Saí do Iguatemi passava um pouco das 16h, havia acabado de assistir ao filme “Jean Charles”. Deprê demais para uma sexta-feira. Decidi tomar uns chopinhos e devorar petiscos num lugar diferente. Convoquei o Sucatão e subimos a Serra da Grajaú-Jacarepaguá, fui para o Planalto do Chope, na descida da Pau-Ferro.
Devidamente calibrado, a vida ganhou aqueles ares de alegria e felicidade que só o álcool é capaz de nos proporcionar. Paguei a conta e fui ao encontro do meu fiel automóvel amarelo.
Sempre atuei como professor, também fui funcionário público por longos anos, uma rotina de tédio e mesmice. Quando decidi investir em táxis imaginei que poderia vivenciar uma ou outra história mais emocionante, porém, nunca cogitei que minha existência se tornaria um cardápio de variadas emoções.
- Está livre? – Soa uma voz feminina por trás de mim.
- Sim! Estou livre – respondo.
Entra no carro uma gordinha e se acomoda sem cerimônias no banco traseiro. Pede que eu a leve em São Cristóvão, Av. do Exército. Partimos...
O início da noite estava agradável, um vento frio soprava pelo caminho da Serra. Eu evitei conversa com receio de que o bafo da cervejada recém-ingerida pudesse vazar para as narinas da gorda. Na descida da estrada, próximo ao Grajaú, pude ver de cima a euforia de luzes formando um tapete de diamantes sob um céu que escurecia. Coisa linda, empolgante!
Depois de um bom tempo de viagem, enfrentando os percalços do rush, alcançamos São Cristóvão e seus domínios imperiais. A gordinha paga a corrida e segue o seu destino. Eu e o Sucatão prosseguimos pela Av. do Exército.
Paro num semáforo, ao fim da Av., beirando o Largo da Cancela, prestes imbicar pelo caminho que rodeia o Campo de São Cristóvão. De repente, vejo uma negra exuberante me fitando: deliciosa, vestindo shortinho e top; cabelos cacheados desaguando sobre as costas; olhos de jabuticaba; lábios carnudos; coxas grossas e definidas; barriguinha que parecia feita com nós de marinheiro, toda sarada e firme. Ela me olha e aperta o passo em minha direção de um jeito quase ameaçador, cheguei a pensar que seria assaltado, mete a cabeça pelo vidro, desabrocha um sorriso sacana e coloca algo sobre o meu pau. Isso mesmo, Forista sem fé, ela põe suavemente um objeto sobre o meu pau e diz:
- Leva, moço! Leva para eu ir embora logo!
O sorriso da garota é quase hipnotizante, fico engasgado olhando a bananada sobre a minha calça, sem conseguir pronunciar uma palavra. Ela retira outra bananada de um saquinho e coloca para fazer dupla com a que estava solitária sobre a minha genitália. As duas bananadas não se sustentam e caem entre as minhas pernas. A negra gostosa estende o braço até elas, deixa roçar levemente a mão no meu saco e as puxa de volta. Ergue as duas bananadas diante do meu rosto e continua seu discurso.
- Leva, moço! Vai!... – E com que sorriso ela diz isso.
Foi neste ponto que eu pequei, afeiçoado Forista, e não me nego a lhe confessar o tamanho da minha ignomínia. Na verdade, preciso desabafar a minha perversidade. Não digo que fui fraco porque tentei resistir ao demônio, mas as armas da Tentação foram mais poderosas do que a firmeza do meu espírito casto. De qualquer forma, o que é o pecado? É uma porta aberta ao oportunismo de um capitalista sem consciência.
Eu estava extasiado com o erotismo da vendedora de bananadas, fui vencido pelo sorriso libidinoso daquela negra, fui nocauteado pelo corpo opulento encaixado em trajes minúsculos. Ainda sob o efeito dos chopes de Jacarepaguá, a proposta atravessou minha boca com uma naturalidade irresponsável.
- Eu te dou R$ 50,00 se topar ir comigo para namorarmos um pouco.
Os olhos da negra se acenderam, suas feições paralisaram-se por alguns segundos, posicionei meus pés nos pedais do carro, pronto para sair em disparada, esperei ser xingado. Saindo da letargia inicial, ela me avaliou de cima abaixo e soltou a voz.
- Já é!
Tudo aconteceu num estalo, quando dei por mim ela estava sentada no banco do carona e rumávamos para o Motel Xanadu, na Rua São Cristóvão. Agora, éramos eu, o Sucatão, a negra e as bananadas. Seu nome era Camila e disse ter dezenove anos.
Durante o percurso, pude sentir uma inhaca quase insuportável que subia do corpo da menina. Cheiro forte de quem passou o dia inteiro debaixo do Sol; cheiro bruto, de quem não usava o disfarce do desodorante. Temendo que as partes baixas da garota pudessem exalar odores ainda piores, parei numa farmácia com a desculpa de presenteá-la e comprar camisinha Fui procurar algum perfume que amenizasse a atmosfera. Infelizmente, escolhi uma farmácia precária e o melhor perfume que encontrei vinha num frasco etiquetado como Alfazema. Levei!
Chegamos ao Motel, entramos no quarto e sugeri a Camila que tomasse um banho, que se refrescasse. Ela aceitou. O banho foi demorado, fiquei satisfeito ao perceber que a menina gostava de água. Ela retornou envolvida na toalha, pele mais vistosa, meu olfato não captava mais a energia negra da inhaca.
Liguei a TV para distraí-la e fui para o banheiro, minha vez de tomar banho. Assim que abro a porta do lavabo sou tomado por uma visão que chocaria o mais duro dos mortais, uma água negra, espalhada em pequenas poças, decorava a cerâmica do chão; no vaso sanitário, a água tomada por um amarelo forte, vítima de quem não tem o hábito de dar a descarga; a inhaca havia deixado a negra para fixar moradia dentro do chuveiro. O banheiro tornou-se uma cabine de opressão.
Espantei as poças pretas com os pés, tomei meu banho e voltei à segurança do quarto. A negra agora me esperava nua, desinibida, com aquele sorriso libertino no rosto. Caí dentro, beijei sua boca, chupei os peitinhos duros, alisei a pele de ébano e não cansava de me impressionar com aquela paisagem humana esculpida somente pela natureza e pelas dificuldades da sobrevivência.
Fui descendo a língua em direção àquela chaninha e me deparei com algo raro nos dias de hoje, o sexo feminino no estado original, uma boceta peluda e misteriosamente oculta. Não sei o porquê, mas pensei que seria prudente usar a Alfazema naquela região, peguei o vidro, derramei um pouco do líquido em minhas mãos e esfreguei no chumaço de pelos que camuflavam a chana da negra.
- Ai, moço! Tá ardendo! Tá ardendo! Que isso?!
Tive que ficar soprando e abanando por uns dez minutos até que a menina se acalmasse novamente. Quando terminou a histeria, deitei a língua sobre o clitóris e a mulher gozou rápido, se contorcendo inteira.
Ela veio por cima de mim, me chupou um pouco, mas mostrava pressa em meter, mulheres jovens são objetivas. Ficou de quatro, penetrei, ela gemia alto como gata no cio. Gozei ao som de sussurros e aroma de alfazema, uma experiência nova.
Conversamos um pouco, perguntei onde ela morava, contou morar com um irmão em Fazenda Botafogo. Estava com sono, fiquei com pena e perguntei se ela gostaria de dormir ali, mas eu não poderia ficar. Ela me olhou desconfiada, sem acreditar, disse que adoraria. Entreguei os R$ 50,00, paguei o pernoite do Motel, comi uma bananada para recuperar as forças e fui embora.
Na garagem, insiro a chave na ignição, ouço o grito de guerra do motor, ligo o bigorrilho sob o teto do carro, o letreiro se acende (táxi), solto o freio de mão, engato a marcha, ligo o rádio e acelero em direção ao negrume infinito do asfalto. A voz de Anne Lenox toma conta de tudo, Eurythmics - Sweet Dreams.
http://www.youtube.com/watch?v=QQHrspjw4aA&feature=fvst
Definitivamente, a partir de agora, qualquer aventura é possível!...
Dante