é verdade,a prostituição sempre existiu e sempre vai existir,desde que surgiu a civilização humana na face da Terra e começou-se a viver em sociedade sempre existiu a figura da prostituta,de formas diferentes e variadas,a prostituta sempre existiu e sempre vai existir...na Babilônia,na Mesopotâmia, no Egito antigo,na Grécia antiga, no Império Romano,na Idade Média,em todas as épocas,as prostitutas sempre existiram e sempre tiveram ligadas á fornicação,ao prazer inesgotável,ao pecado,tudo que o homem não pode fazer com as outras mulheres teoricamente,pode fazer com as prostitutas,como o amigo Soul Hunter disse bem,em parte as prostitutas deixaram de serem humanas,vivem num mundo a parte,apenas delas...esse texto que retirei da internet é muito interessante e mostra bem como foi a figura da prostituta em diferentes momentos da história e uma coisa é certa, o homem nunca conseguiu,não consegue e jamais vai conseguir viver sem as prostitutas,elas fazem parte da vida de milhões de homens no mundo todo.
A prostituição nem sempre foi desprezada e criticada como em nossos tempos.
Uma prática que existia desde a antiguidade, algo digno e que existia até mesmo dentro dos templos. Lins (2007: 249) salienta que “mulheres respeitáveis faziam sexo com o sacerdote ou com um passante desconhecido, realizando assim um ato de adoração a um deus ou deusa”. Acrescenta ainda que “as prostitutas eram tratadas com respeito, e os homens que usavam seus serviços lhes rendiam homenagens. Acontecia também de as próprias sacerdotisas serem as prostitutas”.
Tudo isso para favorecer a fertilidade da terra e uma maneira de louvar os deuses.
O meretrício passou a ser comercializado depois que os templos foram fechados com a chegada do Cristianismo. “A prostituição individual, hoje tão comum, era exceção. A maioria das mulheres vivia em bordeis e casas de banho”. As mulheres entravam para a prostituição por causa da pobreza, inclinação natural, perda de status e até mesmo por pressão familiar. Os fregueses eram encontrados nas tavernas, praças, casas de banho e ate mesmo nas igrejas.
Mesmo com a condenação da igreja e todo seu rigor, as relações extraconjugais e pré-maritais eram muito usuais. Para os homens, era uma maneira de “afastá-los da homossexualidade” e desestimulá-los da prática do estupro. Os jovens assim tinham assim a oportunidade de “afirmar sua masculinidade e aliviar suas neces¬sidades sexuais”.
A importância da prostituição era tamanha na dinâmica da sociedade que o rei Carlos VII da França reconheceu a necessidade dos serviços oferecidos pelos bordéis autorizando a presença destas casas de tolerância. Freqüentadores que não eram apenas jovens no auge de suas puberdades, mas também clérigos. Richards, (1993: 123) analogamente diz que “a prostituta na sociedade e como a esgoto no palácio. Se retirar o esgoto, o palácio inteiro será contaminado”.
Tentativas existiam para controlar e organizar a prostituição. A igreja incentivava as mulheres a não se prostituírem mais e constituir família. A verdade é que a esta altura, a prostituição já era uma realidade na sociedade, entre as pessoas, algo consentido, à vista para quem quisesse.
Esta é uma época marcada pelas chamadas “costureirinhas”, em que mulheres que não querendo fazer parte da classe operária, preferem prostituir-se. Importante ressaltar que neste mesmo período, a sífilis, doença que aterrorizava as pessoas, propagava-se cada vez mais. Lins, (2007) cita ainda Hitler que, “impõe em 1935 a lei que torna obrigatório o exame pré-nupcial, proíbe o casamento de homens com doenças venéreas e lhes impõe a esterilização pela castração”. Surge a sifilofobia que é o pavor da sífilis.
O CLIENTE
Com a liberação nos anos 60, imaginou-se que a prostituição sucumbiria a satisfação sexual, pois o sexo agora era permitido e supostamente, os homens não teriam mais necessidade de buscar tais serviços. Mas nada disso ocorreu, a prostituta saiu daquela imagem de mulher sofrida para ser uma mulher jovem, bonita, e bem vestida. A mídia passa a divulgar como nunca a prostituição e os homens, mesmo bem em seus casamentos, bem-sucedidos continuavam a se relacionarem com prostitutas. Por quê? Para começar a responder esta pergunta, recorro a Chiland, (2005: 112) em que argumenta que “existem homens que são impotentes com as mulheres que eles esti¬mam e respeitam, a exemplo da mãe e das irmãs, e só conseguem cumprir o ato sexual com prostitutas”. É uma realidade clínica cuja importância Freud viu bem para a compreensão da psique; a clivagem entre a madona e a puta está sempre prestes a surgir ou ressurgir no homem. Mas não são os clientes, mais numerosos das prostitutas.
E a autora acrescenta ainda que “o apetite polígamo do homem se satisfaz recorrendo a uma prostituta ocasional ou regular. Ou as prostitutas lhe trazem "satisfações especiais" que ele não ousaria pedir à sua mulher, ou que ela lhe recusou felação, coito anal, práticas sadomasoquistas. Perversão e prostituição estão implicadas. Na prostituição, os beijos não fazem parte do contrato, em que cada parte do corpo, cada buraco, cada especialidade são tarifados”. (Ibidem)
Parece-me que então, os homens buscam o sujo, o vulgar e o obsceno, o qual só obtém somente com a prostituta, que é aquela que está corrompida aos conceitos morais e éticos de uma sociedade. É aquela que permite-se e vai possibilitar ao sexo em todos os termos e de todas as formas. A impressão que tenho é que a prostituta carrega a essência da contravenção. Vejamos a citação abaixo:
Com a prostituta, o homem se sente livre para fazer o que deseja no sexo, do jeito e da forma que quiser e quando tiver vontade. O pagamento em dinheiro o livra de qualquer outro tipo de dívida. Não precisa se preocupar com o que a mulher deseja, se está agradando ou correspondendo as suas expectativas. Não há nenhuma cobrança. Se ela tem ou não orgasmo não é problema dele. Não precisa fingir que está apaixonado ou que vai procurá-la novamente, nem precisa pensar numa desculpa quando ela lhe telefonar. Isso nunca vai acontecer. Mesmo sendo um prazer individual, as regras não deixam dúvidas e ninguém esta sendo enganado. (LINS, 2007: 257)
Como percebemos ao final da citação, existem regras, portanto. As profissionais exigem o uso do preservativo dos clientes, assim como algumas outras imposições. Algumas não fazem sexo anal entre outras coisas.
O tempo do pseudo-puritanismos e dos falsos-pudores acabaram. Hoje o que existem é um culto ao narcisismo, a uma exarcebação da individualidade e da auto-suficiência. “´Conheça-te a ti mesmo' e 'Ama-te' são as duas condições prévias para qualquer valorização do ego”.
SOMOS TODOS PROSTITUÍDOS
As prostitutas então eram pessoas que colocavam em cheque a moral de uma sociedade e a hipocrisia desta mesma. Lins (2005) levanta uma questão interessante. Baseando-se no significado do dicionário, que dá a seguinte explicação para prostituta, “mulher, que pratica o ato sexual por dinheiro”, a autora suscita algumas perguntas e reflexões, “Então, quantas mulheres casadas, respeitadas e valorizadas socialmente se prostituem com seus próprios maridos? Quantas moças são educadas para só se casar com homens que lhes possam dar conforto e dinheiro? Quantas mulheres solteiras só aceitam ir para um motel com um homem se antes ele pagar o jantar num restaurante caro?” (idem, 261)
Tudo é feito escondido e não revelado, para preservar a respeitabilidade destas mulheres. A prostituta por sua vez, é desprezada, mas em compensação, seu jogo é aberto. Observem o que diz Beauvoir (1980: 324), "entre as que se vendem pela prostituição e as que se vendem pelo casamento, a única diferença consiste no preço e na duração do contrato."
Esta é uma questão antiga e construída através da história, principalmente com o advento do patriarcado, em que a mulher era vista como um objeto de compra e venda. Esta relação entre opressor e oprimido, fez com que a mulher se defendesse utilizando as armas que tinham, no caso o próprio corpo e assim, através do prazer, para atender as exigências sexuais masculinas, mantinham acordos em troca daquilo que precisavam.
Mas vou fazer uma outra reflexão e esta sim, algo na qual considero presente em nossas vidas. Uma vez que a prostituição caracteriza-se pela venda do corpo e com isso, existe a gratificação financeira, existe algo formal, a compra de um serviço. Pois bem, a “compra” e a “venda” são termos os quais gostaria de chamar a atenção, pois compramos ideais e opiniões, bem como nos vendemos também. Considero que a humanidade é prostituída, pois sempre estamos em busca de benefícios próprios, nem que para isto, tenhamos que comprar votos, e, diga-se de passagem, isto é comprar uma ideologia, o poder de escolha, assim como vendemos o que nos convém, os mesmos votos, por exemplo, porque talvez a pessoa não faça idéia da importância de votar adequadamente nas urnas, sabendo que possui ali um poder de decidir o futuro de seu país.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEAUVOIR, S. de. O segundo sexo, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.
CHILAND, C. O sexo conduz o mundo, Rio de Janeiro: Companhia de Freud, 2005.
LINS, R. N. A cama na varanda: arejando nossas idéias a respeito de amor e sexo: novas tendências, Rio de Janeiro: BestSeller, ed. rev. e ampliada, 2007.
Breno Rosostolato
A prostituição nem sempre foi desprezada e criticada como em nossos tempos.
Uma prática que existia desde a antiguidade, algo digno e que existia até mesmo dentro dos templos. Lins (2007: 249) salienta que “mulheres respeitáveis faziam sexo com o sacerdote ou com um passante desconhecido, realizando assim um ato de adoração a um deus ou deusa”. Acrescenta ainda que “as prostitutas eram tratadas com respeito, e os homens que usavam seus serviços lhes rendiam homenagens. Acontecia também de as próprias sacerdotisas serem as prostitutas”.
Tudo isso para favorecer a fertilidade da terra e uma maneira de louvar os deuses.
O meretrício passou a ser comercializado depois que os templos foram fechados com a chegada do Cristianismo. “A prostituição individual, hoje tão comum, era exceção. A maioria das mulheres vivia em bordeis e casas de banho”. As mulheres entravam para a prostituição por causa da pobreza, inclinação natural, perda de status e até mesmo por pressão familiar. Os fregueses eram encontrados nas tavernas, praças, casas de banho e ate mesmo nas igrejas.
Mesmo com a condenação da igreja e todo seu rigor, as relações extraconjugais e pré-maritais eram muito usuais. Para os homens, era uma maneira de “afastá-los da homossexualidade” e desestimulá-los da prática do estupro. Os jovens assim tinham assim a oportunidade de “afirmar sua masculinidade e aliviar suas neces¬sidades sexuais”.
A importância da prostituição era tamanha na dinâmica da sociedade que o rei Carlos VII da França reconheceu a necessidade dos serviços oferecidos pelos bordéis autorizando a presença destas casas de tolerância. Freqüentadores que não eram apenas jovens no auge de suas puberdades, mas também clérigos. Richards, (1993: 123) analogamente diz que “a prostituta na sociedade e como a esgoto no palácio. Se retirar o esgoto, o palácio inteiro será contaminado”.
Tentativas existiam para controlar e organizar a prostituição. A igreja incentivava as mulheres a não se prostituírem mais e constituir família. A verdade é que a esta altura, a prostituição já era uma realidade na sociedade, entre as pessoas, algo consentido, à vista para quem quisesse.
Esta é uma época marcada pelas chamadas “costureirinhas”, em que mulheres que não querendo fazer parte da classe operária, preferem prostituir-se. Importante ressaltar que neste mesmo período, a sífilis, doença que aterrorizava as pessoas, propagava-se cada vez mais. Lins, (2007) cita ainda Hitler que, “impõe em 1935 a lei que torna obrigatório o exame pré-nupcial, proíbe o casamento de homens com doenças venéreas e lhes impõe a esterilização pela castração”. Surge a sifilofobia que é o pavor da sífilis.
O CLIENTE
Com a liberação nos anos 60, imaginou-se que a prostituição sucumbiria a satisfação sexual, pois o sexo agora era permitido e supostamente, os homens não teriam mais necessidade de buscar tais serviços. Mas nada disso ocorreu, a prostituta saiu daquela imagem de mulher sofrida para ser uma mulher jovem, bonita, e bem vestida. A mídia passa a divulgar como nunca a prostituição e os homens, mesmo bem em seus casamentos, bem-sucedidos continuavam a se relacionarem com prostitutas. Por quê? Para começar a responder esta pergunta, recorro a Chiland, (2005: 112) em que argumenta que “existem homens que são impotentes com as mulheres que eles esti¬mam e respeitam, a exemplo da mãe e das irmãs, e só conseguem cumprir o ato sexual com prostitutas”. É uma realidade clínica cuja importância Freud viu bem para a compreensão da psique; a clivagem entre a madona e a puta está sempre prestes a surgir ou ressurgir no homem. Mas não são os clientes, mais numerosos das prostitutas.
E a autora acrescenta ainda que “o apetite polígamo do homem se satisfaz recorrendo a uma prostituta ocasional ou regular. Ou as prostitutas lhe trazem "satisfações especiais" que ele não ousaria pedir à sua mulher, ou que ela lhe recusou felação, coito anal, práticas sadomasoquistas. Perversão e prostituição estão implicadas. Na prostituição, os beijos não fazem parte do contrato, em que cada parte do corpo, cada buraco, cada especialidade são tarifados”. (Ibidem)
Parece-me que então, os homens buscam o sujo, o vulgar e o obsceno, o qual só obtém somente com a prostituta, que é aquela que está corrompida aos conceitos morais e éticos de uma sociedade. É aquela que permite-se e vai possibilitar ao sexo em todos os termos e de todas as formas. A impressão que tenho é que a prostituta carrega a essência da contravenção. Vejamos a citação abaixo:
Com a prostituta, o homem se sente livre para fazer o que deseja no sexo, do jeito e da forma que quiser e quando tiver vontade. O pagamento em dinheiro o livra de qualquer outro tipo de dívida. Não precisa se preocupar com o que a mulher deseja, se está agradando ou correspondendo as suas expectativas. Não há nenhuma cobrança. Se ela tem ou não orgasmo não é problema dele. Não precisa fingir que está apaixonado ou que vai procurá-la novamente, nem precisa pensar numa desculpa quando ela lhe telefonar. Isso nunca vai acontecer. Mesmo sendo um prazer individual, as regras não deixam dúvidas e ninguém esta sendo enganado. (LINS, 2007: 257)
Como percebemos ao final da citação, existem regras, portanto. As profissionais exigem o uso do preservativo dos clientes, assim como algumas outras imposições. Algumas não fazem sexo anal entre outras coisas.
O tempo do pseudo-puritanismos e dos falsos-pudores acabaram. Hoje o que existem é um culto ao narcisismo, a uma exarcebação da individualidade e da auto-suficiência. “´Conheça-te a ti mesmo' e 'Ama-te' são as duas condições prévias para qualquer valorização do ego”.
SOMOS TODOS PROSTITUÍDOS
As prostitutas então eram pessoas que colocavam em cheque a moral de uma sociedade e a hipocrisia desta mesma. Lins (2005) levanta uma questão interessante. Baseando-se no significado do dicionário, que dá a seguinte explicação para prostituta, “mulher, que pratica o ato sexual por dinheiro”, a autora suscita algumas perguntas e reflexões, “Então, quantas mulheres casadas, respeitadas e valorizadas socialmente se prostituem com seus próprios maridos? Quantas moças são educadas para só se casar com homens que lhes possam dar conforto e dinheiro? Quantas mulheres solteiras só aceitam ir para um motel com um homem se antes ele pagar o jantar num restaurante caro?” (idem, 261)
Tudo é feito escondido e não revelado, para preservar a respeitabilidade destas mulheres. A prostituta por sua vez, é desprezada, mas em compensação, seu jogo é aberto. Observem o que diz Beauvoir (1980: 324), "entre as que se vendem pela prostituição e as que se vendem pelo casamento, a única diferença consiste no preço e na duração do contrato."
Esta é uma questão antiga e construída através da história, principalmente com o advento do patriarcado, em que a mulher era vista como um objeto de compra e venda. Esta relação entre opressor e oprimido, fez com que a mulher se defendesse utilizando as armas que tinham, no caso o próprio corpo e assim, através do prazer, para atender as exigências sexuais masculinas, mantinham acordos em troca daquilo que precisavam.
Mas vou fazer uma outra reflexão e esta sim, algo na qual considero presente em nossas vidas. Uma vez que a prostituição caracteriza-se pela venda do corpo e com isso, existe a gratificação financeira, existe algo formal, a compra de um serviço. Pois bem, a “compra” e a “venda” são termos os quais gostaria de chamar a atenção, pois compramos ideais e opiniões, bem como nos vendemos também. Considero que a humanidade é prostituída, pois sempre estamos em busca de benefícios próprios, nem que para isto, tenhamos que comprar votos, e, diga-se de passagem, isto é comprar uma ideologia, o poder de escolha, assim como vendemos o que nos convém, os mesmos votos, por exemplo, porque talvez a pessoa não faça idéia da importância de votar adequadamente nas urnas, sabendo que possui ali um poder de decidir o futuro de seu país.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEAUVOIR, S. de. O segundo sexo, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.
CHILAND, C. O sexo conduz o mundo, Rio de Janeiro: Companhia de Freud, 2005.
LINS, R. N. A cama na varanda: arejando nossas idéias a respeito de amor e sexo: novas tendências, Rio de Janeiro: BestSeller, ed. rev. e ampliada, 2007.
Breno Rosostolato