Familia Sarney enriqueceu as custas do Maranhão

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#61 Mensagem por Carnage » 26 Jun 2009, 10:15

Roy Kalifa escreveu:Por que o Lula e o PT defendem tanto o Sarney ?
Porque uma ala do PT governista se vendeu a idéia da governabilidade a qualquer custo, mesmo que isso implique em abdicar da moral. Lula ficou tão obcecado com a sua fama de "conciliador" que passou a ceder em tudo. Eles acham que o Sarney é uma peça importante para governarem em paz, e com isso se curvam até aparecer as calcinhas.
Roy Kalifa escreveu:Seria uma teia de interesses ?
Outra ala do PT simplesmente se locupletou à corrupção mesmo. Ganhar um enquanto fazem alguma coisa. Então existem dois interesses, a suposta governabilidade a qualquer custo, até da alma, e a ladroagem mesmo.
Roy Kalifa escreveu:Esquece FHC, governos passados. Se concentre apenas nesta questão.
O principal candidato à próxima eleição presidencial, José Serra, representa tudo de ruim que houve no governo FHC. Ele é até muito pior. Reacionário, autoritário e megalomaníaco ao extremo. Capaz de vender os órfãos do orfanato se isso servir aos seus interesses.
Lembrar o que houve de errado no governo FHC é a melhor forma de afastar esse cara de onde ele pode provocar grande dano ao Brasil.

Agora, não sei como você não percebe o quanto esta sua frase é totalmente absurda.

"Aqueles que não se lembram do passado estão condenados a repeti-lo." (George Santayana)


E seguindo o seu raciocínio, porque você não vota na Dilma? Por causa do Lula? Oras, equeça o governo Lula, ele "vai ser passado" quando o próximo presidente assumir.
Roy Kalifa escreveu:Não conheço o Serra mas conheço a Dilma.

Guerrilheira, ladra, assaltante de banco e que agora se faz de boa moça.
Oras, esqueça o passado da Dilma! Isso não seria motivo pra não votar nela!

Viu como não tem lógica?

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#62 Mensagem por Roy Kalifa » 26 Jun 2009, 11:07

Caro Carnage

Muito bem explicado por você o envolvimento do PT com Sarney. Concordo plenamente com as suas palavras.

Agora, a Dilma seria a continuação deste governo assistencialista, dando o pão mas não ensinando a produzi-lo. Isto é perverso para o futuro do pais.
Governar no estilo Hobin Hood é facil. Cobram-se impostos escorchantes de quem produz para reparti-lo aos mais necessitados.

Por que não criar então condições para estes necessitados se manterem por conta propria? Nesta questão, estão envolvidos vários e vários fatores, a começar pelo controle de natalidade.

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#63 Mensagem por Carnage » 26 Jun 2009, 11:23

Roy Kalifa escreveu:Agora, a Dilma seria a continuação deste governo assistencialista, dando o pão mas não ensinando a produzi-lo. Isto é perverso para o futuro do pais.
Governar no estilo Hobin Hood é facil. Cobram-se impostos escorchantes de quem produz para reparti-lo aos mais necessitados.
Impostos, um bom exemplo. O maior aumento da carga tributária ocorreu durante o governo FHC.
O Instituto de Planejamento Tributário diz que a carga aumentou de 28,61% do PIB, no último ano do governo Itamar Franco (1994), para 35,84% do PIB, no último ano do governo FHC (2002). Um aumento de 7,23 pontos percentuais ou mais de 25%.
Este ano ela chegou a 38,45%. Ou seja, em 7 anos do governo Lula, aumentou 2,61 pontos percentuais, ou menos de 9%.

Isso é só um aspecto ruim do governo do FHC, dentre um monte de outros.

Agora, se Dilma é a continuação do que você acha ruim no governo Lula, não vote nela! Nada mais justo! Percebeu o que eu quis dizer no post anterior? Lógico que você tem que considerar o passado.

Serra é a continuação direta do governo FHC. Tem as mesmas idéias e compartilha dos mesmos objetivos. Se você não vai votar na Dilma, justamente por conta do Lula, não deveria votar no Serra, justamente por causa do FHC.

E como centrei o assunto em impostos, veja essa fala do FHC, que vai justamente na questão que você levantou!
Crítica a carga tributária é "choradeira", diz FHC

Daniel Bramatti

Na contramão do que têm dito os principais líderes de seu partido, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou recentemente que as críticas ao aumento da carga tributária são "choradeira".

"Aumento de carga tibutária... essa coisa é choradeira. Está mal gasta porque paga juros e déficit. Mas um país como o Brasil tem que ter uma carga de 30% se não tem educação, saúde", disse o tucano, em depoimento para o livro "Os Cabeças-de-Planilha - Como o Pensamento Econômico da Era FHC Repetiu os Equívocos de Rui Barbosa", do jornalista Luís Nassif. A obra foi lançada ontem em São Paulo.
E se você está preocupado com "assistencialismo", vou só refrescar a sua memória de que, foi o governo FHC que criou o Bolsa Família. O governo Lula só desenvolveu o projeto e nomeou desse jeito. E além disso, por conta dos dividendos políticos, Serra vai continuar com o programa:


PSDB fará defesa do Bolsa-Família no NE
Após fraco desempenho no Nordeste na eleição de 2006, tucanos vão apoiar, em seminário na Paraíba, políticas de transferência de renda

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje ... 8391,0.php

Portanto, se sua bronca é essa, votar no Serra não vai adiantar nada!

Viu como não adianta votar sem saber em quem está se votando?

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#64 Mensagem por Roy Kalifa » 26 Jun 2009, 11:38

Tudo bem que o FHC teve a maior carga de impostos e iniciou o programa de distribuição de migalhas.

Por que então o Lula não rompeu com isto, flexibilizou a carga tributaria e
desenvolveu o pais ?

Chego a conclusão que Lula adota o mesmo modelo economico do governo anterior. Correto ?

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#65 Mensagem por Carnage » 26 Jun 2009, 11:56

Roy Kalifa escreveu:Por que então o Lula não rompeu com isto, flexibilizou a carga tributaria e
desenvolveu o pais ?

Chego a conclusão que Lula adota o mesmo modelo economico do governo anterior. Correto ?
Correto. Nesse ponto o Lula foi incompetente.

Mas, como sempre, foi "menos pior"

Pra mim isso basta pra nunca mais votar no PSDB.

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#66 Mensagem por Carnage » 26 Jun 2009, 15:58

http://www.observatoriodaimprensa.com.b ... =543IMQ005
SENADO EM CRISE
O inverno de Sarney na mídia

Por Luciano Martins Costa em 26/6/2009
Comentário para o programa radiofônico do OI, 26/6/2009

O senador José Sarney cometeu dois erros táticos que podem lhe custar o cargo de presidente do Senado. Mas não há perigo de perder o mandato.

O primeiro erro foi o de afirmar que está sendo perseguido por apoiar o presidente da República. A declaração afastou seus apoiadores do Partido Democratas e os do PSDB que faziam vistas grossas ao escândalo.

O segundo erro foi o de se dizer vítima de uma "campanha midiática". Essa tentativa de responsabilizar a imprensa pelo noticiário negativo a seu respeito deve alinhar os jornais ainda mais por uma resposta satisfatória do Senado ao amontoado de irregularidades que vêm sendo denunciadas desde fevereiro.

A própria Folha de S.Paulo, que vinha dando um tratamento mais brando ao caso do que o Estado de S.Paulo e o Globo, trata, na edição de sexta-feira (26/6), de recuperar o espaço perdido e abre três páginas de reportagens sobre o assunto. Além de fazer um retrospecto das principais acusações, o jornal que abriga o intelectual Sarney aceita finalmente discutir a sério o comportamento do político Sarney.

Outros escândalos


Mas o jornal que se vangloria de ter o rabo preso com o leitor e de possuir as mais qualificadas "moscas" da imprensa nacional ainda não ofereceu uma justificativa para o fato de manter em seu quadro de colaboradores um articulista com uma folha corrida tão comprometida como figura pública. (Sarney é articulista na folha)

A senha para exigir uma resposta satisfatória à opinião pública foi dada quinta-feira (25) à noite pelo Jornal Nacional, da Rede Globo. O mais poderoso telejornal do país reproduziu as denúncias do Estadão sobre o envolvimento de um neto de Sarney com operações de crédito consignado e anunciou: "Na crise do Senado, cresce a pressão para o afastamento do presidente da Casa".

O Partido Democratas anuncia uma posição oficial para a próxima terça-feira (1/7). Sarney já marcou uma série de reuniões para tentar abafar a crise e se aconselhar com seus parceiros. Mas nenhum analista político arrisca sequer pensar em cassação.

O mais provável é que Sarney renuncie ao cargo de presidente do Senado com um de seus discursos pomposos, tentando dar alguma solenidade ao vexame. Por baixo dos panos, seus aliados continuam mandando e desmandando no Congresso Nacional, e a imprensa vai procurar outros escândalos com que se ocupar.

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#67 Mensagem por Carnage » 26 Jun 2009, 16:01

http://www.observatoriodaimprensa.com.b ... =543JDB007
JORNALISMO POLÍTICO
Cobertura oscilante, partidarismo e omissões

Por Maurício Caleiro em 25/6/2009

Clareza, equilíbrio e objetividade continuam sendo qualidades imprescindíveis de um bom texto jornalístico, a despeito de atualmente escassas nas editorias de Política e de Economia dos principais jornais e revistas do país, e do questionamento que alguns teóricos da Comunicação fazem não apenas em relação à possibilidade de ser objetivo mas à existência mesma do fato enquanto ocorrência passível de ser fielmente descrita.

É provável que soe redundante tal obviedade, mas a dificuldade do leitor para apreender a configuração básica de fatos políticos que apresentem algum grau de complicação – em meio ao cipoal de distorções tendenciosas, histerismo denuncista e omissões deliberadas impostos, com frequência, pelos interesses políticos que os órgãos de imprensa ostentam (mas não assumem) – é tamanha que a justifica.

Portanto, as três qualidades mencionadas na primeira linha destes artigo, nesse contexto, não se referem apenas aos aspectos formais do texto jornalístico, mas à sua clareza de intenções; ao equilíbrio como capacidade de dar voz às principais forças em conflito sem soar tendencioso; e à objetividade como busca de oferecer ao leitor – sem tentar manipulá-lo de acordo com os humores e simpatias políticas dos diretores de Redação – não apenas as informações essenciais, mas, devidamente hierarquizados, os fatores coadjuvantes que compõem o fato jornalístico em questão.

Tomemos como exemplo a série de denúncias envolvendo o Senado e, de modo particular, o presidente da Casa, José Sarney, em relação aos chamados "atos secretos" da instituição. Imaginemos um leitor razoavelmente informado. Ele certamente seria capaz de traçar a arquitetura básica do caso – para começar, devido à intimidade compulsória com o personagem principal, protagonista da vida pública do país nas últimas quatro décadas.

"O oligarca perfeito"


De promessa de inovação da política maranhense – captado em tom profético por Glauber Rocha no documentário Maranhão 66 –, Sarney transforma-se numa das lideranças da Arena, partido de sustentação do regime militar, de onde salta a tempo de embarcar, como vice, na canoa presidencial de Tancredo Neves. Tornado presidente por acaso, seu governo é marcado por denúncias de corrupção (com o Planalto apelidado pela mídia de "balcão de negócios"), pelo populismo econômico do Plano Cruzado (que levou a classe média ao paraíso enquanto o truque durou, para em seguida remetê-la a uma longa temporada no inferno), e pela pior das muitas crises inflacionárias do país, em que os índices mensais chegaram 84%.

O Maranhão, que ele governa, de forma praticamente ininterrupta, desde 1966 (in persona , por intermédio de parentes ou de prepostos), com um poder que se estende ao Judiciário e depõe governadores eleitos, é hoje, a despeito de seu tamanho e abundância de riquezas naturais, a mais miserável das unidades federativas brasileiras. Num acinte à ética eleitoral, candidatou-se a senador pelo Amapá quando viu que seria rejeitado pelo voto na sua capitania hereditária maranhense.

Deixa a Presidência com popularidade baixíssima, mas não deixa o poder, reelegendo-se senador sucessivas vezes. Ao mesmo tempo, junta à imagem de político afável a de intelectual progressista, encontrando abrigo na Academia Brasileira de Letras e em resistente coluna semanal na Folha de S.Paulo . Graças a essa operação, "a capa de homem cordial/literato/estadista cobre o coronel como um jaquetão", como observa o colunista Roberto Pompeu de Toledo, que dissecou o espécime com a exatidão de um antropólogo na coluna "O oligarga perfeito" (Veja, 6/4/2009).

Manchetes e notinhas

Mas voltemos ao nosso leitor razoavelmente informado – e, portanto, a par da maioria dos dados biográficos acima descritos. Por sê-lo, não lhe causa espanto algum o envolvimento de Sarney em mais uma denúncia de corrupção. Talvez, antes de se inteirar melhor do fato, ele até se pergunte por que, dado o histórico do autor de Marimbondos de Fogo, haja tanta gritaria em torno do caso. Mas quando o faz, mesmo vivendo num país em que um ex-congressista e ex-ministro do STF confessa ter alterado a Constituição na calada da noite, à revelia do Congresso Constituinte, e siga não apenas impune, mas ministro, nosso leitor se dá conta da gravidade das denúncias – afinal, como qualquer cidadão decente, considera inacreditável que em plena vigência da democracia, atos secretos do Senado distribuam cargos a granel sem notificar a sociedade de tal decisão.

Do que ele talvez não se dê conta, por se tratar de uma daquelas notícias que não combinam com manchetes e ficam escondidinhas numa das notas das colunas de política (como o "Painel", da Folha de S. Paulo de 18/6 ) é que a eventual remoção de Sarney da presidência do Senado poria esta no colo do ex-governador Marconi Perillo (PSDB-GO), primeiro vice-presidente do Senado e inimigo do Planalto. Há, portanto, um objetivo político imediato nas ações da oposição, uma luta por uma fatia considerável de poder no Legislativo – luta esta que a mídia, de forma geral, não tem feito questão de ressaltar.

Soma-se a essa "distração" omissa da mídia o fato de que os principais trombeteiros da atual denúncia são as mesmas figuras fanfarrônicas que já gozavam de superexposição midiática nos vários surtos denuncistas que a precederam – uns procedentes, outros meros factóides –, como Arthur Virgílio (PSDB-AM), Álvaro Dias (PSDB-PR), Raul Jungmann (PPS-PR) e Heráclito Fortes (DEM-PI). Nosso amável leitor, enfastiado de vê-las, há anos, bradando insultos e denúncias ao léu, considera tratar-se de figuras públicas que não primam pelo pudor em adotar um moralismo raso e falso, pois aplicável apenas às forças políticas às quais se opõem, nunca às condutas dos integrantes dos partidos que representam (como, entre vários outros exemplos possíveis, fica patente na reação que tiveram quando do envolvimento de Eduardo Azeredo no "mensalão" mineiro). Nem a velhinha de Taubaté, que não tem acesso a informação alguma, acreditaria que tais personagens ajam por amor à ética, mas sim pela mais cruenta guerra política.

Por isso, embora não minimize a gravidade do caso nem o envolvimento de Sarney, nosso leitor razoavelmente informado passa a questionar quais outras razões dissimuladas fazem a oposição e a mídia – que no Brasil atual por vezes se confundem – associar tão-somente o senador maranhense a uma sequência aparentemente interminável de falcatruas que, como O Globo (19/6) reconhece, vêm ocorrendo há mais de uma década; sem que, no entanto, congressistas demo-tucanos ou jornalistas acusem, com a mesma presteza, presidentes anteriores da Casa e integrantes de seus próprios partidos.

A fala de Lula

Mas não param por aí as inquietações de nosso querido leitor. Ele se inteira, com grande espanto, da notícia que, do exterior, o presidente Lula, a quem ele respeita e admira, mandou dizer que "Sarney tem história suficiente para que não seja tratado como se fosse uma pessoa comum". Foi como se recebesse um soco no estômago. Nosso ingênuo leitor pensava que, segundo a Constituição do país que Lula governa, todos os cidadãos fossem iguais perante a lei...

Sua desolação inicial com o atual presidente pouco a pouco dá lugar ao enfado, tamanho o número de colunistas que trataram do tema, sem variar significativamente as abordagens – que privilegiam o moralismo e os ataques pessoais à crítica fundamentada do desrespeito institucional perpetuado pelo presidente. No entanto, ao deparar-se com a capa da última edição da revista Veja, o enfado que nosso leitor sentia dá lugar à náusea: "Há limites para a manipulação interessada do sentimento popular pela imprensa" – pensa nosso honrado leitor.

Homem de seu tempo, ele decide navegar pela internet em busca de novas informações e visões críticas sobre o caso. Depara-se, então, com o "O blog do Mello", que aventa a possibilidade de José Serra estar por trás da perseguição denuncista a Sarney. Afinal, costuma-se debitar na conta do governador paulista a operação da Polícia Federal que, em 2001, retirou a filha do senador, a então candidata presidencial Roseana Sarney, do páreo. Lula, com toda sua louvada sapiência política – pergunta-se nosso leitor –, ao firmar aliança com a ala do PMDB comandada por Sarney não sabia dos humores figadais que opõem o candidato que ele derrotou em 2002 e o senador que o apoia? Exímio enxadrista que já demonstrou ser, não foi capaz de prever desenrolar tão evidente do jogo político?

Nosso leitor, embora apenas razoavelmente informado, é um homem sensato e justo. Ele conclui que esse caso dos atos secretos do Senado é o tipo de episódio em que nenhum lado tem razão, a despeito dos esforços argumentativos dos detratores do governo Lula e de seus apoiadores – alguns dos quais teimam na tática eticamente inaceitável de minimizar atos de corrupção. Sarney, pelas práticas a ele associadas, por tudo o que representa e, sobretudo, pela insensibilidade em não perceber que pertence ao passado e que está manchando de forma indelével sua própria biografia; a oposição e a mídia por apostarem, uma vez mais, num denuncismo histérico e "fulanizado" como forma de luta política, sem apresentar propostas alternativas viáveis e sem atacar as razões estruturais da corrupção; e, pairando acima de todos, o presidente Lula, não só pela realpolitik por demais elástica que pratica – e que junta no mesmo saco Sarney, Collor de Mello e Geddel Vieira Lima, entre outros –, mas por não preservar a Presidência da República, posando como defensor de práticas e figuras políticas que não coadunam com um regime verdadeiramente democrático nem com seu passado político.
Editado pela última vez por Carnage em 26 Jun 2009, 16:03, em um total de 1 vez.

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#68 Mensagem por Carnage » 26 Jun 2009, 16:02

http://www.viomundo.com.br/voce-escreve ... -ou-serra/
Do blog do Mello

Atualizado e Publicado em 26 de junho de 2009 às 13:10

Em 8 de fevereiro, o Mello publicou o primeiro artigo com o mesmo questionamento. Semana passada, ele reiterou e, nesta feira, voltou à carga.

A saga de Sarney: coincidência ou Serra (3)?

por Antonio Mello, no seu blog

Já fiz duas postagens aqui sobre a intensa pressão em cima do senador José Sarney (que só Deus e a justiça maranhense sabem como conseguiu se reeleger batendo a valente Cristina Almeida (PSB) (sobre este assunto não deixe de ler esta postagem aqui . Nas duas, perguntava: coincidência ou Serra? E recebi vários questionamentos, como se eu estivesse defendendo Sarney e não, ao contrário - e era o foco das postagens - denunciando a utilização de antigas e manjadíssimas acusações contra o ex-presidente, logo agora que ele foi escolhido presidente do Senado, é aliado de Lula e inimigo declarado do presidente eleito pela mídia José Serra. Daí a pergunta: coincidência ou Serra?

Porque acusações contra o senador Sarney vêm do tempo em que ele ainda nem usava bigodes. Quem procurar na caixa de pesquisas aqui do blog vai encontrá-las aos montões. Escolhi algumas:

A grande sacada de Sarney, com o dinheiro que ele sacou do Banco Santos, um dia antes na intervenção naquele banco e como a transação foi feita pelo próprio presidente do banco.

Como Roberto Marinho mandava em Sarney e nomeou Maílson da Nóbrega ministro da Fazenda , na época em que Sarney era presidente.

Ao final de seu governo (que de tão ruim praticamente elegeu Collor, com o auxílio luxuoso da Globo) uma pesquisa do Ibope, de novembro, mostrava o tamanho do desgaste do presidente Sarney: para 60% dos entrevistados seu governo era avaliado como ruim/péssimo. E deixou o governo com uma inflação de 80%, ao mês. Não há engano, é ao mês mesmo.

O Maranhão, um dos estados de maior riqueza cultural e belezas naturais do Brasil, governado há décadas pela família Sarney, é um dos mais miseráveis do país. Onde reina o nepotismo e autoexaltação mais desavergonhada do Brasil, como já denunciamos anteriormente aqui:

Segundo o Jornal Pequeno, do Maranhão, que tem como slogan "O órgão das multidões", afirma que é fácil ver as digitais de Sarney no estado:

"Para nascer, é na Maternidade Marly Sarney. Para morar, você tem as vilas: Sarney, Sarney Filho, Kiola (mãe de Sarney) ou Roseana Sarney. Para estudar, suas opções são as escolas Roseana Sarney, Sarney Neto, Fernanda Sarney, Roseana Sarney, Marly Sarney ou o próprio Sarney. Para pesquisar, pegue um táxi no posto Marly Sarney e vá à biblioteca José Sarney (que fica na maior faculdade particular, que, dizem as más línguas, também é do Sarney). Para ler notícias, tem o jornal Estado do Maranhão, que também é do Sarney, ou a televisão do Sarney. Para saber sobre contas públicas, vá ao Tribunal de Contas Roseana Sarney Murad. Para sair da cidade, atravesse a ponte José Sarney, pegue a Avenida José Sarney, vá para a rodoviária Kiola Sarney e então, depois de algumas horas nas estradas e rodoviárias "maravilhosas" do Maranhão, você chegará ao município José Sarney. Não gostou? Quer reclamar? Pode me processar que eu vou responder no fórum desembargador Sarney!" março de 2007

Mas, como nada disso parece entrar na cabeça de algumas pessoas, como elas continuam achando que estou defendendo Sarney e não denunciando a maré de denúncias que tem como objetivo retirá-lo de lá para colocar alguém que, pelo menos, não seja adversário de Serra, vou usar uma charge de Chico Caruso, publicada na primeira página de O Globo de hoje, e que demonstra muito bem o que estou dizendo. A charge, repare, foi publicada originalmente em fevereiro de 88, portanto, há 21 anos.

http://www.viomundo.com.br/img/sarney_em_lama.jpg

Desde aquela época a imagem de Sarney se desfaz em lama, embora tenha sido eleito membro da Academia Brasileira de Letras depois disso, e seja articulista da Folha de São Paulo há anos.

Repito a pergunta: se todo mundo sabe quem é Sarney há tanto tempo, se as mutretas que estão denunciadas agora no Senado não começaram com ele – que recém foi empossado – por que toda a sujeira está sendo levantada agora: coincidência ou Serra?

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#69 Mensagem por Carnage » 26 Jun 2009, 16:05

http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/ ... more-31301
26/06/2009 - 09:19
O priapismo noticioso

Essas campanhas de exaustão, a que José Sarney está submetido, permite análises curiosas sobre o comportamento da imprensa.

A campanha tem que manter o leitor em permanente estado de orgasmo. Tem que gerar um grande escândalo por dia. É o priapismo noticioso.

Trabalhar bem um escândalo não é tarefa trivial. Exige apuração, conferência de dados, a palavra à parte atingida. E escândalos não caem do céu, como manchetes à mancheia.

Para atender à demanda por escândalo, recorre-se comumente a um recurso curioso, ridículo para quem tem senso crítico, mas com algum poder de persuasão para os que tem orgasmos com processos indiscriminados de linchamento. A palavra chave é “repercussão” e vou usar o Estadão para material didático.

1. Ontem o Estadão “acusou” um neto de José Sarney de ser correspondente bancário para empréstimos de crédito consignado no Senado. Há alguns problemas na denúncia. A autorização foi concedida em 2007, antes do avô ser presidente; existem outros correspondentes bancários; a consignação não é compulsória, pega o crédito quem quer. O máximo a que a reportagem chegou foi em uma coincidência de datas entre o contrato de representação do neto com um banco e sua autorização para operar algumas semanas depois. Poderia haver uma explicação simples: o neto procurou o banco, solicitou a representação e conseguiu a autorização do Senado. Como não existe exclusividade, cadê a irregularidade? É possível que outros bancos não tenham conseguido autorização? Possível é. Como é possível que exista favorecimento.É possível que, no final da linha, se encontre um escândalo. Só que a reportagem não encontrou. Ou porque não existe escândalo, ou porque não existem elementos ainda para uma reportagem. O Estadão publicou a pauta, em vez da matéria.

2. No dia seguinte, os demais jornais repercutem a “denúncia”. E o bravo Estadão dá a “repercussão”: “PF busca indícios de crime no caso do neto de Sarney”. A matéria é fantástica. (link) Segundo ela:

Um inquérito aberto pelo delegado Gustavo Buquer no dia 13 de maio apura a atuação da Contact. A empresa intermediava a relação entre servidores e os bancos conveniados com o Senado - um setor que movimenta cerca de R$ 144 milhões por ano na Casa.

Desde 2007, a Sarcris recebeu autorização de seis bancos para intermediar a concessão de empréstimos no Senado. Até ontem, quatro autorizações estavam em vigor. Adriano disse que o faturamento anual da empresa, montada em sociedade com um colega de escola, é de “menos de R$ 5 milhões”.


Ou seja, até agora existe apenas uma pauta. Mas como há o compromisso do orgasmo diário, publicaram a pauta como se matéria fosse. Aí o leitor dirá: mas com o histórico de Sarney, tudo bem. Só que o desrespeito não foi apenas contra os direitos dos Sarney mas contra o exercício correto do jornalismo.

Uma das primeiras tarefas dos policiais será verificar se há ligação direta entre a Sarcris e pelo menos três empresas registradas em nome da ex-babá de Zoghbi, a Contact, a BM e a BC Assessoria e Crédito. Só a Contact recebeu R$ 2,3 milhões do banco Cruzeiro do Sul, uma das instituições autorizadas a operar no Senado.

Outra missão será averiguar se José Adriano aproveitou-se do poder político do avô para ser contratado pelos bancos para intermediar empréstimos com o Senado. Caso os policiais cheguem a essa conclusão, a investigação poderá subir para o Supremo Tribunal Federal (STF), por causa do foro privilegiado de Sarney.


Caso Ricardo Gandour seja acusado de ter matado Maria Antonieta, na Revolução Francesa, será submetido a um tribunal de exceção. Caso minha avó fosse roda, eu seria bicicleta. Caso… caso… suponha… suponha….

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#70 Mensagem por Carnage » 26 Jun 2009, 16:07

http://www.viomundo.com.br/voce-escreve ... poia-lula/
Sarney põe 'atos secretos' na internet e sugere que 'campanha midiática' é porque apóia Lula

Atualizado em 25 de junho de 2009 às 20:47 | Publicado em 25 de junho de 2009 às 20:02

O presidente do Senado, José Sarney, (PMDB-AP), divulgou no início desta tarde a seguinte nota:

“Sobre a matéria divulgada hoje pelo jornal O Estado de S. Paulo, considero os esclarecimentos prestados pelo meu neto José Adriano Cordeiro Sarney, pessoa extremamente qualificada com mestrado na Sorbonne e pós-graduação em Harvard, suficientes para mostrar a verdadeira face de uma campanha midiática para atingir-me, na qual não excluo a minha posição política, nunca ocultada, de apoio ao presidente Lula e seu governo.”

http://www.viomundo.com.br/img/Portal_do_senado.jpg

Desde ontem todos os atos administrativos e informações sobre orçamento, pessoal e licitação do Senado estão disponíveis na internet no Portal da Transparência. Foi o próprio Sarney que autorizou.

No portal estão a íntegra de 312 boletins administrativos que deixaram de ser publicados entre 1995 e 2009. Os chamados ''atos secretos'' que foram objeto de vários pronunciamentos no Plenário do Senado.

Os mecanismos de pesquisa das empresas que prestam serviço ou que fornecem bens ao Senado presentes no portal permitem ao interessado conhecer, por exemplo, os contratos de seguro do Senado, incluindo seus valores. Além da listagem de servidores efetivos e comissionados, o portal está preparando a lista de contratos de prestação de mão de obra (terceirizados). Se o interesse for em licitações, o usuário tem à disposição os editais e as notas de esclarecimentos e o andamento dos processos de seleção.

O portal contém as despesas cobertas com as verbas indenizatórias – cada senador tem direito a até R$ 15 mil por mês em despesas relacionadas ao exercício do mandato, como gastos com locomoção e manutenção de escritório político em seus estados (fora pessoal). Essas despesas já vinham sendo apresentadas no site do Senado, mas agora fazem parte do Portal da Transparência.

O que acham disso?

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#71 Mensagem por Roy Kalifa » 26 Jun 2009, 17:45

Concordo que a mídia goste de fazer manchetes com escândalos e tragédias...

Agora, a desculpa do Sr. Sarney não cola. Todo mundo que é investigado, diz que o está sendo, so porque apóia o Presidente Lula.

Concluo que apoiar Lula é uma espécie de salvo conduto para se extrapolar as barreiras da ética e outras barreiras mais e não sofrer sanções futuras.

Corcorda companheiro Carnage ?

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#72 Mensagem por Carnage » 29 Jun 2009, 11:53

Roy Kalifa escreveu:Corcorda companheiro Carnage ?
Não.

Novamente, não sei se você entendeu bem as matérias, ou mesmo se leu tudo
Roy Kalifa escreveu:Agora, a desculpa do Sr. Sarney não cola. Todo mundo que é investigado, diz que o está sendo, so porque apóia o Presidente Lula.
A desculpa não é do sr. Sarney. Ele não a usou em momento algum. Tudo se refere a teorias levantadas pelos articulistas.

Isso porque estes atos do Sarney são velhíssimos e bem conhecidos. Não se descobriu hoje que ele é um coronelão do Maranhão. Todo mundo sabe disso. Ele devolveu o governo do estado a sua filha num tapetão vergonhoso e imoral, e ninguém da mídia falou um ai. Existes denúncias e suspeitas contra ele datanda da década de 80, porque somente este mês resolveram levantar a bola?? A "farra das passagens aéreas" era procedimento comum a décadas no Legislativo. Todo mundo sabia, inclusive os jornalistas. Mas somente este ano vira "escândalo". Isso não lhe parece estranho?
Roy Kalifa escreveu:Concordo que a mídia goste de fazer manchetes com escândalos e tragédias...
Longe de ser uma desculpa, o fato é que a mídia gosta de fazer manchetes somente quando lhe convém ou convém a algum aliado. Por que demoraram 30 anos pra descobrir que o Sarney é um pulha? Por que só agora que estamos nas vésperas de uma eleição e o Sarney é aliado político (o pior que o Lula poderia arranjar) do presidente?

Sarney diz que está sofrendo perseguição, e é verdade! Só que o problema é que ele tem sim culpa no cartório, e muita. Só que até hoje ele era poupado pela mesma mídia. Agora ela virou casaca contra ele.

O sujo falando do mal lavado.

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#73 Mensagem por Carnage » 29 Jun 2009, 11:55

http://www.paulohenriqueamorim.com.br/?p=13025
Senado: oposição inventa novo “mensalão” com apoio da imprensa, diz Maurício Dias

27/junho/2009 15:39

Na edição de Carta Capital que chegou neste final de semana às bancas, Maurício Dias diz, na coluna Rosa dos Ventos, que o presidente Lula vive um paradoxo ao defender o senador José Sarney. Aparentemente, Lula “defende o indefensável”, num lance político ousado.

Leia a seguir a entrevista de Maurício Dias a Alberto Ramos, editor do Conversa Afiada.

E ouça aqui a íntegra da entrevista com Maurício Dias: http://www.paulohenriqueamorim.com.br/w ... ioDias.mp3


Conversa Afiada- Por que o presidente Lula defende Sarney?

Maurício Dias – É preciso dizer primeiro que o apoio do presidente Lula ao senador José Sarney é um apoio político. O que significa que o presidente, aliás, ele deixou isso claro, dá apoio à qualquer irregularidade que tenha sido cometida no Congresso e, suponho, por quem quer que seja. É um apoio, portanto, político. O presidente Lula não tem saída. Ele faz política. E eu suponho que tudo o que a aposição gostaria que o presidente Lula fizesse é exatamente dar as costas a seus aliados.
Porque esses aliados de agora já foram velhos cúmplices dessa oposição em tempos passados. E principalmente durante a ditadura militar. Então o presidente defende politicamente. A oposição está no papel dela, até certo ponto, de bater lata, para fazer barulho com qualquer erro que surja no Congresso. E acho que o Congresso tem mesmo que ser fiscalizado. Mas a gente vê que estão querendo transformar – pelo menos até agora – tudo numa grande crise política da mesma forma que tentaram durante o episódio do caixa dois.

Por exemplo, vejamos o caso de certas acusações que estão aí que hoje, a coisa já baixou para o pé da informação e eram manchetes. Como o fato do neto do presidente do Senado, José Sarney, intermediar empréstimo consignado no Congresso. Onde está a irregularidade nisso? A gente pode supor que aja algum tipo de benefício, de privilégio para o neto do Sarney? É possível, mas é irregular o que ele está fazendo? Se for irregular tem que julgar e condenar quem for responsável. Jogam tanta poeira nos olhos que as pessoas às vezes ficam sem perceber, mesmo nós, às vezes ficamos muito paralisados diante das acusações.

Não resta dúvida que tem muito problema no Congresso, seja na Câmara, seja no Senado. Privilégios que parecem absurdos e certamente são. É uma cultura essa do país, a cultura do patrimonialismo e também a cultura de Brasília. Brasília desenvolveu uma cultura de privilégios e benefícios. Começou tudo quando o presidente Juscelino Kubitschek passou a oferecer certos privilégios para que os funcionários públicos se deslocassem para a Capital.

CAF – Ou seja, não começou com Sarney?

MD – Exatamente. Quando o Senado, o Congresso era no Rio de Janeiro, o único cidadão que tinha direito a um aluguel pago pelo Senado era o presidente da Casa. Todos os outros iam morar em apartamentos que alugavam. Lá em Brasília construíram residências para os políticos. Isso é um privilégio. Depois, a partir daí, vieram outras coisas que verdadeiramente nos horrorizam. Agora, se tiver irregularidade, tem que investigar. Existe um pacto de senadores com essa burocracia do Congresso, do Senado, que é muito complicado: 381 diretorias que existiam, tinha até diretor de garagem. Evidentemente isso é um absurdo que tem que acabar. Por isso é fundamental a fiscalização.

CAF – O próprio Sarney diz que o volume que essa crise atingiu na imprensa se deve ao fato de ele apoiar o presidente. Nesse sentido é possível perceber que a crise no Senado e manifestações pela saída dele da presidência do Senado são predominantes em toda a grande imprensa. Até que ponto o que ele diz pode ser considerado de fato?

MD – Isso é claro. Nisso o presidente Sarney, presidente do Senado, tem absoluta razão. Aliás, o Paulo Henrique Amorim já escreveu isso e já deixou no blog aí durante um tempo. Mostrando que de repente descobrem que Sarney é tudo de mau. Se ele é tudo de mau agora, ele já era há algum tempo atrás. Vamos lembrar outra coisa dessa crise: a conta do Senado na Caixa Econômica…

CAF – As duas contas.

MD – Fizeram um ato disso uma coisa absurda. Tudo indica, até agora, que é uma coisa absolutamente normal, até porque estava publicada. Ficava no Siafi, o sistema de informações dos gastos públicos.

CAF – Se ela já estava no Siafi, não podia ser secreta.

MD – Exatamente. Isso é óbvio. Mas acho que a imprensa, evidentemente, está fazendo apenas o eco da oposição. Ela não está vendo nada. Igualzinho a crise do caixa dois. Estão querendo transformar isso num problema muito maior e muito mais grave. Mas a oposição, e volto a dizer, até certo ponto tem razão. Tem razão em fazer isso em pegar qualquer coisinha e dar uma dimensão muito maior. A imprensa é que está repetindo isso de maneira absurda, sem nenhuma reflexão. E evidentemente, se você olhar a situação que está agora, a Câmara vota os projetos, eles vão para o Senado e lá está paralisado. O Senado é a grande armadilha do governo Lula, porque lá a oposição tem uma força maior. Por isso, inclusive, que uma das metas do PT em 2010 é fazer uma aliança e fazer mais senadores para ver se equilibra no próximo governo, que o PT acha que vai ser a Dilma. Para ela tenha uma administração menos complicada e menos conturbada.

CAF – Hoje, nesse contexto político do Senado, o Lula tem alguma outra opção a não ser apoiar Sarney?

MD – Ele não tem nenhuma outra opção. O presidente Lula fala: olha, apura o que tiver de irregularidade, mas ele está fazendo a defesa política de um aliado. Agora, não tem saída. E a política é uma coisa que não é ciência, não é religião. Política é política. É uma coisa que não é feita com ética absoluta. Isso já está dito desde Platão. Quem não tiver estômago para segurar a política que não faça política. Que se torne apenas uma presa da política.

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#74 Mensagem por Carnage » 29 Jun 2009, 11:58

http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/ ... more-31342
29/06/2009 - 09:15
Continua o festival Zé Sarney

Continua o festival priápico de escândalos do Senado:

1. A Folha traz a momentosa revelação de que um ex-assessor de Sarney trabalhou na empresa do neto do… Sarney (furo igual só o de O Globo de ontem, que anunciou o segredo que permaneceu guardado por 15 anos: no lançamento do Plano Real foi encomendada à Casa da Moeda uma quantidade enorme de papel-moeda real. Novidade seria se fosse dobrão).

2. A mesma Folha fala dos favores a Arthur Virgilio. E diz que, o fato do denunciante ter sido denunciado amplia a crise de quem ele denunciou. Vá se entender.

3. O Estadão anuncia que Arthur Virgilio pronunciará novamente um duro discurso contra Agaciel Maia. Qual o motivo? Não pergunte para os leitores do Estadão, que eles não foram informados.

Vamos aos pontos que interessam.
Todos os senadores foram beneficiários dos atos do Agaciel Maia, que se manteve no controle do Senado pela incrível capacidade de fazer amigos senadores com favores. Era um padrão. O relatório da FGV mostra um quadro caótico que permitiu à Direção Geral se tornar a todo-poderosa do Senado graças à sua capacidade de quebrar galho de todos os senadores.

Se abrir os tais decretos secretos, não fica um, meu irmão.

Há duas maneiras de tratar esse problema.

A maneira óbvia será implementar o projeto preparado pela FGV, que reformula administrativamente o Senado, tira das mãos da Diretoria Geral o poder de que se viu revestido, acaba com os atos secretos e com as maracutaias na terceirização. Com a pressão da opinião pública, certamente tornará públicos todos os atos da mesa.

A segunda maneira é derrubar Sarney. Com a queda de Sarney, haverá algumas consequencias interessantes:

1. Um coronel, símbolo do atraso, será punido. Em seu lugar entrará outro coronel, símbolo do atraso.

2. Provavelmente haverá atraso na implantação da reforma da FGV. Na política, as mudanças só ocorrem sob pressão. O pressionado da vez é Sarney. A ele não resta a alternativa que não a de implementar o projeto que contratou. Caindo Sarney, a opinião pública midiática estará satisfeita e as reformas estruturais, deixa prá lá.

Outra consequência da saída de Sarney será instituir um fator adicional de instabilidade política. É evidente o jogo de criar um banzé político com vistas às eleições de 2010. Está nítido no acúmulo de CPIs sem foco, tanto no Senado quanto na Câmara. Sarney não incomodo pelo que fez a vida toda. Incomoda porque impede que se bote fogo no Senado.

De todos os colunistas e blogueiros que escrevem sobre Sarney, nenhum teria mais razões pessoais para criticá-lo. Fui alvo de perseguição dele nos anos 80, quando denunciei as mazelas do Saulo Ramos. Ele conseguiu minha saída da Folha - e o Otavinho sabe bem as razões e, certamente, um dia as revelará. Voltei - a convite do jornal - apenas depois que mudou o governo. Haveria melhor hora para a vingança?

Mas qual o preço? Tresloucados como Arthur Virgilio botando fogo no país, a mídia ganhando novo alento para criar factóides em cima de factóides, o panorama político de 2010 se incendiando, jogando por água abaixo os esforços de todos os que lutam por uma transição tranquila, vença quem vencer?

Se houvesse sinceridade nessa campanha, se exigiria de Sarney um prazo para implementar todas as medidas de mudança organizacional e de transparência no Senado.

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#75 Mensagem por Carnage » 29 Jun 2009, 12:03

E falando em Arthur Virgilio, o indignadíssimo líder do PSDB no Senado.

http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/ ... os-catoes/
28/06/2009 - 14:19
A lógica monótona dos catões


De O Globo
Virgílio também teve funcionário fantasma


Ex-secretário recebia salário mesmo morando no exterior

Isabel Braga

BRASÍLIA. O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), admitiu ontem ter mantido um funcionário fantasma em seu gabinete.

Carlos Alberto Nina Neto, que foi seu secretário particular, continuou recebendo salário da Casa quando foi morar no exterior. O senador reconhece o erro, mas afirma que o fato é usado pelo ex-diretor geral do Senado Agaciel Maia para chantageálo. Nina Neto é filho de um amigo e assessor do tucano, Carlos Homero Vieira Nina.

A denúncia de que o tucano manteve um funcionário fantasma foi publicada pela revista “IstoÉ”. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) também teria uma funcionária fantasma no gabinete. Segundo o jornal “Folha de S.Paulo”, Vânia Lins Uchôa Lopes foi contratada em abril de 2005, quando Renan Calheiros presidia o Senado.

Vânia está lotada no gabinete da presidência da Casa, mas não dá expediente lá. Ela é casada com um primo de Renan, Tito Uchôa. A assessoria de Sarney admitiu que há casos de assessores herdados de outras gestões, mas não se referiu diretamente ao nome de Vânia.

Senador diz que pedirá investigação sobre si mesmo Virgílio afirmou que vai abrir seu sigilo bancário e que entrará com uma representação no Conselho de Ética contra si próprio, para que sejam investigadas as denúncias, e contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e trabalhará na coleta de assinaturas para a CPI dos Atos Secretos.

- Cometo a idiotice de permitir que o filho de um grande amigo permaneça ligado ao meu gabinete por um tempo, uma imbecilidade, um gesto paternal equivocado. Agaciel queria que eu me calasse para ele continuar roubando o Senado. Vou pedir que o Conselho me investigue, não tenho nada a esconder - disse Virgílio.

Virgílio está no Amazonas, e disse não lembrar por quanto tempo Nina Neto recebeu salário.

O pai de Nina Neto, Carlos Homero, é funcionário do Senado desde 1979. Outro filho dele, Guarani Alves Nina, é secretário de Virgílio, lotado em seu gabinete. Um terceiro filho dele, Tomás Alves Nina, também já trabalhou para o senador.

De acordo com a reportagem, Agaciel teria depositado na conta de Virgílio US$ 10 mil quando o senador teve problemas com o cartão de crédito numa viagem particular a Paris, em 2003.

A revista diz que o Senado teria pagado R$ 723 mil pelo tratamento de saúde da mãe dele, quando o regimento permite gasto anual de R$ 30 mil.

Virgílio disse que pediu ajuda a Homero, que acionou Agaciel, de quem era amigo. Virgílio disse não saber que o dinheiro era de Agaciel. Sobre a mãe, o tucano lembrou que ela teve direito porque era mulher de ex-senador e que o ressarcimento foi referente a dez anos de tratamento do mal de Alzheimer.


Comentário

Nenhuma novidade nos neocatões. O problema do Congresso são as práticas, dos quais todos se beneficiavam. A crise é do Senado, efetivamente. O Globo publicou a matéria da IstoÉ sobre Arthur Virgilio - que o PSDB imprudentemente indicou para seu líder no Senado. Ou seja, o líder da oposição, o sujeito que quer botar fogo é beneficiário dos mesmos favores. Até aí, nenhuma novidade.

Pergunto: à luz dessas evidências, vai se insistir em fulanizar essa crise? O correto seria juntarem-se todos para a mudança mais rápida e eficiente possível no Senado. Mas alguém tem interesse nisso? Ao governo interessa um Senado que não dê trabalho; à oposição, um Senado que bote lenha na fogueira.


Por AC Oliveira

Caro Nassif e demais amigos. Qual é a lógica da Folha de São Paulo, capa de hoje:

“45% do Senado quer Sarney no cargo.”

Foram ouvidos, segundo a matéria, 69 dos 80 senadores.

36 dos ouvidos querem que o Sarney permaneça.

36 dos 69 representam: 52% a favor.

Contudo 36 dos 80 representam: 45% a favor.

Ou tem algum erro matemático meu?

Ou a Folha de São Paulo já tem certeza absoluta que os outros 11 senadores que não foram ouvidos são contra a permanência do Sarney, por isso, não precisavam ser perguntados, mas, computados.

Ou a Folha de São Paulo acha que eu sou um idiota?

Detalhe, para zumbizar de vez, na matéria interna, diz: 22 optaram pela licença, 11 (dos 69 consultados) não quiseram se manisfestar. Nenhum defendeu a renúncia

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