Acredito que esteja mais próximo da segunda alternativa. Por sorte, não temos um regime totalitário a combater, mote da primavera árabe. Por qui é a democracia, aliada ao efeito de um movimento de ordem mundial, que desencadeou os movimentos recentes, cujos agentes são jovens abaixo dos 25 anos. Esse jovens foram formados pelas redes sociais desde crianças o que reflete na forma de agir e pensar dos manifestantes.A organização do movimento passe livre, sem hierárquia e apartidária, é a cópia de como as relações se dão no ambiente das redes sociais . Ainda que no orkut houvesse resquícios de uma certa hierárquia através de comunidades com donos e moderadores (quase sempre a fim de mostrar o poderzinho), de uma forma geral, as relações em rede pela internet dispensam lideranças e referências. E no facebook qualquer resquício de estrutura verticalizada foi abandonada.
Sendo assim, nós, velhos com mais de 30, falhamos ao tentar encontrar algum sentido nessas manifestações com base em nossos valores que já se tornam antiquados perante o novo. Caras pintadas?? Nem pensar. Esqueça! Aquilo veio de cima para baixo. Um movimento formado por partidos radicais de esquerda que romperam com o petismo (PSTU, PSOL, PCO, etc)? Tampouco.
Apesar de não proibidos pelo MPL, bandeiras de partidos, mesmo que esses citados, não são exatamente bem vindos.
Alguns oportunistas,de olho nas eleições 2014, já tentam embarcar na onda de fazer que esse movimento se transforme num movimento anti corrupção, anti mensalão, anti Dilma...Velhos tolos...Não é essa a pauta. Essa garotada mais engajada, sem partido e sem hierárquia, não visa partido, não visa prejudicar candidato A ou B. As pautas reinvidicativas são pontuais e nada abstratas, como a redução da tarifa, por exemplo. Assim evita-se cair em armadilhas de manipulação política, como combate a corrupção (mas qual corrupção? a do PT, PSDB, PMDB...). Nada de abstrações...
Dessa forma, a longo prazo, a tendência é que ocorra uma mudança na estrutura de poder, corrompida e ineficaz, multiplicadores da corrupção e do descaso com a sociedade. Afinal mudam-se os partidos mas a estrutura é a mesma. Por exemplo, no caso da tarifa de ônibus já discute-se investigar as empresas de ônibus, dominadas por máfias que financiam políticos corruptos. Quando se mexe no bolso do governo (nesse caso preços das passagens reduzidos) a reformulação na estrutura do transporte público deve ser a solução buscada. Consequentemente, haverá do transporte e o fim de um cartel financiador de políticos corruptos. Percebam, de uma simples redução de tarifa, coloca-se abaixo toda uma cadeia perniciosa e danosa para a sociedade. Não trata-se de partido, mas da estrutura, em campanhas financiadas por bancos, empreiteiras e todo tipo de empresário, da melhor e, principalmente, da pior espécie. O que onera a sociedade e deixa o político com rabo preso.
Então para quem brada contra a DIlma, o Lula ou, até mesmo, contra Geraldo Alckmin, atenção velharada, vcs não estão com nada.
Sejamos otimistas. Quem sabe num futuro não muito distante, tenhamos uma primavera árabe em nível mundial com a transformação generalizada dessa velha estrutura político social (mesmo a democrática) na qual representantes da sociedade (políticos) estão a serviço de grandes fortunas, nem sempre comprometidas com a honestidade e com a sociedade. Quem sabe?