Relembrando o passado (Eleições presidenciais 2010)

Espaço destinado a conversar sobre tudo.

Regras do fórum
Responder

Resumo dos Test Drives

FILTRAR: Neutros: 0 Positivos: 0 Negativos: 0 Pisada na Bola: 0 Lista por Data Lista por Faixa de Preço
Faixa de Preço:R$ 0
Anal:Sim 0Não 0
Oral Sem:Sim 0Não 0
Beija:Sim 0Não 0
OBS: Informação baseada nos relatos dos usuários do fórum. Não há garantia nenhuma que as informações sejam corretas ou verdadeiras.
Mensagem
Autor
Carnage
Forista
Forista
Mensagens: 14726
Registrado em: 06 Jul 2004, 20:25
---
Quantidade de TD's: 663
Ver TD's

Relembrando o passado (Eleições presidenciais 2010)

#1 Mensagem por Carnage » 21 Jul 2009, 17:52

Maravilhoso esse mundo da intenet, onde nada se perde e tudo fica registrado!

Achei a notícia bastante interessante, às vésperas do segundo turno que levaria Lula a seu primeiro mandato como presidente, o adversário José Serra e seus aliados tentam explorar o medo que o passado do PT (que eles ignoraram completamente, diga-se de passagem da mesma forma que o PSDB ignora o dele, agindo hoje como um partido de extrema direita) provocaria nos eleitores.

Para eles, o governo do Lula seria um caos completo.

Que acham das previsões hoje? Se concretizaram?

http://www1.folha.uol.com.br/folha/bras ... 0600.shtml
17/10/2002 - 05h14
Serristas unificam "teoria do caos"
da Folha de S.Paulo, em Brasília


Após reunião com o presidente Fernando Henrique Cardoso - a primeira nesta campanha presidencial realizada no Palácio da Alvorada - , o comando político da campanha do presidenciável tucano, José Serra, unificou o discurso de que a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode significar caos econômico e administrativo para o país e classificou a campanha petista de "estelionato eleitoral".

O presidente pediu empenho dos líderes para prestigiar a candidatura Serra. A proposta é sair do isolamento do primeiro turno e mobilizar 3.000 prefeitos do PSDB, PMDB e PFL nesta semana. Ficou marcada para a próxima quarta outra reunião no Alvorada, a quatro dias das eleições.

FHC, segundo relato dos presentes, assentiu com a cabeça quando o presidente do PSDB, o deputado federal José Aníbal (SP), usou a expressão "estelionato eleitoral". Na reunião com líderes e presidentes de partidos, FHC deu a entender que aprova a linha dura do programa de TV de Serra.

Em alusão indireta a Lula, afirmou: "Estão prometendo isso e aquilo, mundos e fundos, mas, na hora de governar, vão ver como é difícil". O próprio presidente lembrou de sua célebre frase de que seria "fácil governar o Brasil". FHC falou que se enganou.

De acordo com aliados que participaram do encontro, o presidente manterá, em público, a mesma "compostura" exibida anteontem, quando disse, em discurso na CNI (Confederação Nacional da Indústria), que o caminho do país será mantido seja quem for seu sucessor.

Para eles, a declaração foi um recado a respeito da força das instituições democráticas brasileiras para o público externo e não contradiz a atual campanha tucana.

"Tem horas em que o governo é uma coisa e a campanha é outra mesmo. O presidente fala para dentro toda hora e fala para fora toda hora. Ele tem sabido se envolver na campanha com compostura e não se envolver a partir do momento em que a compostura falisse", explicou o deputado Arthur Virgílio (PSDB-AM), líder do governo no Congresso.

"Estelionato eleitoral"

Aníbal afirmou após a reunião que Lula teria assumido tantos compromissos que "não se pode saber o caminho para o Brasil, tal é o grau de indefinição e de dissimulação da campanha. Não se sabe o que significará um governo do PT. É quase um estelionato eleitoral".

Segundo relato de Aníbal, FHC teria concordado com a avaliação do comando da campanha: "O presidente disse que compartilha conosco dessa avaliação". Questionado sobre as declarações feitas no dia anterior por FHC na CNI, Aníbal disse que foi uma afirmação de quem tem a responsabilidade de governar o país.

Segundo o deputado Michel Temer (SP), presidente do PMDB, FHC desempenha dois papéis distintos nestas eleições. "Há uma exigência do cenário internacional de revelar que nós estamos vivendo plenamente o sistema democrático, e, seja qual for o candidato eleito, o Brasil vai continuar. Mas não há dúvida, hoje isso ficou muito definido, que segurança absoluta nós teremos é com o candidato Serra", disse Temer, para quem "uma coisa é o presidente do país, outra coisa é o presidente interessado na eleição de José Serra". O líder do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA), disse que FHC teve a intenção de frear "qualquer perspectiva de golpe ou atentado à democracia" em seu último discurso.

"Nunca vi o candidato [Serra] dizer na televisão que a vitória de quem quer que seja possa significar ferir as instituições democráticas. O que o candidato tem dito na televisão é que a vitória de um programa que não tem consistência pode significar o caos do ponto de vista econômico e administrativo e um retrocesso do país nessa inserção mundial", disse.

Para os aliados, as propostas de Lula não são consistentes com o controle e as metas de inflação. "O PT vai reajustar o funcionalismo público, vai reaparelhar as Forças Armadas, vai fazer as casas populares que prometeu, vai baixar os juros drasticamente, ou quando chegar à realidade tudo vai ser diferente?", ironizou Arthur Virgílio. Segundo ele, o compromisso sério significa "sacrificar qualquer coisa", inclusive aumentar as taxas de juros em detrimento da candidatura.


Nos últimos nove dias de campanha, Serra vai insistir em mais duas teses: Lula estaria fugindo dos debates porque não está preparado para debater, e o PT estaria sendo derrotado nos Estados que governa. Na avaliação de FHC é muito difícil, mas Serra ainda teria condições de reverter a larga desvantagem em relação a Lula. Segundo a pesquisa Datafolha divulgada no domingo, Lula teve 58% contra 32% de Serra.

A eventual "virada", expressão usada pelos aliados de Serra, estaria baseada no tripé: programa no horário eleitoral gratuito crítico, mobilização dos prefeitos que apóiam o tucano e insistir em realizar mais de um debate de TV entre o tucano e o petista.

Participaram do encontro: Marco Maciel, Michel Temer, José Aníbal, Jarbas Vasconcelos, Arthur Virgílio, Renan Calheiros, Geddel Vieira Lima, Heráclito Fortes, Jutahy Magalhães e Gilberto Kassab.

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Vlad_Vostok
Forista
Forista
Mensagens: 664
Registrado em: 08 Jan 2007, 21:28
---
Quantidade de TD's: 24
Ver TD's

#2 Mensagem por Vlad_Vostok » 21 Jul 2009, 23:18

Caramba!! . Qto topico pro Lula . Assim fica fácil acertar o pato.

Edição nº 433

ESPECIAL

A nota dele foi 5,2


Na campanha de 2002, antes de virar presidente, Lula fez mais de 700 promessas. A análise das mais importantes em 16 áreas mostra que ele cumpriu mais da metade do que foi prometido

No capítulo 18 de O Príncipe, o escritor florentino Nicolau Maquiavel, um dos maiores pensadores da política, afirmou: "A experiência nos faz ver que os príncipes que mais se destacaram pouco se preocuparam em honrar suas promessas". Um pouco mais adiante, Maquiavel recomenda: "Não pode nem deve um soberano prudente cumprir as suas promessas quando um tal cumprimento ameaça voltar-se contra ele e quando se diluem as próprias razões que o levaram a prometer".

Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição, falou a uma platéia de educadores sobre as promessas feitas por ele na campanha presidencial de 2002. Lula deu novas explicações para justificar por que um político nem sempre honra a palavra. "Se a gente não cumprir, é porque houve fatores extraterrestres que não permitiram que cumpríssemos", disse o presidente. "De uma coisa, podem ter certeza: não será por falta de esforço, por falta de compromisso e por falta de lealdade aos princípios que me fizeram chegar à Presidência da República que não vamos cumprir." Há razões nobres e compreensíveis para um governante não cumprir suas promessas. Elas podem enfrentar resistências políticas insuperáveis, deixar de ser necessárias ou simplesmente se revelar equivocadas. Mas as promessas de campanha formam uma espécie de contrato político com a sociedade. Quando é eleito, o governante recebe mandato do eleitor para executar um programa. Verificar o cumprimento das promessas de Lula permite, no momento em que ele se candidata à reeleição, avaliar até que ponto foi fiel ao contrato firmado com a sociedade.

Lula lançou, na semana passada, seu programa de governo na campanha por mais quatro anos no Palácio do Planalto. É, por enquanto, só uma carta de intenções genérica, e o PT prometeu detalhá-la. O novo programa não faz um balanço do atendimento das promessas contidas em seu congênere de 2002. Ao longo dos últimos cinco meses, ÉPOCA se encarregou de fazê-lo. Realizou uma exaustiva investigação para cotejar o que Lula prometeu na campanha de 2002 e o que entregou desde a posse. Compilou mais de 700 promessas nas 89 páginas do programa de governo, nas 452 páginas dos 15 cadernos temáticos, nos pronunciamentos de Lula nos três debates e entrevistas na TV e ainda nas declarações publicadas nos jornais em três meses de campanha: agosto, setembro e outubro de 2002.

Na segunda etapa, a reportagem filtrou o que era relevante e merecia ser analisado em profundidade. Os dois critérios adotados foram a ênfase dada por Lula à promessa e a importância dela para cada área. Ajudaram nessa seleção especialistas nos 16 segmentos em que as promessas foram agrupadas. Foram convidados apenas aqueles que não tinham vínculo formal com o governo, com o PT ou com a oposição. Ao final, sobraram as 111 principais promessas analisadas nesta série de reportagens. Os especialistas também ajudaram a avaliar o cumprimento de cada uma delas. Por fim, os representantes do governo foram procurados para comentar. Técnicos e secretários-executivos, além de nove ministros, deram entrevistas. Para facilitar o entendimento, o balanço final de cada promessa foi traduzido em notas, conforme critério exposto no quadro da página 33. A nota final média do governo foi 5,2. Lula foi aprovado na execução do contrato que firmara com a sociedade. De raspão.

Em um dos principais itens da prova - o crescimento econômico -, Lula foi reprovado. Nos documentos da campanha de 2002, Lula dizia que o país precisava crescer em média 5% ao ano
. Eleito, continuou prometendo. Chegou a dizer que o Brasil, sob sua administração, passaria pelo "espetáculo do crescimento". O avanço da economia brasileira nestes últimos anos não chegou nem perto do desempenho espetacular prometido. Essa expressão, infelizmente, ainda só pode ser usada para apontar o ritmo de desenvolvimento econômico atingido por China, Índia e outros países emergentes, concorrentes do Brasil no cenário internacional. Enquanto esses países apresentam índices anuais de crescimento de até 11%, o Brasil se acostumou a taxas de crescimento medíocres, como a divulgada, na semana passada, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De abril a junho, a economia brasileira cresceu apenas 0,5%. O índice obrigou os economistas a rever para baixo as estimativas para 2006. Neste ano, ao contrário do que prometia Lula em 2002, os 5% continuarão a ser uma miragem.

http://revistaepoca.globo.com/Revista/E ... 09,00.html

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Carnage
Forista
Forista
Mensagens: 14726
Registrado em: 06 Jul 2004, 20:25
---
Quantidade de TD's: 663
Ver TD's

#3 Mensagem por Carnage » 22 Jul 2009, 11:22

Vlad_Vostok, esqueceu de mencionar a data desta reportagem, que é de 04/09/2006.

Dados atuais que englobem o segundo mandato seriam interessantes.

Seria interessante também mostrar quantas promessas de campanha FHC cumpriu.

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Mr. Blonde
Forista
Forista
Mensagens: 1953
Registrado em: 17 Nov 2006, 15:46
---
Quantidade de TD's: 128
Ver TD's

#4 Mensagem por Mr. Blonde » 22 Jul 2009, 15:08

Vlad_Vostok escreveu:Caramba!! . Qto topico pro Lula . Assim fica fácil acertar o pato.


Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição, falou a uma platéia de educadores sobre as promessas feitas por ele na campanha presidencial de 2002. Lula deu novas explicações para justificar por que um político nem sempre honra a palavra. "Se a gente não cumprir, é porque houve fatores extraterrestres que não permitiram que cumpríssemos",
](*,)

Não, não, não...

Tinha que ser o EXTRATERRESTRE!

O mlk sem-noção, não dá uma dentro :lol:

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Roy Kalifa
Forista
Forista
Mensagens: 3840
Registrado em: 25 Mai 2008, 18:37
---
Quantidade de TD's: 128
Ver TD's

#5 Mensagem por Roy Kalifa » 22 Jul 2009, 16:04

Na verdade já estou cansado das nossa opções eleitorais: Ou é PSDB ou PT.
Ambos se mostraram fracos no combate a corrupção e nas questões ambientais.

Gostaria de uma opção mais "mão de ferro" com mais controle rígido sobre questões importantes, como violência, meio ambiente, saúde pública e educação.

É possível ?

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

bullitt
Forista
Forista
Mensagens: 2406
Registrado em: 07 Nov 2005, 14:45
---
Quantidade de TD's: 9
Ver TD's

#6 Mensagem por bullitt » 22 Jul 2009, 17:26

Roy Kalifa escreveu:Na verdade já estou cansado das nossa opções eleitorais: Ou é PSDB ou PT.
Ambos se mostraram fracos no combate a corrupção e nas questões ambientais.

Gostaria de uma opção mais "mão de ferro" com mais controle rígido sobre questões importantes, como violência, meio ambiente, saúde pública e educação.

É possível ?

É muito díficil. Existem sempre outras opções menos óbvias, mas são opções que assustam empresários e investidores, e aí já se sabe o que acontece (fuga de capital, disparada do dólar, etc.)

Dentro do cenário atual, pelo menos quanto à presidência do país, prefiro manter as duas opções principais na briga (PT e PSDB). Para manter a relativa tranquilidade econômica e a sua continuidade. Mas só isso, porque nenhuma das opções atuais me agrada. Em relação ao PT principalmente não me agrada essa farra de gastos e cabidão de empregos.

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Carnage
Forista
Forista
Mensagens: 14726
Registrado em: 06 Jul 2004, 20:25
---
Quantidade de TD's: 663
Ver TD's

#7 Mensagem por Carnage » 23 Jul 2009, 11:03

Roy Kalifa escreveu:Na verdade já estou cansado das nossa opções eleitorais: Ou é PSDB ou PT.
Ambos se mostraram fracos no combate a corrupção e nas questões ambientais.

Gostaria de uma opção mais "mão de ferro" com mais controle rígido sobre questões importantes, como violência, meio ambiente, saúde pública e educação.

É possível ?
Concordo!

Infelizmente, não vejo essa opção.

Na verdade, opções existem, mas a grande maioria dos brasileiros prefere votar numa das duas grandes opções, e se você quiser mudar, não consegue nada. Acaba sendo que você vota numa das duas apenas pra tentar evitar a outra que você acha a pior.

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Carnage
Forista
Forista
Mensagens: 14726
Registrado em: 06 Jul 2004, 20:25
---
Quantidade de TD's: 663
Ver TD's

#8 Mensagem por Carnage » 23 Jul 2009, 11:07

bullitt escreveu:Em relação ao PT principalmente não me agrada essa farra de gastos e cabidão de empregos.
Concordo também. Infelizmente quanto a isso o PSDB não é remédio. Enquanto o PT prefere distribuir cargos no governo pra amigos, o PSDB prefere terceirizar as coisas pra empresas privadas que pertencem aos amigos deles, pagando pra elas muito mais do que vale o serviço.

Quanto a isso, não sei dizer qual opção é a pior.

Só sei que, pelo exemplo de 16 anos em São Paulo, o PSDB da ala paulista é bastante incompetente administrativamente.

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Tricampeão
Forista
Forista
Mensagens: 13803
Registrado em: 22 Set 2005, 16:06
---
Quantidade de TD's: 56
Ver TD's

#9 Mensagem por Tricampeão » 24 Jul 2009, 20:12

Carnage escreveu:
Roy Kalifa escreveu:Na verdade já estou cansado das nossa opções eleitorais: Ou é PSDB ou PT.
Ambos se mostraram fracos no combate a corrupção e nas questões ambientais.

Gostaria de uma opção mais "mão de ferro" com mais controle rígido sobre questões importantes, como violência, meio ambiente, saúde pública e educação.

É possível ?
Concordo!

Infelizmente, não vejo essa opção.

Na verdade, opções existem, mas a grande maioria dos brasileiros prefere votar numa das duas grandes opções, e se você quiser mudar, não consegue nada. Acaba sendo que você vota numa das duas apenas pra tentar evitar a outra que você acha a pior.
Discordo. Não adianta eleger presidente de partido pequeno. Sem base parlamentar, não se faz nada. Imaginem ganhar alguém daquela merda do PPS. O cara ia ter que fazer alianças de última hora e usar as legendas de aluguel para obter maioria no Congresso. Ou seja, corrupção pura.
É justamente para evitar esse tipo de coisa que a eleição tem 2 turnos. Idealmente, quem deve ganhar é o partido, não o candidato.

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Sempre Alerta
Forista
Forista
Mensagens: 1538
Registrado em: 21 Jul 2005, 14:11
---
Quantidade de TD's: 220
Ver TD's

#10 Mensagem por Sempre Alerta » 25 Jul 2009, 12:23

O que estamos precisando é de uma verdadeira reforma política pois do jeito que está, qualquer um que seja eleito, fica refém de partidos fisiológicos para obter a maioria.

Recentemente o Aécio disse que ninguém consegue governar sem o apoio do PMDB, o que é uma verdade..

Acho que um regime parlamentarista, com partidos fortes, seria a melhor opção.

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

florestal
Forista
Forista
Mensagens: 3306
Registrado em: 08 Ago 2004, 09:15
---
Quantidade de TD's: 127
Ver TD's

#11 Mensagem por florestal » 25 Jul 2009, 13:23

Tricampeão escreveu: Imaginem ganhar alguém daquela merda do PPS. O cara ia ter que fazer alianças de última hora e usar as legendas de aluguel para obter maioria no Congresso. Ou seja, corrupção pura.
O ódio suscitado na militância petista pelo PPS deve-se a intransigente defesa da coisa pública feita por esse partido.

Abaixo, mais um excelente artigo que pode ser visto no site do PPS. A entrevista aponta para a necessidade de criarmos partidos ideológicos no Brasil, como os países europeus mais modernos:

Roberto Romano: Vivemos com uma ética distorcida


O filósofo Roberto Romano diz que o foro privilegiado concedido aos políticos é uma licença para a delinquência


O sentimento de impunidade que alguns políticos brasileiros exibem, sustentando-se nos cargos mesmo debaixo de denúncias de desmandos, nepotismo e abuso de poder, é comparável ao dos nobres no período absolutista - considerado o mais corrupto da história moderna. Essa é a opinião do filósofo Roberto Romano, professor titular de Ética e Filosofia Política do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp. Na entrevista abaixo, ele afirma que "até os garotos dessas dinastias políticas que se formam no Brasil têm certeza que o papai e o vovô não serão punidos".

Como explicar a permanência do presidente do Senado no cargo, após todas as denúncias contra ele e sua família, sem se sentir envergonhado e sem que a sociedade demonstre indignação? Na Inglaterra, um escândalo semelhante causou a queda de ministros e pedidos de desculpas.

Acho que vivemos numa sociedade com uma ética profundamente distorcida. Isso tem raízes históricas e raízes sociais propriamente brasileiras. Raízes históricas porque surgimos para a vida, enquanto gente, no período absolutista - um período de superconcentração de poderes na mão do rei; e da necessária bajulação do rei para se conseguir alguma coisa em termos de recursos, de glórias, etc. O nosso parâmetro original, portanto, já é o parâmetro do período absolutista, o mais corrupto da história moderna. Quando veio para o Brasil, d. João VI veio para evitar aquela "desgraça" da revolução puritana inglesa e das revoluções francesas e norte-americana. Veio estabelecer um Estado absolutista fora de tempo, anacrônico, ao qual o senhor seu filho, d. Pedro I, deu continuidade.

Mas depois veio a República.

No início da República tivemos um ensaio de liberalismo, uma tentativa de estabelecer um Estado minimamente democrático. Mas fracassou. Os costumes já estavam enraizados na ordem pública. Verifica-se então o retorno à prática antiga, dando-se ao presidente da República quase que as prerrogativas do imperador.

Vem daí a "ética distorcida"?

Ética é o conjunto de valores - ou de contravalores - que, de tão repetidos, se tornam automáticos, praticados até de forma inconsciente. E qual é a nossa memória? Ela é antiliberal, antidemocrática, não republicana. Quem está na escala hierárquica do poder não se julga obrigado a prestar contas a ninguém, como no sistema absolutista.

Quer dizer que, embora as pessoas digam que os políticos não têm ética, eles têm?

Eles têm essa ética aí, que estamos vendo. Com a centralização do poder e a falta de autonomia dos municípios e Estados, os políticos brasileiros atuam como mediadores com os donos do poder. Se um senador ou um deputado federal não traz obras para os município, ele não consegue se reeleger na sua base. Existe, portanto, um conúbio, uma cumplicidade, inconsciente muitas vezes, em que o eleitor colabora com o seu voto para o "é dando que se recebe", nesse sistema distorcido, sem federação e sem república. Para ter recursos, o político faz concessões e chantageia o Executivo. E ele ainda julga que faz um favor quando consegue uma creche.

Ele é um despachante de luxo?

Ele não se assume, de acordo com os preceitos do Estado Democrático de Direito, como fiscalizador e legislador. Veja a batalha que está ocorrendo no Congresso norte-americano, em torno da nomeação de Sonia Sotomayor para a Suprema Corte. O presidente tem maioria, mas a minoria questiona sem parar e a mulher se defende, luta pelo cargo. Compare com as audiências no Senado brasileiro para as nomeações de juízes do STF. Quando é mulher, a coisa chega ao nível do deboche. Elogiaram o vestido da Ellen Gracie, o penteado, a beleza. O discurso de um Wellington Salgado no Senado é de causar vergonha.

Dentro dessa ótica, como analisa a conversa debochada entre o neto de José Sarney e o pai, a respeito do seu emprego no gabinete do senador Epitácio Cafeteira?

É típico do Estado absolutista, em que os nobres se julgam acima das leis. Chamou minha atenção o que disseram do Cafeteira, que só faltou servir café para o menino. Ele não se mostrou um senador republicano, e sim um serviçal do clã.

O comportamento de políticos como Sarney é baseado no fato de se sentirem acima das leis?

Sim. Tudo piorou com o privilégio de foro (que permite permite aos políticos serem denunciados pelo procurador-geral da República e processados pelo Supremo). Privilégio de foro, numa República, é a mesma coisa que dar licença para a delinquência. Essas pessoas se julgam - e são efetivamente - impunes, inimputáveis. É piada dizer que o STF pode julgá-las. Até os garotos dessas dinastias políticas que se formam no Brasil têm certeza que o papai e o vovô não serão punidos.

Por que a sociedade não reage?

Entre outras coisas porque não temos partidos políticos democráticos e liberais no Brasil. Hoje o que predominam são federações de oligarquias. O DEM e o PMDB são duas grandes federações oligárquicas. Existe um PMDB no Rio Grande do Sul, outro no Rio de Janeiro, outro no Pará, outro no Maranhão... Os partidos são propriedades dessas federações, que não são democráticas, não realizam primárias, não fazem consultas para a modificação de programas, nem para a definição de candidatos. Nada mais igual aos partidos brasileiros do que os clubes de futebol: são os mesmos quadros dirigentes que estão lá há 50 anos, que controlam o caixa e o técnico, contratam jogadores, negociam. A torcida nunca é consultada.

Já tivemos a sociedade mobilizada, na época da ditadura.

A sociedade vive espasmos ciclotímicos. Numa hora todo mundo corre pelas Diretas Já, outra hora pelo impeachment do Collor e, na outra hora, fica no desânimo absoluto, como se estivéssemos condenados a esse destino da corrupção. É uma sociedade inoculada pelo vírus do absolutismo, do catolicismo conservador e da ausência de partidos políticos.

O senhor parece pessimista.

Existem coisas que, pela força do mercado, da urbanização, do avanço dos meios de comunicação, estão mudando, permitindo uma visão clara sobre o anacronismo entre a vida dos políticos e a vida real. As pessoas leem e ouvem os diálogos que vocês puseram na internet. Há uma consciência mais aguda.

Mas não suficiente?

Faça um levantamento de quantas ONGs existem na classe média e das que recebem recursos públicos. Vai entender porque as pessoas não vão às ruas. Ficaram realistas. E não há nada pior na democracia do que o realista, o sujeito que silencia diante das piores coisas da vida pública, com esperança de ter verba. Também considero alarmante e inaceitável o chefe de Estado, o presidente dizer que é preciso cuidado com a biografia de uma pessoa e de uma família com as características que vocês mostram, que a PF mostra.


Roberto Romano. Professor titular de Ética e Filosofia Política do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp. Doutorado em Filosofia pela École des Hautes Études en Sciences Sociales, na França, e pós-doutorado pela Universidade Estadual de Campinas. É autor de vários livros, entre os quais O Caldeirão de Medeia

http://portal.pps.org.br/portal/showData/154764

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Tricampeão
Forista
Forista
Mensagens: 13803
Registrado em: 22 Set 2005, 16:06
---
Quantidade de TD's: 56
Ver TD's

#12 Mensagem por Tricampeão » 25 Jul 2009, 17:54

florestal escreveu:
Tricampeão escreveu: Imaginem ganhar alguém daquela merda do PPS. O cara ia ter que fazer alianças de última hora e usar as legendas de aluguel para obter maioria no Congresso. Ou seja, corrupção pura.
O ódio suscitado na militância petista pelo PPS deve-se a intransigente defesa da coisa pública feita por esse partido.
O fato de você não conseguir argumentos para responder mostra que eu estou certo.
florestal escreveu:Abaixo, mais um excelente artigo que pode ser visto no site do PPS. A entrevista aponta para a necessidade de criarmos partidos ideológicos no Brasil, como os países europeus mais modernos:
Pelo visto, temos aqui um outro Vlad_vostok: um sujeito que sai colando citações que não entende e que não têm nada que ver com os assuntos em discussão. Roberto Romano diz textualmente que a corrupção "tem raízes históricas e raízes sociais propriamente brasileiras" e que "Tudo piorou com o privilégio de foro". Ou seja, as causas não têm nenhuma relação com a estrutura partidária. Se não entendeu, leia de novo.

Além disso, ele não disse que precisamos de "partidos ideológicos". Certamente ele nem imagina que alguém use essa expressão espúria e sem significado. Ele disse que precisamos de partidos de verdade, que realizem primárias, que façam consultas para a modificação de programas e para a definição de candidatos. Coisas que o PSDB e o PPS não fazem, e o PT faz.

Se perguntarem ao Roberto Romano o que ele acha do PPS, tenho certeza que ele vai concordar que é uma agremiação de compadres meia-boca, inexpressiva e irrelevante.





































































OOOOps, acho que já perguntaram:
http://emerluis.wordpress.com/2007/06/0 ... pt-e-psdb/
Roberto Romano, o cara que sabe das coisas, escreveu: Para Roberto Romano só existem dois partidos: PT e PSDB
05/06/2007

De Salvador, sem acentos corretos no teclado

Em entrevista para o programa Roda Vida da TV Cultura, exibida para todo o país na noite desta segunda-feira, o filósofo e professor da Unicamp Roberto Romano sentenciou: só existem dois partidos sérios no país, PT e PSDB. A frase foi emblemática diante das frequentes perguntas dos jornalistas da imprensa conversadora presente sobre a propagada reforma política. Romano frisou que nao ve legitimidade nos outros partidos que servem para “negociaçoes”.

Nesta ele jogou para a vala comum PMDB, PFL (DEM), PTB, PPS, PSOL, PSTU e todos os outros nanicos do país e disse que os únicos que tem propostas de estado, reforma e consolidaçao social sao os dois citados.

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Carnage
Forista
Forista
Mensagens: 14726
Registrado em: 06 Jul 2004, 20:25
---
Quantidade de TD's: 663
Ver TD's

#13 Mensagem por Carnage » 26 Jul 2009, 17:03

Tricampeão escreveu:OOOOps, acho que já perguntaram:
http://emerluis.wordpress.com/2007/06/0 ... pt-e-psdb/
Roberto Romano, o cara que sabe das coisas, escreveu: Para Roberto Romano só existem dois partidos: PT e PSDB
:lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol:
:lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol:
:lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol:
:lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol:
:lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol:
:lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol:


HEADSHOT!!

Putamerda, Tri...

Florestal, e agora??

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

FucaBala
Forista
Forista
Mensagens: 2320
Registrado em: 11 Out 2005, 13:13
---
Quantidade de TD's: 17
Ver TD's

#14 Mensagem por FucaBala » 27 Jul 2009, 10:18

Tricampeão escreveu:OOOOps, acho que já perguntaram:
http://emerluis.wordpress.com/2007/06/0 ... pt-e-psdb/
Roberto Romano, o cara que sabe das coisas, escreveu: Para Roberto Romano só existem dois partidos: PT e PSDB
05/06/2007

De Salvador, sem acentos corretos no teclado

Em entrevista para o programa Roda Vida da TV Cultura, exibida para todo o país na noite desta segunda-feira, o filósofo e professor da Unicamp Roberto Romano sentenciou: só existem dois partidos sérios no país, PT e PSDB. A frase foi emblemática diante das frequentes perguntas dos jornalistas da imprensa conversadora presente sobre a propagada reforma política. Romano frisou que nao ve legitimidade nos outros partidos que servem para “negociaçoes”.

Nesta ele jogou para a vala comum PMDB, PFL (DEM), PTB, PPS, PSOL, PSTU e todos os outros nanicos do país e disse que os únicos que tem propostas de estado, reforma e consolidaçao social sao os dois citados.
:lol: :lol: :lol:
Sempre Alerta escreveu: O que estamos precisando é de uma verdadeira reforma política pois do jeito que está, qualquer um que seja eleito, fica refém de partidos fisiológicos para obter a maioria.

Recentemente o Aécio disse que ninguém consegue governar sem o apoio do PMDB, o que é uma verdade..

Acho que um regime parlamentarista, com partidos fortes, seria a melhor opção.
Isto é algo que temos de esquecer. Não interessa a nenhum deles e, o "bambambam" (PMDB) jamais votaria qualquer coisa parecida com reforma política.

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Carnage
Forista
Forista
Mensagens: 14726
Registrado em: 06 Jul 2004, 20:25
---
Quantidade de TD's: 663
Ver TD's

#15 Mensagem por Carnage » 27 Jul 2009, 10:28

Me parece que um grande entrave no país é o PMDB. Talvez também o DEM.

Link:
Esconder link da mensagem
🔗

Responder

Voltar para “Assuntos Gerais - OFF Topic - Temas variados”