http://oglobo.globo.com/cultura/agameno ... 494678.asp
Todo mundo achou que eu estava de sacanagem, coisa que eu, aliás, muito aprecio. Mas não era brincadeira não. É verdade mesmo! Hoje publico a minha última e derradeira coluna em O Globo, o jornal que fica estacionado na frente do meu Dodge Dart 73, enferrujado. Tomei esta decisão intempestiva e passional depois que soube que o presidente Luísque Inácio Mula da Silva vai assassinar, quer dizer, assinar uma coluna no New York Times. Ele vai assinar com quê? Com um X?
E o que é pior: a coluna vai ser em ingrêis! A profissão de jornalista está desmoralizada... hoje em dia qualquer analfabeto escreve pra jornal, inclusível eu, que não sei ler, só escrever.
Outra coisa que pesou muito nesta minha decisão irrevogável, irretratável e irresponsável foi o meu estado de penúria franciscana. Em 25 anos de jornalismo isento, imparcial e imoral não consegui ficar rico e, segundo o IBGE, continuo pertencendo às classes C e D. Mesmo assim, nunca fui convidado pro “Esquenta” da Regina Casé e do “Lata Velha” do Luciano Huck! Por isso, resolvi trocar de business. A conselho do meu amigo, o pastor Marcos Miliciano, resolvi abrir uma igreja pentelhocostal: a Igreja Agamenista do Sétimo Dígito que, inclusive, já tem convênio com o Visa, AMEX, Mastercard e Diner’s. Também aceitamos Rio Card e Ticket Refeição.
Deixarei saudades na redação de O Globo, especialmente em meu editor que, assim que soube de minha decisão, desabou em lágrimas, abriu uma garrafa de champanhe francês e começou a dançar nu em cima de sua mesa de fino mármore italiano. Aqui nesta redação mitológica, trabalhei em todos os setores desde o Caderno de Esportes, o Caderno de Automóveis até a Editoria de Cultura mas o meu lugar preferido sempre foi a Seção de Polícia onde retratei com rigor centenas de marginais criminosos, homicidas sem escrúpulos, proxenetas vis, mensaleiros cruéis, políticos corruptos e outros delinqüentes sem caráter .
E para aqueles que se amarram numa Teoria da Conspiração, o verdadeiro motivo secreto do meu despejo de O Globo foi porque a direção do jornal, sempre cuidadosa com as as despesas do jornal , resolveu cobrar o estacionamento do meu Dodge Dart 73, enferrujado, ao longo desses 25 anos. Sem ter como pagar para continuar escrevendo em O Globo, resolvi partir para “novos desafios”. Uma janela se abriu para mim e eu me taquei lá de cima.
Nestes 25 anos, exerci com vigor erétil esta profissão de jornalista investigativo que, depois da prostituição, é uma das mais antigas do mundo. Meus 17 leitores e meio (não esqueçam do anão!) acompanharam toda a minha vitoriosa trajetória cobrindo guerras, Copas do Mundo, Olimpíadas, eleições e mulheres
. Não necessariamente nesta ordem. Este feito heróico só foi possível graças ao carinho e a dedicação extremada de Isaura, a minha patroa e do Dr. Jacintho Leite Aquino Rêgo, MD, meu personal psicoproctologista. Sem o auxílio destas criaturas antológicas eu jamais teria conseguido chegar lá, nos píncaros da Glória, que fica ali, perto da Rua do Catete.
Mas os meus 17 leitores e meio (não esqueçam do meu querido anão) podem ficar descansados. Minha coluna continuará a sair regularmente todo domingo no http://www.casseta.com.br/agamenon. Para vocês, queridos leitores, resta um consolo: agora vocês não precisam nunca mais comprar O Globo, o que já dá uma boa economia.
Hasta la vista, baby!
Todo mundo achou que eu estava de sacanagem, coisa que eu, aliás, muito aprecio. Mas não era brincadeira não. É verdade mesmo! Hoje publico a minha última e derradeira coluna em O Globo, o jornal que fica estacionado na frente do meu Dodge Dart 73, enferrujado. Tomei esta decisão intempestiva e passional depois que soube que o presidente Luísque Inácio Mula da Silva vai assassinar, quer dizer, assinar uma coluna no New York Times. Ele vai assinar com quê? Com um X?



Outra coisa que pesou muito nesta minha decisão irrevogável, irretratável e irresponsável foi o meu estado de penúria franciscana. Em 25 anos de jornalismo isento, imparcial e imoral não consegui ficar rico e, segundo o IBGE, continuo pertencendo às classes C e D. Mesmo assim, nunca fui convidado pro “Esquenta” da Regina Casé e do “Lata Velha” do Luciano Huck! Por isso, resolvi trocar de business. A conselho do meu amigo, o pastor Marcos Miliciano, resolvi abrir uma igreja pentelhocostal: a Igreja Agamenista do Sétimo Dígito que, inclusive, já tem convênio com o Visa, AMEX, Mastercard e Diner’s. Também aceitamos Rio Card e Ticket Refeição.
Deixarei saudades na redação de O Globo, especialmente em meu editor que, assim que soube de minha decisão, desabou em lágrimas, abriu uma garrafa de champanhe francês e começou a dançar nu em cima de sua mesa de fino mármore italiano. Aqui nesta redação mitológica, trabalhei em todos os setores desde o Caderno de Esportes, o Caderno de Automóveis até a Editoria de Cultura mas o meu lugar preferido sempre foi a Seção de Polícia onde retratei com rigor centenas de marginais criminosos, homicidas sem escrúpulos, proxenetas vis, mensaleiros cruéis, políticos corruptos e outros delinqüentes sem caráter .
E para aqueles que se amarram numa Teoria da Conspiração, o verdadeiro motivo secreto do meu despejo de O Globo foi porque a direção do jornal, sempre cuidadosa com as as despesas do jornal , resolveu cobrar o estacionamento do meu Dodge Dart 73, enferrujado, ao longo desses 25 anos. Sem ter como pagar para continuar escrevendo em O Globo, resolvi partir para “novos desafios”. Uma janela se abriu para mim e eu me taquei lá de cima.
Nestes 25 anos, exerci com vigor erétil esta profissão de jornalista investigativo que, depois da prostituição, é uma das mais antigas do mundo. Meus 17 leitores e meio (não esqueçam do anão!) acompanharam toda a minha vitoriosa trajetória cobrindo guerras, Copas do Mundo, Olimpíadas, eleições e mulheres






Mas os meus 17 leitores e meio (não esqueçam do meu querido anão) podem ficar descansados. Minha coluna continuará a sair regularmente todo domingo no http://www.casseta.com.br/agamenon. Para vocês, queridos leitores, resta um consolo: agora vocês não precisam nunca mais comprar O Globo, o que já dá uma boa economia.


