O que me fez iniciar esse texto foi um artigo que li hoje num jornal, sobre a biografia do "mago" Paulo Coelho, que está sendo lançada. Fiquei a pensar no sutil limite existente entre as facetas da nossa personalidade, na dualidade que muitas vezes nos angustia, por exemplo: comer a loira ou a morena? Comer a buceta ou cu primeiro? Ser sereno ou enfiar o braço nas fuças da puta quando ela reclamar que jorrou leite na chapinha?
Dilemas existenciais. Alguns têm poucos e quase insignificantes, outros convivem com angústias terríveis, muitas vezes envolvendo sua sexualidade. Já falei de um amigo que quase largou a mulher por causa de uma égua? Bem, um dia eu ainda conto isso.
Hoje eu quero é divagar sobre o que li sobre o Paulo Coelho. Consta na referida matéria que, na sua biografia, escrita pelo excelente Fernando Morais, existe um capítulo chamado: "Após a terceira experiência com homens, Paulo se convence: não sou homossexual".
Porra, e isso que lá pelas tantas o artigo refere que o "Mago" teve sua época de mulherengo. Tá, alguns aí devem estar pensando: "mas o que é que tem? tem muito indivíduo bissexual por aí, qual o dilema nisso?" Bem, amigo, se você é um dos que pensa assim, não vai sentir-se muito à vontade nesse fórum, reduto dos guardiões da "masculinidade tolerância zero", pare de ler isso e vá fazer outra coisa, e não atrapalhe a minha crônica, caralho!
Bem, onde eu tava?... Ah, sobre o Paulo Coelho. Incrível como um cara pode ter necessitado de TRÊS experiências homo pra concluir que não é homo!
Porra, seu Paulo, o senhor é um dos caras mais traduzidos do mundo, talvez e, infelizmente, um modelo pra centenas de milhares de adolescentes desse país. Porque não parou na primeira, tinha que ser três? Porra, seu Paulo!
Até eu, que não consigo ler quase nada do que o senhor escreve, fiquei um tanto decepcionado, tanto que, às margens do rio Piedra, eu...chorei. Sim, eu só chorei, quem sentou foi o senhor, pelo visto, e três vezes, ainda não consegui absorver bem isso, levando-se em conta que o senhor concluiu que não é gay.
Porra, seu Paulo, isso é que eu chamo de dupla personalidade. Mas quem sou eu pra julgar alguém. Só fico pensando se aquela famosa parceria com o Rauzito tem algo a ver com esse seu lado satânico, porra, , eu gosto do Rauzito, roqueiro de fé, do sub-mundo do rock, ícone de uma geração, não me venha dizer que um dos três...não, o grande Raul não chegaria a tanto.
Onde quero chegar com essas profundas reflexões? A lugar nenhum, na verdade, porque o que temos no mundo são muito mais perguntas do que respostas, mais dúvidas do que certezas, e, depois disso que li, martelam em minha cabeça algumas questões sobre as quais todos nós já filosofamos um dia:
Existe ex-puta?
Existe ex-gay?
Pra onde vamos, de onde viemos, o que vamos querer pra beber? E pra comer?
Bem, no caso do seu Paulo, parece que um dia ele descobriu o que queria comer, mas teve que provar três vezes...e eu fico pensando: será que o primeiro tinha pau pequeno? E o segundo? será que broxou quando sentiu a barbicha no saco? E o terceiro (putz, parece aquela música que a Maria Bethânia cantava), será que era muito grosso, deixando feridas que não cicatrizaram?
Não sei, só lendo o livro pra saber mais. Por ora, a grande dúvida é a seguinte, seu Paulo, o senhor é Coelho ou é Veado?