Bob Black escreveu:Se fosse uma patricinha de olho azul que tivesse exagerado na bebida e tirado os peitos pra fora, duvido que a reação dos seguranças seria a mesma. Nada justifica a agressão. Primeiro ponto.
se ela fosse filha de pessoa famosa os seguranças teriam agido de uma maneira muito diferente, mas considerando que ela tenha "um pé na cozinha"... sabe-se que o pessoal aqui no País adora descer o sarrafo em preto, pobre e puta (os 3 Ps que constituem o grosso dos autuados e presos, inclusive devido em boa parte a um menor acesso a defesa judiciária adequada)
pelo menos um ponto a favor para a perva em questão é que os seguranças não são agentes do Estado — ou seja, não são policiais no exercício da função — senão ela estaria duplamente ferrada (afinal, imagina-se que tenha rolado barraco) e até provar sua presumida inocência, um auto de muitos volumes terá que ser produzido
só alertando que essa é uma constatação da realidade sócio-econômica e cultural aqui vigente, mas não justifica de modo algum a agressão (e, como já assinalado, para ela "buscar seus direitos", não sendo famosa — a não ser por aqui —, ela será "mais uma" nas enferrujadas engrenagens do Judiciário brasileiro, e provavelmente fará juz a alguma ridícula indenização — e se ela tiver sorte vão despedir os pobres coitados, terceirizados de alguma "empresa de segurança", que muito provavelmente moram na periferia)
Bob Black escreveu:Segundo ponto, esse caso é emblemático. Mostra uma crise de indentidade, de algo que quer ser o que não é. Não é ela que estava no lugar errado, todos estavam no lugar errado. Não é levando prostitutas e putanheiros em lugares finos que se ganha respeitabilidade.
vários foristas já repassaram esse ponto, mas se ninguém tivesse "dado bandeira" duvido que alguém tivesse achado ruim (tá, podem ter percebido sim, mas pagando direitinho e não causando problemas, o pessoal atende sem chiar muito)
e sendo educado e pagando direitinho o pessoal atende até turma de estudantes nigerianos da USP (aqui mencionados pela má fama deles como traficantes e contrabandistas, nem tanto a ver com a raça) ou a turma de tatuados japoneses com o mindinho faltando (vulgo yakuza)