HomemDeToalha escreveu:Gostei da sinceridade do confrade. Tocou num assunto delicado e importantíssimo.
Há, basicamente, dois tipos de GPs. As que acabam no "emprego", porque a vida não lhe ofereceu boas oportunidades, como educação e, decorrente disso, emprego cujo salário lhe garanta uma vida digna. E as que "utilizam o emprego" como forma de sustentar o próprio "ego financeiro", isto é, só ganhando muito para satisfazer sua vontade consumista.
A primeira opção é a mais comum. Geralmente pobres e de baixo nível educacional, a grande maioria dessas garotas que escolhem essa vida passam por situações delicadas, onde são de fato exploradas por clientes digamos mais "exaltados", que acham que podem fazer o que quiserem. Por ingenuidade, medo (pois existem clientes violentos) ou para não perderem o dinheiro de que dependem, algumas se submetem a isso. Quanto ao tráfico, algumas aceitam por acreditarem que vale um sacrifício para se ter uma vida melhor. E aí, acabam enganadas e exploradas quase em nível escravo.
Quanto às consumistas, elas podem ou não ter condições financeiras adequadas, mas vão para o mundo da prostituição para satisfazer o ego, por meio de tudo o que o dinheiro que elas juntam da putaria conseguir comprar. Já ouvi uma garota que escolheu ser GP por que queria comprar um carro. Ela sabia utilizar bem as palavras e escrevia bem, prova de que não era de classe baixa. Geralmente, as consumistas gardam pouco dinheiro. Aqui, o tráfico funciona um pouco diferente, pois tendem a ser mais independentes.
Quanto à exploração em si, também tenho a conciência limpa, no que se refere aos meus atos, pois tudo o que é combinado não sai caro. Não obrigo nenhuma garota a fazer nada daquilo que não queira, pois negocio diretamente com a GP, sem "intermediários", e peço antes pra fazer algo não combinado, desistindo se houver negativa. Quanto às garotas que cobram mais, desisto assim que percebo que não está sendo entregue nada "a mais" que justifique o preço alto. Como eu pratico apenas o "sexo normal" (oral, anal em raríssimas vezes, vaginal), não sendo adepto de nada "exótico", difícilmente encontro problemas com uma GP, a menos que o gênio dela seja realmente difícil ou o ego tão grande, que dificulta o andamento sadio do TD.
Minha opinião.
É isso!
Esse é o ponto central da questão:
escolhem. Como argumentei anteriormente, na maioria das vezes não há essa cosisa de não se ter escolha - existem escolhas que não queremos fazer. Morar numa favela, por exemplo. Pagar aluguel a vida toda porque não temos condições de comprar uma casa própria. Viver só com o básico ou só com o precário porque nossa educação ou as circunstâncias não nos permite ter um emprego com uma renda melhor. Usar só roupas baratas, andar só de ônibus, sair para se divertir duas vezes por mês... enfim, situações muitas vezes angustiantes, humilhantes ou medíocres, mas que muita opta por passar, muitos preferindo muitas vezes isso a ter de se prostituir, roubar, traficar, matar (não que as três últimas tenham relação com a primeira; prostituição pode ser imoral mas não ilegal). Vejam não estou censurando as garotas que escolhem ser gps para sustentar suas necessidades (sejam "vitais" ou fúteis), só não concordo com o discurso de vítimas e exploradores.
Outra coisa que me incomoda um pouco é o seguinte: as pessoas tendem a achar que fazer algo imoral ou ilegal para o auto-sustento, para o sustento de aparentados ou para a aquisição de bens ditos vitais (Casa, estudo, alimentos...) é mais justificável do que para a satisfação de uma fantasia "fútil" ou de um vício. Não concordo. Para mim isso tem muita relação com visão unificadora que a maioria das pessoas tem do que deve ser prioridade, importante, certo ou errado. Se para uma garota ter uma roupa da moda ou um carro é tão importante quanto garantir o futuro de um filho para outra garota, porque os atos da segunda são compreensíveis (para alguns até justificáveis) e os da primeira não? Não sou um louco. Tenho uma boa noção do quão desajustado e fora do convencional é meu modo de pensar.
Não sei se palavra "normal" ainda pode ser aplicada ao sexo nos dias de hoje, se bem que também tenho meus limites. Não falo de estupro, de realmente forçar a gp a fazer o que quer que seja. Falo de negociação - de oferta e demanda. De competição. Falo, por exemplo, de casas em que se têm determinado padrão de atendimento (caso da casa a qual me "refiri" ao abrir o tópico) e se a gp não o cumprir ou é demitida, ou pega banco o dia todo ou ganha muito pouco dinheiro em relação as colegas. Ora, isso não é de fato uma imposição: a garota pode optar em procurar uma que se adeque mais a seu perfil; pode optar por ganhar um pouco menos. Não há exploração. Costumo procurar o melhor atendimento ao menor custo. Todos fazem isso, não só clientes de prostitutas. Pergunte a gps se elas preferem pagar R$ 5.000,00 numa bolsa Louis Vutton ou pagar R$ 50,00 na mesma bolsa, com a mesma qualidade, mas, com isso, sabendo que isso vai diminuir os ganhos da empresa que as produz e indiretamente provocando a demissão de muitos funcionários. Ela, se tiver um nível elevado de consciência, quase uma Poliana (raro nos dias de hoje) vai pensar por uns dois minutos e sacar os R$ 50 do bolso.
O mesmo raciocínio vale para um putanheiro. Ele sabe que determinados preços realmente são uma pechincha, uma ninharia por certos tipos de serviço prestado; que têm gps por aí que cobram muito mais pra fazer o mesmo. Ele deve se sentir culpado por isso? Não. A gp que cobra mais barato e, teoricamente, estaria sendo explorada, tem a opção de não aceitar, de ficar sem aquele dinheiro e aceitar viver com os poucos bens que tem ou com o salário baixo que outro tipo de serviço dito mais digno lhe oferece.
Enfim, esse teatrinho de vítima e explorador é usado como desculpa para não admitir a incapacidade que algumas pessoas tem de dar a volta por cima.