Cafetões espanhóis acusados de impor uso de hormônios a prostitutas

Espaço destinado a conversar sobre tudo.

Regras do fórum
Responder

Resumo dos Test Drives

FILTRAR: Neutros: 0 Positivos: 0 Negativos: 0 Pisada na Bola: 0 Lista por Data Lista por Faixa de Preço
Faixa de Preço:R$ 0
Anal:Sim 0Não 0
Oral Sem:Sim 0Não 0
Beija:Sim 0Não 0
OBS: Informação baseada nos relatos dos usuários do fórum. Não há garantia nenhuma que as informações sejam corretas ou verdadeiras.
Mensagem
Autor
Rufião
Forista
Forista
Mensagens: 258
Registrado em: 09 Fev 2006, 01:06
---
Quantidade de TD's: 157
Ver TD's

Cafetões espanhóis acusados de impor uso de hormônios a prostitutas

#1 Mensagem por Rufião » 09 Set 2009, 10:32

A notícia abaixo me chamou a atenção por dois aspectos: em quanto esses hormônios aumentam o "desempenho" dessas moças - ficam mais atenciosas, mais liberais, fisicamente resistentes pra aguentar 20h de rojão?

O outro ponto é que sempre tem brasileira envolvida com prostituição - é quase uma reserva de mercado.


Deu na BBC Brasil, 09/09/2009.

Os donos de dois bordéis da região da Catalunha, na Espanha, foram presos sob acusação de obrigar 206 prostitutas - 78 delas brasileiras - a tomar coquetéis de hormônio e vitaminas com a intenção de fazê-las melhorar o rendimento no trabalho.

Um informe da polícia revelou que as mulheres eram tratadas como “animais de carga atentando contra os mais elementares princípios da dignidade humana”.

Segundo a nota do Ministério do Interior, os bordéis Saratoga e Riviera, em Casteldefells, na periferia de Barcelona, contavam com a colaboração de um médico que injetava os coquetéis nas mulheres para que elas “trabalhassem mais e melhor”.

Nas investigações, foram encontrados emails nos quais os donos dos prostíbulos pediam aos clientes que dessem notas para a atuação das prostitutas.

Também pediam desculpas quando o rendimento não era o mais alto. Segundo a polícia, estes correios eletrônicos serviam de controle para determinar como as mulheres respondiam aos coquetéis hormonais.

Menores

A denúncia das irregularidades foi feita por uma faxineira que trabalhava nos dois locais e que agora está ameaçada de morte.

Ela disse que o número de prostitutas encontradas pela polícia (154 no Riviera e 52 no Saratoga) está abaixo do habitual, já que, segundo ela, só no Saratoga havia 80 mulheres trabalhando a cada dia.

Entre as detidas forçadas à prostituição, há 12 menores de idade, que atuavam das 17h até às 4h como as demais mulheres (a maioria estrangeiras em situação ilegal na Espanha), segundo o informe assinado pelo juiz Fernando Bermejo, do Tribunal de Barcelona.

Os bordéis, que já estavam sendo investigados por suspeitas de corrupção policial, permanecerão inativos por seis meses. Um total de 19 pessoas foram indiciadas, e as mulheres receberam ordem de extradição, exceto as prostitutas menores de idade que foram acolhidas em um centro para imigrantes.

Quadrilha

Em outra batida policial na cidade de Valencia, uma quadrilha foi presa acusada de prostituir brasileiras e forçá-las a trabalhar até 20 horas por dia.

Segundo a polícia, as mulheres recebiam passagens aéreas e mil euros (aproximadamente R$ 2,7 mil) cada uma, ao embarcar no Brasil. Quando chegavam à Espanha eram avisadas de que deveriam pagar uma dívida de 4 mil euros (cerca de R$ 10,4 mil) trabalhando em um prostíbulo.

A quadrilha, chefiada por uma brasileira de 25 anos, obrigava as mulheres a trabalhar durante 20 horas diárias tendo apenas um dia de descanso por semana.

Oito pessoas foram presas: seis prostitutas, mais a chefe da organização. Outras três espanholas estão indiciadas por envolvimento em crimes de exploração de mulheres e contra os direitos dos trabalhadores estrangeiros, acusadas de vigiar as brasileiras no bordel.

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

srmadruga
Forista
Forista
Mensagens: 4139
Registrado em: 21 Jun 2006, 14:41
---
Quantidade de TD's: 77
Ver TD's

#2 Mensagem por srmadruga » 09 Set 2009, 19:03

triste notícia,no TD tive tempo de bater papo com a GP, ela já passou por isso aqui no Brasil .....essa notícia é fichinha perto das cafetinas brasileiras....

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

BetoPuc
Forista
Forista
Mensagens: 444
Registrado em: 16 Jun 2006, 11:13
---
Quantidade de TD's: 7
Ver TD's

#3 Mensagem por BetoPuc » 10 Set 2009, 11:49

Estes Catalões são uns Fdp mesmo né! Com razão Catalunha é o Cu da espanha.

Que Vixca el Madri malparits!!

Sds

BetoPuc

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Eterno Safado
Forista
Forista
Mensagens: 122
Registrado em: 18 Dez 2004, 17:45
---
Quantidade de TD's: 9
Ver TD's

#4 Mensagem por Eterno Safado » 10 Set 2009, 12:23

Há muitos anos (cerca de uns oito ou nove anos atrás), conheci uma GP no Love Story. Fiquei com o celular dela e algum tempo depois, liguei para marcarmos um novo encontro - já que ela era de Jundiaí. Para minha surpresa, atendeu a mãe da dita cuja, informando-me, toda orgulhosa, que a filha tinha arranjado emprego (isso mesmo, emprego) na Espanha. Nunca mais ouvi falar dela. Deve ter caído nas mãos desses espíritos podres que existem aos montes neste mundão.
Pena... pena mesmo. Ela era gente boa.

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

florestal
Forista
Forista
Mensagens: 3306
Registrado em: 08 Ago 2004, 09:15
---
Quantidade de TD's: 127
Ver TD's

#5 Mensagem por florestal » 11 Set 2009, 02:41

A meu ver essa notícia feita pela BBC está tendenciosa, é uma notícia plantada por alguém que é contra a prostituição.

Se você abrir essa notícia no El País e for ler o documento produzido pelo fiscal que serviu de base para o Juiz ordenar o fechamento do bordel por mais seis meses, verá que era receitado hormônios para algumas mulheres, vitaminas para outras, remédios contra infecção para outras, anticoncepcionais para outras, ou seja, fazia parte do atendimento médico que davam para as mulheres. Outra coisa, o documento afirma que possivelmente existiam menores, possivelmente.

Esse assunto no El País pode ser visto aqui:
http://www.elpais.com/buscar/saratoga

Outra coisa, o documento do fiscal diz que apenas umas vinte eram brasileiras, a maioria delas era da Romênia. O horário de trabalho delas era das 17 as 4 da manhã, onde foi que arrumaram vinte horas?
*

Eu entendo que essas notícias plantadas pela imprensa sempre devem ser checadas com o que dizem as putas, para ver se elas realmente estão se sentindo exploradas. Tem um tópico que eu abri aqui: "Prostituição na Alemanha", em que um bordel alemão foi acusado de submeter as mulheres a condições indignas por fazer uma promoção de "tenha quantas relações quiser por 80 dólares". Pois bem, as próprias putas fizeram um abaixo-assinado dizendo que estavam muito bem com essa promoção e que não necessitavam de auxílio de quem queria acabar com a prostituição.

Na Espanha existe uma associação das prostitutas que está reivindicando a legalização. Assista ao vídeo, que é muito bom. Veja aqui:
http://www.radiogranada.es/modules.php? ... &sid=34954

O melhor caminho é este, da legalização, pois assim a polícia somente poderia agir por motivos concretos e as mulheres seriam ouvidas.

Com a legalização acabaria o tráfico de mulheres, pois hoje existe a figura do recrutador, alguém que tem de agir de forma ilegal. Assim a mulher recebe aqui mil euros, mas ao chegar lá tem uma dívida de quatro mil euros, essa diferença é o preço que o dono do bordel paga para o recrutador, alguém que tem de ir procurar a mulher para ir trabalhar lá. Lembre-se que, pela lei brasileira, isto é proibido, por este motivo é que é caro. Se fosse legalizada a prostituição, o dono do bordel espanhol publicaria apenas um anúncio no jornal brasileiro procurando alguém que quisesse trabalhar lá.

*

Com relação aos hormonios, eu mesmo estou fazendo reposição hormonal com orientação médica e posso dizer que aumenta sim o desejo sexual da pessoa, mas não é só sexo, a pessoa fica com maior vitalidade. Agora, no meu caso, meu exame de sangue acusou baixo nível de hormonio testosterona, não sei dizer se o mesmo ocorreu com essas mulheres. Vitaminas genéricas eu já tomo há uns dez anos, vou também consultar meu médico sobre vitaminas que aumentem a predisposição sexual, pois estou precisando.

*

O fato de terem muitas brasileiras na prostituição decorre do desemprego estrutural de nossa economia; politicamente devemos lutar para modificar a política economica do Brasil que privilegia o capital financeiro e especulativo, em detrimento do capital produtivo que gera empregos. Muitas putas são mulheres que não conseguiram uma colocação no mercado de trabalho ou rejeitaram o salário que é pago. Perceba que as européias não afluem tanto para a putaria, uma vez que lá elas possuem bons empregos, com boa remuneração. Desejo lembrar que isso não foi uma dádiva que caiu dos céus, mas sim luta política travada pelas esquerdas européias. O europeu lutou politicamente para conseguir o que tem, o brasileiro ainda está aprendendo o que é política.

*

Para finalizar, leia um bom texto sobre prostituição que eu encontrei em uma revista feminista espanhola:
O ESTIGMA DA PROSTITUCIÓN



O estigma das prostitutas

En Hetaira ao longo destes anos fomos dándonos conta de que un dos elementos máis discriminatorios da situación das prostitutas é a estigmatización que sofren. De feito, así o recoñecen a maioría de traballadoras do sexo e as teóricas do movemento internacional de prostitutas. Por exemplo, Gail Pheterson considera que esta estigmatización é o que constitúe o eixe central da definición mesma do traballo sexual.
No imaxinario colectivo ás prostitutas se lles atribúen fundamentalmente tres identidades que se superpoñen moitas veces:

— Por un lado, o estado coas súas leis atribúelles a identidade de delincuentes, intentando criminalizar a prostitución de rúa como está facendo o Concello de Madrid estes últimos meses ou como fixeron en Francia o pasado ano. O interese fundamental das políticas estatais é controlar a prostitución, establecendo as condicións nas que o exercicio é legal e considerando delito a actividade que se exerza fóra dos límites e controis establecidos polo estado.

— Para o pensamento de dereitas, para os defensores da moral e os bos costumes, a prostituta é basicamente unha viciosa ou unha enferma, unha muller que exerce esta actividade porque lle gusta e disfruta con ela. É a tentación dos homes, a que os incita a seren infieis e a que os provoca para realizar actos sexuais prohibidos.
Para este sector o fundamental é que a actividade non se vexa, xa que o que funciona é o código da dobre moral, por un lado utilízase e acéptase a prostitución como un privilexio masculino, mais sempre que se manteña oculta, por outro degrádanse e castíganse as mulleres que a exercen. Este dobre código funciona tanto entre o que se fai (ir de putas) e o que se di (condenar a prostitución) como na diferente valoración que lles merecen os clientes (uns machotes) ou as putas (unhas porcas).

— Para o pensamento de esquerdas tradicional, influenciado por unha determinada corrente feminista, a prostituta é basicamente unha vítima, ben das circunstancias (mulleres pobres, con traumas infantís ou vítimas de violencia sexual nunha etapa temperá da vida), ben da maldade dalgúns homes (que as enganan e coaccionan para que exerzan).
O fundamental desde este pensamento é salvalas, queiran ou non, desta actividade aldraxante que acaba denigrándoas e obnuvilándolles a consciencia de xeito que non son quen de pensar qué é o que máis lles convén. En definitiva, en ningún dos tres casos as prostitutas aparecen como suxeitos de dereitos.

A puta é unha categoría particular de muller, que queda diferenciada e apartada do resto de mulleres. É vítima por excelencia. Obxecto de desexo, suxeito de baixas paixóns, transgresora dos límites que rexen para o resto de mulleres, concita de feito, desexos, envexa e desprezo.
A figura da prostituta é unha das figuras máis estigmatizadas do imaxinario sexual, sento este estigma un dos piares da ideoloxía patriarcal. O estigma de puta divídenos ás mulleres en boas e malas mulleres. Unha idea que aínda con todos os cambios que se produciron nos últimos tempos no terreo da sexualidade nos segue a clasificar e catalogar en función desta.
Un dos obxectivos principais do noso traballo en Hetaira é loitar contra a estigmatización das prostitutas xa que nos parece fundamental cuestionar a etiqueta de «malas mulleres» ligada ao comportamento sexual. Entre outros elementos porque este estigma non afecta só ás putas, senón que recae tamén sobre todas aquelas que ousan desafiar os mandatos sexuais que aínda hoxe seguen rexendo para as mulleres.
O estigma de puta é así un instrumento de control para que as mulleres nos ateñamos aos estreitos límites que aínda hoxe, encorsetan a sexualidade feminina. As putas representan todo aquilo que unha muller «decente» non debe facer e a súa criminalización serve para escarmentar en cabeza allea. Desde o punto de vista da construcción dos xéneros se a masculinidade se constrúe baixo a ameaza da homosexualidade (homofobia), a feminidade e particularmente o prototipo de sexualidade feminina constrúese baixo a ameaza de ser considerada unha puta. No imaxinario das mulleres a figura da puta simboliza o límite que non podemos traspasar a risco de que nos consideren e, o que é peor aínda, nos autoconsideremos indignas. A ideoloxía dominate opón o pracer ao perigo. Hai que ser «boas» mulleres para sentirnos protexidas. Se es «mala» é lóxico que te agredan, que te pase calquera cousa. As boas mulleres son suxeito de dereito e protección pero as malas, especialmente se se empeñan en seguilo sendo, quedan desprotexidas e perden todo tipo de dereitos.
Desde o aspecto social séguese esperando que as mulleres teñamos unha sexualidade moito menos explícita que a dos homes. Se cumprimos con isto considérasenos «boas». Se, pola contra, o saltamos e esiximos o dereito a autodeterminarnos sexualmente, a facer coa nosa sexualidade o que nos praza, sen someternos ao que se espera de nosoutras, somos «malas». No modelo sexual que se nos propón socialmente, as prostitutas aparecen e representan ás «outras», ás «malas mulleres» por excelencia, as que condensan en si todo o prohibido, todo o que non poden facer as mulleres «boas».
O proceso de estigmatización que sofren as traballadoras sexuais fai que se consideren mulleres especialmente viciosas, perversas, trastornadas ou enfermas. O estigma de puta leva a que toda a súa vida sexa valorada baixo este prisma: son consideradas «malas nais» (xa que no imaxinario colectivo nai e puta autoexclúesen), non se respecta a súa vida amorosa (os seus compañeiros sentimentais son vistos como os «chulos»), considérase que sempre están manipuladas por outros (crendo que todas están controladas polas mafias) e négaselles o dereito a saír dos seus países e emigrar a outros que se supón lles poden ofrecer mellorar as súas condicións de existencia (todas as estranxeiras son vistas como vítimas das redes de tráfico). En definitiva négaselles os máis elementais dereitos humanos.
Ademais a maioría de estudios que se realizan sobre prostitución tamén están imbuídos por estas ideas e reforzan o imaxinario colectivo intentando demostrar, desde unha suposta cientificidade, que todas as prostitutas foron vítimas de abusos sexuais na infancia, de malos tratos, ou que teñen unha vivencia patolóxica da sexualidade. Estudios, todos eles, que aínda que poidan reflectir unha parte da realidade destas mulleres, están feitos con mostras non significativas de traballadoras sexuais e non soen ter como grupo control co que contrastar os datos, á poboación feminina xeral.


Por que este estigma?

Desde o meu punto de vista ten que ver co feito de que estas mulleres, contrariamente á norma patriarcal, móstranse «sexuais» e manifestan a sexualidade abertamente, incitando os homes de maneira explícita, sen dobreces nin recato, a comprar actos sexuais. Ademais, no caso das traballadoras que captan a súa clientela na rúa, o seu traballo é visíbel, son transparentes. Violan dúas regras sagradas: tomar o espazo público para os seus negocios e visibilizar o seu carácter sexual, sacando a sexualidade do terreo do privado. O castigo por semellante atrevemento é sufrir o maior desprezo e os ataques máis feroces da poboación benpensante.
Pero diríase que o castigado nas prostitutas non é tanto que manteñan relacións sexuais senón que cobren por iso. Suponse que as mulleres están sempre dispostas e «encantadas» cando un home as reclama sexualmente, co que, no disfrute está a recompensa. Non se tolera que a recompensa sexa abertamente económica, e máis, cando esta reconpensa económica non é como favor por parte dos homes (a diferencia do que ocorre coas amantes) senón algo fixado de antemán pola prostituta: «Se queres unha relación sexual, paga» (co que significa de poder para elas ao seren elas mesmas as que deciden o prezo).
Por exemplo, Gail Pheterson no seu libro O prisma da prostitución formula que o sexo con homes como traballo implica un recorte á entrega ilimitada que se presupón que as mulleres deben ter cara aos seus maridos. Os actos sexuais que se venden teñen unha duración limitada e un prezo, o que, segundo Pheterson «fai que haxa máis reciprocidade nesta relación comercial que no matrimonio aínda que existe asimetría porque elas necesitan cartos e eles necesitan sexo». Coincido con ela en que non se tolera a relación comercial da prostitución e a independencia económica que dela se deriva para as traballadoras sexuais. Quizais por iso, o imaxinario popular tende a velas sempre explotadas por chulos ou proxenetas, imaxe bastante alonxada da situación real da maioría de prostitutas aínda que haxa algunhas que poidan estalo. A ideoloxía patriarcal non tolera nin a transgresión das normas sexuais para as mulleres nin a súa independencia económica.
Os lugares que a puta ocupa no imaxinario colectivo así como o estigma que recae sobre todas as traballadoras sexuais é interiorizado tamén por estas. Esta interiorización é á vez un dos elementos que máis dificultan que as traballadoras poidan erixirse en suxeitos sociais e dotarse de autoridade para representar os seus propios intereses.
O estigma por comerciar coa sexualidade mistúrase na práctica con outros elementos de discriminación. O xénero é un elemento central: non se pode comparar o estigma que sofren as mulleres traballadoras sexuais co que sofren os homes que tamén se adican ao mesmo. Pero non é o único, a clase social, a etnia, a orixe nacional ou os lugares de exercicio, introducen un elemento importante na consideración social e en como afecta o estigma na práctica.
Por exemplo, antes dicía que na actualidade as traballadoras que captan a súa clientela na rúa son as máis estigmatizadas. A través da vitimización, que presupón que todas elas son escravas sexuais, négaselles o seu poder de decisión e de autonomía. Pero ademais, as leis contra a prostitución na rúa refórzanse no noso estado de forma racista e xenófoba co control de inmigrantes. O estigma de puta utilízase así para xustificar tamén a represión, a exclusión, o maltrato e a marxinación das inmigrantes.
Nos últimos anos o imaxinario da vida pública e privada está aterrado ante a posibilidade de contraer unha enfermidade sexual, en concreto a SIDA. Neste contexto ao estigma de ser puta úneselle o estigma de ser un grupo de risco na transmisión do VIH. As traballadoras do sexo convertéronse no «chibo expiatorio» das inquedanzas e temores que se dan nunha época na que a sexualidade se está redefinindo e as fronteiras tradicionais que separan uns grupos doutros (homes / mulleres; mulleres boas / mulleres malas; heterosexual / homosexual...) empezan a mostrarse porosas e corren o risco de esvaírse. As políticas institucionais e as esixencias da patroal dos locais de alterne, Anela, de establecer controis sanitarios obrigatorios para as prostitutas co fin de garantir a saúde dos clientes, reforzan o estigma e a fronteira que as separa do resto da poboación supostamente sa.
Así mesmo, as discusións dentro do feminismo entre as posicións abolicionistas e as de defensa dos dereitos como traballadoras sexuais parecen ser eco das discusións de finais do século XIX, sobre a pureza moral e a prostitución. As propostas abolicionistas reforzan tamén o estigma ao presentaren as prostitutas como mulleres sen vontade para poder enfrontarse aos problemas e necesitadas dunha protección estatal especial. Pero ademais, hoxe serven de cobertura ideolóxicas ás políticas institucionais de criminalizar a todas aquelas traballadoras sexuais que non queren pasar polas condicións que as institucións propoñen sen contar con elas.


As polémicas feministas

A fisolofía abolicionista, que hoxe apoia iniciativas represivas como as que está levando a cabo o Concello de Madrid, analiza a prostitución dunha forma excesivamente abstracta, desconsiderando os elementos concretos e subxectivos que moven as mulleres que realizan este traballo. Así considera que a «prostitución reduce as mulleres á categoría de corpos, meros obxectos animados para o uso e disfrute dos homes». Esta forma de achegarse á realidade das prostitutas impide ver as estratexias que estas utilizan para sobrevivir nun mundo cheo de desigualdades. Un mundo dunha dureza excesiva para determinados sectores da poboación, especialmente se se trata de mulleres. O abolicionismo mantén que «o estatus de prostituta desprovee ás mulleres prostituídas das súas características especificamente humanas» e diríase que elas, aínda que pretenden combater isto, non conseguen romper con esta visión. Por que non cabe cuestionarse se afirmar que sempre e todas as mulleres son prostituídas por terceiros, non é negar o libre albedrío? Non é negar unha das características humanas por excelencia? A libre elección.
Que a prostitución sexa, entre outras cousas, unha institución patriarcal cunha función simbólica de control da sexualidade feminina, non quere dicir que as prostitutas sexan por iso as colaboradoras ou as vítimas por excelencia do patriarcado. Os seres humanos non nos colocamos pasivamente ante as institucións e os símbolos, pola contra, a libertade e a nosa capacidade de decisión permítenos xogar con estes, utilizalos, rebelarnos... así anque simbolicamente a prostitución sexa un instrumento de control social (como o matrimonio, a escola e moitas outras institucións na nosa sociedade), na práctica tamén é un medio de vida, que ofrece maiores niveis de ingresos que outras actividades laborais, e que serve polo tanto para acadar, en moitos casos, unha maior independencia económica e unha libertade persoal da que non gozarían con outros traballos.
O abolicionismo impide ver as estratexias que utilizan as mulleres para vivir o mellor posíbel en sociedades que as discrimina. Ao deshumanizar as prostitutas, analizando a categoría muller en abstracto, e desconsiderando os factores subxectivos que moven a estas mulleres, fanse eco da ideoloxía patriarcal que concibe as mulleres como apéndices dos desexos masculinos. Négaselles así ás prostitutas a súa condición de suxeitos activos, que toman iniciativas e teñen poder de decisión aínda nas situacións máis terríbeis e condicionadas. Anque é evidente que este poder non é igual para todas.
O feminismo é unha forza social que actúa para que todas as mulleres teñan máis poder de decisión e autonomía. Para iso é importante partir de cales son os condicionamentos concretos que recortan as posibilidades de actuación dos diferentes sectores de mulleres. No caso das prostitutas, as condicións de alegalidade nas que se desenvolve o seu traballo e a consideración social estigmatizada que recae sobre elas son elementos fundamentais que limitan a súa capacidade de decisión e actuación. Por iso é fundamental apostar por ampliar estes límites que condicionan as súas decisións recoñecendo os seus dereitos en tanto que traballadoras do sexo e desacralizando a sexualidade como forma de loitar contra o estigma. Cómpre que as prostitutas se constrúan como suxeitos sociais con capacidade para facer oír a súa voz e negociar os seus intereses particulares. E para iso é fundamental que desde o feminismo non lles neguemos a súa posición de suxeitos senón que, pola contra, apostemos por reforzar esta posición partindo da súa capacidade para decidir e remitíndonos a ela para espertar a súa rebeldía.
Parece evidente que os cambios que se poden producir na consideración social das traballadoras do sexo pasan en primeiro lugar por reivindicar que a prostitución é un traballo que non pode definir a quen o exerce. Nomear ás prostitutas, traballadoras do sexo, é un elemento importante neste cambio. Agora ben, tamén creo que iso non pode excluír o nome «prostituta». Primeiro porque elas moitas veces se senten identificadas con esta palabra, pero sobre todo porque creo que é un elemento de subversión apropiarse das categorías abxectas, elaboradas con ánimo de degradar e redefinilas, dándolles outro significado, en positivo como forma de neutralizar os seus efectos. O xerme deste significado está no propio imaxinario anque ocupe unha posición subalterna e limítrofe.
Neste sentido reivindiquémonos PUTAS se con iso expresamos que somos transgresoras dos límites patriarcais á sexualidade feminina e malvadas porque temos en conta os nosos intereses e os nosos desexos sexuais.

Cristina Garaizábal
Xornadas de Hetaira, Madrid, maio, 2004

http://www.andainamulleres.org/index.htm

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

florestal
Forista
Forista
Mensagens: 3306
Registrado em: 08 Ago 2004, 09:15
---
Quantidade de TD's: 127
Ver TD's

Prostituição na Espanha

#6 Mensagem por florestal » 13 Set 2009, 23:33

Verificando mais algumas coisas deste tópico, desejo notar que fui ler as notícias no El País e pude ver que a prostituição na Espanha sofre combate cerrado das autoridades e a forma deles agirem é sempre afirmando que estão acabando com a prostituição porquê as putas são exploradas.

Colecionei também esse depoimento, muito bom, da Cristina Garaizábal, que é presidenta do coletivo Hetaira, uma ONG que denfende as prostitutas em Madrid, na Espanha. Vejam como ela expõe com clareza o problema:
Cristina Garaizábal: ‘Hay que reconocer ya los derechos del trabajo de la prostitución’
http://www.laregion.es/noticia/58051/Ou ... C3%ADnica/

*
(tradução do florestal)
Temos que reconhecer já os direitos das trabalhadoras na prostituição

A psicóloga clínica diz que a grande maioria quer seguir trabalhando na prostituição, mas em melhores condições


'Negar-se a reconhecer os direitos das prostitutas em função de posições ideológicas é uma idéia fundamentalista inaceitável em uma sociedade democrática e já não se pode postergar por mais tempo o seu reconhecimento', segundo a psicóloga e presidenta do Coletivo Hetaira, Cristina Garaizábal. As mulheres que exercem essa atividade na Espanha estão submetidas a arbitrariedades, injustiças, discriminação e abusos diretos dos poderes públicos, dos policiais e vizinhanças. Estas foram algumas das afirmações que fez na conferência Foro La Região.

A prostituição tal como existe na Espanha é uma realidade complexa, cheia de nuances e que se move na falta de legislação a respeito. Como conseqüência, as mulheres que a exercem estão submetidas a arbitrariedades, injustiças, discriminações e abusos diretos dos poderes públicos, de policiais (como o caso de Coslada), e dos vizinhos. A psicóloga clínica e presidenta do Coletivo Hetaira, Cristina Garaizábal, começou assim a conferência "A prostituição é um direito?", que proferiu no Foro La Região.

Garaizábal defende essa atividade sempre quando seja voluntária e entre adultos. 'As trabalhadoras do sexo são pessoas que possuem direitos e sua atividade não deveria supor uma subtração desses direitos'. Nessa linha, asseverou que a maioria das prostitutas querem seguir dedicando-se a esse trabalho, mas em melhores condições. Por esse motivo, defendeu que 'já não se pode postergar por mais tempo o reconhecimento dos direitos sociais, trabalhistas e de cidadãs deste coletivo' e reivindicou o reconhecimento como um trabalho completamente legítimo.

A seu juizo, a dignidade do trabalho é independente do tipo de profissão que se exerça e as trabalhadoras sexuais são pessoas dignas e com capacidade de decisão. Assim, assinalou que 95% das prostitutas que trabalham na rua são imigrantes e a maioria o faz por decisão própria. 'Possuem a opção de outros trabalhos, como o serviço doméstico, mas optam por este porque aquele não consideram vantajoso financeiramente, pois limpando uma casa se sentem escravizadas pela miséria que lhes pagam. Sem dúvida, enxergam na prostituição mais liberdade, autonomia e dinheiro'.

A psicóloga clínica concluiu sua conferência assegurando que 'negar-se a reconhecer os direitos das prostitutas em função de posições ideológicas é uma idéia fundamentalista inaceitável em uma sociedade democrática'.
Descobri também a música que fizeram para as putas na Espanha, é uma música sensacional, muito bem feita e com um vídeo impecável. Quem é putanheiro não deve deixar de ver o vídeo. É imperdível!

Aqui: http://www.youtube.com/watch?v=lzZWXUfIyIs

Agora a letra, primeiro em Espanhol e depois a tradução que eu fiz. Divirtam-se:
Me llaman calle

me llaman calle, pisando baldosa
la revoltosa y tan perdida
me llaman calle, calle de noche, calle de día
me llaman calle, hoy tan cansada, hoy tan vacía
como maquinita por la gran ciudad

me llaman calle, me subo a tu coche
me llaman calle de malegría, calle dolida
calle cansada de tanto amar

voy calle abajo, voy calle arriba
no me rebajo ni por la vida
me llaman calle y ése es mi orgullo
yo sé que un día llegará, yo sé que un día vendrá mi suerte
un día me vendrá a buscar, a la salida un hombre bueno
pa toa la vida y sin pagar, mi corazón no es de alquilar

me llaman calle, me llaman calle
calle sufrida, calle tristeza de tanto amar

me llaman calle, calle más calle

me llaman calle, siempre atrevida

me llaman calle, de esquina a esquina
me llaman calle bala perdida, así me disparó la vida
me llaman calle del desengaño, calle fracaso, calle perdida
me llaman calle la sin futuro
me llaman calle la sin salida

me llaman calle, calle más calle
la de mujeres de la vida
suben pa bajo, bajan para arriba
como maquinita por la gran ciudad

me llaman calle, me llaman calle
calle sufrida, calle tristeza de tanto amar
me llaman calle, calle más calle

me llaman siempre, y a cualquier hora
me llaman guapa siempre a deshora

me llaman puta, también princesa
me llaman calle, es mi nobleza
me llaman calle, calle sufrida, calle perdida de tanto amar

me llaman calle, me llaman calle
calle sufrida, calle tristeza de tanto amar

a la puri, a la carmen, carolina, bibiana, nereida, magda, marga,
heidi, marcela, jenny, tatiana, rudy, mónica, maría, maría

me llaman calle, me llaman calle
calle sufrida, calle tristeza de tanto amar
me llaman calle, me llaman calle
calle sufrida, calle tristeza de tanto amar
me llaman calle, me llaman calle
calle sufrida, calle tristeza de tanto amar
me llaman calle, me llaman calle
calle sufrida, calle tristeza de tanto amar
*******************************************
Me chamam princesa

Me chamam princesa, pisando firme
a calçada e tão perdida
me chamam princesa, princesa de noite, princesa de dia
me chamam princesa, hoje tão cansada, hoje tão vazia
como andarilha pela grande cidade

me chamam princesa, eu subo ao teu carro
me chamam princesa sem alegria, princesa dolorida
princesa cansada de tanto amar

vou rua abaixo, vou rua acima
não me rebaixo pela vida
me chamam princesa e esse é o meu orgulho
eu sei que um dia chegará, eu sei que um dia virá a minha sorte
um dia me virá buscar, em minha saída, um homem bom
para toda a vida e sem pagar, meu coração não é de alugar

Me chamam princesa, me chamam princesa
princesa sofrida, princesa triste de tanto amar

Me chamam princesa, me chamam princesa

Me chamam princesa, sempre atrevida

Me chamam princesa, de esquina a esquina
me chamam princesa bala perdida, assim me disparou a vida
me chamam princesa do desengano, princesa do fracasso, princesa perdida
me chamam princesa sem futuro
me chamam princesa sem saída

Me chamam princesa, me chamam princesa
das mulheres da vida
sobem para baixo, descem para cima
como andarilhas pela cidade grande

Me chamam princesa, me chamam princesa
princesa sofrida, princesa triste de tanto amar
me chamam princesa, me chamam princesa

me chamam sempre e a qualquer hora
me chamam de bonita sempre e a qualquer momento

Me chamam puta, também princesa
me chamam princesa, é a minha nobreza
me chamam princesa, princesa sofrida, princesa perdida de tanto amar

Me chamam princesa, me chamam princesa
princesa sofrida, princesa triste de tanto amar

Para a puri, para a carmen, carolina, bibiana, nereida, magda, marga,
heidi, marcela, jenny, tatiana, rudy, mônica, maria, maria

Me chamam princesa, me chamam princesa
princesa sofrida, princesa triste de tanto amar
Me chamam princesa, me chamam princesa
princesa sofrida, princesa triste de tanto amar
Me chamam princesa, me chamam princesa
princesa sofrida, princesa triste de tanto amar
Me chamam princesa, me chamam princesa
princesa sofrida, princesa triste de tanto amar

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Avatar do usuário
MrNatural
Forista
Forista
Mensagens: 1130
Registrado em: 16 Ago 2003, 21:40
---
Quantidade de TD's: 223
Ver TD's

#7 Mensagem por MrNatural » 14 Set 2009, 16:03

e pensar que tem GP que vai para espanha e quando volta acha que deve ficar "valorizada" ,

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Responder
  • Tópicos Semelhantes
    Respostas
    Exibições
    Última mensagem

Voltar para “Assuntos Gerais - OFF Topic - Temas variados”