florestal escreveu:A história não se repete e o contexto histórico da nossa época é diferente da daqueles dias, mas existe um consenso: que é através dessa nossa democracia capenga que iremos chegar lá, que não teremos que ver os horrores da guerra e sua destruição.Todos os povos passaram por algo assim, aguentar político ladrão é pesaroso, mas existem coisas piores.
Na verdade, certos eventos históricos repetem-se, sim, de forma cíclica. Pegue como exemplo essa onda migratória em massa de refugiados ou pessoas querendo melhores condições de vida vinda da África e do Oriente Médio em direção à Europa. É Similar às invasões que derrubaram o império romano e às invasões que contribuíram para o estabelecimento do regime feudal. Antes eram germânicos, normandos, mouros, hunos, tártaros, mongóis etc. Hoje são africanos e árabes. No que concerne ao Brasil, pelo andar da carruagem, nossa "democracia capenga", conforme bem definido por você, não será capaz de criar uma democracia evoluída como as dos países que passaram por grandes conflitos, porque estamos preso, aparentemente, num looping infinito de miséria, corrupção e involução cultural. Já passou da hora de pôr ordem na casa e os pretensos políticos honestos que chegam ao poder só repetem esse estado de pobreza intelectual, social, cultural e econômica em que estamos mergulhados desde os tempos coloniais!
Tem gente que atribui essa incapacidade do povo brasileiro de evoluir à miscigenação desenfreada, baseando-se no fato de que países com população etnicamente homogênea, pelo menos em sua maioria, como EUA, Alemanha, Itália, Coreia do Sul, Japão etc. se tornaram grandes nações pois grupos étnicos homogêneos tem mais probabilidade de se unir em torno de interesses comuns. Mas isso é darwinismo social sem base científica sólida, embora alguns acreditem nisso.
Além do mais, quem disse que não estamos vivenciando, neste exato momento, um estado de guerra e destruição? Claro que não é em larga escala como aconteceu na 2ª guerra, mas se trata de uma guerra civil não declarada onde cerca de 60.000 pessoas morrem por ano neste país, vítimas de mortes violentas. Nem mesmo países em guerra tem uma taxa de mortalidade anual tão alta!
Ao menos, grandes conflitos serviram para consolidar o regime democrática nas nações do 1º mundo. Aqui, a habilidade inata do brasileiro de não se importar com o próximo está servindo apenas para perpetuar um estado que SEMPRE irá manter a concentração de renda e as desigualdades que ele gera para usar o populacho ignorante e selvagem como massa de manobra.
Seu otimismo é louvável, mas, diante de uma análise mais detalhada da realidade que nos cerca, não passa apenas de uma vã esperança. Eu acreditava piamente na força dessa nação para seguir em frente, tornando-se uma civilização evoluída. Mas percebi, há anos, que isso não passa de uma utopia.