Este texto é a continuação de: http://www.gp-guia.net/phpbb/phpbb2/view ... hp?t=66298
==============
Todos conhecem a desgraça de Euzébio, o putanheiro canastrão, aquele que foi condenado a paumolecência pelo encanto (ou desencanto) daquele X9 maldito. Tinha ele, na sua cabeça vazia e atormentada, que aquilo só podia ter o feitiço de sua sogrinha querida. Não tinha coragem de proferir o nome da sogra, antes de ficar impotente, chamava-a de jaravel somente quando não tinha a Matilda consigo, porém após o funesto fato chamava-a em qualquer lugar e perante qualquer um. E fazia questão de explicar: jaravel pois era uma mistura de jararaca com cascavel. Até mesmo um dia em um almoço em família, com a presença do padre Sinclair, ofereceu ao padre o lugar à mesa sendo bem conciso:
-Frei, sente aqui mesmo ao lado da jaravel, mas capriche na benzedura pois o veneno é forte!
Euzébio ficou broxa e alguma coisa de transtornado. Nas noites de lua cheia, pegava seu revólver 22, Rossi, cromado com as balas benzidas e andava pelo bairro, lúgubre e sem rumo. Andava com um pequeno balde, repleto de sardinhas frescas e espalhava pelos ermos, cada gato que atraía dava uma sardinha e um balaço bem dirigido enquanto o bichano inocente saboreava a último petisco. Com sua loucura, soprava o cano ainda quente do 22 e dizia olhando como que para seu pau, mole e escondido na vergonha das cuecas:
-Vou vingá-lo... Vou vingá-lo...
Ao terminar as balas, antes de ir embora, passava na zona, chorava em silêncio enquanto tomava seu Dreher, lembrando dos seios e vulvas quentes daquelas putas fáceis que sempre o tiveram.
Matilda mesmo assim, nunca deixou de amá-lo. Chorava somente quando Euzébio não estava presente, não tinham mais diálogo, e ela não queria atormentá-lo ainda mais no seu tresvario iminente. Messias o gato satânico, não se sabe exatamente o porque, ele não executou e continuava naquela casa triste, era o único que sorria.
No fundo do poço, Euzébio perdeu o emprego e com parte do dinheiro da rescisão comprou um Schmidt-Wesson 32, com cabo de madrepérola, prateado e de cano longo. Neste dia, sorriu, gargalhou até. Quem ouviu, não pressentiu boa coisa, de um louco não se podia esperar nada, nem de bom, nem de ruim.
Chegou mais cedo em casa, antes de Matilda. Antes que Messias pudesse lhe dirigir aquele sorriso endemoniado, disparou uma única vez atingindo a boca do gato que a desdém de suas sete vidas, morreu instantaneamente.
Telefonou para Matilda dizendo que iriam jantar juntos, jantar de gala, preparado por ele. Estava feliz e como ela não o via assim há muito, também ficou.
Euzébio, como um cheff francês, preparou aquele gato aos pedaços, como sendo um manjar que ele oferecia aos deuses da putaria, dos quais era devoto. Contou para Matilda, que comprara uma lebre e assim serviu o banquete àquela esposa dedicada, um banquete de gato, porém servido como lebre, aliás como foi toda a sua história, toda sua vida hipócrita: gato por lebre. Tomaram vinho e conversaram bastante, parecia a ela que o velho Euzébio estava de volta. Será que fariam amor?
Serviu-a de um cafezinho e assim que ela terminou, disparou um balaço certeiro no coração. Carregou-a e deixou-a deitada na cama, a mesma cama em que ele nunca mais fora homem.
Vestiu um terno claro e tomou o rumo da casa da jaravel, afinal ainda lhe restavam 4 balas, ansiosas por irem ao mundo. Ao chegar, a velhaca assistia a novela e assustou-se com aquela figura, de terno, cara de louco e revólver na mão. Sem dizer uma única palavra, desligou a televisão e deu 3 tiros queima-roupa na sogra, um na testa e um em cada olho. Antes dos tiros ela havia permanecido imóvel, tamanha a surpresa em que fora surpreendida, não teve (ou não conseguiu) qualquer reação.
Surpreso porém, ficou Euzébio, ao ver a sogra, a jaravel morta e com aquela camisola ridícula naquele corpo mais ridículo ainda, teve uma ereção fantástica e gargalhou de emoção.
Na sua fúria de louco, não teve escrúpulos, transou com o cadáver da sogra de modo animal, incontrolável e incansável, uivando como um cão, doido varrido e sem redenção possível. Quando ela esfriou, ele insatisfeito parou a profanação, vestiu o terno, apagou as luzes, fechou a porta e se foi.
Um pouco mais tarde matou-se, na porta da zona, com a única bala que havia restado. Um tiro na boca.
Foi velado e bebido lá mesmo, na casa do meretrício, e até fecharem o caixão para enterrá-lo ainda apresentava o pau duro e rijo como uma baqueta de surdo.
General