Não sei bem qual foi a ocasião ou se houve alguma ocasião especial (alguma nova pesquisa "alarmante" sobre o comportamento sexual brasileiro ou número de infectados; alguma nova medicação ou estratégia de combate... sei lá... vocês sabem que apesar do Brasil ser exemplo mundial no tratamento da Aids com sua distribuição gratuita do coquetél, no campo da prevenção ele patina feio, só fazendo campanhias em datas específicas; e a mídia costuma acompanhar o mesmo calendário) mas A Liga, de ontem, abordou o tema do comportamento sexual, prevenção, dsts e HIV. Uma abordagem abrangente (teve heterossexuais, homossexuais, casais fixos, baladeiros, prostitutas, travestis, atores pornôs e soro-positivo comentando o assunto) mas nada de novo foi apresentado. Gosto desse programa, apesar das últimas pautas não terem me atraído muito e de a minha pequena musa inspiradora de artes manuais (Sofia Reis) não fazer mais parte do elenco.
O que me inspirou a escrever esse "novo tópico" (que repisa um pouco assuntos discutidos em outros tópicos relacionados) foi a parte do programa em que se fez o seguinte teste: colocou-se uma modelo/"atriz" loira, linda e gostosa para flertar com a galerinha das baladas, as machaiadas tudo breacas em porta de bar e casa de show, da forma mais agressiva possível (quase esfregando a xana na boca dos caras) e, quando o nego tivesse com a quinta enagatada, revelar ser portadora do vírus. Foi unanimidade: apesar de nenhum deles, apesar de bêbados, ter partido para a ofensa ou agressão (todos se limitando a polidas desculpas esfarrapadas e pelezinhos) todos puxaram o freio de mão e disseram que não arriscariam de jeito nenhum, apesar da beleza de fazer-pau-chorar da moça. Um soltou a seguinte pérola: "não posso confiar só na camisinha'. Isso vindo de um cara que estava à caça na pista e topou fazer uma festinha com a moça, a amiga dela e o amigo (espero que só amigo) dele no apê. Ou seja: super-seletivo. Em outro trecho, uma soro-positiva, conhecida por fazer comerciais, sem esconder o rosto, contando como pegou HIV do marido, disse que tinha suas fica(r pelado, esclareçasse)das e não informava os parceiros de sua condição, pois sempre usa camisinha.
Daí duas perguntas para os companheiros de fórum:
1) Por que (e façam um esforço ou para dar uma resposta não só embasada na questão psicológico da sídrome do "e-se-der-merda" ou pelo menos a elaborem mais) alguém se recusaria a manter relações sexuais com outrém (mesmo sendo uma bela de uma outrém, como a da reportagem) se soubesse previamente de sua condição de HIV-positivo se a) pretendia usar camisinha; b) caso não tivesse sido informado voluntariamente, não teria perguntado (isso nem passaria por sua cabeça no caso da moça da reportagem) e, saber disso de antemão, não muda em nada as chances de infecção ou da camsinha estourar, escapar?
2) Uma vez que a lei garante que ninguém seja obrigado a revelar sua condição de soro-positivo e a eficácia da prevenção do HIV e dsts dependa quase que exclusivamente de um auto-cuidado derivado da filosofia do "eu sei o que faço, já os outros... são o inferno", por que há os que pensam que é obrigação de quem quer que seja revelar isso antes de cogitar trepar com outra pessoa?
Pelas reações (algumas reacionárias) a essa situação dos entrevistados e dos cobaias involuntários do experimento dA Liga, acho pouco provável um soro-positivo com tal desapego da vida social e amorosa para avisar voluntariamente todos os seus paceiros.
Qual a opinião de vocês?
O que me inspirou a escrever esse "novo tópico" (que repisa um pouco assuntos discutidos em outros tópicos relacionados) foi a parte do programa em que se fez o seguinte teste: colocou-se uma modelo/"atriz" loira, linda e gostosa para flertar com a galerinha das baladas, as machaiadas tudo breacas em porta de bar e casa de show, da forma mais agressiva possível (quase esfregando a xana na boca dos caras) e, quando o nego tivesse com a quinta enagatada, revelar ser portadora do vírus. Foi unanimidade: apesar de nenhum deles, apesar de bêbados, ter partido para a ofensa ou agressão (todos se limitando a polidas desculpas esfarrapadas e pelezinhos) todos puxaram o freio de mão e disseram que não arriscariam de jeito nenhum, apesar da beleza de fazer-pau-chorar da moça. Um soltou a seguinte pérola: "não posso confiar só na camisinha'. Isso vindo de um cara que estava à caça na pista e topou fazer uma festinha com a moça, a amiga dela e o amigo (espero que só amigo) dele no apê. Ou seja: super-seletivo. Em outro trecho, uma soro-positiva, conhecida por fazer comerciais, sem esconder o rosto, contando como pegou HIV do marido, disse que tinha suas fica(r pelado, esclareçasse)das e não informava os parceiros de sua condição, pois sempre usa camisinha.
Daí duas perguntas para os companheiros de fórum:
1) Por que (e façam um esforço ou para dar uma resposta não só embasada na questão psicológico da sídrome do "e-se-der-merda" ou pelo menos a elaborem mais) alguém se recusaria a manter relações sexuais com outrém (mesmo sendo uma bela de uma outrém, como a da reportagem) se soubesse previamente de sua condição de HIV-positivo se a) pretendia usar camisinha; b) caso não tivesse sido informado voluntariamente, não teria perguntado (isso nem passaria por sua cabeça no caso da moça da reportagem) e, saber disso de antemão, não muda em nada as chances de infecção ou da camsinha estourar, escapar?
2) Uma vez que a lei garante que ninguém seja obrigado a revelar sua condição de soro-positivo e a eficácia da prevenção do HIV e dsts dependa quase que exclusivamente de um auto-cuidado derivado da filosofia do "eu sei o que faço, já os outros... são o inferno", por que há os que pensam que é obrigação de quem quer que seja revelar isso antes de cogitar trepar com outra pessoa?
Pelas reações (algumas reacionárias) a essa situação dos entrevistados e dos cobaias involuntários do experimento dA Liga, acho pouco provável um soro-positivo com tal desapego da vida social e amorosa para avisar voluntariamente todos os seus paceiros.
Qual a opinião de vocês?