A passos curtos, a democracia avança!

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Roman Barak
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A passos curtos, a democracia avança!

#1 Mensagem por Roman Barak » 13 Nov 2006, 21:35

Demétrio Magnoli, trecho do artigo Contra a Lei do Esquecimento, O Estado de S. Paulo, domingo, 12.11.2006 escreveu:
O processo da família Teles contra o coronel reformado do Exército Carlos Alberto brilhante Ustra, o comandante Tibiriçá, começa em São Paulo. Esta é a primeira ação movida contra um oficial do Exército, não contra a União.

(...) A Lei de Anistia, de 1979, equiparou torturadores a torturados e fechou o caminho para processar os responsáveis pelos crimes cometidos nos porões. Sua dupla finalidade era proteger a imagem institucional das forças armadas e retirar os agentes individuais de crimes de Estado do campo de ação da Justiça. Habilmente, como contraponto à anistia dos criminosos de Estado, a Lei de Anistia ofereceu aos perseguidos políticos uma trilha rumo ao pote de ouro encaixado no fim do arco-íris. As indenizações pecuniárias, que em alguns caso alcanaçam somas espantosas, desempenahm a função crucial de cortar os fios que prendiam a memória da ditadura ao espaço público. As regras macabras desse balcão de neg´cios beneficiam mais os vivos que os parentes dos mortos, e são especialmente favoráveis aos muito vivos, que nunca sofreram um arranhão e soma reputação pública de perseguidos à moeda privada que paga anos não trabalhados em empresas que há tempo já não inexistem. O importante, contudo, é amensagem enviada pelo instituto das indenizações, que diz a todos nós que a ditadura não é um problema da sociedade brasileira, mas uma solução para os indivíduos que se envolveram, de um modo ou de outro, com o aparato da repressão política.
Agora, uma iniciativa de César Augusto Teles e Maria Amélia de Almeida Teles, presos políticos submetidos a tortura, e uma decisão histórica do juiz Gustavo Santini Teodoro, da 23ª Vara Cível do Estado de São Paulo, ameaçam todo o trpé da "transição transada". César Augusto e Maria Amélia, junto com três parentes, abriram processo contra o coronel reformado do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra, acusando-o de tortur-alos nas dependências do DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna) de São Paulo, não muito depois da Copa de 1970. O juiz Gustavo Teodoro acolheu a ação porque estão "em causa direitos humanos", recusando-se a afogar os princípios da justiça no lago de água parada das conveniências do Estado.
A ação é declaratória, o que significa que os autores não pedem a aplicação de pena de prisão nem qualuqer indenização. Eles querem o reconhecimento oficial de que Ustra os torturou e de que sofreram danos físicos e morais quando se encontravam à mercê da vontade de um Estado criminoso.
Na Argentina, as "leis do perdão" foram revogadas e os responsáveis pela "guerra suja" têm que enfrentar os tribunais. No Brasil, isso podia e devia ter sido feito, pois a Lei de Anistia é um fruto da ditadura em decomposição, não da vontade democrática da maioria. Não o fizemos e provavelmente não o faremos. Mas ainda é tempo de pelo menos imitar a África do Sul, que, com sua Comissão da verdade e Reconciliação, abriu os arquivos do apartheid, investigou as denúncias e tomou os depoimentos de acusadores e réus, rasgando o manto que cobria os seus porões.
Dis presos políticos e um juiz abriram para a nação a oportunidade de conhecer e confrontar o passado recente, para aprender a não reproduzi-lo no futuro. É a chance de converter memória em história, antes do esquecimento. Vamos desperdiçá-la?
Não podemos fechar os olhos para o passado.
Temos o dever de superar etapas históricas em prol de sermos, um dia, um povo orgulhoso da sua memória e do seu papel na humanidade, ultrapassando, para isso, a etapa do apaziguamento, a etapa dos "panos quentes", a etapa do esquecimento e a etapa da covardia.
O avanço da democracia, ainda que a passos curtos, não pode ser obstaculizado e depende das pequenas ações, concretas ou de consciência, de cada um!

Roman Barak.

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Dom Braz
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#2 Mensagem por Dom Braz » 14 Nov 2006, 16:53

O Brasil ainda tem muito resquisio de ditadura, a PM taí... lembram daquela história do dentista negro que foi confundido com bandido, depois que se deram conta a dupla de policiais plantou uma arma nas mãos do cara e deram alguns disparos pra impregnar a polvora na mão do corpo.

Basta sair na rua pra ver essas manifestações que até antecedem a ditadura e no remetem diretamente a época do Brasil arcaíco, patriarcal. As eleições desse ano mostraram isso... o Brasil antigo continua ai vivo e forte... o outro Brasil, o moderno, com melhor distribuição de renda dá as costas a esse Brasil atrasado... isso faz do Brasil uma merda no geral!

Cada um está preocupado com seu rabo! O povo brasileiro é demasiado individualista.
Acho que para o futuro vai piorar. Em 1970 éramos 90 milhões, parte do território brasileiro era deserto. Hoje somos quase 200 milhões, cidades explodiram no meio da selva do cerrado de maneira desordenada, não tem saneamento, transporte, saúde... miséria tem de sobra!
Não dá pra falar em democracia quando se está lutando pra sobreviver!
É muita cretinice falar que votar é exercer seu direito democrático quando não se tem um puto no bolso, quando se vive como um miserável retirante pau-de-arara. Acha que essa gente sabe o que é isso? Essa é a sabedoria do povo a que o Lula se refere, troque sabedoria por desespero!

Há lugares no Brasil que ainda lembram os piores ligares da África! Sim a Etiópa é aqui. O ciclo do coronelismo no Nordeste não acaba nunca! A distribuição de renda no Brasil só perde pra Bolívia e para outros países desse naipe. Enquanto isso nós por exemplo estamos aqui discutindo nnossas futilidades se é certo pagar R$100,00, R$300 ou R$1.000,00 para foder com uma puta. :?

Para entender melhor o perfil do brasileiro tem um livro do Sérgio Buarque de Holanda
"Raízes do Brasil" que eu gostei muito.
Sei lá...


:evil:

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Platinum.Transiton.Metal
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#3 Mensagem por Platinum.Transiton.Metal » 23 Nov 2006, 18:43

O fato é que a lei de Anistia do Brasil foi uma das mais “camaradas” do mundo com os perpretadores de crimes de tortura e de assassinato, que estavam muito mais do lado os militares do que dos seus opositores (“comunistas” e todos os outros, de FHC a Eduardo Suplicy e Fernando Gabeira).

E diferentemente do que aconteceu com os nossos vizinhos de Mercosul (até mesmo o Chile, onde o velhote ex-“semi-deus” Augusto Pinochet está sofrendo processo), aqui ninguém fala nada a respeito de se reabrir os casos ou mesmo de criar uma Comissão de Verdade e Reconciliação como ocorreu na África do Sul.

A triste verdade é que o Brasil ainda é inseguro de sua democracia e de seu passado. Acho que isso aconteceu em grande parte porque diferentemente do que aconteceu em outros lugares no Brasil muita gente do antigo regime militar participou da tal “Nova República” de 1985, com metade da ARENA/PDS virando PFL e com a morte de Tancredo Neves dando lugar aos velhos arenistas Sarney e Antônio Carlos Magalhães (que virou ministro das telecomunicações na época).

Voltando ao presente, ainda vemos hoje em dia instituições fundamentais sob controle direto ou indireto militar (como os Bombeiros a Polícia Militar, que antes da ditadura era civil e se chamava “Força Pública” — quem tem mais de 50 anos deve lembrar), e com o ex-preso político, ex-operário e ex-pobre presidente Lula continuando a manter o lacre perpétuo dos arquivos militares do Brasil (que que está gerando chiadeira arté mesmo nas Nações Unidas).

É… lamentável.

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Tiozinho50
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Exército executou 41 no Araguaia

#4 Mensagem por Tiozinho50 » 22 Jun 2009, 15:34

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje ... 0566,0.php
Curió abre arquivo e revela que Exército executou 41 no Araguaia

Até hoje eram conhecidos 25 casos de guerrilheiros mortos; relato do oficial confirma e dá detalhes da perseguição
EXCLUSIVO - Leonencio Nossa, XAMBIOÁ (TO)

Sebastião Curió Rodrigues de Moura, o major Curió, o oficial vivo mais conhecido do regime militar (1964-1985), abriu ao Estado o seu lendário arquivo sobre a Guerrilha do Araguaia (1972-1975). Os documentos, guardados numa mala de couro vermelho há 34 anos, detalham e confirmam a execução de adversários da ditadura nas bases das Forças Armadas na Amazônia. Dos 67 integrantes do movimento de resistência mortos durante o conflito com militares, 41 foram presos, amarrados e executados, quando não ofereciam risco às tropas.

Leia a cobertura completa e a lista inédita dos guerrilheiros mortos no Araguaia em O Estado de S. Paulo deste domingo.

Até a abertura do arquivo de Curió, eram conhecidos 25 casos de execução. Agora há 16 novos casos, reunidos a partir do confronto do arquivo do major com os livros e reportagens publicados. A morte de prisioneiros representou 61% do total de baixas na coluna guerrilheira.

Uma série de documentos, muitos manuscritos do próprio punho de Curió, feitos durante e depois da guerrilha, contraria a versão militar de que os mortos estavam de armas na mão na hora em que tombaram. Muitos se entregaram nas casas de moradores da região ou foram rendidos em situações em que não ocorreram disparos.

Os papéis esclarecem passo a passo a terceira e decisiva campanha militar contra os comunistas do PC do B - a Operação Marajoara, vencida pelas Forças Armadas, de outubro de 1973 a janeiro de 1975. O arquivo deixa claro que as bases de Bacaba, Marabá e Xambioá, no sul do Pará e norte do Estado do Tocantins, foram o centro da repressão militar.


DESCRIÇÕES

O guerrilheiro paulista Antônio Guilherme Ribas, o Zé Ferreira, teve um final trágico, descrito assim no arquivo de Curió: “Morto em 12/1973. Sua cabeça foi levada para Xambioá”. O piauiense Antonio de Pádua Costa morreu diante de um pelotão de fuzilamento em 5 de março de 1974, às margens da antiga PA-70. O gaúcho Silon da Cunha Brum, o Cumprido, entrou nessa lista. “Capturado” em janeiro de 1974, morreu em seguida. Daniel Ribeiro Calado, o Doca, é outro da lista: “Em jul/74 furtou uma canoa próximo ao Caianos e atravessou o Rio Araguaia, sendo capturado no Estado de Goiás”.

Só adolescentes que integravam a guerrilha foram poupados, como Jonas, codinome de Josias, de 17 anos, que ficou detido na base da Bacaba, no quilômetro 68 da Transamazônica. Documento datilografado do Comando Militar da Amazônia, de 3 de outubro de 1975, assinado pelo capitão Sérgio Renk, destaca que Jonas ficou três meses na mata com a guerrilha, “sendo posteriormente preso pelo mateiro Constâncio e ‘poupado’ pela FORÇA FEDERAL devido à pouca idade”.

Curió permitiu o acesso do Estado ao arquivo sem exigir uma avaliação prévia da síntese, das conclusões e análises dos documentos. Ele disse que essa foi uma promessa que fez para si próprio. Passadas mais de três décadas, a história da terceira campanha ainda assusta as Forças Armadas: foi o momento em que os militares retomaram as estratégias de uma guerra de guerrilha, abandonadas havia mais de cem anos.

“Até o meio da terceira campanha houve combates. Mas, a partir do meio da terceira campanha para frente, houve uma perseguição atrás de rastros. Seguíamos esse rastro duas, três semanas”, relata. “A terceira campanha é que teve o efeito que o regime desejava.”

Um dos algozes do movimento armado na Amazônia, ele mantém um costume da época: não se refere aos guerrilheiros como terroristas, como outros militares. “Em hipótese alguma procuro denegrir a imagem dos integrantes da coluna guerrilheira, daquela juventude”, diz. “O inimigo, por ser inimigo, tem de ser respeitado.”

Ele ressalta que, como um jovem capitão na selva, tinha ideal: “Queria ser militar porque queria defender a pátria, achava bonito. Alguns guerrilheiros tinham os mesmos ideais que nós. Mas nossos caminhos eram diferentes. Eu achava que o meu caminho era o correto. Eles achavam que o deles era o correto. Não eram bandidos, eram jovens idealistas”.

No livro A Ditadura Escancarada, o jornalista Elio Gaspari diz que “a reconstrução do que sucedeu na floresta a partir do Natal de 1973 é um exercício de exposição de versões prejudicadas pelo tempo, pelas lendas e até mesmo pela conveniência das narrativas”. E emenda: “Delas, a mais embusteira é a dos comandantes que se recusam a admitir a existência da guerrilha e a política de extermínio que contra ela foi praticada”.



MOTIM

Essa política de extermínio fica um pouco mais clara com a abertura do arquivo de Curió. Pela primeira vez, a versão militar da terceira e decisiva campanha é apresentada sem retoques por um participante direto das ações no Araguaia.

Curió esteve envolvido no motim contra o presidente Geisel (1977), no comando do garimpo de Serra Pelada (1980-1983), na repressão ao incipiente Movimento dos Sem-Terra no Rio Grande do Sul (1981) e à frente de uma denúncia decisiva no processo de impeachment de Fernando Collor (1992).

O arquivo dá indicações sobre a política de extermínio comandada durante os governos de Emílio Garrastazu Medici e Ernesto Geisel por um triunvirato de peso. Na ponta das ordens estiveram os generais Orlando Geisel (ministro do Exército de Medici), Milton Tavares (chefe do Centro de Inteligência do Exército) e Antonio Bandeira (chefe das operações no Araguaia). Curió lembra que a ordem dos escalões superiores era tirar de combate todos os guerrilheiros. “A ordem de cima era que só sairíamos quando pegássemos o último.”

“Se tivesse de combater novamente a guerrilha, eu combateria, porque estava erguendo um fuzil no cumprimento do dever, cumprindo uma missão das Forças Armadas, para assegurar a soberania e a integridade da pátria.”



O QUE FOI A GUERRILHA

Em 1966, integrantes do PC do B começaram a se instalar em três áreas do Bico do Papagaio, região que abrange o sul do Pará e o norte do atual Estado do Tocantins. A Guerrilha do Araguaia era composta por uma comissão militar e pelos destacamentos A, B e C.

Da força guerrilheira, 98 pessoas pegaram em armas ou atuaram em trabalhos de logística. Deste total, 78 foram recrutadas pelo partido nas grandes metrópoles brasileiras e 20 na própria região do conflito.

Entre 1972 e 1974, as Forças Armadas promoveram três campanhas na tentativa de eliminar a guerrilha - só venceu na última. A repressão contou com cerca de 5 mil agentes, incluindo homens das polícias Federal, Rodoviária Federal, Militar e Civil.

O conflito deixou um saldo de 84 mortos, sendo 69 guerrilheiros ou apoios da guerrilha, 11 militares e 4 camponeses sem vínculos com o partido ou o Exército. Vinte e nove guerrilheiros sobreviveram às três campanhas.

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Roy Kalifa
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#5 Mensagem por Roy Kalifa » 23 Jun 2009, 11:51

A democracia avança sim, mas a falta de carater dos politicos anda lado a lado com este avanço.

Democracia demais, vigilância de menos. Nunca se aproveitaram tanto do erário quanto agora.

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Roy Kalifa
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#6 Mensagem por Roy Kalifa » 23 Jun 2009, 11:53

O que na verdade seria democracia ?

Poder votar nesta cambada que aí se encontra ?

Nunca vi democracia com obrigatoriedade de voto.

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Roy Kalifa
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#7 Mensagem por Roy Kalifa » 23 Jun 2009, 14:10

Lula reclama que a imprensa está dando muito ênfase a crise do Senado.

O que ele queria afinal ? Que todos ficassem quietos para que pudessem continuar metendo a mão através dos atos secretos.

Democracia é isto. Livre direito de expressão sem censura.

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Adam West
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#8 Mensagem por Adam West » 24 Jun 2009, 01:14

Roy Kalifa escreveu:Democracia é isto. Livre direito de expressão sem censura.
Eu olho o estardalhaço das eleições fraudulentas no Irã, as revoltas e a repressão exibidas mundo afora, e fico me perguntando... E SE FOSSE NO BRASIL?

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