Justiça reconhece a patente brasileira do Bina

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Justiça reconhece a patente brasileira do Bina

#1 Mensagem por japa.cp » 10 Set 2012, 20:36

É a justiça prevalecendo sobre o poder econômico ?

Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/impr ... 7975,0.htm

Justiça reconhece a patente brasileira do Bina
Criador do sistema que identifica quem faz ligações telefônicas relata os 20 anos de disputas judiciais que enfrentou

09 de setembro de 2012 | 3h 07

JOÃO BOSCO RABELLO / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo

Depois de 20 anos de disputa judicial com as operadoras de telefonia, o inventor mineiro Nélio Nicolai, 72 anos, começa a obter reconhecimento oficial por seu principal invento: o Bina, aplicativo que permite identificar previamente as chamadas telefônicas, nos aparelhos fixos e celulares.

As operadoras Claro/Americel e Vivo são as primeiras a se manifestarem: a primeira, em razão de composição judicial, que extinguiu o processo movido pela Lune (empresa de Nélio), e a segunda por condenação judicial, determinando a indenização, o que deverá provocar medidas judiciais similares envolvendo operadoras que utilizam o Bina, o segundo invento brasileiro efetivamente universalizado. O primeiro foi o avião, por Santos Dumont.

Somente no Brasil, o Bina custa mensalmente a cada assinante R$ 10 ou US$ 6. E são 256 milhões de celulares com esse serviço no País, o que produz faturamento mensal de R$ 2,56 bilhões. Isso apenas no Brasil.

A decisão da 2.ª Vara Cível de Brasília determina que a Vivo pague em juízo "o correspondente a 25% do valor cobrado pela ré por conta do serviço de identificação de chamada para cada usuário e em cada aparelho".

Nélio é ainda autor de mais quatro inventos incorporados mundialmente à telefonia: o Salto (sinalização sonora que indica, durante uma ligação, que outra chamada está na linha), o sistema de Mensagens de Instituições Financeiras para Celular, que permite o controle de operações bancárias via celular; o Bina-Lo, que registra chamadas perdidas; e o telefone fixo celular.

Não há hoje, em todo o planeta, quem fabrique um telefone, celular ou fixo, sem inserir a maioria desses recursos. Como se trata de invento patenteado, esse uso, nos termos da Lei de Patentes, em todo o mundo, precisa ser remunerado, seja como transferência de tecnologia e/ou royalty.

Mas não foi, embora o Bina tenha conferido ao seu inventor duas comendas internacionais: um Certificado e uma Medalha de Ouro do World Intellectual Property Organization (Wipo), reconhecendo e recomendando a sua patente, além de um selo da série Invenções Brasileiras, concedido pelo Ministério das Comunicações.

A conquista ocorre, por ironia, exatamente quando acaba de cessar a vigência (20 anos) da patente de seu invento, em 7 de julho passado. A patente resistiu a todas as tentativas de anulação que lhe moveram na Justiça as operadoras e fabricantes multinacionais e os direitos gerados naquele período são agora irreversíveis.

Ao Estado, Nélio contou sua epopeia pessoal, sem apoio do Estado brasileiro. A seguir, os principais trechos da entrevista:

Como chegou ao acordo?

Graças a Deus e à minha determinação solitária de não ceder. Lutei praticamente sozinho. Não foram poucas as pessoas, que, nesse período, diante da indiferença dos sucessivos governos brasileiros e das ameaças que recebi, me aconselharam a desistir. Fui até mesmo ridicularizado por advogados, autoridades e jornalistas. Mas jamais perdi de vista esse direito, que não é só meu, mas do povo brasileiro, privado dos royalties milionários que os meus inventos proporcionam às multinacionais que o usam sem pagar.

Os advogados não acreditavam na causa?

Perdi a conta de quantos tive. Muitos desistiram diante das dificuldades, deixando de acreditar na possibilidade de uma vitória. Houve inclusive traições. Tive, porém, a sorte de encontrar um advogado experiente e competente, o dr. Luís Felipe Belmonte, que, após constatar a consistência do meu direito, desmontou, com argúcia e paciência, todas as manobras regimentais dos advogados oponentes.

Como e quando surgiu o Bina?

Inventei a primeira tecnologia Bina em 1977, quando trabalhava na Telebrasília. Fui inicialmente parabenizado, mas a seguir hostilizado. O Departamento Jurídico da empresa recusou-se a auxiliar no registro da patente, que providenciei, por conta própria, em 1980. Acabei demitido em 1984, por insistir na adoção do Bina e do Salto. Depois que saí, as duas invenções passaram a ser comercializadas por uma quantia mensal que, em reais, correspondiam respectivamente a R$ 10 e R$ 2,90.

Quando começaram as violações generalizadas?

Inventei e patenteei a segunda tecnologia Bina em 1992. A Telebrás em 1993 padronizou o seu uso (Pratica 220-250-713). Procurado por várias empresas, em 1997, optei por assinar contrato de transferência de tecnologia, em parceria com a Ericsson, à Intelbras (empresa brasileira e minha maior decepção) e à Telemar, por acreditar na seriedade aparente dessas empresas. Em 1997, o novo sistema Bina foi mundialmente implantado, também em telefonia celular, sem respeito à patente. Em 1998, não tive outro recurso senão ir ao Judiciário. Acionei primeiramente a Americel, em Brasília, em março de 1998. Fui vitorioso em primeira e segunda instâncias. Em 2002, foi proferida a sentença confirmatória, pelo TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios).

E por que não lhe pagaram?

Não só não pagaram como me fizeram mergulhar num pesadelo judicial: a Intelbras e todas as multinacionais (fabricantes e empresas operadoras) se uniram para anular a patente. Cobraram, em 2003, da Ericsson, a venda de uma tecnologia que não lhe pertencia (os editais das multinacionais especificavam: BINA=220-250-713). E a Ericsson, mesmo tendo contrato comigo, tentou sumir com o cadáver, e foi ao Tribunal Federal Justiça, da 2.ª Região, no Rio de Janeiro, pedir nulidade da patente brasileira. De vítima, passei a réu. O advogado da Ericsson, que, paradoxalmente, é também presidente da ABPI (Associação Brasileira Propriedade Intelectual) e integra o Conselho Antipirataria do Ministério da Justiça, conseguiu "suspender, à revelia" todos os direitos relativos ao meu próprio invento, até a decisão final da Justiça. Me vi numa situação surreal: não recebia, nem podia dispor do que me pertence. A outra parte podia. O dr. Belmonte fez ver o absurdo da situação: ingressou com um embargo de declaração contra esse parecer, que legitimou o uso do Bina sem ônus, até que o litígio um dia se resolvesse. Com esse acordo, acredito que tudo isso irá desmoronar.

Por que não recorreu ao Conselho Antipirataria, do Ministério da Justiça?

Claro que recorri, desde 2003, mas nunca fui recebido. E gostaria que alguém me explicasse, por que nós, portadores de patentes brasileiras, somos tratados assim. Em todas as vezes que tentei, fui apenas orientado verbalmente a procurar o Poder Judiciário, enquanto as empresas estrangeiras, que têm toda uma estrutura de defesa de seus alegados direitos, não.

Por que não recorreu a instituições internacionais de inventores?

Por idealismo, quero ser reconhecido no meu País. Mas o reconhecimento começou lá fora. Em 1998, o U.S. Patent and Trademark Office, escritório federal americano que registra marcas e patentes, se surpreendeu com a informação de que o Bina e o Salto haviam sido inventados por mim. Sabe o que me disseram lá? "Alguém deve estar ganhando muito dinheiro nas suas costas. Aqui, você seria uma celebridade e bilionário." Nos Estados Unidos, já são 65 milhões de Binas fixos, com o usuário pagando US$ 4 por mês. O governo tem de defender este patrimônio do povo brasileiro. Mas acredito que a Justiça começou, enfim, a ser feita.

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Re: Justiça reconhece a patente brasileira do Bina

#2 Mensagem por robertonunes » 11 Set 2012, 14:08

Uma boa noticia, pena que são poucas as vezes que a justiça se impõe aos poderosos. Quem sabe ainda podemos ter esperança.

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Re: Justiça reconhece a patente brasileira do Bina

#3 Mensagem por wheresgrelo » 11 Set 2012, 14:26

Essa questão é bem mais séria do quê parece.

O Processo de Inovação Tecnológica e confecção de Patentes com Direito de Propriedade Intelectual,
é somente um dos grandes desafios que o Brasil Inovador tem pela frente.

Basta uma comparação apenas para ilustrar, no Brasil se leva de 7 a 8 Anos para Gerar uma patente;
em Israel leva-se 3 a 4 meses, Isso se o processo andar lento.

O Ministro Raupp tem uma grande NABA para resolver pela frente, de um lado pesquisadores insatisfeitos
que não se acham bem pagos, do outro institutos de pesquisa que não tem a possibilidade de atuar com
parcerias em empresas Públicas e Privadas, não obstante aos anúncios do Mercadante quando assumiu
a pasta, e também do Raupp. O processo de inovação é precário demais.

O identificador de Chamadas não é o único caso de VIOLAÇÃO DE PATENTE RECONHECIDA, existem
diversos outros casos sob-júdice que ainda virão a baila. Alguns que ao chegar ao ouvido do público leigo
causará espanto, apenas para ilustrar:

AÇAÍ é patenteado de uma Empresa Japonesa

PINGA é patenteado de uma Empresa Coreana

Só para passar bem na superfície.

WG

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Re: Justiça reconhece a patente brasileira do Bina

#4 Mensagem por rapaz solitário » 11 Set 2012, 21:27

wheresgrelo escreveu:Essa questão é bem mais séria do quê parece.

O Processo de Inovação Tecnológica e confecção de Patentes com Direito de Propriedade Intelectual,
é somente um dos grandes desafios que o Brasil Inovador tem pela frente.

Basta uma comparação apenas para ilustrar, no Brasil se leva de 7 a 8 Anos para Gerar uma patente;
em Israel leva-se 3 a 4 meses, Isso se o processo andar lento.

O Ministro Raupp tem uma grande NABA para resolver pela frente, de um lado pesquisadores insatisfeitos
que não se acham bem pagos, do outro institutos de pesquisa que não tem a possibilidade de atuar com
parcerias em empresas Públicas e Privadas, não obstante aos anúncios do Mercadante quando assumiu
a pasta, e também do Raupp. O processo de inovação é precário demais.

O identificador de Chamadas não é o único caso de VIOLAÇÃO DE PATENTE RECONHECIDA, existem
diversos outros casos sob-júdice que ainda virão a baila. Alguns que ao chegar ao ouvido do público leigo
causará espanto, apenas para ilustrar:

AÇAÍ é patenteado de uma Empresa Japonesa

PINGA é patenteado de uma Empresa Coreana

Só para passar bem na superfície.

WG
Valdir Raupp? Xiiiii...

Em relação aos games, que me interessam, que eu não sei quantos daqui ainda se interessam, esse cara estava querendo criar uma lei que impediria a venda de jogos com conteúdo violento e que agredisse credo, religião, etnia e similares. Ainda bem que o projeto foi pro ralo (na verdade, arquivado. Vai que volta...). Um cara com uma mente arcáica dessa não me inspira confiança em relação a outras coisas, como essa briga de patentes.

Açaí patenteado pelos japoneses?!! Eita!! Teria a ver com a colônia japonesa presente no Pará, onde é um dos estados com a maior proporção populacional de orientais no Brasil (digo proporção, e não população geral)? Pode ser que isso tenha facilitado as coisas. Já no caso da pinga ser patenteado pelos coreanos (mais absurdo, ainda), fico imaginando o que levou a acontecer isso... :-k

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Re: Justiça reconhece a patente brasileira do Bina

#5 Mensagem por Edu39 » 12 Set 2012, 15:35

Srs.
Quando descobri que BINA significa, singelamente, B que Identifica Número de A, meu mundo tecnológico ruiu.
Como poderia uma solução de alta tecnologia e tão difundida ter um nome desses?
Se traduzisse para o inglês já tinha ganho o processo há muito tempo.
Sds

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Re: Justiça reconhece a patente brasileira do Bina

#6 Mensagem por wheresgrelo » 12 Set 2012, 21:36

Edu39 escreveu:Srs.
Quando descobri que BINA significa, singelamente, B que Identifica Número de A, meu mundo tecnológico ruiu.
Como poderia uma solução de alta tecnologia e tão difundida ter um nome desses?
Se traduzisse para o inglês já tinha ganho o processo há muito tempo.
Sds
Nobre,

ele apenas "domesticou" o nome tecnológico da coisa. Na realidade, qualquer pacote de telefonia é precedido
pelo ANI {Automatic Number Identifier]. Isso para sistemas de telefonia Analógica e Digital. E1R2 por exemplo.

Acredito que oquê o nobre inventor fez, foi dar suporte ao forward do identfier do pacote após o tratamento da
portadora. Mais ou menos como se o pacote mesmo em BINÁRIO ou HEXADECIMAL fosse traduzido auto-
maticamente em DECIMAL, não obstante, mantendo o SOURCE e o DESTINATION da Ligação.

O cara foi brilhante até no nome do invento: BINA lembra binário que é o modelo numérico adotado nas trans-
missões por pacotes inclusive o TCP-IP V4 [o IP-V6 é HEXA]. E o apelido B que Identifica o Número de A, ao
meu ver é apenas licença poética do Genial Inventor.

WG

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Dr. Zero
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Re: Justiça reconhece a patente brasileira do Bina

#7 Mensagem por Dr. Zero » 13 Set 2012, 03:01

ganhando o processo agora que está velho e doente... e daqui a pouco a indenização entra no inventário e começa tudo de novo, mas desta vez para os bisnetos

quando escravo não "sabe o seu lugar" e quer jantar na casa-grande dá nisso

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