Sometimes vejo coisas aqui no guia que sinceramente me causam espécie.
A mania dos confrades em generalizar pessoas e situações e adotar raciocínios de um maniqueísmo estúpido são lamentáveis. Na falta de capacidade de argumentação cagam pontificados.
Cada um abandona o seu hábito (seja ele putas, drogas, dedo no nariz ou qualquer outro menos ortodoxo) pelas razões que melhor lhe convier, não sendo cabível sequer qualquer espécie de julgamento neste sentido, como também não há de haver julgamento das razões que levam determinado sujeito a ingressar neste universo.
É a tola mania de se olhar o rabo do próximo e esquecer-se do próprio cu.
Alguém que entra neste mondo cane alguma vez foi questionado sobre suas razões por um colega de fileira? Nunca, certo?
São os novatos que ingressam no guia – de forma cortês, sem molecagem – inquiridos ou julgados pelas razões que o fizeram buscar o mundo do sexo pago? Claro que não.
Outrossim, quando alguém deseja – e anuncia – que vai se retirar é tirado de tolo apaixonado, fanfarrão, entre outros tantos adjetivos nada interessantes.
São diversas razões que levam alguém a “abandonar” a putaria, como são outros tantos que levam às pessoas a “adentrar” este universo. Assim, em uma análise meramente perfunctória da questão fica absolutamente impossível analisar de forma correta.
Como já foi dito, sinceramente concordo com a posição do camarada Fortein no sentido de que, sair por sair PODE e TENDE a ser mera idiotice.
D’outra borda, o “abandono” pode simplesmente significar que a vivência naquele mundo – desconhecido pela grande maioria quando do ingresso – simplesmente não atendeu às suas expectativas.
Para uns, a putaria pode ter funcionado como “bóia” quanto atravessava determinado momento. Cessada a “necessidade”, a “utilidade” deixa de existir.
Para alguns é lazer, diversão, satisfação.
Para outros, é a única forma de foder uma mulher minimamente desejável.
Simples assim.
O grande problema aqui é a mania de medirmos os outros pela nossa régua.
Se eu não consigo – ou não quero – sair da putaria e meu vizinho sai, ele é fanfarrão.
Se ele já saiu, e por alguma razão voltou, era simplesmente pq se decepcionou com puta amada – mesmo que a dita puta amada seja a sua irmã, absolutamente civil, pura, santa, casta e estudante do Sion – .
Por favor.
O que é certo dizer é que, sair meramente calcado na conclusão de que a putaria é um universo degradante ou outros quetais, parece ser uma grande besteira.
Outrossim, se simplesmente sai pq não suporta as vicissitudes deste gueto, que vá, livre de quaisquer outros questionamentos.
O dilema moral da putaria existe, e, obtuso daquele que não os compreende.
Neste sentido, parafraseio o PRS que foi extremamente pontual em sua definição: Prostituição é como feijoada; muito boa, mas feita de partes nadas nobres. E comer uma feijoada, fantasiando que está comendo algo saudável, além de ridículo, é perigoso porque é para quem tem estômago e apetite fortes.
Incrível como há pessoas que partem do pressuposto que a sua visão de mundo é a única visão possível, palpável, real.
Vamos nos habituar a exercitar a tolerância – inclusive nas casas de –.
Louvável abandonar a putaria?
Louvável no sentido de que merece exaltação? Não.
Admirável? Talvez.
Respeitável? Sempre.
Abrs,
JH