Chester Brown narra suas experiências com prostitutas em graphic novel

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Chester Brown narra suas experiências com prostitutas em graphic novel

#1 Mensagem por Carnage » 07 Ago 2011, 17:41

http://www.omelete.com.br/quadrinhos/pa ... n-critica/
Paying for It: A Comic-Strip Memoir About Being a John
Chester Brown narra suas experiências com prostitutas em graphic novel
Crítica - Érico Assis
04 de Agosto de 2011


A graphic novel mais comentada nos EUA este ano, até agora: as memórias de Chester Brown sobre o período em que teve relação com prostitutas, em uma espécie de ensaio em defesa do sexo pago e contra a tirania do amor romântico.

Se você achou estranho o primeiro parágrafo, este aqui talvez compense: nunca vi outra HQ ter Robert Crumb, Neil Gaiman e Alan Moore tecendo elogios juntos na quarta capa. E os três não costumam gastar teclado pra qualquer coisa.

Paying for It: A Comic-Strip Memoir About Being a John é, em outras palavras, um relato autobiográfico sobre ser um “john” – gíria utilizada no inglês para os clientes das profissionais do sexo. Brown faz o inverso do anonimato de um “john”: revela em quadrinhos, uma a uma, as relações que teve com prostitutas durante um período de seis anos.

Quem espera algo pornográfico ou minimamente erótico vai broxar. Por mais que a HQ tenha cenas de sexo, elas só parecem estar ali pela questão burocrática que o autor impõe-se de mostrar graficamente suas experiências. Brown não reforça atributos físicos de nenhuma das moças (que, aliás, nunca têm o rosto desenhado), além de ser cruel com sua própria forma física esquálida, careca e de óculos.

Não contente em fazer seu relato, o autor transforma seu álbum numa espécie de manifesto a favor dos que pagam por sexo e dos que vendem sexo. Entre cada encontro com acompanhantes, Brown mostra conversas que teve com os amigos mais próximos no mesmo período, montando sua filosofia contra o amor e a monogamia.

“Agora vejo que o ideal do amor romântico na verdade é maléfico... O amor causa mais tristeza do que felicidade. Pense em todas as pessoas que almejam o amor mas sentem-se desgraçadas por não conseguir encontrar... É impossível uma única pessoa ser compatível com todas nossas necessidades emocionais e sexuais.” Brown – defensor declarado do libertarianismo - despeja suas frases inclusive sobre amigos famosos, como os também quadrinistas Seth e Joe Matt. Para não deixar dúvidas sobre suas posições, o autor ainda escreve vinte e três apêndices à HQ, rebatendo cada argumento que conhece contra a prostituição.

Com este posicionamento nada usual, Paying for It também não é um quadrinho usual. Não parece haver conflito, nem clímax, nem ênfases. A história anda num movimento arrastado – que parece intencional, visto a desempolgação nas expressões, nos cenários e no estilo das páginas de Brown. Mas se analisado pelo lado de que os quadrinhos devem aceitar cada vez mais gêneros, pode-se dizer que o autor está acrescentando o relato/manifesto ao repertório das HQs. Vale lembrar que em sua obra mais famosa, Loius Riel, ele também inovou na forma de contar História com H maiúsculo em quadrinhos.

Paying for It é uma obra curiosa por todos os motivos acima. Justifica todo o falatório. E pode dar bom combustível para conversas de bar sobre amor, sexo, relacionamentos e dinheiro. Da minha parte, o que acho mais interessante é ver essa discussão ser provocada por um gibi.

PAYING FOR IT tem 292 páginas e custa US$ 24,95

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Re: Chester Brown narra suas experiências com prostitutas em graphic novel

#2 Mensagem por Compson » 07 Ago 2011, 21:11

Carnage escreveu:http://www.omelete.com.br/quadrinhos/pa ... n-critica/
“Agora vejo que o ideal do amor romântico na verdade é maléfico... O amor causa mais tristeza do que felicidade. Pense em todas as pessoas que almejam o amor mas sentem-se desgraçadas por não conseguir encontrar... É impossível uma única pessoa ser compatível com todas nossas necessidades emocionais e sexuais.” Brown – defensor declarado do libertarianismo - despeja suas frases inclusive sobre amigos famosos, como os também quadrinistas Seth e Joe Matt. Para não deixar dúvidas sobre suas posições, o autor ainda escreve vinte e três apêndices à HQ, rebatendo cada argumento que conhece contra a prostituição.

Com este posicionamento nada usual, Paying for It também não é um quadrinho usual. Não parece haver conflito, nem clímax, nem ênfases. A história anda num movimento arrastado – que parece intencional, visto a desempolgação nas expressões, nos cenários e no estilo das páginas de Brown. Mas se analisado pelo lado de que os quadrinhos devem aceitar cada vez mais gêneros, pode-se dizer que o autor está acrescentando o relato/manifesto ao repertório das HQs. Vale lembrar que em sua obra mais famosa, Loius Riel, ele também inovou na forma de contar História com H maiúsculo em quadrinhos.
Não conhecia, mas já gostei. Vou comprar essa porra assim que der!

É engraçado como proliferam as obras sob o ponto de vista da prostituta, mas são muito poucos os autores que escolhem o olhar do putanheiro...

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Re: Chester Brown narra suas experiências com prostitutas em graphic novel

#3 Mensagem por Compson » 10 Set 2011, 20:46

Já li metade. É bom mesmo...

Vou esperar terminar para comentar direito, pois pressinto um final hiperconservador. Vejamos!

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Re: Chester Brown narra suas experiências com prostitutas em graphic novel

#4 Mensagem por Mr.Caos » 11 Set 2011, 00:03

Compson escreveu:Já li metade. É bom mesmo...

Vou esperar terminar para comentar direito, pois pressinto um final hiperconservador. Vejamos!
Escaneia e joga na net pra nóis :D ::chopp::

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Re: Chester Brown narra suas experiências com prostitutas em graphic novel

#5 Mensagem por Compson » 11 Set 2011, 13:51

Edu28 escreveu:
Compson escreveu:Já li metade. É bom mesmo...

Vou esperar terminar para comentar direito, pois pressinto um final hiperconservador. Vejamos!
Escaneia e joga na net pra nóis :D ::chopp::
Puts, são umas 230 páginas de quadrinhos, mais umas 70 de texto...

Não recomendo nem nada, mas não é difícil de achar no Google ou Torrent...

Para abrir o arquivo CBZ, basta renomear sua extensão para ZIP ou RAR, que ele funciona como um compactado qualquer...

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Re: Chester Brown narra suas experiências com prostitutas em graphic novel

#6 Mensagem por Compson » 11 Set 2011, 14:07

Terminei os quadrinhos. É bom e o final conservador não veio...

Para começar, a contracapa vem com recomendações de ninguém menos que Robert Crumb (que também escreve o prefácio), Neil Gaiman e Alan Moore. Imponente!

Não se trata de uma história de enredo, que te pega pela emoção, mas de uma narrativa hiperrealista, portanto, com uma sucessão às vezes tediosa de putas, que reflete o próprio tédio da personagem/autor. As cenas de sexo não são pornográficas, mas estáticas e repetitivas. A arte reflete um pouco disso na sua simplicidade e na falta de expressividade de quase todas as personagens e situações.

A história começa com uma trajetória que parece bem familiar a muitos de nós: o cara fica na seca e resolve apelar para o sexo pago. Nos quatro primeiros capítulos ele passa rapidamente do preconceito e do medo ao vício e à compulsão...

O livro tem um certo ar "panfletário", de luta pela desciminalização da prostituição no Canadá. Por isso, tem alguns pontos baixos em que Chester fica rebatendo um a um os argumentos de seus amigos favoráveis à criminalização ou regulação da prática. Por esse motivo também, a realidade é um pouco mais suave que a média: as putas são menos picaretas, os clientes (no caso, só o Chester) são menos fdps e os "intermediários" nem aparecem, são apenas sugeridos.

As partes boas são as reflexões sobre aquilo que ele chama de "amor romântico"... É daí que eu achei que sairia um final conservador, pois às vezes o personagem fala de um vazio após os programas, que eu achei que ia servir para resgatar a ideia de "amor romântico". Ele de fato faz isso, mas de um modo um tanto inusitado e original, embora certamente problemático...

Enfim, boa reflexão sobre putaria... Recomendo a quem queira pagar de olhos abertos, ou quase....

Além disso, é um bom registro histórico sobre a passagem da putaria pré-Internet e pré-celular para a putaria tal qual a conhecemos hoje.

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Re: Chester Brown narra suas experiências com prostitutas em graphic novel

#7 Mensagem por Mr.Caos » 11 Set 2011, 17:37

Baixei por torrent.

Já li a orelha e as paginas 4 e 5, parece bom, estou gostando.

Não costumo gostar de livros em quadrinho, mas talvez pelo tema e por ter me identificado com o autor, já nas cenas desenhadas nas duas primeiras páginas, estou gostando. :wink:

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Re: Chester Brown narra suas experiências com prostitutas em graphic novel

#8 Mensagem por Mr.Caos » 11 Set 2011, 20:32

Passei da página 100 já.

O Chester Brown é forista :!: lá no Canadá.

Estou adorando o livro. Muito provavelmente pela identificação quase total com a figura e idéias do autor, e com as experiências relatadas.

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Re: Chester Brown narra suas experiências com prostitutas em graphic novel

#9 Mensagem por Carnage » 11 Set 2011, 20:50

Queira ler essa porra, mas eu queria em papel. Curto muito mais ter o livro nas mãos.

Preferia em português, acho mais cômodo ler assim.

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Re: Chester Brown narra suas experiências com prostitutas em graphic novel

#10 Mensagem por Mr.Caos » 12 Set 2011, 00:55

Terminei de ler o livro.

Gostei muito. =D> A perspectiva política do autor-cliente é o que se poderia chamar de liberal progressista.

Enquanto não for escrito nada melhor (e pelo que eu saiba é o único livro escrito da perspectiva de um cliente sobre a prostituição), acho que pode ser considerado a "bíblia" do cliente progressista. Ou pelo menos do cliente classe média progressista.

O inglês é tranquilo de ler. Alguém com um conhecimento mediano acho que consegue ler sem maiores problemas ou desconfortos.

Tem que se tirar o chapéu, para além do livro em si, pela coragem do autor. São esses que colocam a cara a tapa em relação a temas tabus que fazem o mundo avançar a galopes.

:-positivo-: :-chapeu-:

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Re: Chester Brown narra suas experiências com prostitutas em graphic novel

#11 Mensagem por Compson » 12 Set 2011, 11:27

Os apêndices são meio chatinhos... Apenas argumento x contra-argumento sobre descriminalizar ou não a prostituição.

Pode ser interessante para conhecer melhor o pensamento do autor, mas só é realmente necessário se você estiver a fim de sair em uma campanha pública pela descriminalização e precisar de argumentos para enfrentar um debate com um adversário relativamente qualificado, como uma acadêmica feminista, ou mesmo o Reinaldo Azevedo...

No geral, é bem intuitivo para quem não seja muito preconceituoso.

Não sei, mas às vezes parece que o cara quer criar mais um nicho cultural: tem cinema gay, estudos feministas, literatura sobre movimento negro... Agora ele quer o "prostitucionismo"... Por um lado, é essa estratégia que permitiu a todas as "minorias" estabelecerem seu espaço. Por outro, é uma forma de barrar processos emancipatórios e achar que basta "reconhecimento social" (que geralmente significa "espaço no mercado") para eliminar um preconceito.

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Re: Chester Brown narra suas experiências com prostitutas em graphic novel

#12 Mensagem por Gilmor » 12 Set 2011, 12:13

Compson escreveu: para enfrentar um debate com um adversário relativamente qualificado, como uma acadêmica feminista, ou mesmo o Reinaldo Azevedo...

Depois do episódio do “Ronaldo” fico meio em dúvida em relação as suas ironias, vc realmente considera o Reinaldo Azevedo alguém minimamente qualificado ???

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Re: Chester Brown narra suas experiências com prostitutas em graphic novel

#13 Mensagem por Compson » 12 Set 2011, 12:20

Gilmor escreveu:
Compson escreveu: para enfrentar um debate com um adversário relativamente qualificado, como uma acadêmica feminista, ou mesmo o Reinaldo Azevedo...

Depois do episódio do “Ronaldo” fico meio em dúvida em relação as suas ironias, vc realmente considera o Reinaldo Azevedo alguém minimamente qualificado ???
Sim. Por qualificado não entendo "o cara que concorda minimamente comigo", mas "o cara que tem flexibilidade argumentativa para sustentar seu ponto, seja ele qual for". Isso o Azevedo tem sem dúvida!

Que dizer, depende de onde você o conhece... Geralmente, quando dá entrevistas gravadas, parece um minipinscher raivoso... Mas no blog ele desenvolve bem alguns temas.

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Re: Chester Brown narra suas experiências com prostitutas em graphic novel

#14 Mensagem por estressado » 14 Set 2011, 20:42

Excelente dica!!!!! Pra baixar é só procurar no Google por "paying for it" demonoid. Comecei a ler, mas só devo poder pegar pra terminar no fim de semana.

É por isso que mesmo sem tempo eu continuo lendo essa porra e contribuindo. GPGuia rules!

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Re: Chester Brown narra suas experiências com prostitutas em graphic novel

#15 Mensagem por Mr.Caos » 24 Jul 2012, 19:40

O livro foi lançado no Brasil.

Aqui tem uma grande resenha sobre ele: http://revistaepoca.globo.com/Sociedade ... -sexo.html

Nem preciso dizer minha opinião sobre o livro, já que a capa dele é meu avatar.

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Re: Chester Brown narra suas experiências com prostitutas em graphic novel

#16 Mensagem por Compson » 24 Jul 2012, 21:17

Tem mais um cara que usa o Chester Brown no avatar... Acho que o Depeche.

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Re: Chester Brown narra suas experiências com prostitutas em graphic novel

#17 Mensagem por Depeche » 24 Jul 2012, 22:26

Compson escreveu:Tem mais um cara que usa o Chester Brown no avatar... Acho que o Depeche.
Tirando a inteligencia, sou eu em pessoa.

Esta em primeiro entre os mais vendidos no site da editora .
Nas resenhas que li sobre o lançamento , fica claro que o cara é um autentico putanheiro . Meio BOP para os nossos padrões, mas mesmo assim merece minha admiração .

Esse com certeza eu vou ler.

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Re: Chester Brown narra suas experiências com prostitutas em graphic novel

#18 Mensagem por Darwin1 » 26 Jul 2012, 23:23

Nem sabia da existência desse livro, e olha que já li várias graphic novels e todos os autores que resenharam.

Comprei o meu hoje. Só folheei, mas pareceu ser muito bom.

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Pagando por sexo - Chester Brown

#19 Mensagem por Vacaiado » 10 Ago 2012, 11:08

Vale conferir:
http://entretenimento.uol.com.br/notici ... ibulos.htm

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Re: Chester Brown narra suas experiências com prostitutas em graphic novel

#20 Mensagem por japa.cp » 10 Ago 2012, 11:17

Tem um comentário da Bruna Surfistinha sobre o livro e num trecho dele ela parece fazer uma menção indireta ao GPGuia.

"Achei interessante quando Ches descobre um site onde os clientes escrevem uma resenha para cada prostituta que conhece. Me coloquei muito no lugar de Anne, a garota para quem Ches contou que num destes site haviam resenhas sobre ela. Pausa. Foi um cliente que me contou sobre um destes sites aqui no Brasil, se não fosse por ele, jamais imaginaria que existiria algo assim!"

Segue o link.

http://entretenimento.uol.com.br/notici ... ibulos.htm

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Re: Chester Brown narra suas experiências com prostitutas em graphic novel

#21 Mensagem por Compson » 10 Ago 2012, 11:21

Olha só, a nova resenhista do mercado:

Bruna Surfistinha comenta "Pagando por Sexo" e indica: "HQ deveria ser leitura obrigatória em todos os prostíbulos!"
http://entretenimento.uol.com.br/notici ... ibulos.htm

É, a Bruna critica a necessidade masculina de aumentar a foda, mas reproduz a necessidade das putas de diminuí-la, por exemplo, quando diz que beijar é "algo que não é comum de acontecer" (embora não fique claro se essa generalização se refere à experiência dela ou do Chester).

Ela não entendeu também o conceito de "romantismo" do autor, ao contrapô-lo a machismo ("um machismo camuflado para um homem que aparenta ser romântico") e quando tenta inverter seu ceticismo (reproduzindo, aliás, um argumento que ele critica à exaustão ao longo do livro): "Mesmo depois de Chester ter decidido que nunca mais teria uma namorada e insistir que não acredita mais em "amor romântico", tive a impressão de que é justamente isso que ele sempre busca nas prostitutas (...) Ele não busca apenas sexo, mas uma companhia feminina." Mas onde caralho "buscar companhia feminina" = romantismo?

Enfim, a resenha é uma catástrofe para os objetivos do livro: a frieza realista de Chester contrasta intensamente com a representação fantasiosa de Bruna quanto a sua experiência e suas interpretações psicologistas infantis. Uma merda!

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Re: Chester Brown narra suas experiências com prostitutas em graphic novel

#22 Mensagem por 100%tricolor » 10 Ago 2012, 23:01

A Bruna Surfistinha é meio confusa... adora falar sobre putaria mas não consegue ser honesta em relação ao assunto.. dizer q beijo não é comum.... que só fazia oral com preservativo.. essas bobagens, mentiras.... logo ela q dava beijos pouco técnicos kkkk e engolia com gosto a porra dos clientes.
Ela meio que desenha o cliente como um idiota, parece ser a forma q ela encontrou de justificar ter vivido disso... e o fato de que de uma forma ou de outra sempre vai viver disso... com méritos próprios é claro, chegou mais longe do q muitos imaginariam de forma até surpreendente, com certeza influenciou muitas jovens putas... é verdade que uma geração um tanto quanto mercenária e iludida com uma história q nem sempre (quase nunca) se repete, mas enfim...

fiquei curioso em relação a HQ.. deve ter muita coisa com a qual nós putanheiros vamos nos identificar... mesmo o cara sendo lá acho que do Canadá, (não tenho certeza, esqueci) mas putaria é universal mesmo KKKK, putas e putanheiros!

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HQ "PAGANDO POR SEXO" - HISTORIA REAL

#23 Mensagem por charlie bravo tango » 02 Out 2012, 15:58

Chester Brown prova que dá pra levar a vida Pagando por Sexo

Imagine uma história em quadrinhos que relata de forma quase científica todas as experiências de um homem que decide apenas fazer sexo pago. Nem precisa perder tempo imaginando, o quadrinista Chester Brown escreveu e desenhou o álbum “Pagando por Sexo” (WMF Martins Fontes), relatando suas reais experiências com as profissionais do sequisu. E o mais impressionante de tudo, a HQ é extremamente sensível e cativante.
Tudo começa quando Chester Brown termina com sua namorada, mas continua dividindo um apartamento com ela. Ao fazer isso, Brown percebe que gostava mais da companhia dela do que do sexo e quer transar com outras garotas. O problema é que ele não acha muito bacana levá-las para a casa deles. Foi assim que ele começou a pensar em recorrer a profissão mais velha do mundo.

O álbum trata justamente dessa jornada que Chester Brown faz até se tornar um verdadeiro “john”, gíria em inglês para quem utiliza serviços de prostitutas. Durante todo o decorrer da história, vemos o autor sendo questionado por seus amigos, repensando sua forma de se relacionar e aprendendo a encontrar humanidade no mercado do sexo. Não é a toa que essa é uma das mais vendidas e comentadas histórias em quadrinhos dos últimos tempos.

Antes que sejamos atingidos pelos mal comidos do politicamente correto, Chester mora no Canadá e a vida das garotas de programas de lá não é nem de perto parecida com as brasileiras. As condições de trabalho são muito superiores e a renda da população é muito acima da nossa, permitindo melhores oportunidades. Pelo que é retratado no livro, só entra no ramo da putaria quem quer. Sem falar que o autor, apesar da aparente misoginia, trata todas as garotas com uma educação que deveria ser usada com qualquer prestador de serviços. Tem até um momento do gibi que mostra o autor bitolado em qualificar e escrever comentários sobre o desempenho das garotas nos sites de acompanhantes.

A verdade é que Chester Brown expõe tanto sua vida privada nessa história em quadrinhos que até incomoda o leitor com tanta sinceridade. Essa desmistificação do sexo é um dos grandes temas da obra de Brown, que conduziu com a mesma maestria uma experiência semelhante no álbum “Playboy” (Conrad). Neste primeiro e até então único trabalho dele publicado por aqui, o autor mostra sua relação com a revista “Playboy” e conta a história de sua “vida masturbatória”. Engraçado com as duas obras se complementam e tem até um sabor de continuidade.

Fiquei muito contente com o lançamento da WMF Martins Fontes, tive a oportunidade de ler o original enquanto trabalhava por lá, mas aproveito para puxar a orelha dos editores: por que deixar o livro com um acabamento tão pobre? Apesar da qualidade do miolo, a capa é muito fina e acaba ganhando rachaduras durante a leitura. Para não exagerar e pedir a capa dura do original, poderiam pelo menos ter feito orelhas com um bom texto de apresentação.
“Pagando por Sexo” é uma obra extremamente subversiva, mas que apresenta argumentos muito sérios defendendo suas ideias. Com Chester Brown, esse negócio de autobiografia não se resume a uma origem sofrida e perturbada, mas a exploração das depravações que fazemos no dia a dia. Seu trabalho parece até uma mistura de Charles Bukowski com Harvey Pekar.

No final da HQ, Chester Brown reúne uma série de artigos que escreve para rebater as críticas que recebeu durante sua experiência de viver só de sexo pago. Outro atrativo do livro é uma divertida introdução escrita pelo mestre Robert Crumb, um velho sacana de mão cheia.
Este lançamento foi uma grata surpresa, mas ao mesmo tempo deixa a vontade de ver a WMF Martins Fontes ousando mais em seu catálogo e lançando um número muito maior de títulos de quadrinhos e obras subversivas. Poucas editoras tem a tradição e a estrutura para publicar quadrinhos como eles.

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Dica de Leitura de HQ: Pagando por Sexo, Chester Brown

#24 Mensagem por Hideki Goh » 16 Out 2012, 22:18

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Como não achei nada por aqui segue uma dica de leitura super ágil, afinal trata-se de uma HQ. Puxei da memória e não me lembro se peguei a dica no Estadão ou em algum outro site. Achei agora na Internet uma resenha da própria Bruna Surfitsinha, do qual confesso que ainda não li, mas copiei os links das figuras para aqui ilustrar http://entretenimento.uol.com.br/notici ... ibulos.htm

Achei bem legal, pois no final do livro coloca uma discussão interessante acerca da prostituição, que me ajudou a me livrar de algumas caraminholas sa cabeça. Muito mais que o proporcionado pelo consultório sentimental do presidente Clinton.

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Re: Chester Brown narra suas experiências com prostitutas em graphic novel

#25 Mensagem por Compson » 25 Fev 2013, 10:57

Texto legalzinho da Monique Prada sobre o livro:
“Pagando por sexo” e a hipocrisia nossa de cada dia: o pecado está no lucro?
Monique Prada

Chester Brown é, em certo sentido, um cara corajoso. Ele usa seus quadrinhos, bastante expressivos na sua “não emoção”, para esboçar uma tese bem interessante na racionalização da malaise masculina na virada para o século XXI: o mito do “amor romântico” é um mal que deve ser extirpado das aspirações humanas na sociedade contemporânea. Tese que ele defende, ao longo dos quadrinhos que ilustram seu livro, com muita convicção – ardorosamente, até, mas sobretudo, racionalmente. Como demonstração, ele utiliza sua opção de buscar o que não tem mais – sexo – com prostitutas, entre março de 1999 e dezembro de 2003, em Toronto.

“Pagando por sexo” é um livro interessante, a começar pela apresentação – quadrinhos tornam qualquer assunto mais palatável. Confesso que meu primeiro impulso foi o de desconstruir um a um os argumentos apresentados pelo autor em defesa de sua opção. A começar pela chamada: “O amor romântico? Não existe. Pagar por sexo é melhor.” Perfeito – mas talvez seja a hora de contar isso aos maiores interessados: às prostitutas, seus amantes, maridos, e mesmo patrocinadores eventuais que acabam por se tornar fixos e fiéis. Coisa, aliás, que acontece com ele mesmo, ao final – chegaremos lá…

No desenrolar da trama, conhecemos um Chester meticuloso em seu planejamento e em suas justificativas. Após uma conversa (surreal para nossos padrões – e só isso já recomendaria o livro para nossos emocionais casais brasileiros) em que sua namorada “pede permissão” para ficar com outro, ele – que segue morando com a moça, agora em uma relação de amizade – decide não mais se envolver. Considera que o “desgaste” de conseguir e conviver com uma nova namorada não compensa a satisfação. Confrontado com a necessidade e desejo de transar de quando em vez, e a total falta de vontade de iniciar um novo relacionamento, Chester acaba se decidindo por pagar… por sexo! Um modo fácil e racional de economizar emoções.

Entretanto, Chester é neófito na temática. Passa por todas as dúvidas de um iniciante, como se tivesse vinte anos ao invés dos quase quarenta que já o alcançaram.. aceita todas as desculpas mais clássicas de nossas heroínas, nunca pondo em dúvida a sinceridade delas… Não por acaso, uma das moças diz que ele foi muito bem “recomendado” por sua amiga (no jargão do meretrício, a definição mais apropriada para “bem recomendado” traduz-se pelo desejável trio de qualidades: “tem pau pequeno, goza rápido e paga direitinho”…).


Enfim.. Chester é um canadense que acredita, sobretudo, na sinceridade como a virtude humana suprema. É filho da lógica “fumei mas não traguei” que impregna aquelas paragens. Assim, ele quer sempre justificar e proteger as moças que o satisfazem frente à argumentação preconceituosa de seus amigos (sim, ele apregoa aos quatro ventos sua opção pelo sexo pago – o que, a meu ver, justifica o adjetivo que empreguei no começo: corajoso. Assumir essa opção para amigos não adeptos da prática gera, não raro, estranheza e indignação..). No entanto, quando confrontado às questões “espinhosas” (como, por exemplo, se não estaria ele contribuindo para o enriquecimento de cafetões), sua resposta se resume a um tímido “espero que não” – embora as evidências apresentadas mostrem que nenhuma daquelas moças atua sozinha, sendo muitas, mesmo, imigrantes, provavelmente ilegais.

Com a continuidade dos encontros, Chester vai ganhando “cancha” – o que ocorre sobretudo a partir do conhecimento de um site que dá notas às prostitutas de Toronto (similar aos nossos fóruns que, ainda que não sejam totalmente confiáveis, ainda assim, são um bom canal para a troca de informações sobre o assunto. Nos primeiros anos de existência, era comum ver foristas referindo-se ao GpGuiA – que teve sua festa de 10 anos em agosto último – de PROCON do putanheiro, e devo eu mesma admitir que houve um tempo em que cumpriu bem este papel, muito embora hoje – infestado de tds “falsos”, em muitos casos “plantados” por agentes e mesmo pelas próprias acompanhantes, e, ao menos aqui no Sul, pautado por um sem número de regras bobas, mutáveis ao sabor do humor do administrador – seja apenas uma desbotada sombra do modelo revolucionário que já representou um dia).

Terb - Toronto Escort Review Board, um dos fóruns de clientes de prostitutas, no Canadá
Conforme adquire mais experiência, Chester percebe-se emocionalmente abalado após os programas, sobretudo ao repetir encontros com a mesma garota, e tem dificuldades para entender o que está acontecendo. Até que ele acaba por rever seu conceito, e o adapta para algo mais palatável e menos discutível. O problema não é mais o “amor romântico” mas sim a monogamia forçada a ele associado.

Quem espera transas mirabolantes nos quadrinhos do livro não encontrará. Os encontros de Chester são descritos com recato – até para evitar a identificação das moças – mostrando simplesmente aquilo que muitas vezes ocorre entre cliente e acompanhante. Ao contrário do que talvez espere quem não “vive” no meio, Chester tem o comportamento padrão do patrocinador de meretrizes “de sites”: longe de ser um sociopata solitário, agressivo e amargo, Chester é gentil e educado. Busca nos encontros apenas alguma satisfação e não vê problemas em pagar por isso – como pagaria por um corte de cabelo ou uma sessão de psicoterapia. Usa os encontros apenas como um meio de conseguir satisfação economizando sentimentos e emoções.. Comportamento bastante usual nos dias atuais. Como se sexo fosse, realmente e apenas, uma necessidade fisiológica, básica. É assim que Chester o vê e, sob este aspecto, é cauteloso: racionaliza a questão, mede consequências, calcula gastos, jamais cede a impulsos.. tudo o que ele quer é prazer, e o busca nos tediosos encontros de curta duração com prostitutas. Orgasmos sintéticos, gemidos sincronizados e o “vazio” que o acomete quando essas relações tornam-se rotina. Contraditório, pra quem quer fugir do que chama de “amor romântico”, não? Ao menos quando essa fuga se dá por conta da rotina inevitável das relações duradouras… Ou não? A rotina é mesmo menos assassina quando se muda apenas os personagens?
Fugindo um pouco do assunto, há um ponto que gostaria de ressaltar a respeito de Chester: seu comportamento (embora, muito provavelmente, ele mesmo nunca venha a se dar conta disso, talvez mesmo por falta de interesse), essa pseudo-promiscuidade, esse “entregar-se” a prazeres proibidos e mundanos, atrai o interesse de muitas “civis”.. Loucas para preencher o vazio existencial imenso que assola a alma desse pobre rapaz carente, esmeram-se em produções sensuais, devoram 50 tons de qualquer cor que lhe caia nas mãos e vão à luta. Desastroso erro de avaliação… Dificilmente um homem que habitualmente recorre aos serviços de meretrizes deixa de fazê-lo apenas por ter assumido um relacionamento. Além do mais, homens que saem com meretrizes não são necessariamente carentes, nem há garantia de sofrerem desse vazio existencial imenso do qual nos falam as pessoas que optam por ter uma vida sexual “convencional” – com romance, diria eu. Ah, o vazio…

Ao final, há uma discussão mais séria sobre temas envolvendo questões morais e legais quanto à prostituição. Comentarei algumas das questões levantadas pelo autor com base em minha experiência pessoal:

1. A prostituição é apenas uma forma de namoro e, no futuro, as pessoas encararão com naturalidade tanto pagar quanto cobrar por sexo – Bom, eu vejo, sim, os encontros como “uma forma de namoro” com hora marcada e duração pré-determinada.. Mas discordo que haja a possibilidade de, algum dia, ser visto como “normal” o pagar ou receber por sexo. Num mundo perfeito, isso talvez fosse o ideal – mas minha experiência pessoal leva-me a duvidar dessa possibilidade. Pagar por sexo já é, nas “internas”, relativamente bem aceito. Receber por sexo, isso sim, é tido como comportamento passível de condenação. Senão, vejamos: enquanto “civil”, convivi com muitas mulheres que tinham, secretamente, uma vida sexual tão ou mais libertina quanto a que passei a ter enquanto acompanhante. Pois muitas dessas modernas e descoladas moças adotaram uma posição ridiculamente hipócrita e cínica quando decidi passar a atuar como acompanhante. Não questionaram meus motivos, não me deram chance, nada me perguntaram. A condenaçäo veio quase que imediatamente: as queridas amigas “civis” que antes me confessavam seus casos extra-conjugais, que freqüentavam festas estilo “clube de mulheres”, despedidas de solteira nada inocentes, eram habituès de casas de swing (gosto e prática que compartilhávamos), pediam-me indicação sobre prostitutas que não raro contratavam para “presentear” o parceiro em ocasiões especiais – repudiaram minha decisão, excluindo-me do grupo e, através de fofocas, prejudicaram-me intencionalmente em minha vida pessoal. Vejam: a única mudança é que passei a.. cobrar por sexo! “Mudei” de lado, passei a ser imoral, condenável.. Seria o lucro meu grande pecado?

2. Prostituição masculina: se um homem decide ser profissional do sexo, a sociedade aceita melhor este fato, já que homens são “donos” de sua sexualidade – Discordo. Vejo que a condenação ao garoto de programa é ainda mais dura que às garotas: ele é um homem em condição de inferioridade, pois se SUBMETE (??) a fazer sexo em troca de dinheiro. Passa a estar em posição de inferioridade em relação a quem o paga. A questão aí é puramente financeira…

3. Você é dono do seu corpo! Sim – e decide o que bem fazer com ele, de modo que não há imoralidade real em optar pela prestação de serviços sexuais. Sempre importante lembrar que o que eu “vendo” não é físico – meu corpo. A prostituta “vende” serviços sexuais, vende uma parte do seu tempo. O cliente não determina tudo o que acontece apenas por estar pagando. Tudo acontece, ou DEVERIA ACONTECER, em pleno acordo entre as partes.

4. Prostitutas fazem sexo sem desejo? Eventualmente, sim. Mas há outras circunstâncias que levam mulheres a transar sem desejo – manter o casamento, por exemplo.

5. A questão da escolha… Se uma trabalhadora recebe x por determinado trabalho, e lhe oferecem receber três vezes mais que x em outro trabalho, deve ela recusar? Obviamente, não.. Por que isso ainda soa estranho quando se trata da prostituição? Por que deveríamos dizer “não”, se nos agrada o trabalho e ganhamos bem com ele? Procuro resposta para essa pergunta há tempos, e até hoje não encontro resposta ou motivo concreto que me leve a abandonar a atividade. A não ser pela condenação moral de uma sociedade que nos alimenta, mas não nos quer à mesa…
http://www.moniqueprada.com/acompanhant ... ter-brown/

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Nazrudin
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Re: Chester Brown narra suas experiências com prostitutas em graphic novel

#26 Mensagem por Nazrudin » 25 Fev 2013, 11:17

Curti. O livro tá na lista.

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marvosa5
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Re: Chester Brown narra suas experiências com prostitutas em graphic novel

#27 Mensagem por marvosa5 » 25 Fev 2013, 15:59

Compson escreveu:Texto legalzinho da Monique Prada sobre o livro:
“Pagando por sexo” e a hipocrisia nossa de cada dia: o pecado está no lucro?
Monique Prada
http://www.moniqueprada.com/acompanhant ... ter-brown/
Também gostei, mas como sempre é um tema polêmico.

Quem entra na prostituição, seja h ou m, tem que assumir que perdeu um pouco de ética/moral. Não dá para ficar procurando comparações com quem se esforça para manter um casamento, tendo que trabalhar "de verdade" ou mesmo tendo que transar com o marido sem ter vontade. Inclusive o sexo com romance (casamento) é muito melhor mesmo, desde que ambos não sejam tão ruins de cama também. Difícil é ter habilidade para evitar ou resolver os problemas conjugais que surgem com o tempo.

É lamentável ver que em qualquer lugar/país isso movimenta tanto dinheiro, levando as "profissionais" a enganarem com tanta frequência, e com os mesmos truques, os pagantes. Tantos sites cheios de poesia, cujas donas são cheias de "carga negativa"... Não sei se é o caso dela.

Acho que essa hipocrisia da sociedade tem seu lado bom. Se mesmo sabendo que existe esse preconceito, tem mulher que fica "dando bandeira de puta" (e até quem gosta da putaria geralmente não aprecia isso), imagine se fosse "liberado geral"...

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Re: Chester Brown narra suas experiências com prostitutas em graphic novel

#28 Mensagem por Comedor da ZN » 26 Fev 2013, 12:07

Bruna Surfistinha comenta "Pagando por Sexo" e indica: "HQ deveria ser leitura obrigatória em todos os prostíbulos!"
http://entretenimento.uol.com.br/notici ... ibulos.htm

Bruna Surfistinha*
Especial para o UOL
10/08/201207h00

Comecei a ler "Pagando por Sexo", a HQ recém-lançada de Chester Brown que narra os encontros do autor canadense com garotas de programa, com muita expectativa e curiosidade. Apesar de ter vivido na prostituição durante três anos e ter conhecido bem o universo masculino, ainda assim sempre quis ler relatos de um homem que assume gostar de pagar por sexo.

Vi muitos clientes em Chester e me vi em algumas garotas que ele pagou. Chester é um dos poucos homens que têm coragem de assumir as fragilidades e medos que rondam quem busca por sexo pago.

Um homem comum - e nem por isso sincero - trata a prostituta como um mero objeto sexual. Em um programa de uma hora, goza no máximo - no máximo mesmo! - duas vezes, mas para os amigos enche a boca pra dizer: "Dei quatro vezes sem tirar!". O homem comum é aquele que nunca assume que já brochou, precisa sempre aumentar os fatos para alimentar o próprio ego e se sentir mais macho que os amigos. É aquele que jamais se apaixonaria por uma prostituta por acreditar que isto é imoral. Chester não é um homem comum.

Devorei o livro em poucas horas, com pequenas pausas entre um capítulo e outro, nas quais me lembrei de situações que vivi então como garota de programa.

Em "Pagando por Sexo", Chester mostra que a prostituição é um mundo cheio de curiosidades, descobertas e mentiras. Desvenda muitos truques usados por prostitutas, coisas que a maioria dos clientes morrerá sem saber. Como o truque básico que Ches descobriu com Jolene: a estratégia de fazê-lo gozar no oral, para tentar evitar a penetração de outras maneiras.

O que mais gostei deste livro foi o fato de que Chester não esconde seus pensamentos. Sempre desconfiei que os clientes conversam com eles mesmos, em mente. Os pensamentos de Ches devem passar pela cabeça de todos os homens durante encontros com prostitutas. Nota-se as diferenças entre elas e as reações de surpresas que ele teve, como quando uma resolve beijá-lo, algo que não é comum de acontecer. Ou então quando ele se surpreende ao notar que uma estava olhando nos olhos dele enquanto transavam.

Chester, que após terminar o namoro com sua última parceira decide se tornar consumidor frequente de sexo pago, lida com isso de uma maneira extremamente natural, sem culpa alguma. Mesmo que, após vários encontros, ele diga ter ficado com uma "sensação de vazio".

Interessante notar as opiniões opostas sobre a prostituição no próprio círculo de relacionamentos do autor, como é o caso de Joe [Matt], um dos seus melhores amigos na vida real, que se diz totalmente contra o fato de Ches buscar por prostituta. Joe vive lhe dando lições de moral e demonstrando um machismo camuflado para um homem que aparenta ser romântico.

O livro deixa clara a frieza do relacionamento entre prostitutas e seus clientes, mas mostra o quanto essa relação pode ser sincera: as garotas de programa sabem que o cliente quer apenas prazer, enquanto o homem sabe que elas querem apenas dinheiro.

Mesmo depois de Chester ter decidido que nunca mais teria uma namorada e insistir que não acredita mais em "amor romântico", tive a impressão de que é justamente isso que ele sempre busca nas prostitutas. Quando gosta de uma acompanhante, faz questão de revê-la sempre que possível, como se estivesse sentindo saudade e com vontade de conhecê-la um pouco mais. Ele não busca apenas sexo, mas uma companhia feminina.

Dei também boas risadas durante a leitura. Chester tem um senso de humor incrível e opiniões próprias e coerentes que fazem o leitor refletir sobre os assuntos abordados - ao final da edição brasileira da HQ, há uma série de apêndices em que ele expõe, com a paixão de um advogado, as diferenças entre a legalização e a descriminalização da prostituição no Canadá, as questões morais e culturais envolvidas, além de aspectos históricos do relacionamento a dois, seja ele pago ou não.

Com exceção dos pensamentos expostos nos quadrinhos, nada mais foi uma descoberta para mim, mas tenho certeza que a leitora que nunca viveu na prostituição fará boas descobertas. E os leitores adeptos do sexo pago se verão em Chester.

Enumero a seguir algumas das dicas e experiências do autor que deveriam se tornar um manual de leitura obrigatório em todos os prostíbulos:

1. A regra da "aumentadinha"

Quando ele liga para uma prostituta de um anúncio e pede que ela se descreva, comecei a rir. Me lembrei de todas as vezes em que tive que me descrever ou as outras tantas em que ouvi alguma colega se descrevendo. A garota de programa sempre dá uma aumentadinha em seus aspectos físicos, aproveitando que quando o homem liga, já está cheio de tesão. Situação esta que Ches passou com a Tina.

Chester logo demonstra que é bem exigente, considera velha uma que conta ter 28 anos. Pausa. Lembrei então que quase todas das minhas colegas mentiam a idade quando eram questionadas, sempre para menos, é óbvio.

Como exemplo, uma moça com quem trabalhei, tinha 34 anos, mas dizia ter apenas 27, sendo que nos dois anos que fomos colegas, ela manteve esta mesma idade.

Menti minha idade bem no início, por ter começado com 17 anos, precisava dizer que tinha um ano a mais. Depois que completei 18 anos, não precisei mais mentir, até mesmo por que parei com 20.

***

Como não lembrar também das descrições falsas nos anúncios? Truque básico dos donos dos prostíbulos para atrair clientes. O homem atraído por tal anúncio, acredita que vai encontrar a moça no prostíbulo quando cai no golpe: chegando lá, a gerente inventa uma desculpa para justificar a ausência da fulana, mas o convida para conhecer as outras garotas. Já que está lá, decide fazer programa com outra. Truque mais velho que andar pra frente. E os homens caem direitinho.

2. Sorria, você está sendo vigiado!

Lendo sobre o trajeto até a primeira experiência sexual de Ches, quando ele demonstra medo ao imaginar estar sendo vigiado por alguém antes de chegar ao local, lembrei que os clientes são realmente vigiados sem saber. Em dois dos prostíbulos em que trabalhei, havia um segurança à paisana do outro lado da rua, sempre de olho em quem estava entrando na casa. Em outro, no famoso "Vintão", tinha duas câmeras escondidas na frente da casa, onde víamos dois ângulos de quem estava chegando por uma tela de TV.

Quando Carla, uma garota de programa, o deixa sozinho, diz para ficar à vontade e sai do quarto, Ches, desconfiado, olha embaixo da cama e dentro do armário para ver se tem alguém escondido. Imagino que muitos dos meus clientes tenham feito isto, mas nunca alguém comentou comigo.

Ela demora para voltar e ele então se pergunta: "Será que isso sai da minha meia hora?". Tive vontade de entrar ali na cena e dizer: "O tempo já está contando, Ches!". A partir do momento que o cliente já está no quarto, o tempo combinado começa a rolar.

3. Tempo é dinheiro

Chester gosta da experiência por sexo pago e vicia. Logo se vê fazendo contas de quanto será o investimento caso pague a cada duas semanas. E a conclusão a que ele chega é a mesma de muitos homens que conheci: sai mais barato pagar uma prostituta do que bancar uma namorada.

***

Não demorou para Chester perceber que quando uma prostituta diz "Mais rápido! Mais rápido!", não significa que ela está quase gozando, mas para que o cliente goze mais cedo. Pausa. Usei muito este truque!

***

Mais tarde, quando Chester precisa deixar de morar com a ex e compra um apartamento, usa toda a sua economia no negócio. Ficou feliz por ter um local para receber as prostitutas, mas sem dinheiro para bancá-las. Passou seis meses sem sexo.

4. O cliente tem sempre razão

Quando o autor conta sobre sua relação com Angelina, deixa claro o quanto um homem fica incomodado quando a mulher está totalmente seca, sem um pingo de lubrificação. Para o cliente pouco importa saber se a prostituta usou meia bisnaga de lubrificante artificial, pois em seu inconsciente quer imaginar e acreditar que é natural, que ele realmente é capaz de proporcionar muito prazer a ela. Mas o seco os incomoda.

***

Achei interessante quando Ches descobre um site onde os clientes escrevem uma resenha para cada prostituta que conhece. Me coloquei muito no lugar de Anne, a garota para quem Ches contou que num destes site haviam resenhas sobre ela. Pausa. Foi um cliente que me contou sobre um destes sites aqui no Brasil, se não fosse por ele, jamais imaginaria que existiria algo assim!

5. As aparências enganam

No capítulo 12, Ches desvenda o mistério de como uma garota de programa consegue trabalhar mesmo estando menstruada sem que o cliente perceba. É um truque usado por todas. Anne contou à Chester sobre o tampão e comentou sobre a dificuldade que é tirá-lo depois. Passei muito por isso!

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