Esses prédios se transformaram em prostíbulos devido as constantes inovações das edificações de área urbana.
Um prédio é construído para, suponhamos, atividades comerciais de profissionais liberais. Com o passar do tempo surgem novas tecnologias e os novos empreendimentos são deslocados para outras áreas da cidade, com perfil mais nobre, assim criadas pela especulação imobiliária, que busca maior rentabilidade sobre o seu investimento. Aqueles profissionais que ocupavam originalmente aqueles prédios começam a se mudar para não perderem sua clientela e os preços de ocupação daqueles imóveis, via de regra, começam a declinar ao mesmo tempo em que os proprietários encontram dificuldades para os alugar para a atividade originalmente projetada.
Assim, eles transformam o prédio em um puteiro, que, conforme se sabe, permite a cobrança de alugueres mais elevados, por ser uma atividade clandestina e sujeita a um ordenamento jurídico duvidoso e sujeito a interpretações diferentes.
O mesmo ocorre com os prédios originalmente destinados a residências de pessoas que trabalham nas imediações, normalmente quitinetes, com a mudança das empresas para áreas mais nobres da cidade.
Um dos motivos pelo qual eu defendo a legalização da prostituição é porque a municipalidade poderia intervir de modo mais eficiente nos espaços públicos se a prostituição fosse descriminalizada, ou seja, os proprietários de puteiros em prédios velhos poderiam investir neles com reformas, algo que não fazem hoje devido a insegurança jurídica, além da municipalidade poder tratar do assunto com os proprietários. Hoje, como não é legal, o proprietário se esconde atrás de uma argumentação jurídica não convincente e fica tudo do jeito que está. Observe que na região da Augusta, próxima a Praça Roosevelt, a gestão do Kassab tentou modernizar a região expulsando os puteiros do local, ao invés de um diálogo civilizado, botou a polícia para fechar os puteiros.
Então é isso, o prédio vai ficando velho e, para obter uma melhor rentabilidade, em função de uma legislação anacrônica, transforma-se em um puteiro.