A Crise Econômica Mundial

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A Crise Econômica Mundial

#1 Mensagem por Carnage » 30 Mar 2009, 17:41

Existem tópicos falando da crise, mas todos relacionando a crise com a putaria.

Abro este para falar apenas da crise e seus efeitos no Braisl

Tranferi pra cá um post meu feito a alguns dias, como abertura, e o comentário a respeito desse post.



O Ministério do Trabalho informou que o emprego formal voltou a crescer em fevereiro com 9.179 novas vagas. Mercado reage e contrata, conclui o Ministério. O setor de serviços foi destaque com 57.518 postos de trabalho em fevereiro de 2009. Entre os estados, Goiás, Santa Catarina e Rio de Janeiro tiveram os melhores resultados.
http://economia.uol.com.br/ultnot/multi ... 6AD0A18326

http://brasil.melhores.com.br/2009/03/p ... -2008.html
PIB Cresce 5,1% Em 2008
Escondida nas manchetes de queda de 3,6% do PIB no quarto trimestre de 2008, ficou a excelente notícia do crescimento do PIB  DE 5,1% em 2008 -- um dos melhores crescimentos de nossa história.
Se não fosse a queda de 3,6%, teríamos fechado o ano com crescimento de 8,7%
-- muito, muito acima do esperado no ano, gerando uma perigosa bolha de consumo.
Nossos jornalistas econômicos estão se esquecendo de que as previsões em 2007 do grupo FOCUS, com 150 economistas brasileiros, era de crescimento de 5,1% para 2008 -- EXATAMENTE o ocorrido. E aí dizem que economistas nunca acertam as suas previsões. Mentira! Acertamos na mosca.

Se tivéssemos crescido 8,7% em 2008, aí sim teríamos problemas, com inflação, falta de capacidade de produção etc. -- e provavelmente teríamos aumentado os juros para uns 13%, e não os abaixando, como tem ocorrido agora.
Crescemos exatamente o que todo mundo estava prevendo e isso vira uma má notícia? Ainda bem que corrigimos esta bolha de consumo de 3,6% a tempo.
Uma ação sobe 8% de manhã, cai 3,6% de tarde, e a notícia é a da queda de 3,6% da tarde e não a  da valorização de 5,1% ao longo do dia?
http://brasil.melhores.com.br/2009/02/i ... neiro.html
Indústria de São Paulo Pode Ter crescido 5,7% em janeiro
al, calculado pela AES e FGV, costuma prever os dados do IBGE sobre o crescimento da indústria com boa dose de acerto.
Agora, prevê que a indústria cresceu 5,7% em janeiro, dados que, anualizados, dariam mais de 60% ao ano. Quem previu que o Brasil só iria crescer 1% em 2009 precisa revisar os cálculos rapidamente.
Normalmente, O Brasil Que Dá Certo jamais faria um comentário como "o que, anualizado, daria mais de 60% ao ano". Apesar de ser um dado matematicamente correto e daria uma visão do que significa este crescimento mensal, achamos que isso levaria alguns a um otimismo irresponsável.
Abrimos uma exceção para mostrarmos como notícias podem ser exageradas para ambos os lados. Não há como o Brasil crescer 60%, mas me chama a atenção um crescimento de 5,7% num país que só começa depois do carnaval. Tecnicamente, deveríamos estar em férias e parados.
http://brasil.melhores.com.br/2009/03/v ... neiro.html
Vendas do Comércio Crescem 1,4% em Janeiro
O IBGE aponta crescimento de 1,7% nas vendas do comércio, após 3 meses de queda. Mas, segundo especialistas consultados, isso é devido a promoções adotadas pelas lojas para desovar estoques.
Nos meus cálculos, uma loja que faz uma liquidação abaixando os preços em 30% dificilmente vende 1,7% a mais no mês de janeiro. Será que esses especialistas estão sugerindo que, em volume de peças, essas lojas venderam 31,7% a mais? (O calculo correto é ainda mais promissor!)
Se for o caso, temos aí  uma excelente pauta para novos jornalistas no início de suas carreiras.

http://brasil.melhores.com.br/2009/03/f ... neiro.html
Fosfértil Vende 3% a Mais em Janeiro
Fertilizantes são um bom indicador da confiança dos agricultores nos preços e nas previsões econômicas sobre o futuro dos agricultores.

Quem acredita na crise ou numa queda de preços não coloca mais adubo do que no ano anterior. Ou seja, os agricultores não estão levando a sério as previsões catastrofistas. Do contrário, estariam perdendo dinheiro.

A importância desta notícia reside no fato de que a previsão para os fertilizantes era de desastre total, devido à falta de crédito para financiamento, aumento do preço dos insumos importados etc. etc.

As entregas de janeiro foram acima das expectativas e em ritmo bastante forte, diz a diretoria da Fosfértil.
Relatório do IEDI
http://www.iedi.org.br/cgi/cgilua.exe/s ... nfoid=4134
Alguns indicadores da atividade econômica apresentaram resultados positivos em fevereiro. Embora não permitam traçar uma tendência de recuperação dos efeitos da crise sobre a economia brasileira no final do ano passado, eles apontam para um quadro menos desfavorável nesse mês. Isso é um sinal importante, pois colabora para melhorar as expectativas de empresários e consumidores e preserva um certo nível de atividade na economia enquanto não fazem efeito as medidas recentes de redução de taxa de juros. Como se sabe, o Brasil começou muito tarde o seu processo de redução de taxa de juros após o agravamento da crise internacional em setembro do ano passado.
Um relevante indicador antecedente na área industrial, o Sinalizador da Produção Industrial, SPI – elaborado em parceria entre a Fundação Getulio Vargas e a AES Eletropaulo –, indica que a produção física industrial no Estado de São Paulo pode ter aumentado 5,0% em fevereiro com relação a janeiro, na série com ajuste sazonal. Já de acordo com os dados da Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias (ABCR), o fluxo de veículos total nas rodovias concessionárias apontou crescimento de 1,3% na passagem janeiro/fevereiro, na série livre de efeitos sazonais. Ao se considerar somente o número de veículos pesados, que serve como um indicador das atividades econômicas gerais do País, houve um aumento de 2,1% de seu fluxo nas estradas pedagiadas. Vale dizer que esse é o primeiro aumento desse fluxo após quatro meses consecutivos de quedas. Com relação ao fluxo de veículos leves nas estradas brasileiras, foi assinalado avanço de 0,6% contra o mês anterior, descontados os efeitos sazonais.
Outro indicador mais geral das atividades da economia brasileira, a carga de energia utilizada no Sistema Integrado Nacional (SIN) assinalou decréscimo de 0,7% em fevereiro em relação ao mesmo mês de 2008. No entanto, cabe salientar que esse recuo é bem menor do que o observado nos dois meses que o antecederam (–4,3% em dezembro e –4,0% em janeiro). Por fim, em fevereiro, segundo dados da Anfavea, a produção total de autoveículos (montados e desmontados) totalizou 201.685 unidades, contra 184.765 no mês passado. Feitos os ajustes sazonais, essa variação representou um aumento de 10,5%, o que marcou o segundo mês consecutivo de alta nessa comparação (em janeiro a alta foi de 75,7%). Foram exportados 27,9 mil veículos em fevereiro, contra 21,8 mil em janeiro e 43,5 mil em dezembro de 2008. Em comparação a janeiro de 2009, já descontados os efeitos sazonais, houve um incremento de 5,3%.
De acordo com os dados da Associação Comercial de São Paulo, no mês de fevereiro, o número de consultas ao sistema Usecheques, indicador do nível de vendas varejistas à vista, apresentou estabilidade na comparação com o mês imediatamente anterior, na série livre de efeitos sazonais. Na comparação com mesmo mês do ano passado, a variação foi negativa de 5,5%, a maior desde abril de 2003, quando a variável acusou decréscimo de 6,5%. Nos dois primeiros meses de 2009, o recuo do número de consultas ao sistema Usecheques foi elevado, com queda de 5,3%; enquanto no acumulado dos últimos doze meses houve ampliação de 2,4%, a menor variação desde dezembro de 2004 (2,2%). O sistema SCPC, que indica o grau de aquecimento das vendas a prazo no varejo, assinalou queda expressiva na passagem janeiro/fevereiro, na série com ajustamento sazonal, com recuo de 6,7%. Na comparação de fevereiro de 2009 frente ao mesmo mês de 2008, as vendas a prazo registraram retração de 12,8%, aumentando o ritmo de retração iniciado em dezembro do ano anterior, quando assinalou queda de 1,3%. O período que englobou os dois primeiros meses de 2009 apontou recuo de 9,2% do número de consultas ao SCPC, enquanto que no acumulado dos últimos 12 meses esse valor alcançou variação positiva de 3,7%.
http://brasil.melhores.com.br/2009/03/i ... reiro.html
Indústria Pode Ter Crescido Mais 5% em Fevereiro
O Sinalizador de Produção Industrial, que acompanhamos mensalmente, é um indicador que antecede o cálculo do PIB Industrial. O SPI divulgado recentemente aponta para um possível aumento de 5% da produção industrial em fevereiro. Isso após um aumento de 5,7% em janeiro, como pontualmente divulgamos aqui.
Isso confirma (novamente!) que a queda do PIB em dezembro já havia sido superada, e que seria um desserviço ao público leitor divulgá-la com muito estardalhaço sabendo-se que janeiro e fevereiro foram meses positivos.
Estou até com medo dos dados de março: com juros 20% menores, teremos um crescimento ainda maior, a ser sentido sobretudo a partir de abril.
http://brasil.melhores.com.br/2009/03/r ... stre-.html
Receita das Empresas Cresce 17,3% no Quarto Trimestre!
Em 1974, criei um Banco de Dados das 500 maiores empresas do país -- o Melhores e Maiores da revista Exame. Isso me permitiu ter acesso a informações macroeconômicas maravilhosas: muitas das previsões acertadas que fiz no passado se devem àquele banco de dados. Economistas que não entendem a fundo como funcionam as empresas que mandam neste país, e que não analisam os dados sistematicamente, jamais entenderão a economia moderna -- só a neoclássica.
A Economática apresenta uma prévia todo ano com 100 empresas de capital aberto. Os resultados de 2008 são estes:
1. Faturamento sobe de 86 bilhões para 104 bilhões. Crescimento de 17% no quadrimestre em que o PIB caiu 3,6%.
2. O Lucro das Operações aumenta 9% NO TRIMESTRE. Lucros das operações são aferidos antes de impostos e juros; medem se o negócio é viável, independente da taxação e da política de financiamento da empresa.
3. O Patrimônio Líquido das Empresas subiu 10%, para R$ 187 bilhões. O Banco Central lucrou 180 bilhões com derivativos, quase o patrimônio de 100 grandes empresas brasileiras. E ninguém percebeu? Esse lucro do Banco Central foi a causa da única má noticia para as empresas: suas despesas financeiras aumentaram 363%, para poderem pagar pelo hedge, que o Banco Central deveria ter proporcionado, mas não cumpriu (uma outra questão polêmica que aqui não vem ao caso).
A má noticia é que, devido ao que foi dito acima, as empresas tiveram uma queda de lucro de 50%. Esta queda, contudo, NÃO É RECORRENTE: não se estenderá por 2009, porque advém das despesas pagas ao Banco Central pelos hedge do dólar que subiu no período. 
Ou seja, o lucro em 2009, por definição, já deve ter dobrado, já que tudo isso decorreu de despesas financeiras únicas e não-recorrentes.
Mas adivinhem a que notícia foi dada manchete (e estas manchetes é que são distribuídas pela Reuters, AP e Bloomberg mudo afora)? Esta: "Lucro das Empresas Brasileiras Despenca 50%". Sem nenhuma menção ao fato  de que as despesas de juros despencaram novamente e que o lucro voltou ou voltará ao normal.
Assim, eu vou logo, logo jogar a toalha. Com essas notícias, as profecias só podem se cumprir.
http://brasil.melhores.com.br/2009/03/t ... reiro.html
Títulos Protestados Têm Queda de 28% em Fevereiro
Em crises financeiras, o número de títulos protestados normalmente aumenta. É muito difícil haver diminuição.

Essa notícia aparece como uma notinha na coluna do Guilherme Barros, no Caderno B. Achamos que merecia a primeira página d'O Brasil Que Dá Certo.

04/02/2009 - 15h54
Apenas países do Bric escapam da queda na venda de veículos; veja ranking


KAREN CAMACHO
Editora-assistente de Dinheiro da Folha Online
Dos dez países que lideram o ranking da venda de automóveis, apenas os que compõem o chamado Bric (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China) não registraram queda em seus mercados em 2008, na comparação com o ano anterior. Os dados são da Jato do Brasil, consultoria da área automotiva.
De acordo com a pesquisa, a Rússia foi o país com o maior crescimento na venda de automóveis e comerciais leves no ano passado (14,2%), consolidando-se em quinto lugar no ranking mundial desse segmento com a venda de 2,92 milhões de unidades.
O Brasil registrou o segundo maior crescimento entre os dez primeiros do ranking, com alta de 14,1% sobre 2007. Foram vendidos 2,67 milhões de automóveis em 2008. Somando os demais segmentos de veículos, a indústria automotiva registrou venda de 2,82 milhões de unidades em 2008 no Brasil.

Logo no começo do ano, as manchetes eram sobre o fato do saldo da balança comercial em 2009 estar negativo.
Agora, o que dizem as notícias?

16/03/2009 - 12:45 (atualizada em 16/03/2009 12:46)
Saldo da balança comercial brasileira acumula US$ 1,6 bi em 2009
Resultado da diferença entre exportações e importações até a segunda semana de março é 19% menor que o registrado no mesmo período do ano passado

A balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 138 milhões na segunda semana de março (dias 9 a 15). No período, as exportações somaram US$ 2,515 bilhões e as importações, US$ 2,377 bilhões. Com esse resultado, no mês a balança comercial acumula um superávit de US$ 422 milhões.

A balança comercial acumula, no ano, até a segunda semana de março, um superávit de US$ 1,665 bilhão. O saldo é resultado de exportações de US$ 24,567 bilhões menos importações de US$ 22,902 bilhões registradas no período. Apesar do saldo positivo, o saldo acumulado no ano, pelo critério da média diária, é 19% menor que o apresentado no mesmo período do ano passado. De janeiro até a segunda semana de março de 2008, a balança comercial registrou um superávit de US$ 2,140 bilhões.
Em pouco tempo passamos do negativo para o muito positivo, mas eles só conseguem destacar o fato de que esse resultado positivo é ainda inferior ao do mesmo período do ano passado... Mas a alguns poucos dias estava muito pior!!

http://brasil.melhores.com.br/2009/03/v ... 3%A7o.html
Vendas de Automóveis Crescem 4% na 1.ª Quinzena de Março
Os leitores d'O Brasil Que Dá Certo já devem estar cansados de tantas notícias acerca do crescimento contínuo de nosso setor automobilístico -- o setor "em crise", segundo alguns renomados especialistas.

Chegou-se a publicar uma estimativa de queda de 16% na produção de carros, fato esse que acarretaria uma queda de 1,6% do PIB, dada a enorme importância do setor.

Vamos ver quem está certo. Daqui três meses encerra o semestre e saberemos se a queda será essa mesmo, já que o segundo semestre é considerado de crescimento, mesmo para os mais pessimistas.
http://brasil.melhores.com.br/2009/03/t ... ce-18.html
Turismo Cresce 18%

Turismo brasileiro cresce 18% em comparação ao ano anterior. Isso tudo num cenário de crise, em que muitos formadores de opinião recomendavam apertar os cintos e cortar despesas supérfluas, como turismo.
http://brasil.melhores.com.br/2009/03/as-.html
As Boas Notícias da Semana

1. A melhor notícia da semana terá impactos duradouros: pela primeira vez, teremos um plano governamental de caráter Administrativo, pautado no corte de custos e na eficiência. Trata-se, como já sabem os nossos leitores, do pacote habitacional do Governo Federal.

2. Já fiz esta pergunta e repito: o quanto teria crescido o nosso setor automobilístico se não tivesse dado ouvidos aos catastrofistas, que previram uma retração de 16%? Nunca saberemos ao certo, mas cada vez mais surgem provas de que os catastrofistas estavam errados. Nesta semana temos mais uma: a Renault reconvocou 500 empregados no Paraná.

3. O índice de confiança do consumidor sobe nos Estados Unidos, conforme prevíaramos no dia 18 de março.
Editado pela última vez por Carnage em 02 Abr 2009, 10:04, em um total de 2 vezes.

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#2 Mensagem por Compson » 30 Mar 2009, 19:05

Carnage escreveu:Pois é, a crise está aí.

Mas, que tal vermos algumas boas notícias sobre a economia??

PIB Cresce 5,1% Em 2008
Escondida nas manchetes de queda de 3,6% do PIB no quarto trimestre de 2008, ficou a excelente notícia do crescimento do PIB  DE 5,1% em 2008 -- um dos melhores crescimentos de nossa história.
Se não fosse a queda de 3,6%, teríamos fechado o ano com crescimento de 8,7%
-- muito, muito acima do esperado no ano, gerando uma perigosa bolha de consumo.
Nossos jornalistas econômicos estão se esquecendo de que as previsões em 2007 do grupo FOCUS, com 150 economistas brasileiros, era de crescimento de 5,1% para 2008 -- EXATAMENTE o ocorrido. E aí dizem que economistas nunca acertam as suas previsões. Mentira! Acertamos na mosca.

Se tivéssemos crescido 8,7% em 2008, aí sim teríamos problemas, com inflação, falta de capacidade de produção etc. -- e provavelmente teríamos aumentado os juros para uns 13%, e não os abaixando, como tem ocorrido agora.
Crescemos exatamente o que todo mundo estava prevendo e isso vira uma má notícia? Ainda bem que corrigimos esta bolha de consumo de 3,6% a tempo.
Uma ação sobe 8% de manhã, cai 3,6% de tarde, e a notícia é a da queda de 3,6% da tarde e não a  da valorização de 5,1% ao longo do dia?
É, desse ponto de vista, a brecada do PIB foi uma boa mesmo. Os preços de insumo da construção civil já estavam estourando, o que ia comprometer os milhares de lançamentos dos últimos dois anos pelo lado da construção, não do financiamento, como pode acontecer agora... Uma boa se a crise "acabar" este ano, como todo mundo está prevendo (rezando).

(Mas sem querer ser chato, as previsões de 5,1% foram feitas com o navio a pleno vapor, ou seja, com o cenário "real" de cerca de 8% que a matéria cita (não basta simplesmente somar as porcentagens, pois há alguns truques econométricos para enganar os números). Como a economia brasileira é que nem jabuticaba (só dá aqui), a crise ajudou os economistas, em vez de comprometê-los)

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#3 Mensagem por Carnage » 02 Abr 2009, 09:44

A mim parece que a notícia de que a produção industrial começou a crescer de novo é uma ótima notícia, mesmo que tenha sido pouco. Mas parece que todos os jornais preferem destacar a queda em relação ao ano anterior. Como sempre dando mais ênfase às notícias ruins.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinh ... 3896.shtml
01/04/2009 - 09h03
Produção industrial sobe 1,8% em fevereiro, mas recua 17% em um ano

CIRILO JUNIOR
da Folha Online, no Rio

A produção industrial do país voltou a subir a apresentou alta de 1,8% em fevereiro, na comparação com janeiro, segundo informou nesta quarta-feira o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em relação a igual período em 2008, porém, a indústria teve retração de 17%.

Em janeiro, na comparação com dezembro, a produção havia registrado alta de 2,1%; em relação a janeiro de 2008, a queda anotada ficou em 17,4% (número revisado), pior resultado em 19 anos na base de comparação.

No acumulado dos últimos 12 meses, a produção industrial tem queda de 1%, o primeiro resultado negativo nessa comparação desde setembro de 2002, quando a queda foi de 0,4%. Nos 12 meses imediatamente anteriores, a produção registrou alta de 1%.

A Pesquisa Industrial Mensal demonstra que houve aumento de produção em 16 dos 27 ramos pesquisados em fevereiro, na comparação com o mês anterior. O principal destaque ficou por conta do setor de veículos automotores, com alta de 8,7%. Em janeiro e fevereiro, o setor acumulou alta de 52,2% depois das paralisações do final do ano passado.

Cresceu também a produção no setor de outros produtos químicos (8%) e material eletrônico, equipamentos de comunicações (8,7%).

Por outro lado, os principais resultados negativos foram constatados nas produções na indústria farmacêutica (-6,9%) e outros equipamentos de transporte (-4,2%).

Já em relação a fevereiro de 2008, houve recuo em 23 das 27 atividades pesquisadas, com destaque para nos setores de veículos automotores (-29,8%) e máquinas e equipamentos (-32,2%).

Entre as categorias de uso, o setor de bens de consumo duráveis teve alta de 10,5% em relação a janeiro. Na mesma comparação, subiram as produções de bens de consumo semi e não duráveis (1,7%) e bens intermediários (1,5%). Já a produção de bens de capital esteve redução de 6,3%.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinh ... 3971.shtml
1/04/2009 - 11h15
Crise faz indústria voltar ao patamar de produção de 2004
CIRILO JUNIOR
da Folha Online, no Rio

Apesar da tímida recuperação nos dois primeiros meses de 2009, a produção industrial continua em nível bem abaixo do que vinha sendo constatado antes da crise global, em patamar próximo do verificado em junho de 2004.

De janeiro para fevereiro, a produção nacional subiu 1,8%, apontou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em relação a fevereiro do ano passado, a produção da indústria caiu 17%. Trata-se do quarto movimento de queda seguido nessa comparação. Desde novembro, a produção industrial caiu, em média, 13,9%. Antes disso, a indústria vinha crescendo há 22 meses consecutivos, na mesma base de comparação.

Diante disso, na comparação com o início de 2008, a indústria registrou em fevereiro índices recordes negativos, principalmente no setor de bens intermediários, cuja produção caiu 21% em relação a igual período no ano passado. Trata-se da maior queda desde o início da série, em 1991.

Alguém me explica isso??

http://economia.uol.com.br/ultnot/2009/ ... u2422.jhtm
Na comparação com fevereiro de 2008, 23 ramos analisados tiveram queda na produção, como veículos automotores (-29,8%), máquinas e equipamentos (-32,2%), metalurgia básica (-31,5%), outros produtos químicos (-22,3%), aparelhos eletrônicos e de comunicações (-44,4%) e indústrias extrativas (-18,8%). Do lado oposto, as contribuições mais relevantes partiram de outros equipamentos de transportes (28,1%) e do segmento farmacêutico (13,1%).
http://oglobo.globo.com/economia/mat/20 ... 097758.asp
Venda de carros é recorde no trimestre
Publicada em 01/04/2009 às 23h52m
O Globo

RIO - A redução do IPI deu resultado, e o primeiro trimestre de 2009 foi o melhor da história da indústria automotiva nacional. Segundo dados do Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores), foram emplacados 668.314 veículos (automóveis, ônibus e caminhões). Houve crescimento de 3,14% em relação ao mesmo período de 2008. Na segunda-feira, o governo anunciou a ampliação, por mais três meses, da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis e caminhões , iniciada em dezembro como uma das novas medidas anticrise.

Março também teve seus recordes. Em 22 dias úteis, foram emplacados 271.494 veículos. É o segundo melhor mês da História - só perde para os 288.137 licenciamentos registrados em julho de 2008. Em comparação ao mesmo período do ano passado, houve crescimento de 16,95%.
Como pode a produção do setor automobilístico diminuir 29,8% em relação ao ano passado ao mesmo tempo que está tendo vendas recordes, chegando em março a vender 17% a mais que no ano passado?

E essa matemática, quem me explica?

http://economia.uol.com.br/ultnot/2009/ ... u2422.jhtm
A produção industrial no Brasil em fevereiro caiu 17% sobre igual mês de 2008, segundo informações do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em relação a janeiro deste ano, houve avanço de 1,8%.

No acumulado em 12 meses, a atividade da indústria recuou 1%, o primeiro resultado negativo desde setembro de 2002, quando a queda foi de 0,4%. Nos doze meses imediatamente anteriores, a produção industrial havia registrado alta acumulada de 1%.
Em relação a fevereiro do ano passado, a produção industrial em fevereiro deste ano caiu 17%, mas no acumlado do ano a redução foi de 1%? Não entendi.
Dão destaque a uma queda terrível, mas na verdade a queda foi só de 1%?

Quem explica essa?

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#4 Mensagem por Carnage » 02 Abr 2009, 09:46

http://economia.uol.com.br/ultnot/2009/ ... u2424.jhtm
01/04/2009 - 11h40
Balança comercial sobe 9% e fecha trimestre com saldo de US$ 3 bi
Da Redação
A balança comercial brasileira fechou o primeiro trimestre deste ano com resultado positivo de US$ 3,012 bilhões.

O desempenho acumulado no trimestre é 9% maior que o de igual período de 2008, quando a balança teve superávit de US$ 2,761 bilhões, segundo os números divulgados nesta quarta-feira pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Em março, o superávit foi de US$ 1,771 bilhão, o que significa um salto de 79,25% em relação a março do ano passado, quando o resultado positivo ficou em US$ 988 milhões.

Em março agora, as exportações somaram US$ 11,809 bilhões, e as importações foram de US$ 10,038 bilhões.

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#5 Mensagem por Carnage » 02 Abr 2009, 09:47

http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinh ... 4501.shtml
02/04/2009 - 07h00
Bolsas da Ásia sobem impulsionadas por indicadores da economia dos EUA
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da Folha Online

As Bolsas da Ásia fecharam em forte alta nesta quinta-feira, impulsionadas pela divulgação de dados positivos da economia americana ontem. Uma contração menor que a esperada no setor manufatureiro, o crescimento das vendas pendentes de casas e uma queda também menor que a esperada nos gastos em construção nos EUA animaram os investidores de Wall Street e provocaram efeito ainda melhor nos mercados de ações asiáticos.

O índice Nikkei, da Bolsa do Japão, subiu 4,4% e fechou em 8.719 pontos, o maior nível em três meses. Em Hong Kong, o índice Hang Seng disparou 7,4%, o maior ganho em quatro meses, e atingiu os 14.521 pontos. O índice Shangai Composite, da China, teve alta de 0,7% e chegou aos 2.425 pontos. Em Taiwan, o Taiex ganhou 3%, fechando em 5.473 pontos. O índice Kospi, da Coreia do Sul, subiu 3,5%, chegando aos 1.276 pontos. O ASX 200, da Austrália, fechou em alta de 2,8%, aos 3.680 pontos.

No Japão, as montadoras e empresas de produtos eletrônicos --altamente dependentes de exportações aos EUA-- foram as que apresentaram os melhores resultados. As ações da Toyota, maior fabricante de veículos do mundo, tiveram alta de 5,5%. Já os papéis das suas concorrentes Honda e Nissan se valorizaram ainda mais, 11% e 14%, respectivamente.

Em Hong Kong, o índice Hang Seng zerou suas perdas em 2009 com a alta de 7,4%. As ações do banco HSBC tiveram sua maior alta em cinco meses, 15,5%. Os papéis da China Resources Land, construtora controlada pelo governo, ganhou 14% depois de um indicador mostrar que a venda de casas subiu na China. Já as ações da China Petroleum & Chemical, beneficiadas por uma indicação do Goldman Sachs, subiu 6,2%.

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#6 Mensagem por Carnage » 02 Abr 2009, 09:48

http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ ... 4520.shtml
02/04/2009 - 08h12
PIB do Brasil cairá 1% em 2009, prevê comissão latino-americana
MARCIA CARMO
da BBC Brasil, em Buenos Aires

A crise econômica internacional deve fazer com que a economia brasileira registre uma retração de 1% em 2009, segundo informou nesta quarta-feira a secretária-executiva da Cepal (Comissão Econômica para América Latina e Caribe), Alicia Bárcena, durante um fórum em Bogotá, na Colômbia.

Segundo a Cepal, o Brasil deve ser um dos países mais afetados pela crise na região, junto com México --cujo PIB deve registrar queda de 2%--, Costa Rica (-0,5%) e Paraguai (-0,5%).

Ainda de acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira, a economia da região como um todo deve registrar um recuo de 0,3% em 2009, no que seria "o primeiro retrocesso depois de seis anos de crescimento", segundo com um comunicado divulgado pelo órgão.

Em um discurso no seminário Latin America Emerging Markets Forum 2009 (Fórum de Mercados Emergentes da América Latina, em tradução livre), em Bogotá, Bárcena afirmou que os efeitos da crise internacional serão "sentidos com força" este ano na América Latina e no Caribe.

A Cepal também prevê que a taxa de desemprego na região deverá aumentar para cerca de 9% em 2009, depois de atingir 7,5% em 2008.

Este resultado, segundo o organismo, deverá provocar uma "alta na pobreza".

Em uma entrevista recente à BBC Brasil, Bárcena observou que a região - e especialmente o Brasil - experimentou um período "extraordinário" de crescimento econômico e inclusão social, mas afirmou temer que a crise mudasse este cenário.

Efeitos

Segundo as previsões da Cepal, os únicos países da região que devem registrar crescimento econômico este ano são Panamá, Peru, Cuba e Bolívia, "que manteriam um crescimento positivo igual ou superior a 3%".

Chile e Equador, por outro lado, devem apresentar crescimento nulo em 2009, de acordo com a Cepal.

Para o organismo, os efeitos negativos são resultado da desaceleração do comércio internacional, da queda nos preços das matérias-primas e da redução nas exportações.

Por estes motivos, as economias definidas como "mais abertas" - como o México e os países da América Central -, seriam as mais afetadas.

Outros motivos para a retração seriam a queda no turismo --especialmente no Caribe e na América Central-- e uma "redução nos investimentos estrangeiros diretos".

Dificuldades

Alicia Bárcena afirmou que, "por enquanto", as economias da região mostraram "solidez" para "enfrentar os impactos" da turbulência financeira.

"Isso ocorre por terem aproveitado a bonança dos anos anteriores para acumular reservas e diminuir o endividamento", afirmou, segundo comunicado da Cepal.

No entanto, alguns países "podem ter dificuldades" se a crise atual se prolongar ou se aprofundar.

A Cepal também prevê que a região registrará, este ano, déficit em suas contas públicas e externas.

Para amenizar os efeitos negativos da crise, a secretária-executiva do órgão sugeriu que os setores mais vulneráveis da sociedade recebam "proteção ativa" do Estado e que "se evite o protecionismo e se preserve o gasto social".

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#7 Mensagem por FucaBala » 02 Abr 2009, 09:53

Pessoal, desculpem, mas eu não vejo este crescimento da Indústria.

A única coisa que literalmente ouço e vejo é corte de investimentos. As vendas de veículos podem ter crescido, mas não necessariamente ocorreu um aumento na produção e, principalmente, uma retomada dos investimentos por parte das montadoras.

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#8 Mensagem por Carnage » 02 Abr 2009, 10:03

Como se "sente" um aumento de 1,8% de um mês pra outro?

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#9 Mensagem por FucaBala » 02 Abr 2009, 10:14

Carnage escreveu:Como se "sente" um aumento de 1,8% de um mês pra outro?
Não é questão de sentir um aumento de 1,8%, nem tenho como me atentar a este número.

Minha percepção é prática. O primeiro trimestre do ano costuma ser fraco para o setor industrial, historicamente. Ainda assim "paga-se" as contas.

Neste ano ficou muito mais complicado, ao menos no setor de máquinas e equipamentos que, para existir, depende de investimentos na indústria.
Como a economia, voltando a crecer, será em "doses homeopáticas", as empresas não tem planos de investimentos nem a curto e nem a médio prazo.

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#10 Mensagem por Compson » 02 Abr 2009, 11:14

Carnage escreveu:Abro este para falar apenas da crise e seus efeitos no Braisl
Boa!
FucaBala escreveu:
Carnage escreveu:Como se "sente" um aumento de 1,8% de um mês pra outro?
Não é questão de sentir um aumento de 1,8%, nem tenho como me atentar a este número.

Minha percepção é prática. O primeiro trimestre do ano costuma ser fraco para o setor industrial, historicamente. Ainda assim "paga-se" as contas.
Não vi os dados detalhados, mas provavelmente o aumento é puxado pela indústria automobilística, e precisariam ser relativizados (a queda brusca das montadoras cagonas em 2008, a redução do IPI). Por isso não há um reflexo "prático" evidente.

De qualquer forma, demonstra vitalidade do mercado interno, já que carro é um produto relativamente caro (mesmo com redução de impostos) e de financiamentos longos, o que é muito bom, principalmente se os EUA não melhorarem e a China não desabroxar como nova "locomotiva".

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#11 Mensagem por Sempre Alerta » 02 Abr 2009, 11:20

Muito mais do que uma crise financeira

Longo, porém interessante.
Artigo de John Gray

Vivemos um momento histórico: a derrubada da liderança política e econômica dos Estados Unidos no mundo. É um giro geopolítico tão importante como o da queda da União Soviética.

O artigo é de John Gray, autor de “Black Mass: Apocalyptic Religion and the Death of Utopia” [Missa negra: religião apocalíptica e a morte da utopia] e de “Cachorros de Palha” (Record, 2006), publicado no jornal espanhol El País, 11-10-2008. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

É possível que tenhamos o olhar posto na queda dos mercados, mas a convulsão que estamos experimentando é mais do que uma crise financeira. Estamos diante de um giro geopolítico de dimensões históricas que está alterando o equilíbrio de poder no mundo de maneira irrevogável.

A era da liderança mundial dos Estados Unidos, que começou na II Guerra Mundial, terminou.
Pode-se comprovar isso se se observa como o domínio dos EUA diminui em seu próprio quintal, quando o presidente venezuelano, Hugo Chávez, provoca e ridiculariza a superpotência com impunidade. Mas o retrocesso da posição dos EUA no resto do mundo é ainda mais chamativo.

Com a nacionalização de partes fundamentais do sistema financeiro, o credo norte-americano do livre mercado destruiu a si mesmo, enquanto os países que mantêm algum tipo de controle dos mercados viram-se reivindicados. É uma mudança de repercussões tão transcendentais como a queda da União Soviética: derrubou-se todo um modelo de governo e de economia.

Desde o final da guerra fria, os sucessivos governos norte-americanos pregaram aos outros países a necessidade de se ter sistemas financeiros sólidos. Indonésia, Tailândia, Argentina e vários países africanos tiveram que suportar sérios cortes de gastos e profundas recessões como preço pela ajuda do Fundo Monetário Internacional, que colocava em prática a ortodoxia norte-americana. A China, em particular, sofreu intimidações sem fim pela debilidade de seu sistema bancário. Mas o êxito da China deriva de seu permanente desprezo pelos conselhos ocidentais, e não são os bancos chineses os que hoje estão quebrando.

Os Estados Unidos sempre tiveram uma política econômica para si próprios e outra para o resto do mundo. Durante os anos em que castigavam os países que se afastavam do equilíbrio orçamentário, estavam pedindo empréstimos gigantescos para financiar seus cortes fiscais domésticos e seus compromissos militares. Mas agora que as finanças federais dependem por completo de que grandes remessas de capital estrangeiro sigam entrando, serão os países que haviam rejeitado o modelo de capitalismo estadunidense os que influirão no futuro de sua economia.

Os detalhes do plano de salvação das instituições financeiras norte-americanas elaborado pelo secretário de Tesouro, Hank Paulson, e o presidente do Fed, Ben Bernanke, são menos importantes do que o que esse resgate supõe em si mesmo para a posição dos EUA no mundo. A indignação pela cobiça dos bancos espalhada no Congresso pode nos distrair das verdadeiras causas da crise. A grave situação dos mercados financeiros norte-americanos se deve ao fato de que os bancos trabalharam em condições de liberdade absoluta criadas por esses mesmos legisladores. A classe política dos EUA é a responsável pelo caos atual.

Nas circunstâncias atuais, um fortalecimento sem precedentes do Governo é a única forma de evitar uma catástrofe no mercado. A conseqüência, no entanto, será que os EUA dependerão ainda mais das potências emergentes. O Governo federal está acumulando empréstimos ainda maiores, e seus credores podem temer, com razão, que nunca lhes serão devolvidos. É muito possível que o governo sinta a tentação de engordar essas dívidas com um repentino aumento da inflação, que deixaria os investidores estrangeiros com perdas consideráveis. Nessa situação, os governos dos países que compram grandes quantidades de bônus norte-americanos, como a China, os Estados do Golfo e a Rússia, por exemplo, estarão dispostos a seguir apoiando o papel do dólar como divisa de reserva mundial? Em qualquer caso, o controle dos acontecimentos já não está nas mãos dos Estados Unidos.

O destino dos impérios, com freqüência, é decidido pela relação entre guerra e dívida. Foi assim com o Império Britânico, cujas finanças se deterioraram a partir da Primeira Guerra Mundial, e com a URSS. A derrota no Afeganistão e a carga econômica que tentou responder ao programa da guerra das galáxias de Reagan foram fatores cruciais que contribuíram para o desmoronamento soviético. Apesar de sua insistência em sua excepcionalidade, nos EUA não é diferente. A guerra do Iraque e a bolha de crédito feriram de morte a hegemonia econômica. Os EUA seguirão sendo a maior economia do mundo durante um tempo, mas serão as potências emergentes as que, uma vez passada a crise, comprarão o que tenha ficado intacto entre as ruínas do sistema financeiro norte-americano.

Nas últimas semanas, falou-se muito sobre um apocalipse econômico. Na realidade, não estamos, nem muito menos, diante do fim do capitalismo. O frenesi que se observa em Washington não é mais do que a morte de um tipo de capitalismo, a variedade que existiu nos EUA durante os últimos 20 anos. Essa experiência de laissez-faire fracassou. Ainda que o impacto da queda se faça sentir em todas as partes, as economias de mercado que resistiram ao desregulamento no estilo estadunidense contornarão melhor o temporal. É provável que o Reino Unido, que se converteu em um fundo de proteção gigantesco, mas um fundo que carece da capacidade de se beneficiar de uma piora da situação, acuse especialmente o golpe.

O irônico do período posterior à guerra fria é que a queda do comunismo foi seguida da ascensão de outra ideologia utópica. Nos EUA, no Reino Unido e, em menor medida, em outros países ocidentais, a filosofia reinante passou a ser um tipo concreto de fundamentalismo de mercado. A derrubada atual do poder norte-americano é a conseqüência previsível. Como o desmoronamento soviético, terá amplas repercussões geopolíticas. Uma economia debilitada não pode seguir sustentando por muito tempo os excessivos compromissos militares dos EUA. É inevitável que haja uma redução de gastos que, seguramente, não será gradual nem bem planificada.

Os processos de crise, como o que estamos presenciando, não se desenvolvem em câmera lenta. São rápidos e caóticos, e têm efeitos secundários que se estendem a toda velocidade. Pensemos no Iraque. O êxito do esforço, que foi conseguido à base do suborno dos sunitas e, ao mesmo tempo, do consentimento da limpeza étnica que está sendo realizada, gerou uma situação de paz relativa em algumas partes do país. Quanto tempo ele durará, se o nível atual de gasto dos EUA na guerra não pode mais se manter?

Se os EUA se retiram do Iraque, o Irã ficará como vencedor regional. Como ele se relacionará com a Arábia Saudita? Haverá mais ou menos probabilidades de uma ação militar para impedir que o Irã adquira armas nucleares?

Os governantes chineses, até agora, permaneceram calados diante da crise. A debilidade norte-americana irá animar-lhes a reafirmar o poder da China ou continuarão sua política precavida de “ascensão pacífica”? Até agora, não se pode responder a nenhuma dessas perguntas com segurança. O que é evidente é que os EUA estão perdendo poder em uma velocidade enorme. A Geórgia nos mostrou a Rússia redesenhando o mapa geopolítico, sem que os EUA pudessem ser nada mais do que um espectador impotente.

Fora dos EUA, a maioria das pessoas aceitou, há muito tempo, que o desenvolvimento de novas economias que acompanha a globalização diminuirá a importância da posição norte-americana no mundo. Quase todos imaginavam que se trataria de uma mudança em sua situação relativa, um giro que ia se produzir de forma gradual, ao longo de vários decênios e gerações. Hoje, essa hipótese parece cada vez menos realista.

Depois de ter criado as condições que geraram a maior bolha da história, os dirigentes políticos dos EUA parecem incapazes de compreender a magnitude dos perigos que afrontam agora o seu país. Envoltos em guerras culturais encarniçadas e brigados uns com os outros, parecem não se dar conta de que sua liderança mundial está se desvanecendo a toda velocidade. Está nascendo um novo mundo, quase sem que se note, e, nele, os EUA não são mais do que uma grande potência a mais entre as várias outras e que enfrenta um futuro incerto, no qual já não pode mais influir.

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#12 Mensagem por FucaBala » 02 Abr 2009, 11:32

Compson escreveu:De qualquer forma, demonstra vitalidade do mercado interno, já que carro é um produto relativamente caro (mesmo com redução de impostos) e de financiamentos longos, o que é muito bom, principalmente se os EUA não melhorarem e a China não desabroxar como nova "locomotiva".
A redução do IPI contribuiu consideravelmente, com certeza. Em números absolutos algo em torno de R$3000,00 de desconto no valor dos veículos.
As vendas também só não foram maiores devido aos juros do financiamento bancário.

Entretanto, não podemos esquecer também que praticamente todas as montadoras estavam com os estoques abarrotados de veículos no final do ano passado. Muitas pessoas acharam por bem adiar a compra do carro para o início de 2009 devido a turbulência, aumento de juros, dificuldade de crédito, etc.

Só agora nos primeiros meses do ano o estoque diminuiu. As vendas subiram, mas a produção não, pelo contrário.

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#13 Mensagem por kank » 02 Abr 2009, 11:51

eu acho que poucos analistas conseguiram perceber o obvio

os governos com as novas tecnologias transformaram a sonegação em quase 0 o que fez com que eles arrecadassem um excesso de imposto. exaurindo os contribuintes e ficando os governos com imensas reservas cambiais

agora estão precisando distribuir o que foi arrecadado a mais para ver se conseguem fazer o mercado voltar a funcionar

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#14 Mensagem por Roy Kalifa » 02 Abr 2009, 12:19

Crise economica mundial?

Que nada !

É so uma marolinha....

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#15 Mensagem por Compson » 02 Abr 2009, 12:48

kank escreveu:eu acho que poucos analistas conseguiram perceber o obvio

os governos com as novas tecnologias transformaram a sonegação em quase 0 o que fez com que eles arrecadassem um excesso de imposto. exaurindo os contribuintes e ficando os governos com imensas reservas cambiais

agora estão precisando distribuir o que foi arrecadado a mais para ver se conseguem fazer o mercado voltar a funcionar
Depende de onde você está falando. Há três casos notáveis:

- EUA: não há superávit fiscal; pelo contrário, o governo gasta muito, mas muito mais do que arrecada e o país não quebrou porque os títulos americanos são considerados de risco zero e todo mundo empresa dinheiro pra eles a juros baixos.

- China: ninguém fora do partido sabe muito bem o que acontece lá; mas o governo chinês arrecada muito e, sim, coloca muita coisa em reservas, títulos ou investimentos internacionais; realmente não sei se há problemas de liquidez na China, mas fora das ilhas de livre mercado, o sistema econômico é muito engessado, por isso acho que não;

- Brasil: houve superávit primário nos últimos quinze anos como garantia de confiança internacional e incentivo à capitalização do país; há um engessamento considerável de moeda em reservas internacionais (e esse é um dos motivos por que o dólar não está custando 10 reais por causa dessa crise, com as consequentes pressões inflacionárias), mas é compensado pela entrada de capital estrangeiro, embora esse não seja lá muito confiável; não há crise de liquidez no Brasil (pelo menos não havia até dezembro do ano passado, auge da arrecadação), haja visto que a inflação estava sempre beliscando as metas.

Portanto, não me parece nada óbvio que se trate de um problema fiscal. Aliás, um dos principais problemas da aquisição dos papéis "podres" pelo governo americano, além das consequências políticas, é o que vai acontecer com o derrame de dinheiro no mercado, sem os mecanismos financeiros que estavam absorvendo o excesso de dinheiro nos últimos anos e contendo a inflação no mercado de bens e serviços.

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#16 Mensagem por Compson » 02 Abr 2009, 14:32


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#17 Mensagem por Carnage » 02 Abr 2009, 16:56

http://economia.uol.com.br/ultnot/bbc/2 ... u1695.jhtm
02/04/2009 - 07h27
Para analistas, crise e ambiente darão a Brasil maior influência em 2020

Seja por meio de organismos internacionais ou na relação direta com outros países, há espaço para o Brasil se tornar ainda "mais influente" nos próximos dez anos, de acordo com especialistas ouvidos pela BBC Brasil. E, pelo menos duas áreas, essa oportunidade é maior: economia e meio ambiente.

A crise trouxe uma chance sem precedentes para países como o Brasil", diz Marcos Vieira, professor de Relações Internacionais do Kings College, em Londres.

Para ele, a inclusão dos países emergentes nas discussões sobre a recuperação econômica, por meio do G20, é "sintomática", pois já reflete "os novos pólos do poder mundial".

Na avaliação de Vieira, a estabilidade econômica conquistada nos últimos anos, aliada a uma participação proativa em fóruns internacionais, reforçou a percepção de que o país tem legitimidade para estar presente nos principais debates mundiais.

"Nesse ponto temos uma grande vantagem sobre os outros BRIC", diz Marcos Vieira, professor de Relações Internacionais do Kings College, em Londres. "Não somos apenas uma grande economia. Somos um país democrático, pacífico e com credibilidade externa", diz.

A transferência de poder econômico dos Estados Unidos para os países emergentes também é apontada pelo historiador John Schulz, da Brazilian Business School, como um dos resultados da crise global. Segundo ele, a participação dos países ricos no PIB mundial já vinha declinando e que a crise "deve acelerar esse processo". "O resultado é uma maior participação dos países emergentes à mesa de negociação", diz.

A eleição de Barack Obama para a presidência dos Estados Unidos também é vista como ponto a favor de um sistema financeiro mundial mais democrático. "Há uma expectativa de que ele seja mais aberto ao diálogo e a uma solução conjunta para os problemas mundiais", diz Vieira.

Países como Brasil, China e Índia estão participando do debate, juntamente com os países ricos, sobre a reforma do sistema financeiro global. E o Brasil, como principal economia da América Latina, é visto como estratégico no processo de recuperação econômica.

Na opinião de Vieira, a oportunidade "está dada". Se o Brasil vai aproveitá-la ou não, diz, depende da postura do governo Lula. "O futuro do Brasil nesse sistema está diretamente ligado a respostas que vamos dar agora. É o momento de termos uma proposta clara e objetiva", diz.

Segundo ele, se o Brasil tem qualquer pretensão em reformar instituições financeiras mundiais, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, essa é a hora de liderar o movimento.

"A mudança não acontece do dia para a noite, mas o processo tem de começar. E essa é uma boa hora", diz o professor.

Clima

Outra área em que o Brasil tem chances de ampliar sua influência é no debate sobre mudanças climáticas. "Temos a maior floresta tropical, reservas de água, energia limpa. Mas infelizmente ainda somos defensivos em matéria de meio ambiente", diz o ex-embaixador Sérgio Amaral.

Segundo ele, o Brasil tem potencial para liderar esse movimento, mas para isso terá de fazer concessões. Uma delas seria aceitar compromissos obrigatórios. "Já fomos defensivos em comércio e isso mudou. O mesmo pode acontecer em meio ambiente nos próximos anos", diz Amaral.

O também ex-embaixador Rubens Ricupero diz que o Brasil já começou a mudar sua postura, como ficou claro na última reunião sobre clima, em Poznan, na Polônia."O Brasil apresentou metas para o desmatamento, foi elogiado. E está participando de todas as conversas que vão levar à reunião de Copenhagen", diz.

América Latina

Se por um lado economia e meio ambiente oferecem oportunidades para a liderança brasileira nos próximos anos, isso não significa que temas já tradicionais para o Itamaraty serão deixados de lado. Apontada como prioridade pela diplomacia brasileira, a América Latina vai exigir atenção especial nos próximos anos, na avaliação dos especialistas.

O Brasil terá de provar aos países vizinhos que é capaz de liderar o continente, mesmo em um momento de crise. E se quiser o país quiser se consolidar como uma potência regional, deverá se preparar "para ceder".

Na avaliação de Vieira, existe um sentimento de "desconfiança" entre os países vizinhos sobre o real objetivo do Brasil - se é promover o interesse geral ou apenas "usar" o continente para interesses particulares do país. "Alguns países da região têm interesses que vão de encontro ao que o Brasil defende", diz Vieira.

Um exemplo é a Argentina, que vê com restrições a Rodada Doha de comércio, uma das principais bandeiras da política externa brasileira. Além disso, o país vizinho vem adotando medidas protecionistas, mesmo tendo assinado compromisso contrário, na última reunião dos líderes do G20.

Há ainda o aspecto político. Na avaliação de Vieira, o Brasil precisa se preparar para lidar com Chávez "durante uns bons anos". "Que relação teremos com ele, é uma pergunta que deve ser feita por nossos governantes", diz.

Vieira vê dois movimentos políticos na região e que tendem a durar nos próximos anos. Um deles é a proposta venezuelana, baseada em uma visão antiamericana; a outra seria a visão brasileira, considerada por Vieira "mais pragmática e voltada para o desenvolvimento". "Um dos desafios da diplomacia é decidir se o Brasil tem interesse em atrair para esse campo pragmático os outros países da região", diz Vieira.

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#18 Mensagem por Carnage » 02 Abr 2009, 16:57

http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/ ... more-29767
02/04/2009 - 10:02
A aposta no superávit comercial
Por Luciano

É evidente que haverá melhora na balança comercial e os motivos são muito bem explicados com um mínimo de conhecimento de macro economia, o que ocorre com os economistas que aparecem na mídia é que eles abrem mão do que aprenderam na faculdade para defender interesses políticos e pessoais. No final do ano veremos mais uma vez as manchetes dos jornais “Economistas erram feio em suas previsões do início do ano”. Como economista me envergonho do viés exclusivamente político que adotam ao fazer previsões.

E por que a balança comercial terá superávit superior ao previsto?

1 - A economia brasileira vinha até setembro de 2008 em um processo de crescimento forte o que implicava um aumento forte de importações para suprir a demanda, logicamente com a crise não só deixará de crescer as importações como cairão em virtude de uma adequação natural entre oferta e demanda doméstica;

2 - O câmbio estava completamente fora do lugar, uma desvalorização de quase 40% não é desprezível, isto causará um grande impacto no aumento da competitividade da indústria nacional em relação ao resto do mundo;

3 - Os analistas se apressaram em projetar o comportamento da balança comercial em função do desempenho dos meses de dezembro e janeiro. Ocorre que estes meses estavam completamente contaminados com a escassez do crédito internacional para financiamento das exportações, o que está sendo superado desde o início de março com a utilização dos recursos nacionais para financiamento.

4 - Devemos nos lembrar que nos últimos anos o Brasil exportou capital em volumes próximos a US$ 50 bi, tais recursos agora utilizados para financiamento da indústria nacional precindirão dos recursos externos até então utilizados. Relembrando que os meses de dezembro e janeiro, foram meses de readequação das origens de financiamento. O Brasil tem poupança para financiar suas empresas, apenas não a estava utilizando em função de uma equivocada política monetária que preferia captar recursos externos a altas taxas e enviar a poupança nacional para o exterior.

5 - Há um esforço para melhoria da qualidade e da competitividade da indústria nacional em curso que tem propiciado uma nova inserção do Brasil no mercado internacional, esta melhoria propiciará novas oportunidades de exportação, bem como substituição das importações.

6 - Por fim a redução dos juros internos reduz um importante custo das empresas que também pelo lado financeiro ganhará competitividade.

Por todos estes motivos tenho convicção que chegaremos ao final do ano com um superávit superior a US$ 30 bi.

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#19 Mensagem por Carnage » 02 Abr 2009, 16:59

E falando em manchetes bizarras:

http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/ ... r-melhora/
Por Gilberto Maringoni
01/04/2009 - 14:21

Nassif:
Sensacional a manchete principal do caderno “Dinheiro” de hoje da Folha:

“Queda na taxa de juros alivia piora fiscal”

Como é que é? Melhorou a piora? Piorou a melhora?

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#20 Mensagem por Carnage » 02 Abr 2009, 17:00

http://www.observatoriodaimprensa.com.b ... =531IMQ010
COBERTURA DO G-20
Os jornais perdem o jogo

Por Luciano Martins Costa em 2/4/2009
O Brasil saiu bonito nas primeiras imagens da cúpula de dirigentes dos vinte países economicamente mais importantes, o G-20, que se realiza na quinta-feira (2/4), em Londres. Não apenas na fotografia dos líderes alinhados com a rainha da Inglaterra, mas principalmente pelo papel central que o País assumiu nos debates sobre as propostas de soluções para a crise internacional.
A anunciada injeção de recursos no valor de US$ 1 trilhão para socorrer países emergentes e pobres mais afetados pela crise encontra o Brasil numa posição privilegiada. Em uma década, passamos de devedores a credores e agora nos habilitamos entre os países que podem emprestar dinheiro ao FMI para reforçar o fundo de socorro.
Entre os jornais brasileiros de circulação nacional, o Estado de S.Paulo é o que mais investe, até aqui, na cobertura do encontro, que deve concentrar hoje suas decisões mais importantes. Depois do evento reunindo os chefes de Estado, ministros e outros representantes dos países e das instituições multilaterais seguirão ajustando detalhes do que for decidido, mas a partir daí o assunto deve sair das manchetes.
Visão insuficiente
Importante é observar se a imprensa consegue passar aos leitores o valor real das resoluções aprovadas. Por enquanto, o noticiário se concentra nas medidas de emergência, deixando em segundo plano as controvérsias que dividem os principais protagonistas desse momento histórico.
Os jornais destacam que os três pontos básicos de discordância são a coordenação do pacote de ações para estimular a economia mundial, a criação de um novo sistema regulatório para prevenir crises futuras e a partilha das decisões, com maior poder para os países emergentes.
O Estado de S.Paulo inclui entre os desafios um pacto contra medidas protecionistas, e essa é a fissura que pode minar as melhores intenções dos participantes. A Folha de S.Paulo oferece um cenário geral do encontro, e, como o Globo, destaca que o Brasil vai participar do fundo de emergência.
Mas nem mesmo a leitura dos três jornais oferece uma visão suficiente do evento. No acontecimento mais importante da política internacional neste início de século, a imprensa de papel perde de goleada para a internet.
***
Retrato do Brasil
Quem tiver interesse em se informar com mais profundidade sobre o evento histórico que inaugura o G-20 não pode ficar restrito à leitura de apenas um jornal. Nem mesmo a soma dos três principais jornais do país pode fornecer elementos para uma visão adequada dos acontecimentos em Londres.
Os sistemas de busca na internet permitem fazer um mapa de notícias e dados muito mais satisfatório, embora as edições dos jornais possam servir ainda como guias para o direcionamento da leitura. Mas quem se limitar aos jornais de papel pode ficar frustrado.
Aparentemente, pelo que se lê nos jornais, todos os líderes reunidos em Londres sabem exatamente o que precisa ser feito. A postura do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, menos impositiva da que costumava caracterizar seus antecessores, parece facilitar os entendimentos, mas os relatos das edições de quinta-feira (2) podem deixar o leitor mergulhado em dúvidas.
Bem na foto
Faltam dados concretos sobre os números que configuram a crise e ninguém publicou ainda um painel da situação em cada um dos vinte países empenhados em sua solução. Além disso, nada se diz sobre os outros países, aqueles que ficam de fora da reunião e que tanto podem contribuir para amenizar as turbulências como para agravar a situação.
Quanto ao papel do Brasil, que inaugura no encontro do G-20 uma posição historicamente diferenciada, o noticiário da imprensa nacional pouco acrescenta. Uma olhada rápida em algumas fontes da web dão uma idéia de por que nos transformamos, em um prazo relativamente curto, de país-problema em protagonista do pacote de soluções para a crise.
O Brasil é o sétimo produtor mundial de veículos no mundo. Tem o maior mercado de consumo de luxo da América do Sul, é um dos oito maiores produtores mundiais de alimentos e líder mundial na produção de combustíveis de origem vegetal. E, finalmente, o Brasil é a décima maior economia do mundo.
Não é à toa que ficamos bem na foto oficial do G-20.

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Carnage
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#21 Mensagem por Carnage » 02 Abr 2009, 17:01

http://brasil.melhores.com.br/2009/03/c ... be-40.html
Cobre (Uma Commodity) Sobe 40%

Um dos argumentos usados no Brasil é de que estamos fritos porque os preços de commodities despencaram. De fato, mas olhem o detalhe: os preços voltaram a subir, supostamente mostrando que o fundo do poço já  passou. E  que fundo! Os valores já estão bem acima dos de 2004. Quase o dobro.

Outras commodities, como preço do petróleo, estão mostrando o mesmo comportamento. Mas só quem lê O Brasil Que Dá Certo fica sabendo destes importantes pontos de inflexão  na economia mundial...


Calafia Beach Pundit: Copper update.
http://brasil.melhores.com.br/2009/03/o ... rto-1.html
O Brasil Que Dá Certo
No dia 18 de março, colocamos para nossos leitores um dado que estamos esperando e acompanhando: o crescimento do índice de confiança dos consumidores nos Estados Unidos, como conseqüência do crescimento do setor imobiliário. Prevíramos que ela iria subir -- e de fato parece que subiu.

Mas o ponto que quero mostrar é outro. Este tipo de jornalismo econômico, em que se colocam para o leitor previsões que, se confirmadas, aumentam a credibilidade do veiculo ou do blog, é importante para ambos, leitor e blog. Permite uma tomada de decisão do leitor com maior confiança.

Ninguém mais acredita em previsões, porque são feitas da boca para fora, como afirma Delfim Netto (e ele sabe o que diz!).

A rotina deste blog é dar uma informação que deve causar, no futuro, outra informação,  e que, se confirmada, implicará dizer que a tendência está correta, ou algo parecido. Se o colunista ou blog acerta na previsão menor, talvez ele esteja certo na informação maior, num processo de aproximações sucessivas, mas seguras. Não é a noticia que tem de estar correta, é o jornalista e intérprete da notícia que tem que estar certo pelo menos 95% da vezes.

Assim foi dada a notícia aqui n'O Brasil Que Dá Certo:
 "A previsão desta hipótese é de que o índice de confiança do consumidor deverá subir em março e abril, sinalizando, assim, o que eu já vinha dizendo: que a crise no Estado Unidos estava sendo revertida. Muitos me criticaram por conta dessa opinião..."

Agora a notícia que esperávamos, numa indicação de que estávamos certos: o índice de confiança dos consumidores está aumentando.

Leia: http://www.usatoday.com/money/economy/2 ... poll_N.htm
http://brasil.melhores.com.br/2009/04/b ... eis_3.html
Bens Duráveis Mostram Reação Nos Estados Unidos

Quem acompanha este blog há algum tempo já sabe por que este gráfico é uma tremenda notícia. Bens duráveis são bens postergáveis, como geladeiras, carros, liquidificadores. A geladeira que você não comprou em novembro, você vai comprar, sim, um dia mais tarde. 
Mas o jornal que você não comprou em novembro é uma venda perdida para sempre. O crescimento de bens duráveis significa que este período de espera e indecisão coletiva já passou. Pode ser um suspiro. Portanto, se você é daqueles mais cautelosos, como eu, espere mais um mês, para ter plena confirmação. Cadastre-se e nós o manteremos informado.
E se as geladeiras não compradas em novembro começarem a ser compradas em março, junto com as geladeiras que normalmente já eram compradas em março? Teremos, aí, uma ótima notícia. Poderemos ter de fato uma recuperação em V, ao contrário do U apregoado pelo Prêmio Nobel Paul Krugman.
http://www.portalvp.com.br/site/Htmls/B ... %A7%C3%A3o
Novas locações comerciais crescem 18% em SP
Autoria: Assessoria de Imprensa

O número de novos contratos de aluguel comercial fechados na cidade de São Paulo cresceu 18% no primeiro bimestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2008. É o que aponta levantamento da Lello, empresa líder em administração de imóveis no Estado.

Segundo o estudo, salas e conjuntos comerciais representaram 50% dos novos negócios, seguidos por lojas, com 30%, casas comerciais, com 15% e galpões e armazéns, com 15%.

O maior aumento de novos contratos de aluguel ocorreu entre os imóveis comerciais de valores mais elevados, que teve elevação de 30% no primeiro bimestre deste ano, na comparação com igual período de 2008.

“Esse resultado aponta que o mercado paulistano de imóveis comerciais mantém a tendência de aquecimento já registrada em 2008, apesar da crise”, afirma Roseli Hernandes, gerente geral de Locação e Vendas da Lello Imóveis.

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Carnage
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#22 Mensagem por Carnage » 02 Abr 2009, 17:02

http://www.revistabrasileiros.com.br/se ... icias/463/
Na contramão da crise
Sim, a crise existe e afeta vários setores da economia brasileira. No entanto, há outros com perspectivas muito boas para o País em 2009
Diogo Mesquita

Apesar do pessimismo e da incerteza que tomam conta da economia mundial em tempos de crise, ao contrário do que muitos pensam, nem tudo é desespero no Brasil. Existem muitos setores que ignoram os prognósticos e, mesmo nesse período conturbado, continuam investindo e contratando no início de 2009. Marcelo Côrtes Néri, Ph.D. pela Princeton University, chefe do Centro de Políticas Sociais do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE), da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e professor da Escola de Pós-Graduação em Economia (EPGE), afirma que realmente existem setores onde a crise é sentida de maneira mais amena no Brasil.

Em seu estudo, "Crônica de uma Crise Anunciada - Choques Externos e a Nova Classe Média", Néri afirma que a crise não foi sentida pela classe C da mesma maneira que foi pelas classes A e B. Pelo contrário, o movimento de ascensão para a classe C ainda vem acontecendo, mesmo que de maneira mais tímida. De certa forma, o trabalhador brasileiro comum está mais protegido do que o trabalhador brasileiro dos setores mais modernos, como o mercado financeiro, epicentro da crise.

Ainda segundo o estudo de Néri, em relação ao resto do mundo o Brasil se destaca, pois conseguiu manter uma taxa de crescimento constante, ou seja, não desacelerou como aconteceu com as grandes potências. "Hoje, o Brasil é o 8° no ranking em termos de taxa de crescimento esperado para 2009, não porque estamos crescendo mais, mas porque estamos conseguindo manter o nosso crescimento enquanto os outros não", completa o professor.

Segundo o que foi divulgado nesse início de ano, o desempenho da bolsa brasileira foi o segundo melhor no período entre 30/12/2008 e 13/02/2009, ficando atrás somente da China. A variação da moeda nacional em relação ao dólar durante o mesmo período foi uma das menores do mundo. Segundo Néri, por ter uma economia relativamente fechada e regulada financeiramente, o Brasil consegue ficar mais protegido contra choques financeiros e choques externos de exportação.

O setor varejista é um dos que não ouviu falar em crise. Segundo dados fornecidos pelo Wal-Mart, a multinacional promete investir ainda mais no Brasil em 2009. A expectativa é de que sejam inauguradas de 80 a 90 novas lojas no País e 10 mil novos empregos sejam gerados. A promessa é de que 2009 seja o ano com maior investimento da empresa desde que desembarcou no Brasil, em 1995, algo em torno de R$ 1,6 a 1,8 bilhão. "Aumentar a concentração de atuação no Brasil e outros países emergentes é uma boa alternativa para as multinacionais balancearem um pouco o impacto da crise", afirma Néri.

Ainda no varejo, o Grupo Pão de Açúcar divulgou os resultados do último trimestre de 2008, confirmando o bom desempenho do setor. O ano terminou com um caixa positivo de R$ 1,7 bilhão e R$ 500 milhões investidos, além de 31 novas lojas inauguradas. Enéas Pestana, vice-presidente administrativo financeiro da companhia, afirma ainda que existe um investimento aprovado de R$ 1,2 bilhão, porém esse teto será alcançado dependendo da temperatura do mercado.

De qualquer maneira, todas as estimativas feitas para o ano passado foram batidas graças a uma estratégia bem feita do Grupo. Segundo diretores da empresa, um estudo realizado nos meses de março e abril de 2008 previu uma possível crise e, dessa maneira, conseguiu preparar o Pão de Açúcar de forma adequada. "Estamos na contramão da crise, pois fizemos a lição de casa mais cedo", afirma Pestana.

No ano passado, quatro mil novos empregos diretos foram gerados pelo Pão de Açúcar e somente em janeiro já foram mais 1,4 mil. "Não estamos com o pé no breque, estamos com o pé no acelerador, apenas esperando o resultado da equação crise econômica e/ou o resultado da empresa para pisar mais fundo", conclui Cláudio Galeazzi, presidente executivo do Grupo.

Segundo pesquisa recente da consultoria Grant Thornton International, a situação do emprego no Brasil é melhor do que no resto do mundo. A consultoria ouviu 7.200 empresas de 36 países, sendo 150 brasileiras, e concluiu que o saldo entre contratações e demissões no País para 2009 será de 20% positivo contra 4% negativo da média global. A perspectiva do saldo do emprego no Brasil ganha mais destaque ainda se comparado com a União Européia (-12%) e o Nafta (-9%), bloco formado por Estados Unidos, México e Canadá.

Na área de TI, Tecnologia da Informação, o momento não poderia ser melhor. Segundo Antonio Carlos Rego Gil, presidente da Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação), com a onda de demissões que acontece em períodos de crise e recessão, as empresas são obrigadas a investir em TI para que softwares possam fazer o mesmo trabalho e com a mesma produtividade de antes, quando era executado pela mão humana.

O setor ainda possui muito espaço para se desenvolver. Em agosto de 2008, a Brasscom mapeou 33.011 oportunidades profissionais no Brasil na área de TI até 2009, com um destaque para a região Sudeste que, com 23.510 oportunidades, acumula uma fatia de 71,22% do total de vagas previstas. Ainda segundo Gil, o Brasil é muito competente na área e é uma questão de tempo para que o País se torne mais competitivo e consequentemente melhore ainda mais seu desempenho. "Não será exagerado como antes da crise, mas o setor de TI brasileiro tem tudo para continuar em crescimento."

O presidente da Brasscom ainda declarou que a forte desvalorização do real frente ao dólar no fim de 2008 favoreceu as exportações brasileiras, aumentou a entrada de capital estrangeiro no país e impulsionou a economia. Além disso, a baixa incidência de conflitos étnicos ou terrorismo e a estabilidade política e econômica do Brasil tornam-no a principal opção para o mercado global de TI.

Boas notícias também chegam do setor imobiliário, mais especificamente no segmento de imóveis populares. "Felizmente, no Brasil, o sistema financeiro é sólido e tem todas as condições de continuar financiando a produção de novas moradias", afirma Paulo Safady Simão, presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção).

Quando perguntado sobre o futuro do setor, Safady respondeu que medidas precisam ser tomadas para evitar que a crise se alastre também no imobiliário. Porém, o governo já está se adiantando e anunciou recentemente que pretende construir um milhão de casas até 2010.

Desde que se instalou na economia mundial, a crise já fez milhões de vítimas, porém é sempre bom ver que nem tudo está perdido. No Brasil, alguns setores até estão vencendo a crise. É uma vitória por pontos, não é um nocaute, mas ainda assim é uma vitória. Com muito trabalho e um pouco de otimismo, o País pode sair fortalecido dessa turbulência histórica nas bases do capitalismo mundial.

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Peter_North
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#23 Mensagem por Peter_North » 02 Abr 2009, 17:53

O mundo todo deveria dar um beijo no Bush por ter deixado essa crise acontecer. A bolha que surgiu nos EUA ajudou demais o Brasil e o resto dos países em desenvolvimento (aka "Um dia eu chego lá") até estourar, e quando estourou, atingiu os EUA muito mais que o resto do mundo.

Pena que, graças ao nosso governo inepto e pesado, fomos o país que menos cresceu, que menos soube aproveitar o bom momento da economia mundial.

O curioso é que as coisas que fazem o país não ser tão atingido são coisa totalmente fora do controle do governo, como o preço mundial de commodities. Os mesmos commodities que são produzidos por aqueles que o governo e seus aliados demonizam, como os empresários e grandes agricultores. Esses é que levam o país nas costas, que provêem os números que o Lula vai á imprensa pelega propalar, só para depois virar as costas e dar dinheiro público aqueles que os atacam.

Falam na reportagem sobre a indústria de TI... Essa mesma indústria sempre foi tratada como lixo pelo governo brasileiro, especialmente os anteriores que instituíram a absurda reserva do mercado de informática. Essa indústria só explodiu no país porque temos uma oferta razoável de acesso à internet, graças à demonizada (pelo Lula) privatização das teles.

O tal sistema bancário sólido só existe devido ao novamente demonizado (pelo Lula) Proer. Nessa eu estou com o Lula, sou contra o Proer mesmo que ele tenha servido para ter um sistema bancário sólido. Mas é mais um caso do governo tentando se apoderar de louros que não são dele.

Falam que o Brasil é sólido, que mandou o FMI embora. Oras, mandamos o FMI embora do jeito certo, PAGANDO eles ao invés de ficar naquela punheta ideológica do Lula que sempre discursou que "a dívida já está paga, vamos dar calote". O Lula pagou tudo certinho, sem querer calotear nada. De novo, eu estou do lado dele, acho que é isso mesmo que deve ser feito. Mas o porém é que ele, em mais um acesso de falsidade ideológica, quis posar de "enxotador" do FMI.

Falam que o Brasil tem vantagem porque é democrático. Realmente somos, mas isso é quase que contra a vontade dos que estão no poder. A Dilma queria derrubar uma ditadura de direita para implantar uma de esquerda. O Dirceu também. O Lula e esse pessoal todo que o cerca são fãs de Fidel (um notório ditador) e sempre o usam como exemplo do que seria o ideal para o Brasil.

Aí o que acontece é que temos, apesar do governo, várias boas notícias. E aí o governo tenta se apoderar dessas boas notícias, e quem lê certos blogs ("O Brasil Que Dá Certo"? Me poupe...) acha que é mérito do governo. É o contrário, alguns conseguem ter sucesso no Brasil apesar do governo.

Aos que pensam que é mérito do governo, vamos lá, todos juntos agora:

"Noventa Milhões em Ação
Pra Frente Brasil
Do Meu Coração
Todos juntos vamos
Pra Frente Brasil
Salve a Seleção
De repente é aquela corrente pra frente
Parece que todo Brasil deu a mão
Todos ligados na mesma emoção
Tudo é um só coração
Todos juntos vamos
Pra frente Brasil! Brasil !
Salve a seleção!"

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srmadruga
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#24 Mensagem por srmadruga » 02 Abr 2009, 18:25

2.4.09
Japão paga para dekassegui voltar
O governo do Japão começou ontem a oferecer dinheiro a imigrantes brasileiros e peruanos desempregados para que deixem o país. Cada imigrante receberá cerca de US$ 3 mil, além de US$ 2 mil por dependente, informou a BBCBrasil. Um dos requisitos é que os imigrantes não voltem mais ao Japão por um período ainda não determinado. O índice de desemprego atingiu 4,4% no país.
Para receber o dinheiro, o imigrante não pode ter patrimônio no Japão e deve ter entrado no país antes de 31 de março deste ano. Com o agravamento da crise, muitos dekasseguis, entre eles muitos paranaenses, que tinham contratos temporários perderam o emprego.

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Compson
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#25 Mensagem por Compson » 02 Abr 2009, 18:58

Sempre Alerta escreveu:Muito mais do que uma crise financeira

Longo, porém interessante.
Artigo de John Gray

Vivemos um momento histórico: a derrubada da liderança política e econômica dos Estados Unidos no mundo. É um giro geopolítico tão importante como o da queda da União Soviética.

(...)

A era da liderança mundial dos Estados Unidos, que começou na II Guerra Mundial, terminou.
Pode-se comprovar isso se se observa como o domínio dos EUA diminui em seu próprio quintal, quando o presidente venezuelano, Hugo Chávez, provoca e ridiculariza a superpotência com impunidade. Mas o retrocesso da posição dos EUA no resto do mundo é ainda mais chamativo.

Com a nacionalização de partes fundamentais do sistema financeiro, o credo norte-americano do livre mercado destruiu a si mesmo, enquanto os países que mantêm algum tipo de controle dos mercados viram-se reivindicados. É uma mudança de repercussões tão transcendentais como a queda da União Soviética: derrubou-se todo um modelo de governo e de economia.

(...)

A grave situação dos mercados financeiros norte-americanos se deve ao fato de que os bancos trabalharam em condições de liberdade absoluta criadas por esses mesmos legisladores. A classe política dos EUA é a responsável pelo caos atual.

(...)

Nas últimas semanas, falou-se muito sobre um apocalipse econômico. Na realidade, não estamos, nem muito menos, diante do fim do capitalismo. O frenesi que se observa em Washington não é mais do que a morte de um tipo de capitalismo, a variedade que existiu nos EUA durante os últimos 20 anos. Essa experiência de laissez-faire fracassou.

(...)

Está nascendo um novo mundo, quase sem que se note, e, nele, os EUA não são mais do que uma grande potência a mais entre as várias outras e que enfrenta um futuro incerto, no qual já não pode mais influir.
Texto interessante. Mas, apesar de um pouco eufórico, o que ele diz é que só vai mudar a quantidade de moscas rondando; a merda continuará a mesma! Com os EUA como líderes ou não, o que todo mundo quer é que os governos despejem o dinheiro no mercado para ver se ele pega no tranco e volte a funcionar como antes. Vão aprovar uma restriçãozinha aqui, uma retenção de lucros ali, pois, afinal, é necessário controlar a natureza gananciosa do ser humano...

Mas o texto toca num ponto fundamental dessa questão, que é o caráter político da crise, quer dizer, a falta de política que fez todo mundo confiar nos PhDs de Berckeley, com seus lindos gráficos.

Porque a política econômica americana não foi marcada por um liberalismo tradicional nos últimos 20 anos. Havia um laissez-faire em alguns pontos do mercado financeiro, que formavam bolhas propositadamente, contando com a capacidade dos governos para amortecer a queda na hora do estouro. Quer dizer: os preços num determinado ramo de investimentos subiam demais, a bolha estourava, o FED dava incentivos (redução de juros) e havia sempre outro tipo de investimento em alta para continuar o embolhamento. Em outras palavras: era um liberalismo no interior do mercado financeiro, que contava com a intervenção do governo em épocas "turbulentas" e com a criação infinita de novos mercados para continuar a cadeia.

O problema é que agora a bolha foi num setor fundamental do sistema, o imobiliário, que, por meio da hipoteca, tanto financiava o "american way of life", que era o fundamento material da farra, como servia de base para uma miríade de derivativos no mercado financeiro.

Ou seja: a produção de "bolhas" era consciente, tanto que o Greenspan, num ataque malufesco de cara-de-pau, escreveu um livro chamado "A era da turbulência" (o subtítulo é, ironicamente, "aventuras em um novo mundo"), dizendo, de modo muito mais simpático, é claro, que o resto da história do mundo globalizado ia ser essa migração entre subidas e descidas dos ativos.

Mas tudo isso estava muito bem provado e re-provado por modelagens matemáticas e o caralho a quatro. O que faltou foi debate, resistência, enfim, política para questionar esses absurdos!

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O Pastor
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#26 Mensagem por O Pastor » 02 Abr 2009, 21:46

Acho um pouco precipitado dizer que os EUA deixaram de ser a nação hegemonica no mundo. É preciso sempre lembrar que apesar da visivel perda de competitividade de varios setores da economia, eles continuam tendo o maior arsenal MILITAR do mundo. São os EUA responsáveis pelo maior contingente militar da OTAN (ainda existe :lol: ) e ainda mantem muitas de suas antigas bases na Europa.

(Apesar de vivermos tempos de "paz" e ainda fé-cega no CAPITALISMO, a truculência conta e muito. Afinal quem pode manda, quem tem juizo, obedece :lol: .)

É visível a possibilidade de vivermos um século chinês ou até indiano (e por que não russo ou brasileiro? :lol: :lol: ). Mas sempre que vejo o quanto esses países possuem problemas sociais graves, e a lentidão que eles agem para resolve-los, eu fico desanimado. Até me pergunto o que significaria para a humanidade - o Mundo, ter a China ou a India como países hegemônicos.

Ainda me pergunto até quando vai durar essa questão das fronteiras, das nações, uma vez que todos sabemos que desde a década de 70, quem vem gradativamente comandando o Mundo são as grandes corporações que impõe suas vontades nos tratados internacionais.

Mas também, a crise vem provando que é ingenuo achar que os dias do "Estado" da "Nação" estejam contados. Apesar da ascenção relativa da União Européia seja um marco que aparentemente sela de vez o fim do antigo conceito de nação, ainda há muita importância a ser dada às instituições nacionais como reguladoras e controladoras de uma série de aspectos da vida economica e cultural. E mesmo a Europa ainda possui graves problemas a serem resolvidos, graves distorções e diferenças internas. A entrada de países como Bulgária, Romênia e possivelmente Ucrânia e Turquia acirra ainda mais essa questão, além de ser visto com grande desconfiança pela Rússia. A Rússia que é vital para a Europa, uma vez que é dali que vem a maior parte de sua energia (gás e petroleo). Sem contar que mesmo entre os europeus mais infuentes, a entrada dessas nações no bolo comunitário não é visto com simpatia devido as obvias diferenças socio-culturais e economicas.

Os EUA possuem uma vantagem tremenda que é a unidade nacional. A eleição de um presidente negro, por exemplo, evidencia ao menos um sistema democratico robusto que permite inclusive a inclusão de minorias ao poder. Obviamente que o fosso etnico ainda é marcante, mas ele não chega a ser comprometedor de uma possivel retomada de crescimento e a mola mestra que faz a economia funcionar, que sempre será a vontade de seu povo, segue existindo. Ao contrário de nações como a India, China e mesmo a Europa que possuem dificuldades gigantescas em lidar com as diferenças internas, além de uma frágil unidade interna, sempre abalada por questões religiosas, culturais, idiomaticas, politicas, etc.

Talvez o mais grave problema da nação dos estadonidenses seja o cambaleante e injusto sistema educacional. As universidades americanas estão cheias de estrangeiros, a maioria docentes. São indianos, chineses, coreanos, iranianos, russos e pouquissimos americanos nativos. A questão se torna crítica em setores de alta tecnologia, onde é clássica a pouca vocação americana em "pensar". É uma nação de advogados e administradores, e poucos engenheiros, fisicos e cientistas em geral. O proprio Bill Gates dias atras criticou a politica de imigração, pois estava tornando dificil a vinda de "mentes brilhantes" para o país. A dependencia de mão-de-obra estrageira, qualificada, é enorme.

Seria uma nação de idiotas? Nem tanto, mas é uma nação que deverá passar por mudanças profundas e que ainda, a meu ver, possui um papel fundamental no futuro da humanidade. A crise irá passar, e daí teremos um país mais forte ou um país entrando em franca decadencia. Eu aposto na primeira opção.

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Carnage
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#27 Mensagem por Carnage » 03 Abr 2009, 10:56

Opa, estou gostando dos comentários!

http://www.viomundo.com.br/voce-escreve ... eferencia/
Daniela Milanese - Agência Estado

LONDRES - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu há pouco a busca de alternativas ao dólar. "Precisamos criar novos mecanismos para que não fiquemos tão dependentes do dólar", disse. Ele contou que propôs ontem ao presidente da China, Hu Jintao, que as trocas comerciais entre os dois países sejam feitas nas moedas locais, mecanismo já adotado com a Argentina.

Lula reconheceu dificuldade de implementação da proposta, pois os bancos centrais de cada país têm suas regras específicas. Mas o presidente afirmou que é preciso buscar uma solução, tanto que é por este motivo que a China e a Rússia propõem a criação de uma nova moeda de reserva internacional, medida apoiada pelo Brasil.

Para o presidente, a crise criou uma situação extraordinária, porque o dinheiro está saindo dos países emergentes para a compra de títulos do Tesouro norte-americano, porque o dólar é a moeda universal, o que é um contrassenso. "Pela lógica, o dinheiro deveria estar fugindo dos EUA para os títulos do Tesouro brasileiro, porque temos uma economia muito mais sólida", disse ele.

Lula afirmou que a proposta feita à China tem o objetivo de facilitar o comércio externo, já que os empresários brasileiros não precisariam ficar atrás do dólar para fazer as transações.

Segundo o Ministério do Comércio, Indústria e Comércio Exterior, a China já é um dos principais parceiros comerciais do Brasil. Em 2008, os chineses tiveram participação de 8,3% nas exportações brasileiras e ficaram na terceira posição entre os fornecedores. Entre os importadores, o país já ocupa o segundo lugar, com 11,6%, atrás apenas dos EUA.
Editado pela última vez por Carnage em 03 Abr 2009, 10:59, em um total de 1 vez.

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#28 Mensagem por Carnage » 03 Abr 2009, 10:57

Coloco textos que acho interessantes, mas isto não quer dizer que concordo com absolutamente tudo que está nos textos.

http://www.viomundo.com.br/opiniao/a-mo ... e-austero/
A moda é ser pobre, local e austero
Atualizado e Publicado em 02 de abril de 2009 às 12:32

por Luiz Carlos Azenha

É incrível o que faz uma crise econômica com a conjuntura política mundial. De repente os destinos do planeta não são mais discutidos no G-7, mas no G-20. Sentam o presidente brasileiro ao lado da anfitriã e bem em frente ao Barack Obama. E Lula é bajulado como "o cara", no dizer do presidente dos Estados Unidos.

Há de se admitir que o discurso de Lula -- que pode ser do Itamaraty, tanto faz -- saiu vencedor. A saída para a crise econômica não deve ser encontrada pelos economistas, mas pelos políticos. Os líderes dos países ricos estão se tornando impopulares velozmente, depois de terem patrocinado o salvamento do sistema financeiro com dinheiro público. A moda agora é ser pobre, local e austero.

Austero por razões óbvias. Numa conjuntura de crise, ninguém quer aparecer desperdiçando dinheiro público. Tasso Jereissati será castigado por gastar 500 mil reais do Senado fretando aviões. É o acessório. Tudo bem, ajuda a demonstrar a hipocrisia de alguns. Mas não toca no essencial.

O essencial é preservar o BNDES como uma espécie de "ama de leite" dos falidos.

O essencial é não atacar a incrível concentração de terras nas mãos de alguns. Fiz uma viagem recente ao Mato Grosso. Quilômetros e quilômetros de propriedades gigantes e vazias. Muito gado, nenhum funcionário. Um choque para quem esteve recentemente no Vietnã, onde toda família tem um lote de terra e produz nela.

O essencial é que a renda das riquezas minerais fique nas mãos de alguns grupos econômicos. Que os "projetos de desenvolvimento" sirvam essencialmente às mineradoras muito mais do que às populações locais. Que a infraestrutura de transporte seja pensada para transportar mercadoria, não gente.

A moda é ser "local" porque a globalização, para todos os efeitos, acabou. Não há recuo possível. Mas não há mais como avançar no modelo anterior, que pregava a privatização de todos os bens públicos e a socialização de todos os prejuízos. Esse modelo está falido. E só não haverá uma catástrofe política, dado o potencial de instabilidade gerada pela crise, se o peso dela não ficar nos ombros apenas de quem trabalha e produz. Os "homens" agora precisam do discurso conciliador do presidente Lula.

E, por isso, a moda é "ser pobre". Faz bem, em uma conjuntura política dessas, ter na biografia uma família pobre, uma origem humilde, a experiência pessoal de ter enfrentado dificuldades.

Vivemos um momento extraordinário, de mudanças extraordinárias. O celular, a internet e as antenas parabólicas trouxeram para o mundo do consumo e da cidadania, ainda que estropiada, milhões de novos atores, em todos os continentes. Que crédito seja dado à globalização, quando merece. Agora, com a crise, haverá uma freada brusca. Não só no chamado primeiro mundo, mas principalmente na África e na Ásia. O potencial para distúrbios, quebra-quebras e derrubada de governos é enorme.

O banqueiro de Wall Street que perdeu o bônus não perdeu a casa, nem o iate. Vá explicar isso ao cara que perdeu o emprego em Bangladesh, que perdeu a mistura em Nairobi ou deixou de casar na Jordânia por não poder pagar o dote. Notem só como, de repente, ser "frugal" vai virar moda no Higienópolis, na Barra da Tijuca e nos Hamptons.

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#29 Mensagem por Carnage » 03 Abr 2009, 10:58

http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinh ... 4577.shtml
02/04/2009 - 10h04
Venda de veículos volta a bater recorde em março
da Folha Online

Hoje na Folha A indústria automotiva voltou a bater recorde de vendas em março, como se a crise já tivesse ficado para trás após a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) sobre carros e a retomada do crédito, informou Paulo de Araujo na edição de hoje da Folha. A reportagem completa está disponível apenas para assinantes do jornal e do UOL.

O setor teve no mês passado o melhor resultado de vendas para um mês de março. Foram vendidos 271.494 veículos --entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. Foi um volume 17% superior ao registrado no mesmo mês de 2008, conforme apurou a Folha. Também foi o segundo melhor mês para a indústria automotiva na história, atrás apenas de julho de 2008, quando foram vendidas 288.137 unidades.

Leia a cobertura completa da crise nos EUA
Entenda a evolução da crise que atinge a economia dos EUA
Entenda como a crise financeira global afeta o Brasil

O impulso das vendas em março, porém, explica-se em parte pela antecipação da compra por parte dos consumidores, que ainda estavam incertos sobre a prorrogação do corte do IPI até o final de junho --o governo anunciou a extensão do benefício na segunda-feira. Agora, a expectativa é que as vendas se estabilizem em um "bom patamar", mas dificilmente baterão o mês passado, já que não há mais a mesma pressa do consumidor para adquirir o automóvel a um preço menor. Por conta do IPI reduzido, os carros ficaram entre 5% e 7% mais baratos.

"Mas não podemos nos acomodar com o resultado. O mercado é dinâmico. Se tirar o pé, esse momento acabará. Mas a tendência é que, mantida a situação atual, o mercado siga em um bom patamar", afirmou André Beer, ex-presidente da Anfavea. Na sua estimativa, o setor conseguirá vender, neste ano, entre 2,4 milhões e 2,5 milhões de unidades, nível similar ao alcançado em 2007.

Na segunda-feira, o presidente da Anfavea, Jackson Schneider, disse que se o governo não prorrogasse as reduções nas alíquotas do IPI, como fez no início da semana, a venda de veículos poderia cair até 30% nos meses seguintes.

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#30 Mensagem por Carnage » 03 Abr 2009, 11:00

http://observatorio.ultimosegundo.ig.co ... =531IMQ011
COBERTURA DO G 20
Notícias de um encontro histórico

Por Luciano Martins Costa em 3/4/2009
Comentário para o programa radiofônico do OI, 3/4/2009

Há um descompasso entre o noticiário dos sites da internet e das emissoras especializadas em economia e os jornais brasileiros que noticiam o resultado do encontro do G-20, realizado em Londres na quinta-feira (2/4).

As decisões tomadas pelas lideranças dos vinte países economicamente mais relevantes do mundo representam o maior e mais importante pacote de mudanças já produzido em acordos internacionais desde o pós-guerra. Trata-se de um evento histórico, que rompe o consenso até aqui predominante nas relações globais de comércio e que pode abrir caminho para mudanças realmente significativas no estado do mundo.

Excesso de otimismo? Não. O fim do chamado "consenso de Washington", expressão que define a plena liberdade de circulação dos capitais financeiros, foi anunciado formalmente pelo primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Gordon Brown. Por outro lado, o sentido de "sustentabilidade" pontificou o documento conclusivo da reunião de cúpula e foi destacado em diversas manifestações.

Consenso prévio

Esses são os pontos centrais, as balizas que marcam as decisões tomadas pelos dirigentes dos vinte países economicamente mais importantes do mundo. Mas a imprensa brasileira se prendeu aos fatos, deixando as análises para segundo plano. Talvez nos próximos dias essas reflexões sejam levadas ao público.

O clima do encontro, amistoso e confiante, não condizia com a situação que o motivou: a mais grave crise financeira conhecida pelo mundo moderno.

O que fazia os líderes mundiais tão otimistas? Os jornais não dizem, mas qualquer jornalista que já esteve em fóruns multilaterais sabe que, antes de se reunirem, os dirigentes já haviam recebido os estudos e recomendações de seus assessores. Sempre há pouco espaço para improvisos em seus discursos e debates públicos.

Quando chegaram a Londres para a reunião, os dirigentes do G-20 já tinham em mãos os documentos do consenso. Nenhum deles foi surpreendido, todos sabiam que as divergências haviam sido superadas e que eles poderiam anunciar medidas impactantes de combate à crise.

Ao passar por cima desse fato, a imprensa reforça o espetáculo mas deixa o leitor sem saber como as coisas realmente funcionam.

O fim da ilusão

Então vamos aos fatos objetivos, resumidos nos sete pontos principais.

O primeiro deles: um grupo formado pelos países do G 20, mais Espanha e Comissão Européia, vai coordenar um sistema de detecção de sinais de crise, para garantir a estabilidade do sistema econômico mundial. Essa decisão significa que o sistema de governança deverá ser mais transparente e confiável, uma vez que devem sair de cena as agências privadas de avaliação de risco, que erraram completamente suas previsões durante o período que antecedeu a eclosão da crise.

Outra decisão: a legislação internacional sobre bancos e mercados financeiros será mais severa, com maior controle sobre fundos de "hedge" e sobre os riscos tomados pelo sistema financeiro. Essa medida era um dos pontos de discórdia entre os Estados Unidos e outros participantes do encontro, como a Europa, a China e o Brasil.

Juntamente com a moralização dos bônus para executivos financeiros, que agora serão condicionados a resultados concretos e auditados, essa é uma resolução que pode romper o círculo de perversidades que levaram à expansão dos sistemas de pirâmides e fraudes e que são parte da origem da crise.

Para o lixo

Os jornais dão destaque absoluto à destinação de 1 trilhão de dólares para o combate aos efeitos mais graves da crise, porque o número é impressionante, embora poucos jornalistas saibam dizer, de pronto, o que significa esse valor.

Também tem bastante repercussão o plano de reforma do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, mas as medidas mais importantes e que devem produzir mudanças no modelo da globalização são o fim dos chamados "paraísos fiscais" e a prioridade de investimentos para projetos sustentáveis capazes de gerar emprego.

O fim dos "paraísos fiscais" deve aumentar o controle sobre circulação de dinheiro originário de corrupção, fraudes e do crime organizado. A busca de uma economia sustentável é a esperança de um mundo menos vulnerável. Juntas, essas medidas apontam para o fim do modelo econômico que a imprensa transformou em dogma nos últimos anos.

O fundamentalismo de mercado vai para o lixo da História.

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