A Crise Econômica Mundial

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#76 Mensagem por Compson » 15 Abr 2009, 19:19

Compson escreveu: O artigo completo está aqui:
http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/ ... u2775.jhtm

Simon Johnson, no caso, é "ex-economista chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) e um professor da Escola Logan de Administração do Instituto de Tecnologia de Massachusetts", e obviamente culpa nenhuma tem em relação à crise (mas não sei se eu confiaria em alguém que estude numa faculdade com o nome do Wolverine)...
Sarcasmos à parte, o texto tem algumas proposições interessantes:

- sobre a qualidade do ensino americano (a conclusão é meio estranha):
Em uma pesquisa recente, Thomas Philippon da Escola Stern de Administração e Negócios da Universidade de Nova York, e Ariell Reshef, da Universidade da Virgínia, concluíram que o setor financeiro foi um setor de alta capacitação e altos salários entre 1909 e 1933. Ele então caiu em relativo declínio até 1980, quando de novo começou a ser um setor de alta capacitação e altos salários.* Eles concluíram que a principal causa foi a desregulamentação, que "libera criatividade e inovação, aumentando a demanda por funcionários altamente capacitados".
- sobre a fragilidade do choque de otimismo das duas últimas semanas:
No debate no fórum dos economistas do "Financial Times" sobre a "parceria de investimento público/privado" do secretário do Tesouro, Tim Geithner, as críticas são acertadas: se funcionar, será por causa de sua forma não-transparente de transferir riqueza dos contribuintes para os bancos. Mas é improvável preencher o buraco de capital que os mercados estão ignorando no momento, como argumenta Michael Pomerleano. Nem sou persuadido de que os "testes de tensão" em andamento sobre o capital dos bancos levarão a uma ação que preencherá o buraco de capital.
- sobre como o problema econômico se tornou político (no sentido mais clássico do termo, embora em vez de burguesia x proletariado tenhamos grandes corporações x alguma coisa que sobrou do que um dia se chamou esquerda e que não consegue fazer nada de modo democrático e socialmente organizado):
A visão de que instituições grandes e complexas são grandes demais para falir pode estar errada. Mas é fácil entender por que autores de políticas inteligentes receiam testá-la. Ao mesmo tempo, os políticos temem uma reação pública contrária a grandes injeções de capital público. Assim, como o Japão, os Estados Unidos estão presos entre o medo da falência da elite e a revolta popular contra os resgates. Este é um fenômeno mais complexo do que o "golpe silencioso" descrito pelo prof. Johnson.
- sobre como o "beco é sem saída":
A era dourada de Wall Street acabou: o retorno da regulamentação é a causa e consequência desta mudança.
- (essa é uma interpretação minha, não uma idéia do texto:)sobre como ninguém quer mudar pra valer e de como o discurso um dia crítico foi cooptado para defender o capitalismo "ortodoxo" (aquele do livre mercado e da concorrência que foi jogado no lixo nos últimos 20 anos):
Mas duas coisas precisam ser obtidas: primeiro, as principais instituições financeiras devem se tornar solventes de forma crível; e, segundo, nenhuma instituição financeira com fins lucrativos pode se tornar grande demais para falir. Isto não é capitalismo, mas socialismo. Este é um dos pontos em que a direita e a esquerda concordam.

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#77 Mensagem por Carnage » 16 Abr 2009, 09:57

Compson escreveu:- sobre a qualidade do ensino americano (a conclusão é meio estranha):
Em uma pesquisa recente, Thomas Philippon da Escola Stern de Administração e Negócios da Universidade de Nova York, e Ariell Reshef, da Universidade da Virgínia, concluíram que o setor financeiro foi um setor de alta capacitação e altos salários entre 1909 e 1933. Ele então caiu em relativo declínio até 1980, quando de novo começou a ser um setor de alta capacitação e altos salários.* Eles concluíram que a principal causa foi a desregulamentação, que "libera criatividade e inovação, aumentando a demanda por funcionários altamente capacitados".
É impressão minha ou ele está dizendo que as empresas financeiras estavam procurando gente "espertinha" pra trabalhar com elas? :oops:

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#78 Mensagem por Carnage » 16 Abr 2009, 09:59

http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinh ... 0923.shtml
15/04/2009 - 12h06
Emprego na indústria deve ter resultado positivo em abril, diz Lupi
LORENNA RODRIGUES
da Folha Online, em Brasília

O ministro Carlos Lupi (Trabalho) disse nesta quarta-feira que o emprego na indústria de transformação deverá ter resultado positivo em abril. Em março, esse setor --que inclui, entre outros, automóveis, eletrodomésticos e vestuário-- apresentou saldo negativo de 35.775 vagas, contra o fechamento de 55.456 postos em fevereiro.

"Essa curva está decrescente. O principal dado desse mês mostra que está se invertendo a perda de emprego e, na minha avaliação, teremos abril já positivo na industria de transformação", afirmou.

Leia a cobertura completa da crise nos EUA
Entenda a evolução da crise que atinge a economia dos EUA
Entenda como a crise financeira global afeta o Brasil

Segundo os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), em março foram gerados 34.818 empregos. De acordo com o ministro, isso significa que a economia brasileira está se recuperando. "Março está sendo o mês da virada no Brasil. Vamos ter a partir de abril saldos mais positivos e muitos terão que fazer novamente os seus cálculos de PIB [Produto Interno Bruto], que será positivo em 2009", disse.

Lupi destacou ainda o resultado do setor de construção civil, que abriu 16.123 postos, ficando atrás apenas do de serviços (49.280). "Antes mesmo do programa de 1 milhão de casas, já se prova um aquecimento [no setor]", completou.

Além da construção civil, os setores de serviços (49.280 empregos com carteira a mais), agricultura (7.238) e administração pública (7.141) tiveram desempenho positivo em março nos dados do Caged. Na outra ponta, além da indústria, o comércio (-9.697) apresentaram recuo.

No acumulado do trimestre, o país perdeu 57.751 vagas com carteira assinada. Entre novembro e janeiro, haviam sido fechadas quase 800 mil vagas. Em dezembro, pior mês da crise no emprego, o governo registrou o pior resultado da série histórica do Ministério do Trabalho, quando foram fechados 654.946 postos de trabalho. Somente em janeiro deste ano, foram fechadas 101 mil vagas.

O Estado de São Paulo foi o que mais criou postos de trabalho em março, segundo dados do Caged. Após quatro meses de queda, foram criados 34.231 postos de trabalho no mês passado.

O Sudeste foi a região que registrou o maior número de vagas criadas (50.227). Ainda por Estado, Minas Gerais apresentou o terceiro melhor saldo (9.399), atrás do Paraná (10.842). Na Região Sul foram criados 15.283 postos.

No Centro-Oeste foram abertas 15.067 vagas --7.914 só em Goiás. Já o Nordeste e o Norte apresentaram resultados negativos, com o fechamento de 40.208 vagas e 5.601 vagas respectivamente.

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#79 Mensagem por Carnage » 16 Abr 2009, 10:00

http://www.correiocidadania.com.br/cont ... w/3159/46/
O modelo Collor-FHC
Escrito por Wladimir Pomar
13-Abr-2009

Desde que o Brasil ingressou fortemente na industrialização, na Era Vargas, houve um pacto entre os capitais estatais e os capitais privados, tanto nacionais quanto estrangeiros. Ao longo do tempo, o grau de participação do capital estrangeiro variou, seja em decorrência de problemas internacionais, seja devido a movimentos sociais pela estatização de setores econômicos, seja ainda por disputas internas entre os próprios segmentos capitalistas.

O período JK, como vimos, foi marcado por um ingresso intenso de capitais estrangeiros, embora acompanhado pelo fortalecimento relativo dos capitais estatais e privados nacionais. O regime militar, nascido com um forte discurso anti-estatal, paradoxalmente ficou marcado por uma abertura ainda maior à entrada de capitais externos (em 1985, a participação estrangeira na produção industrial havia se elevado a 31%), mas também por um intenso processo de criação de novas estatais.

O modelo Collor-FHC, entre 1989 e 2002, caracterizou-se pela tentativa de quebra do antigo pacto, com uma política voltada para a privatização das estatais e para a venda escrachada de ativos privados nacionais, na expectativa de que a nova ordem mundial seria fundada nos serviços e na informática. Entre 1985 e 2002, apenas 17 anos, a participação dos capitais estrangeiros na economia brasileira saltou para 40%. As 100 maiores empresas de capital estrangeiro, instaladas no Brasil, passaram a produzir 57% do valor da produção industrial brasileira.

Em 2002, as filiais estrangeiras controlavam 82% do setor da indústria baseada em ciência, a exemplo da eletrônica, farmacêutica e aeronáutica. No grupo das indústrias de produção contínua, como química, siderurgia e automobilística, elas controlavam 68%. No setor das indústrias de produção diferenciada, como máquinas, equipamentos, instrumentos médicos e eletrodomésticos, seu controle alcançava 73%.

A presença dos capitais estrangeiros só era menor no setor das indústrias intensivas em trabalho, como a têxtil, confecções, de calçados e mobiliária, e na indústria intensiva em recursos naturais, como a extrativa mineral, cimento, alimentos, bebida, madeira e extração e refino de petróleo. No entanto, mesmo neste grupo intensivo em recursos naturais, a participação dos capitais estrangeiros havia saltado de 15%, em 1985, para 24%, em 2002. Ou seja, tal participação cresceu 60%.

Ao contrário da antiga participação, em que os capitais privados estrangeiros construíam novas plantas e, portanto, colaboravam de maneira ativa para a transferência de elementos do modo de produção capitalista para o Brasil, durante o período Collor-FHC os capitais estrangeiros eram estimulados a comprar empresas já em funcionamento, mesmo que fosse para fechá-las e evitar que continuassem como competidores indesejáveis.

A política de Collor-FHC gerou uma tendência perversa, tanto de controle estrangeiro sobre os setores tecnologicamente mais avançados da economia brasileira, quanto para desequilibrar o desenvolvimento dos demais setores econômicos. De um lado, ganharam peso as indústrias baseadas em ciência e na produção intensiva em recursos naturais, enquanto perderam peso, minguaram ou foram destruídas as indústrias intensivas em trabalho, essenciais para a produção dos bens da vida cotidiana.

Ocorreu uma desindustrialização intensiva, fazendo surgir um Frankenstein produtivo, de cadeias produtivas descontínuas, sem sinergia e de baixa competitividade. Este foi o resultado mais dramático do conjunto das políticas macroeconômicas e macro-sociais neoliberais, levadas a cabo pelos governos Collor e FHC. Pretender comparar tal política com a política do governo Lula é o mesmo que não entender a natureza do neoliberalismo e confundir alhos com bugalhos.

Wladimir Pomar é escritor e analista político.

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#80 Mensagem por Carnage » 16 Abr 2009, 10:17

http://www.correiocidadania.com.br/cont ... w/2851/49/
Um estudo de caso da mídia neoliberal
Escrito por Luiz Antonio Magalhães
26-Jan-2009

"O pacote fiscal de Obama é insuficiente. É menor do que o que será perdido este ano pela recessão e representa, na melhor hipótese 0,75% do PIB americano. Obama terá que ser ousado, ter medidas convincentes, para usar o momento a seu favor. Aqui, os juros caíram para 12,75%, mas precisam cair mais. Não por pressão política, mas por razões técnicas: a inflação está cedendo e a economia, derretendo".

As palavras acima foram escritas por Míriam Leitão em seu blog. Chega mesmo a ser engraçada a arrogância da colunista, que já decretou o fracasso do plano do presidente Barack Obama antes mesmo de ele ser apresentado ao distinto público. Já no Brasil, a economia está "derretendo" e os juros precisam cair "por razões técnicas", não políticas.

É preciso dar um desconto para a jornalista global: o mundo em que ela vivia e acreditava, da livre iniciativa, desregulamentação, do "mercadismo", desmoronou em setembro do ano passado e desde então Leitão e outros analistas que professavam fé no neoliberalismo ficaram muito confusos e nervosos, tentando se agarrar em qualquer bóia para não afundar nas profundezas do descrédito e esquecimento.

Bem, em primeiro lugar, ninguém sabe se o plano de Obama vai dar certo ou não porque ainda falta muito detalhamento sobre o plano. Míriam acha insuficiente a quantia de US$ 850 bilhões, mas é preciso saber como o novo presidente vai usar este recurso. Ela não sabe, talvez nem mesmo Obama saiba neste momento, deve estar estudando as alternativas. A crítica, portanto, é leviana.

Quanto à necessidade de os juros baixarem por "razões técnicas", trata-se de uma manjada artimanha dos conservadores, que tendem a desprezar as motivações políticas e endeusar as "técnicas".

Ora, toda decisão econômica tem um fundo político. É claro que o BancoCentral leva em consideração os aspectos técnicos ao tomar suas decisões, mas no fundo a responsabilidade pela política monetária é do presidente da República, que a qualquer momento pode, no limite, demitir o presidente do BC e botar alguém alinhado com a política monetária que ele decida implantar.

Leitão e demais analistas neoliberais têm como dogma o regime de metas de inflação e as demais premissas da atual política econômica (responsabilidade fiscal, alto superávit primário etc.). Lula e Meirelles podem até estar certos em manter a atual política econômica, mas ela não é necessariamente correta em qualquer situação. Se necessário for, na atual situação de crise financeira global, correções de rumo poderão ser feitas e talvez para isto sejam necessários nomes novos para executar essas mudanças. É simples assim, mas Leitão certamente soltaria grunhidos estridentes contra o presidente Lula se esta hipótese se concretizasse.

No fundo, ler os comentários de Míriam Leitão é bastante útil e serve como uma bússola: se ela está pensando assim, o correto deve ser assado... Podem conferir, não tem erro!

Luiz Antonio Magalhães é editor de Política do DCI e editor-adjunto do Observatório da Imprensa -http://www.observatoriodaimprensa.com.br/

Blog do autor: http://www.blogentrelinhas.blogspot.com/

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#81 Mensagem por Compson » 16 Abr 2009, 11:14

Carnage escreveu:
Compson escreveu:- sobre a qualidade do ensino americano (a conclusão é meio estranha):
Em uma pesquisa recente, Thomas Philippon da Escola Stern de Administração e Negócios da Universidade de Nova York, e Ariell Reshef, da Universidade da Virgínia, concluíram que o setor financeiro foi um setor de alta capacitação e altos salários entre 1909 e 1933. Ele então caiu em relativo declínio até 1980, quando de novo começou a ser um setor de alta capacitação e altos salários.* Eles concluíram que a principal causa foi a desregulamentação, que "libera criatividade e inovação, aumentando a demanda por funcionários altamente capacitados".
É impressão minha ou ele está dizendo que as empresas financeiras estavam procurando gente "espertinha" pra trabalhar com elas? :oops:
Acho que ele quer dizer que a liberação da criatividade leva ao colapso econômico... Por isso que eu disse que a conclusão era meio "estranha". A liberação da incompetência leva ao colapso econômico. Acho que o problema foi mais de incapacidade de perceber que não se pode sair por aí vendendo papéis caríssimos sem lastro nenhum (opções principalmente) e achar que as coisas vão funcionar bem pra sempre.

Se fosse no Brasil, o nome seria trambicagem... Como é nos EUA, chama-se "liberação da criatividade e inovação"...

Haja dialética pra engolir isso, não é Antonio Candido?

Como dizia um velhor político: "pior coisa do mundo é burro com iniciativa!"
(Falei sobre o ensino americano, pois acho que há uma forte relação entre a negligência teórica do ensino superior nos EUA e a "incompetência" de que falo.)
Editado pela última vez por Compson em 16 Abr 2009, 11:30, em um total de 1 vez.

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#82 Mensagem por Peter_North » 16 Abr 2009, 11:25

Taí um belo exemplo de como a imprensa é realmente ruim, ou exagera para um lado ou para o outro.
Ministro do Lula escreveu:Emprego na indústria deve ter resultado positivo em abril, diz Lupi. O ministro Carlos Lupi (Trabalho) disse nesta quarta-feira que o emprego na indústria de transformação deverá ter resultado positivo em abril.
Bom, em primeiro lugar tem o problema da fonte. O Carlos Lupi é ministro do trabalho do Lula, e quanto melhor for o numero sobre emprego que aparecer, melhor para ele e para o Lula, mesmo que seja um numero enganador. Pois o que é esta manchete senão uma enganação? Quem a lê pensa que o emprego anda aumentando apesar da crise. Mas vejamos:
Ministro do Lula escreveu:Em março, esse setor --que inclui, entre outros, automóveis, eletrodomésticos e vestuário-- apresentou saldo negativo de 35.775 vagas, contra o fechamento de 55.456 postos em fevereiro.
Ou seja, o setor está perdendo empregos ao ritmo de dezenas de milhares por mês, e estão tentando passar isso como "resultado positivo". Mas lá embaixo da reportagem, bem escondido, ao contrário da manchete, estão os dados que mostram que a crise não é só marolinha não:
No acumulado do trimestre, o país perdeu 57.751 vagas com carteira assinada. Entre novembro e janeiro, haviam sido fechadas quase 800 mil vagas. Em dezembro, pior mês da crise no emprego, o governo registrou o pior resultado da série histórica do Ministério do Trabalho, quando foram fechados 654.946 postos de trabalho. Somente em janeiro deste ano, foram fechadas 101 mil vagas.
Essa imprensa é uma bosta mesmo. E falando em bosta, eu lembro muito bem do bosta do Carlos Lupi, alçado à presidência do PDT após a morte do Brizola, bradando furiosamente na TV durante o horário político do PDT que o Lula era uma desgraça, que o Lula era corrupto e mais um monte de coisas. Depois foi cooptado e hoje levou ao Lula o apoio do PDT em troca de, adivinhem só, um ministério cheio de cargo$ e verba$. É sempre assim...

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#83 Mensagem por Peter_North » 16 Abr 2009, 11:48

Wladimir Pomar escreveu:A política de Collor-FHC gerou uma tendência perversa, tanto de controle estrangeiro sobre os setores tecnologicamente mais avançados da economia brasileira, quanto para desequilibrar o desenvolvimento dos demais setores econômicos.
Antes da abertura que o Collor fez, os setores tecnologicamente mais avançados eram extremamente limitados justamente devido à reserva de mercado que afastava os estangeiros! Quem lembra da Cobra Computadores e dos serviços da Telebrás? Quem lembra do Brasil 10 ou 20 anos atrás do resto do mundo? Eu lembro muito bem.

Este texto todo do Pomar é uma das coisas mais insanamente idiotas que já li. Em nenhum ponto deste artigo nervoso e incoerente ele esteve próximo de qualquer coisa que possa ser considerada um pensamento racional. Todos que o leram estão agora mais burros por terem feito isto. Eu lhe dou nota zero, e que deus tenha piedade de sua alma.
Wladimir Pomar escreveu:Wladimir Pomar é escritor e analista político.
E não só isso! Ele escreve no site do PT, é militante marxista-leninista, gramsciano por modismo, filho do fundador do Partido Comunista do Brasil e fã do Lula. Tudo sempre previsível.

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#84 Mensagem por Peter_North » 16 Abr 2009, 11:55

Luiz Antonio Magalhães escreveu:Ora, toda decisão econômica tem um fundo político. É claro que o BancoCentral leva em consideração os aspectos técnicos ao tomar suas decisões, mas no fundo a responsabilidade pela política monetária é do presidente da República, que a qualquer momento pode, no limite, demitir o presidente do BC e botar alguém alinhado com a política monetária que ele decida implantar.
Estou vendo que o tal Luiz é contra um banco central independente. Lamentável.
Luiz Antonio Magalhães escreveu:No fundo, ler os comentários de Míriam Leitão é bastante útil e serve como uma bússola: se ela está pensando assim, o correto deve ser assado... Podem conferir, não tem erro!
Eu também acho que a Miriam Leitão é um lixo, mas para mim a bússola sempre foi a Ideli Salvatti. Se ela diz algo, a verdade e o certo são exatamente o oposto.
Luiz Antonio Magalhães escreveu:Luiz Antonio Magalhães é editor de Política do DCI e editor-adjunto do Observatório da Imprensa -http://www.observatoriodaimprensa.com.br/Blog do autor: http://www.blogentrelinhas.blogspot.com/
E não só isso! É também um tremendo puxa-saco do Lula, mas não acreditem em mim, leiam os artigos dele, é só lambeção de bota. Aì, é claro que ele vai elogiar a condução do Lula, mesmo tendo em vista que foi a reação mais patética jamais vista (Marolinha!).

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#85 Mensagem por Carnage » 16 Abr 2009, 12:24

Peter_North escreveu:
Luiz Antonio Magalhães escreveu:Ora, toda decisão econômica tem um fundo político. É claro que o BancoCentral leva em consideração os aspectos técnicos ao tomar suas decisões, mas no fundo a responsabilidade pela política monetária é do presidente da República, que a qualquer momento pode, no limite, demitir o presidente do BC e botar alguém alinhado com a política monetária que ele decida implantar.
Estou vendo que o tal Luiz é contra um banco central independente. Lamentável.
Se um Banco central estiver fazendo cagada, e o governo souber o que tem que fazer pra consertar (isso é apenas uma hipótese, não estou dizendo que é o caso aqui) você acha que ele deve continuar totalmente independente?

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#86 Mensagem por Peter_North » 16 Abr 2009, 13:21

Carnage escreveu:
Peter_North escreveu:
Luiz Antonio Magalhães escreveu:Ora, toda decisão econômica tem um fundo político. É claro que o BancoCentral leva em consideração os aspectos técnicos ao tomar suas decisões, mas no fundo a responsabilidade pela política monetária é do presidente da República, que a qualquer momento pode, no limite, demitir o presidente do BC e botar alguém alinhado com a política monetária que ele decida implantar.
Estou vendo que o tal Luiz é contra um banco central independente. Lamentável.
Se um Banco central estiver fazendo cagada, e o governo souber o que tem que fazer pra consertar (isso é apenas uma hipótese, não estou dizendo que é o caso aqui) você acha que ele deve continuar totalmente independente?
E estou vendo que o Carnage também é. :?

É infinitamente mais provável o governo ACHAR que sabe o que tem que fazer para consertar mas na hora só fazer cagada. Deixa o BC independente, e deixa o Meireles lá.

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#87 Mensagem por Carnage » 16 Abr 2009, 15:04

Peter_North escreveu:
Emprego na indústria deve ter resultado positivo em abril, diz Lupi. O ministro Carlos Lupi (Trabalho) disse nesta quarta-feira que o emprego na indústria de transformação deverá ter resultado positivo em abril.
Bom, em primeiro lugar tem o problema da fonte. O Carlos Lupi é ministro do trabalho do Lula, e quanto melhor for o numero sobre emprego que aparecer, melhor para ele e para o Lula, mesmo que seja um numero enganador. Pois o que é esta manchete senão uma enganação? Quem a lê pensa que o emprego anda aumentando apesar da crise.
Serve a FIESP falando então?

http://jbonline.terra.com.br/pextra/200 ... 419639.asp
Após cinco meses, emprego cresce em SP

SÃO PAULO, 14 de abril de 2009 - O nível de emprego na indústria de transformação paulista cresceu 0,31% em março, o que representa a criação de 7,5 mil vagas, informou há pouco a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Este é o primeiro resultado positivo desde o agravamento da crise mundial. Segundo Paulo Francini, diretor do departamento de economia da Fiesp, a última vez que o dado ficou em patamar positivo foi em setembro de 2008, quando houve expansão de 0,41% no quadro de trabalhadores.

Apesar disso, ao considerar a sazonalidade do período, houve uma queda de 0,20% nível de emprego industrial.

De acordo com Francini, o setor sucroalcooleiro foi o principal responsável pelo saldo positivo já que as demais indústrias juntas demitiram 19.433 pessoas na passagem de fevereiro para março, enquanto as usinas de cana-de-açúcar contrataram 26.933 trabalhadores "O setor se antecipou. Normalmente essa contratação ocorre em abril, mas as usinas se viram obrigadas a antecipar a geração de caixa por conta da falta de crédito devido à crise", conclui o economista.

No ano, a indústria de São Paulo acumula a redução de 2,73% no emprego, correspondendo a 66,5 mil vagas a menos. Em relação a março de 2008, houve uma queda de 5,34%.
Ninguém (nem o Lupi) está dizendo que as coisas estão maravihosas. Mas os indicadores mostram que as coisas melhoraram um pouco, e isso, mais do que tudo, é um indicativo de que provavelmente elas não vão piorar, já que começaram a melhorar.

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#88 Mensagem por Carnage » 16 Abr 2009, 15:08

Peter_North escreveu:É infinitamente mais provável o governo ACHAR que sabe o que tem que fazer para consertar mas na hora só fazer cagada. Deixa o BC independente, e deixa o Meireles lá.
Certo.
Peter_North escreveu:E estou vendo que o Carnage também é
Eu só não posso ser tão cegamente à favor da independência, sem avaliar as coisas. Será que o BC tem que ser independente a todo custo? Ao custo de ferrar o Brasil só porque quem está lá também "acha" que está fazendo o certo?
Se uma intervenção fizer bem, não posso dizer que sou contra ela indepedente disso.

Pior, um monte de analistas, de bancos mesmo, de empresas financeiras, dos jornais, até de empresas estrangeiras, disse que o BC perdeu o ponto de abaixar os juros, e isto agravou a crise no Brasil. Será que valeu a pena?

Que acham os demais? O Banco Central agiu direito desde o começo do ano passado? A manutenção das taxas de juros do jeito que foi feito foi correto?

E tem economistas por aqui? Gostaria de saber o que tem de verdade nesta frase do Peter:
Peter_North escreveu:Os juros são altos porque o governo, como é enorme, dispendioso e descontrolado, toma todo o crédito disponível na praça. Lei da oferta e procura aplicada aos recursos disponíveis para financiamento. Era assim com o FHC, é assim com o Lula.
Editado pela última vez por Carnage em 16 Abr 2009, 15:33, em um total de 1 vez.

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#89 Mensagem por Peter_North » 16 Abr 2009, 15:23

Carnage escreveu:Eu só não posso ser tão cegamente à favor da independência, sem avaliar as coias. Será que o BC tem que ser independente a todo custo? Ao custo de ferrar o Brasil só porque quem está lá também "acha" que está fazendo o certo? Se uma intervenção fizer bem, não posso dizer que sou contra ela indepedente disso.
O problema do teu approach é que ele pressupõe que alguém vai avaliar o BC para ver se concorda com o que está sendo feito e que fará intervenção se achar que é interessante. Alguém que trabalha assim não tem a menor independência.

De qualquer forma, isso é discutir o sexo dos anjos, já que nenhum BC é absolutamente independente até porque há um presidente que é nomeado por alguém. E também porque se o Meirelles amanhã começa a dizer que a taxa de juros será decidida diariamente por uma rodada na roleta com certeza vão tirar ele de lá, e fazem bem. Mas a experiência internacional que existe mostra que o conceito de BC independente, e com suas metas o mais separadas possível das metas políticas, é um fator positivo para um país.
Editado pela última vez por Peter_North em 16 Abr 2009, 18:46, em um total de 1 vez.

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Compson
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#90 Mensagem por Compson » 16 Abr 2009, 17:02

A questão da independência do BC é que alguém tem que escolher seu presidente... Se não for o governo, vai ser, por ordem de absurdo, o congresso ou eleição direta ou uma junta de notáveis ou hierarquia na carreira do banco ou concurso...

O congresso a gente sabe como é, vão fatiar a instituição...

A eleição direta é uma caixinha de surpresas e, de repente, num momento de crise, elegem o Babá (lembra, aquele que foi expulso do PT) para presidente do BC...

Se for por uma junta, cabe o mesmo problema de quem vai escolher a junta...

Se for por carreira ou concurso, nada implica que um perfil altamente técnico tenha condições políticas de se sustentar no cargo.

Eu particularmente acho melhor o governo, pois pelo menos vão escolher um cara para cumprir o manual do FMI e não fazer cagada... Como hoje estou num dia de frases, vai mais uma frase boa de uma pessoa cretina: "Em política econômica, tudo que não é óbvio é, provavelmente, besteira".

Na organização atual do país, acho que não há muita margem para flexibilização.

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