com tudo o que a realidade é. Sim, assumir a narrativa da própria vida é para quem tem coragem. Não é complicado porque você vai ter competidores com habilidades iguais ou superiores a sua, mas porque se tornar aquilo que se é, buscar a própria voz, é escolher um percurso pontilhado de desvios e sem nenhuma certeza de chegada. É viver com dúvidas e ter de responder pelas próprias escolhas. Mas é nesse movimento que a gente vira gente grande.
 
Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”. Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”. Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significa dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita, já que o trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência. É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito.

Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência. De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia. O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a escolha de lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele. E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas vezes. Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua desistência.

Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba.

(Eliane Brum escreve às segundas-feiras.)

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old owl
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Re: Meu filho, você não merece nada!

#2 Mensagem por old owl » 15 Jul 2011, 12:35

Chamo isto de Sindrome de Alfaville Alguns pais não percebem a crueldade de criar seus filhos para um mundo perfeito que não existe...Pode ser que estes filhos nunca na vida tenham problemas por isto afinal tb é pensado que eles se relacionaram em um meio social onde os outros tb foram criados desta forma...

Existe tb a questão da afirmação dos pais qdo eles tem uma origem mais humilde de pensarem que dado todas as possibilidades que não tiveram aos filhos estes terão um futuro melhor do que o que eles almejavam para si...

Um exemplo pratico...Minha sobrinha de uns 13 anos esta entre estas crianças, tem uma agenda de compromissos educacionais que começa as 7 da manha e so termina muitas vezes depois das 10 da noite...Entre estes compromissos tem aulas de ballet...Pequeno detalhe... A menina ja tornou de conhecimento de todos que detesta ballet e mesmo assim é obrigada a frequentar as aulas porque a mãe assim o quer... Ai eu me pergunto...Se a mãe gosta tanto assim de ballet pq ela não vai fazer as aulas ao inves de obrigar a filha???

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Re: Meu filho, você não merece nada!

#3 Mensagem por Kengo » 15 Jul 2011, 14:48

Há tempos eu não lia um texto tão significativo.

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Re: Meu filho, você não merece nada!

#4 Mensagem por musacco » 15 Jul 2011, 15:42

Pois é, vivemos na ERA DA INFORMAÇÃO, com todas suas parafernálias eletrônicas, jovens se achando o máximo quando acham que são os únicos que detêm o conhecimento da tecnologia em seu favor, acham que podem ir longe com idéias já mentalizadas por outros, acham que vão abafar no mercado de trabalho, que irão viver uma vida plena de mordomias que foram dadas pelos pais e não conquistadas com suor e esforço. Mas um dia a casa cai pra todo mundo, quem não souber se adaptar vai se afundar e ponto final. É A LEI DA SELVA, e quanto mais eles se espernearem, reclamar da vida ao invés de lutar, mais se afundarão num mar de ilusões.

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Re: Meu filho, você não merece nada!

#5 Mensagem por Hector Bonilla » 16 Jul 2011, 04:55

Pois é camarada, se tem uma coisa que eu aprendi na vida é que filho neh boneco não. O maior erro dos Pais é sempre querer espelhar suas frustações e desejos próprios nos próprios filhos.

Já presenciei situaçoes escrotas por conta disso.

Já falei pra minha mãe que se depender de mim ela nunca terá um neto, pois eu realmente não pretendo colocar um Ser Humano nesse mundo nem fudendo !! :badgrin: :badgrin: :badgrin: :badgrin:

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Re: Meu filho, você não merece nada!

#6 Mensagem por Carnage » 22 Out 2011, 00:04

http://www1.folha.uol.com.br/paineldole ... ente.shtml

Aluno de universidade de classe média está sem freio, diz docente

DO LEITOR ARI MACEDO
DE OSASCO (SP)


Estou indignado com os jovens estudantes brasileiros. Sou professor de uma universidade privada, que atende universitários de classes C, D e E, há nove anos e vejo, que a cada semestre, uma legião deles está menos preocupada com o conhecimento.

O que importa mesmo é o diploma. Não sou tão velho assim, tenho 36 anos, mas nunca desrespeitei um professor --seja na universidade, seja no próprio colégio.

Por mais que prepare as aulas com dedicação, permanentemente preciso chamar a atenção dos alunos.

Certo dia, lecionando em uma sala com microfone, um grupinho fala mais alto do que eu. Imagine.

Conversas paralelas em tom alto, intervenções grosseiras, atendimento de celular em sala, são recorrentes no ensino superior. Vejo que a indignação não é só minha, mas de vários colegas da mesma universidade e de outras.

Quando o professor pede que o aluno saía da sala por indisciplina, são recorrentes dizeres como "eu pago e você dá aula" ou "sai você".

E se o professor sair da sala, é bem provável que os alunos recorram à ouvidoria da universidade.

Na segunda-feira, uma aluna me chamou de "cavalo" só porque chamei a sua atenção durante a aplicação da prova, pois ela tentava "colar".

Outro aluno da mesma sala me disse, ainda durante a prova: "Se você reprovar mais de 70% da classe, o problema não é mais dos alunos, é do professor".

A juventude brasileira está sem freios. Não sabem mais a distinção do certo ou errado. Isso me desanima.

Escolhi lecionar porque acreditava que poderia transmitir o conhecimento. Digo, agora com mais certeza, de que nós professores somos uma classe em extinção e sem mérito nenhum.

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Carnage
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Re: Meu filho, você não merece nada!

#7 Mensagem por Carnage » 22 Out 2011, 00:06

http://www.blogcidadania.com.br/2011/10 ... %e2%80%9d/
A macabra “Geração N”

Posted by eduguim on 19/10/11 • Categorized as Crônica


Quase todos são capazes de entender quando jovens carentes desviam-se do bom caminho – entenda-se da busca pela educação, pela cultura e pelo desenvolvimento de valores morais sólidos e de rejeição a todo e qualquer tipo de preconceito. Não se entende, porém, essa parte considerável da nossa juventude que foi favorecida pela sorte ser composta de seres desprovidos de qualquer senso de dever, de moral, de solidariedade. E o que é pior: até de instinto de sobrevivência.

Recebi da leitora carioca Daniela Bado o link de um vídeo contendo trecho de um telejornal da tevê Bandeirantes em que um jovem conta a uma repórter da emissora em um bar como ele e seus amigos fazem para não ser pegos nas blitz de trânsito feitas para flagrar cidadãos dirigindo sob efeito de álcool. As respostas do rapaz são assustadoras. Revelam uma completa ausência de todo e qualquer senso de cidadania. É uma máquina hedonista que acredita que “o que importa”, na vida, é a “diversão”.

É imprescindível analisar o diálogo entre a repórter e esse rapaz que se diz chamar “Luan Rocha” – que, aparentemente, é de classe social alta – para que entendamos os rumos que esta sociedade está tomando.

—–

Repórter – Como é seu nome completo?

Luan Rocha – Luan Rocha, eu sou estudante.

Repórter – E aí, vai sair dirigindo daqui hoje?

Luan – É. Com certeza, né. Táxi tá muito caro nessa cidade, né, e a gente vai dirigindo mesmo.

Repórter – E essa cervinha?!

Luan – Então, tem o Twitter da lei seca então agora não tem problema que eu vejo onde tá as rotas da lei seca e aí eu evito ela.

Repórter – Como é que funciona… (inaudível)?

Luan – O pessoal que segue o Twitter da lei seca, quando passa por uma blitz diz: tá tendo uma blitz na avenida tal, altura do número tal e, aí, o cara que tem o Twitter da lei seca repassa pra todo mundo. A gente recebe a informação e evita aquela via. Eu acho que é importante, né, a gente pode evitar a polícia e poder evitar o carro ser aprendido e tomar multa, né [leva o copo de cerveja à boca]

Repórter – Você acha que não é perigoso beber e dirigir?

Luan – É que o meu carro tem ABS e tem airbag também. Então eu to bem mais seguro do que se não tivesse também, né.

Repórter – Mas e se você atropelar alguém que não tem airbag nem ABS?

Luan – Aí a gente paga, paga, né… Sei lá, sei lá, paga uma… Não é propina o nome, meu Deus… Eh, fiança e sai. Eu to falando sério. A gente paga, a gente paga e sai, né. Aquele rapaz do Camaro não pagou 120 mil? Meu carro é um pouco mais barato. De repente a fiança cai também, né.

Repórter – Você está falando sério?

Luan – Estou falando sério. De verdade.

Repórter – Então você bebe mesmo, não está nem aí?

Luan – Sem problema, sem problema. O importante é diversão.

—–

Não é qualquer carro baratinho que tem airbag e freios ABS e não é qualquer um que pode pagar “120 mil” ou um pouco menos de “fiança”. É óbvio que se trata de um jovem de classe média alta ou rico que não se importa de atropelar – e talvez matar ou aleijar – alguém contanto que ele esteja protegido. Mas em uma coisa ele tem razão: fiança para quem bebe, sai dirigindo e atropela alguém não é fiança, é propina que quem tem dinheiro paga ao Estado para ficar impune.

Quem criou esse anormal? Quem lhe deu carro “com airbag e ABS” certamente pensa igual ao filho: se ele fizer alguma barbaridade no trânsito, pelo menos estará mais seguro. Os pais transmitiram ao jovem a idéia de que, se cometer um crime, por ser de uma família abastada pode simplesmente “pagar” e sair livre, mesmo que dinheiro nenhum seja capaz de ressuscitar aqueles que ele porventura vier a matar com sua arma motorizada.

Veja, leitor, que o mais assustador não é o fato de um só elemento agir e pensar assim, bem como aqueles que lhe propiciaram os meios para que se porte de tal forma. Repare que o jovem Luan diz integrar um grupo de pessoas que, valendo-se de redes sociais da internet, organiza-se para burlar a lei e colocar a sociedade em risco. Abertamente.

Como chegamos a isso? Houve época em que alguém que se portasse dessa forma publicamente seria execrado pela sociedade. Em países civilizados, aliás, essas pessoas que tomam atitudes que ameaçam a coletividade são duramente punidas e com grande publicidade, de maneira que sirvam de exemplo que desestimule outros a agir igual.

Há teorias recentes que explicam o que está acontecendo com a juventude do nosso país. A psicopedagoga Maria Irene Maluf, baseando-se em teoria de Rob Asghar, ensaísta e articulista norte-americano, diz que pais de hoje temem perder o amor dos filhos até por se ausentarem de suas obrigações paternais e maternais mais do que antigamente.

Segundo a estudiosa, “Oprimidos pela culpa ou afundados no próprio narcisismo, os pais temem colocar limites em seus filhos e criam crianças que serão eternamente dependentes deles. Sem parâmetros claros, as crianças crescem sem valores: não sabem respeitar os pais, pois nunca ouviram uma repreensão simples como “enquanto uma pessoa fala, a outra escuta”. Se alimentam mal e só comem quando querem”. E arremata: “Pais e mães narcísicos criam fracos”.

Já o psicólogo Caio Feijó, autor de “Pais Competentes, Filhos Brilhantes” (editora Novo Século), ressalta a importância do papel de pais e mães nas expectativas e na autoimagem da criança – e alerta que esse poder é limitado pelo tempo. “Os pais só têm uma influência grande sobre os filhos até antes da puberdade, por volta dos 10 ou 11 anos. Depois disso, vem o resultado”, diz.

A essa parcela da atual geração de jovens brasileiros os estudiosos sociais chamam de “Geração N”, ou “Geração Narciso”, em alusão ao peso do egoísmo e da arrogância de classe que produziram pais que transmitem aos filhos a crença no status social e financeiro como poder supremo e no hedonismo como filosofia de vida.

“Dependendo de como os pais conduzem essa influência, eles criarão expectativas nos filhos sobre o que eles podem ou não alcançar”, diz Feijó. “E o estímulo em excesso pode prejudicar tanto quanto chamar seu filho de burro ou de inútil. A superproteção traz consequências tão graves quanto o abandono”, finaliza.

Segundo esses estudos, as características dos jovens da “Geração N” são as seguintes:

- Não têm noção de limite

- Acham que são merecedores de tudo

- Não sabem se esforçar para conseguir algo

- Não sabem como agir em situações adversas

- São criados por pais narcisistas, que competem entre si

- Não respeitam os outros

Por outro lado, vai surgindo uma classe média baixa que pode se contrapor aos filhos da elite, composta por famílias e jovens batalhadores que fazem da educação e do aprimoramento intelectual e cultural o grande objetivo de suas vidas. Todavia, o exemplo da impunidade dessa parcela da sociedade que se acredita acima da lei e do direito dos menos favorecidos pela sorte pode tornar esse tipo comportamento e visão de mundo um objetivo a ser alcançado.

A televisão põe no ar um mau exemplo como o do jovem Luan mas não põe, depois, as conseqüências de se cometer atos dessa natureza. E não me refiro às conseqüências físicas, como a de alguém que age assim poder se ferir gravemente ou até morrer com airbag, ABS e tudo, mas à penalização desse rapaz ao menos por apologia ao crime. Além disso, haveria que achar essa quadrilha do Twitter que facilita o crime de dirigir embriagado e punir quem a integra.

Autoridades e mídia são co-autoras dessa tragédia que é termos Luans soltos pelas ruas. E essa degenerescência moral não se resume tão-somente ao binômio álcool-direção. Afeta toda a vida social e profissional. Estamos, portanto, criando uma geração de sociopatas. E para quem pensa que a política não pode piorar, lembre-se de que jovens mais abastados têm mais chance de chegar ao poder, um dia. E que qualquer um, pobre ou rico, pode ficar na frente do carro de um deles, uma hora dessas.


Veja, abaixo, o vídeo dessa tragédia social que a reportagem da TV Bandeirantes mostrou.
http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... Oeo4aPM3tk

E, aqui, o day after, com o rapaz sóbrio
http://www.youtube.com/watch?v=oo4RE0R0 ... r_embedded

Débil mental é pouco!!

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Compson
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Re: Meu filho, você não merece nada!

#8 Mensagem por Compson » 22 Out 2011, 14:29

Carnage escreveu:http://www.blogcidadania.com.br/2011/10 ... %e2%80%9d/
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Repórter – Como é seu nome completo?

Luan Rocha – Luan Rocha, eu sou estudante.

Repórter – E aí, vai sair dirigindo daqui hoje?

Luan – É. Com certeza, né. Táxi tá muito caro nessa cidade, né, e a gente vai dirigindo mesmo.

Repórter – E essa cervinha?!

Luan – Então, tem o Twitter da lei seca então agora não tem problema que eu vejo onde tá as rotas da lei seca e aí eu evito ela.

Repórter – Como é que funciona… (inaudível)?

Luan – O pessoal que segue o Twitter da lei seca, quando passa por uma blitz diz: tá tendo uma blitz na avenida tal, altura do número tal e, aí, o cara que tem o Twitter da lei seca repassa pra todo mundo. A gente recebe a informação e evita aquela via. Eu acho que é importante, né, a gente pode evitar a polícia e poder evitar o carro ser aprendido e tomar multa, né [leva o copo de cerveja à boca]

Repórter – Você acha que não é perigoso beber e dirigir?

Luan – É que o meu carro tem ABS e tem airbag também. Então eu to bem mais seguro do que se não tivesse também, né.

Repórter – Mas e se você atropelar alguém que não tem airbag nem ABS?

Luan – Aí a gente paga, paga, né… Sei lá, sei lá, paga uma… Não é propina o nome, meu Deus… Eh, fiança e sai. Eu to falando sério. A gente paga, a gente paga e sai, né. Aquele rapaz do Camaro não pagou 120 mil? Meu carro é um pouco mais barato. De repente a fiança cai também, né.

Repórter – Você está falando sério?

Luan – Estou falando sério. De verdade.

Repórter – Então você bebe mesmo, não está nem aí?

Luan – Sem problema, sem problema. O importante é diversão.

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Débil mental é pouco!!
Vou soltar um pouco o Marx que dorme em meu peito...

Não se trata de um problema de geração, mas sim de classe.

Os ricos e quase ricos do Brasil sempre pensaram assim. A novidade é que seus filhos não têm mais vergonha de falar.

Acho que isso é um pouco "culpa" do Lula. Com a queda das desigualdades sociais o discurso de que "a miséria é culpa dos ricos" vai perdendo força e os ricos vão perdendo a vergonha de se apresentar como tal.

O lado bom é que talvez surja uma direita que não tenha vergonha de dizer seu nome. É melhor ter uma direita-direita do que uma direita que tenta se passar por defensores do "povo".

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Gilmor
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Re: Meu filho, você não merece nada!

#9 Mensagem por Gilmor » 22 Out 2011, 15:05

Carnage escreveu:http://www.blogcidadania.com.br/2011/10 ... %e2%80%9d/
A macabra “Geração N”

Posted by eduguim on 19/10/11 • Categorized as Crônica


Quase todos são capazes de entender quando jovens carentes desviam-se do bom caminho – entenda-se da busca pela educação, pela cultura e pelo desenvolvimento de valores morais sólidos e de rejeição a todo e qualquer tipo de preconceito. Não se entende, porém, essa parte considerável da nossa juventude que foi favorecida pela sorte ser composta de seres desprovidos de qualquer senso de dever, de moral, de solidariedade. E o que é pior: até de instinto de sobrevivência.

Recebi da leitora carioca Daniela Bado o link de um vídeo contendo trecho de um telejornal da tevê Bandeirantes em que um jovem conta a uma repórter da emissora em um bar como ele e seus amigos fazem para não ser pegos nas blitz de trânsito feitas para flagrar cidadãos dirigindo sob efeito de álcool. As respostas do rapaz são assustadoras. Revelam uma completa ausência de todo e qualquer senso de cidadania. É uma máquina hedonista que acredita que “o que importa”, na vida, é a “diversão”.

É imprescindível analisar o diálogo entre a repórter e esse rapaz que se diz chamar “Luan Rocha” – que, aparentemente, é de classe social alta – para que entendamos os rumos que esta sociedade está tomando.

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Repórter – Como é seu nome completo?

Luan Rocha – Luan Rocha, eu sou estudante.

Repórter – E aí, vai sair dirigindo daqui hoje?

Luan – É. Com certeza, né. Táxi tá muito caro nessa cidade, né, e a gente vai dirigindo mesmo.

Repórter – E essa cervinha?!

Luan – Então, tem o Twitter da lei seca então agora não tem problema que eu vejo onde tá as rotas da lei seca e aí eu evito ela.

Repórter – Como é que funciona… (inaudível)?

Luan – O pessoal que segue o Twitter da lei seca, quando passa por uma blitz diz: tá tendo uma blitz na avenida tal, altura do número tal e, aí, o cara que tem o Twitter da lei seca repassa pra todo mundo. A gente recebe a informação e evita aquela via. Eu acho que é importante, né, a gente pode evitar a polícia e poder evitar o carro ser aprendido e tomar multa, né [leva o copo de cerveja à boca]

Repórter – Você acha que não é perigoso beber e dirigir?

Luan – É que o meu carro tem ABS e tem airbag também. Então eu to bem mais seguro do que se não tivesse também, né.

Repórter – Mas e se você atropelar alguém que não tem airbag nem ABS?

Luan – Aí a gente paga, paga, né… Sei lá, sei lá, paga uma… Não é propina o nome, meu Deus… Eh, fiança e sai. Eu to falando sério. A gente paga, a gente paga e sai, né. Aquele rapaz do Camaro não pagou 120 mil? Meu carro é um pouco mais barato. De repente a fiança cai também, né.

Repórter – Você está falando sério?

Luan – Estou falando sério. De verdade.

Repórter – Então você bebe mesmo, não está nem aí?

Luan – Sem problema, sem problema. O importante é diversão.

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Não é qualquer carro baratinho que tem airbag e freios ABS e não é qualquer um que pode pagar “120 mil” ou um pouco menos de “fiança”. É óbvio que se trata de um jovem de classe média alta ou rico que não se importa de atropelar – e talvez matar ou aleijar – alguém contanto que ele esteja protegido. Mas em uma coisa ele tem razão: fiança para quem bebe, sai dirigindo e atropela alguém não é fiança, é propina que quem tem dinheiro paga ao Estado para ficar impune.

Quem criou esse anormal? Quem lhe deu carro “com airbag e ABS” certamente pensa igual ao filho: se ele fizer alguma barbaridade no trânsito, pelo menos estará mais seguro. Os pais transmitiram ao jovem a idéia de que, se cometer um crime, por ser de uma família abastada pode simplesmente “pagar” e sair livre, mesmo que dinheiro nenhum seja capaz de ressuscitar aqueles que ele porventura vier a matar com sua arma motorizada.

Veja, leitor, que o mais assustador não é o fato de um só elemento agir e pensar assim, bem como aqueles que lhe propiciaram os meios para que se porte de tal forma. Repare que o jovem Luan diz integrar um grupo de pessoas que, valendo-se de redes sociais da internet, organiza-se para burlar a lei e colocar a sociedade em risco. Abertamente.

Como chegamos a isso? Houve época em que alguém que se portasse dessa forma publicamente seria execrado pela sociedade. Em países civilizados, aliás, essas pessoas que tomam atitudes que ameaçam a coletividade são duramente punidas e com grande publicidade, de maneira que sirvam de exemplo que desestimule outros a agir igual.

Há teorias recentes que explicam o que está acontecendo com a juventude do nosso país. A psicopedagoga Maria Irene Maluf, baseando-se em teoria de Rob Asghar, ensaísta e articulista norte-americano, diz que pais de hoje temem perder o amor dos filhos até por se ausentarem de suas obrigações paternais e maternais mais do que antigamente.

Segundo a estudiosa, “Oprimidos pela culpa ou afundados no próprio narcisismo, os pais temem colocar limites em seus filhos e criam crianças que serão eternamente dependentes deles. Sem parâmetros claros, as crianças crescem sem valores: não sabem respeitar os pais, pois nunca ouviram uma repreensão simples como “enquanto uma pessoa fala, a outra escuta”. Se alimentam mal e só comem quando querem”. E arremata: “Pais e mães narcísicos criam fracos”.

Já o psicólogo Caio Feijó, autor de “Pais Competentes, Filhos Brilhantes” (editora Novo Século), ressalta a importância do papel de pais e mães nas expectativas e na autoimagem da criança – e alerta que esse poder é limitado pelo tempo. “Os pais só têm uma influência grande sobre os filhos até antes da puberdade, por volta dos 10 ou 11 anos. Depois disso, vem o resultado”, diz.

A essa parcela da atual geração de jovens brasileiros os estudiosos sociais chamam de “Geração N”, ou “Geração Narciso”, em alusão ao peso do egoísmo e da arrogância de classe que produziram pais que transmitem aos filhos a crença no status social e financeiro como poder supremo e no hedonismo como filosofia de vida.

“Dependendo de como os pais conduzem essa influência, eles criarão expectativas nos filhos sobre o que eles podem ou não alcançar”, diz Feijó. “E o estímulo em excesso pode prejudicar tanto quanto chamar seu filho de burro ou de inútil. A superproteção traz consequências tão graves quanto o abandono”, finaliza.

Segundo esses estudos, as características dos jovens da “Geração N” são as seguintes:

- Não têm noção de limite

- Acham que são merecedores de tudo

- Não sabem se esforçar para conseguir algo

- Não sabem como agir em situações adversas

- São criados por pais narcisistas, que competem entre si

- Não respeitam os outros

Por outro lado, vai surgindo uma classe média baixa que pode se contrapor aos filhos da elite, composta por famílias e jovens batalhadores que fazem da educação e do aprimoramento intelectual e cultural o grande objetivo de suas vidas. Todavia, o exemplo da impunidade dessa parcela da sociedade que se acredita acima da lei e do direito dos menos favorecidos pela sorte pode tornar esse tipo comportamento e visão de mundo um objetivo a ser alcançado.

A televisão põe no ar um mau exemplo como o do jovem Luan mas não põe, depois, as conseqüências de se cometer atos dessa natureza. E não me refiro às conseqüências físicas, como a de alguém que age assim poder se ferir gravemente ou até morrer com airbag, ABS e tudo, mas à penalização desse rapaz ao menos por apologia ao crime. Além disso, haveria que achar essa quadrilha do Twitter que facilita o crime de dirigir embriagado e punir quem a integra.

Autoridades e mídia são co-autoras dessa tragédia que é termos Luans soltos pelas ruas. E essa degenerescência moral não se resume tão-somente ao binômio álcool-direção. Afeta toda a vida social e profissional. Estamos, portanto, criando uma geração de sociopatas. E para quem pensa que a política não pode piorar, lembre-se de que jovens mais abastados têm mais chance de chegar ao poder, um dia. E que qualquer um, pobre ou rico, pode ficar na frente do carro de um deles, uma hora dessas.


Veja, abaixo, o vídeo dessa tragédia social que a reportagem da TV Bandeirantes mostrou.
http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... Oeo4aPM3tk

E, aqui, o day after, com o rapaz sóbrio
http://www.youtube.com/watch?v=oo4RE0R0 ... r_embedded

Débil mental é pouco!!
São idiotinhas filhotinhos de idiotas.

A elite parece sofrer o processo inverso da evolução, enquanto nas classes menos favorecidas o bicho pega e só sobrevivem os mais fortes e espertos, nas classes mais abastadas é tudo mais tranqüilo e a competição quase não existe. Os mentecaptos da classe alta, isentos da competição, acabam sobrevivendo e se reproduzido ...o resultado a gente conhece... gente que acredita na bolinha de papel...

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Re: Meu filho, você não merece nada!

#10 Mensagem por Compson » 22 Out 2011, 15:08

Gilmor escreveu:Os mentecaptos da classe alta, isentos da competição, acabam sobrevivendo e se reproduzido ...o resultado a gente conhece... gente que acredita na bolinha de papel...
Bom saber que mais alguém aqui acredita nos poderes evolutivos da competição!

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Re: Meu filho, você não merece nada!

#11 Mensagem por tio chota » 22 Out 2011, 16:09

Companheiro, essa resumiu tudo...

Os ricos e quase ricos do Brasil sempre pensaram assim. A novidade é que seus filhos não têm mais vergonha de falar.


Sds, Tio Chota

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Re: Meu filho, você não merece nada!

#12 Mensagem por caçador_novo » 22 Out 2011, 20:30

tio chota escreveu:Companheiro, essa resumiu tudo...

Os ricos e quase ricos do Brasil sempre pensaram assim. A novidade é que seus filhos não têm mais vergonha de falar.


Sds, Tio Chota
Resumiu mesmo.

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Re: Meu filho, você não merece nada!

#13 Mensagem por estressado » 23 Out 2011, 06:31

caçador_novo escreveu:
tio chota escreveu:Companheiro, essa resumiu tudo...

Os ricos e quase ricos do Brasil sempre pensaram assim. A novidade é que seus filhos não têm mais vergonha de falar.


Sds, Tio Chota
Resumiu mesmo.
Como sempre, discordo do discurso Marxista.

Os filhos dos pobres não têm mais respeito pelos outros do que os filhos dos ricos... Alguns playboyzinhos são pitboys, alguns pobres viram assaltantes/traficantes/sequestradores. Os de classe média podem ir pra ambos os lados...

Poder (herdado ou conquistado) e impunidade corrompem. Precisamos é de reformas, principalmente no judiciário.

Só não vale tornarem o país ainda mais careta... Pena de morte, penas alternativas de baixo custo pra sociedade (decepações, lutas em arenas com pay-per-view, etc.) e maioridade sexual aos 14 anos já! :lol:

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Re: Meu filho, você não merece nada!

#14 Mensagem por caçador_novo » 23 Out 2011, 11:39

Todo poder corrompe, isso já foi dito há muito tempo. Quando não existe um sistema de freios e contrapesos eficiente, como é o caso do Brasil, o dinheiro gera um poder muito grande e, por via de consequencia, corrompe. Pior, traz uma sensação de impunidade.
Agora, não precisam se preocupar que essas idéias não são marxistas. A direita séria (ela existe, por incrível que pareça) não comunga com essa cultura que vige no Brasil de que o dinheiro permite tudo. Basta ver a política de tolerância zero adotada em NY e que mudou a face da cidade.

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Re: Meu filho, você não merece nada!

#15 Mensagem por Compson » 23 Out 2011, 19:03

estressado escreveu:Os filhos dos pobres não têm mais respeito pelos outros do que os filhos dos ricos... Alguns playboyzinhos são pitboys, alguns pobres viram assaltantes/traficantes/sequestradores. Os de classe média podem ir pra ambos os lados...
Eu só quis dizer que essa mentalidade não tem nada de novo entre os ricos. Não quis dizer que todo rico pensa assim, apenas que sempre houve ricos que pensam (e agem) assim, só não saiam falando fora de seus círculos de confiança.

A comparação entre playboys e traficantes também me parece estranha... Quem tem mais probabilidade de se foder pra valer (se foder mesmo, não pagar uma multa alta, um advogado caro ou uma indenização milionária, mas ser morto ou jogado na cadeia por 30 anos): o pitboy ou a imensa maioria dos traficantes?

A questão aí não é a mentalidade de cada um, mas o que a punição que os membros de cada classe efetivamente irão sofrer.

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Re: Meu filho, você não merece nada!

#16 Mensagem por caçador_novo » 23 Out 2011, 20:24

Compson escreveu:
estressado escreveu:Os filhos dos pobres não têm mais respeito pelos outros do que os filhos dos ricos... Alguns playboyzinhos são pitboys, alguns pobres viram assaltantes/traficantes/sequestradores. Os de classe média podem ir pra ambos os lados...
Eu só quis dizer que essa mentalidade não tem nada de novo entre os ricos. Não quis dizer que todo rico pensa assim, apenas que sempre houve ricos que pensam (e agem) assim, só não saiam falando fora de seus círculos de confiança.

A comparação entre playboys e traficantes também me parece estranha... Quem tem mais probabilidade de se foder pra valer (se foder mesmo, não pagar uma multa alta, um advogado caro ou uma indenização milionária, mas ser morto ou jogado na cadeia por 30 anos): o pitboy ou a imensa maioria dos traficantes?

A questão aí não é a mentalidade de cada um, mas o que a punição que os membros de cada classe efetivamente irão sofrer.
Concordo com você, o maior problema é que muitos não querem enxergar ou verbalizar isso. Como dizia um jurista amigo meu, a classe dominante não se pune, logo, todo o sistema jurídico é montado para proteger seus membros. Caso alguém tenha curiosidade, há muitos estudos sobre a natureza bifronte do direito penal, seja na instância primária (onde as leis são feitas) ou na secundária (onde as leis são aplicadas).
Exemplos disso são frequentes como no caso do cidadão que inspirou o filme meu nome não é Johnny, se ele fosse pobre e não contasse com um bom advogado. Teria passado muitos anos em cana.
Essa sensação de impunidade é muito forte e fica pior quando o adolescente observa o mundo real.

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Re: Meu filho, você não merece nada!

#17 Mensagem por ZeitGeist » 23 Out 2011, 21:52

Mas é brincadeira um cara desses?
Espero, que se ele causar algum acidente, não leve nenhum inocente.

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